Resumo: Sequência de Mirror Image. Oliver convence Callie Donovan a se juntar a ele na formação de sua própria Liga da Justiça, mas quando descobrem que Clark Luthor encontrou uma segunda caixa espelhada, o seguem até a Terra 1 para alertar suas contrapartes.
Autora: fickeryClassificação: NC-17 (nos últimos capítulos)
Personagens/Pares: Ollie/Chloe, Lois/Clark, Tess/Emil, Justice League; Oliver/Callie, Justice League, Lois, Clark Luthor, Lionel Luthor, Tess Luthor
Categoria: AU, drama, angst, romance
Aviso: spoilers até Finale, mas como sempre eu tomo muita liberdade com os acontecimentos da série e a cronologia
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As poucas vezes seguintes que Oliver saiu, ficou aparente que o Departamento de Polícia de Metrópolis - e alguns repórteres locais, tanto da TV quanto dos jornais - estavam numa força tarefa, tentando ver o novo vigilante em ação. Ele quase se encontrou com os policiais, mas conseguiu ficar fora do caminho deles com a ajuda de Callie. Ela se moveu de um monitor para o outro da Watchtower, vigiando e o direcionando pra longe da polícia enquanto cobria seus rastros nas câmeras de segurança e imagens de satélite e ligando para avisar a polícia sobre seus salvamentos. Ela até jogou algumas pistas falsas sobre a aparição do Arqueiro Verde nos computadores da polícia pra mandá-los na direção errada.
Esta noite ele podia jurar que a tinha ouvido suspirar aliviada quando ele disse que estava retornando à base, e ela olhou pra ele com os olhos um pouco arregalados quando ele entrou pelas portas duplas da Watchtower.
"Ei. Você está bem?" Ela assentiu. "Acho que você precisou trabalhar mais do que eu", ele brincou.
Ainda parecendo um pouco chocada, ela desabou na cadeira atrás dela. "Oliver, eu..." ela começou, sem saber por onde começar a expressar o medo que sentiu a noite toda: medo de que não fosse rápida ou esperta o suficiente pra continuar com os diferentes jogos em campo, medo de que um erro de sua parte o expusesse e o fizesse ser preso na melhor das hipóteses, ferido ou morto na pior. Ou que algum inocente acabasse ferido ou morto.
"Não sabe se pode fazer esse trabalho? Com medo que não esteja a altura da Chloe?" Ele se ajoelhou ao lado dela, pegando sua mão e apertando. "Callie, você foi maravilhosa esta noite. Você pode fazer, e você está fazendo, e eu tenho fé total em você. Você arrasou esta noite, sério." Ela o recompensou com um sorriso exausto.
"Vamos." Ele a puxou de pé, e a levou para a cozinha. "Eu vou te pagar uma bebida." Ele a fez sentar em um banco e pegou duas cervejas na geladeira, abrindo-as e entregando uma a ela.
Ele tiniu a garrafa contra a dela. "Nós vamos melhorar, você sabe. Vai ser mais fácil, rápido, mais confortável, mais intuitivo. Estamos aprendendo, lembra?" Ele desceu a cabeça pra encontrar seus olhos.
"Aprendendo", ela repetiu obedientemente, e tomou um longo gole de sua cerveja.
*-*-*-*
Apesar de todos os esforços de Callie, a imprensa ainda conseguiu uma confirmação visual do Arqueiro Verde: algumas fotos dele tiradas da rua, ele sobre um telhado, sua silhueta mal visível sob a luz da lua, e um breve clipe de vídeo dele, também sua silhueta, pulando de um telhado para o outro. Era quase impossível determinar muito sobre seu uniforme ou seu físico em qualquer um dos registros, mas isso não impediu os repórteres de tabloides e amantes de teorias conspiratórias de dissecá-lo pixel por pixel e quadro-a-quadro como o filme Zapruder.
A história chamou atenção da imprensa e então dos noticiários internacionais. Previsivelmente, opiniões sobre suas atividades misturavam-se: algumas pessoas, particularmente as ligadas a lei, achavam que vigilantes eram processos esperando para acontecer, potencialmente interferindo no trabalho da polícia e correndo o risco de se ferirem ou às vítimas que estavam tentando salvar. Outras o aplaudiam, citando-o como inspiração: 'É bom saber que tem alguém fazendo alguma coisa pra variar. Esta cidade precisava acordar.'
Ollie tinha lhe alertado que não importa o que fizesse, a imprensa nunca seria completamente livre de crítica. "Você pode resgatar cem crianças e alguns gatinhos e freiras de um orfanato em chamas, ganhar a Medalha de Honra ao Mérito e alguém ainda ia dizer que você é imprudente e um perigo para a sociedade. Você só precisa entender isso e não ligar desde o começo."
Após o Arqueiro Verde gerar burburinho na imprensa internacional por semanas, ele disse a Callie. "Ok. Temos as manchetes, a ciência do público, a cobertura é tão positiva quanto poderíamos razoavelmente esperar... acho que está na hora do próximo passo, você não acha?"
Callie assentiu. "Acho que sim."
*-*-*-*
Ela nunca havia estado num jatinho particular antes. "Você sabe como, aquela vez que você arbitrariamente entra na primeira classe, e isso arruína seu sofá pra sempre?" ela disse sonhadoramente. Ela se virou e viu a expressão dele. "Não, talvez você não saiba. Enfim, isso arruinou meus voos pra sempre. Espero que esteja feliz."
"Ei, você quer voar pra algum lugar e o jatinho não está disponível, eu te pago bem o suficiente pra comprar uma passagem no mínimo na classe executiva", ele a relembrou. Assumindo que ela jamais poderia ser persuadida a gastar dinheiro com si mesma, afinal.
Chame superstição ou chame destino, mas eles decidiram recrutar os outros membros da Liga na mesma ordem que tinham se juntado na Terra 1. Eles iam atrás de Bart Allen primeiro, e depois de rastrear seu celular via satélite e observar sua rotina nos últimos dois meses, Callie sabia exatamente onde encontrá-lo.
"Você vai ser a isca, você sabe", Oliver a alertou. Até onde podiam dizer o Bart da Terra 2 ia atrás das damas igual sua cópia.
"Eu sei." Ela olhou para o vestido de verão que usava. "Talvez eu devesse ter vestido algo mais sensual."
Oliver já estava corajosamente tentando não babar - pelo menos não obviamente - diante da generosa exposição do colo e costas e as pernas nuas e ombros mostrados por seu vestido. Ele correu os olhos rapidamente por ela e deliberadamente desviou o olhar. "Acredite em mim, o que você está usando é sensual o bastante."
Ela não tinha certeza se ele quis dizer que Bart não precisava de todo esse encorajamento ou... alguma outra coisa, mas ela sabiamente deixou o pensamento de lado.
Algumas horas depois, ela estava entrando em um mercado local, examinando as mercadorias e mantendo um olhar atento. Não queria perder Bart ou desaparecer no meio daquela confusão barulhenta e colorida de barracas, então ela ficou na parte externa do mercado onde ficou mais parada, parecendo qualquer outro turista. Oliver, que estava usando óculos de sol esportivo, um boné e uma camiseta bem tropical, foi até ela, mantendo distância mas também a mantendo em sua linha de visão.
Ela continuou andando pelas barracas de frutas, colocando o dedo pensativamente nos lábios e sorrindo enquanto balançava a cabeça aos vendedores, agindo como uma turista que simplesmente não conseguia se decidir.
Isso durou tempo suficiente pra ela começar a achar que ela e Oliver teriam que re-agrupar e formular outro plano quando um vento repentino passou por ela e agitou os colares pendurados em uma barraca, e os vestidos e lenços pendurados em outra. Assustada mas não surpresa pelo misterioso vento em seu cabelo, ela se virou na direção da voz que alegremente se dirigia a ela.
"Buenos dias, senorita. Se você não tem certeza do que quer, eu ficaria feliz em apresentá-la à melhor comida da cidade."
Salvo seu cabelo levemente mais escuro, ele parecia exatamente igual as fotos do Bart da Terra 1, o que era bom, já que as únicas fotos que ela conseguiu dele neste universo tinham sido de quando ele era bem mais jovem, e as imagens de satélite não eram as melhores pra esse tipo de coisa afinal, especialmente quando o alvo se movia tão depressa.
"Você parece americano", ela observou. Pelo canto do olho, ela percebeu Oliver ouvindo atentamente.
Seu novo amigo lhe deu um sorriso enorme. "Eu sou. Mas venho sempre aqui."
Ela estendeu a mão. "Eu sou Callie." Ela ficou entretida mas não completamente surpresa quando ao invés de apertar sua mão, ele a levou até os lábios e beijou.
"Eu sou Bart. E o prazer é todo meu."
"Então, sobre aquela comida", ela pressionou. "Fica em algum lugar perto da praia? Eu fiquei na cidade a manhã toda e realmente queria caminhar na praia."
O sorriso dele aumentou. "Eu adoraria te levar para uma caminhada na praia, linda. Você está sozinha aqui?"
"Eu estou aqui com um amigo, mas nos separamos por algumas horas para que pudéssemos fazer nossas coisas."
Ele a levou até a beirada da praia que parecia ter sido deixada de fora dos guias, e a encorajou a tirar as sandálias enquanto ele fazia o mesmo: "É muito melhor caminhar na praia com os pés descalços." Eles foram mais perto da água. Ela checou se Oliver ainda os estava seguindo; na distância em que estava não podia se fazer invisível não importa o que acontecesse, mas o boné e a camiseta o deixavam menos notável. Agora ele era um cara numa camiseta e com um óculos escuros como qualquer outro.
"A maioria das pessoas vai para as grandes cidades quando vêm para o México", ele explicou. "O que traz você a este desconhecido pedaço de paraíso?"
"Você, na verdade."
"O que você - o quê?"
Ela parou na frente dele e se virou, mantendo-o de costas para Oliver. "Eu vim te fazer uma proposta."
Ele pareceu intrigado, esperançoso e levemente incerto tudo ao mesmo tempo. "Sério. Que tipo de proposta?"
"Na verdade", Oliver disse atrás dele. "Nós viemos te fazer uma proposta."
Bart girou para olhar pra ele, imediatamente desconfortável com a situação. "Uhhhh... sem ofensa, você é um cara muito bonito e tal, mas eu não faço esse tipo de coisa."
Oliver deu risada. "Não me ofendo. Não é esse tipo de proposta. Nós sabemos que você é um cara com pés muito rápidos."
Agora Bart parecia desconfiado. Assustado até. "Eu não sei do que você está falando."
"Você é um visitante frequente aqui, mas não vive nem perto da fronteira e você não dirige ou voa pra cá. Na verdade, você nem tem um passaporte", Callie disse. Ele olhou pra ela, incrédulo.
"Você largou a escola e se sustenta financeiramente com pequenos furtos, mas nunca foi preso ou fichado. Nem uma vez. Como estamos indo até agora?" Oliver perguntou.
"Quem diabos são vocês?" Bart exigiu. Ou ele não conseguia reconhecer Oliver fora do contexto como agora, ou ele não se interessava muito pelas notícias atuais.
"Meu nome é Oliver Queen. Eu sou dono de uma enorme corporação internacional. Estamos aqui pra te oferecer um emprego, um que utiliza seus talentos naturais. Eu estou formando uma equipe de pessoas com habilidades especiais como você."
No mínimo, a testa de Bart franziu ainda mais. "Como mercenários?"
Oliver balançou a cabeça. "Eu te pagaria bem pra você não ter que gastar seu tempo ou energia com pequenos furtos. Você teria um trabalho legítimo, registrado, pra fazer - mais como entregador, assim não tenho que mentir muito na folha de pagamento - mas na realidade seu trabalho principal seria usar suas habilidades como parte de uma equipe."
"Eu não entendi", Bart disse. "Vocês estão com o governo? Isso é algum tipo de operação secreta?"
"Não trabalhamos para o governo. Algumas vezes vamos fazer coisas que o governo, ou a força policial, não podem fazer. Algumas vezes podemos ajudar agentes governamentais. Algumas, dependendo da missão, podemos estar trabalhando diretamente contra o governo. Mas estaremos sempre trabalhando contra os caras maus", Callie disse a ele.
Bart olhou de um para o outro. "Você está dizendo que... isso é um tipo de equipe de combate ao crime?"
Oliver e Callie se entreolharam, então de volta para Bart. "Basicamente, sim", Oliver disse.
Um sorriso de orelha-a-orelha se espalhou pelo rosto de Bart. "Isso é MUITO LEGAL. E eu vou ser pago pra fazer isso?"
Oliver deu risada. "Temos algumas condições. Você receberia um celular, e estaria sempre a disposição. Teria uma agenda de entregas pra fazer pra mim. E obviamente vai haver algum perigo envolvido."
"Legal", Bart arfou. "Estou dentro. Quando vou conhecer o resto da equipe?"
"Você acabou de conhecer", Callie disse. "Você é nosso primeiro recruta."
"É?" Bart pareceu surpreso mas orgulhoso.
"Sim. Mas se todos forem tão decididos quanto você, não vai demorar muito pra termos o resto a bordo." Oliver lhe entregou um smartphone. "É assim que entraremos em contato com você, então não perca. Vamos te mandar atualizações e vamos te levar a nossa base quando for a hora de começar a treinar com os outros."
Bart parecia ligeiramente tonto. Ironicamente, tudo parecia estar indo rápido demais pra ele. "Espera, eu posso perguntar uma coisa? Como vocês descobriram sobre mim pra começar?"
"Callie passa muito tempo na internet procurando por... ocorrências incomuns. Fenômenos inexplicados", Oliver disse. Ele e Callie tinham concordado que toda essa coisa de recrutamento ia ser difícil suficiente para os dois ainda terem que explicar sobre universos paralelos. A verdade completa poderia vir mais tarde, depois que todo mundo se conhecesse um pouco melhor e tivesse aprendido a confiar um no outro. "No seu caso, alguns relatos policiais não registrados chamaram atenção e ela começou a verificá-los. Uma longa procura eventualmente nos levou a você." Bart continuou a parecer confuso; aparentemente não lhe ocorreu que mesmo alguém que se movia tão rápido pudesse ainda deixar rastros.
"Eu vou abrir uma conta bancária internacional pra você, já que até onde eu sei você não tem nenhum tipo de conta", Callie disse.
Bart deu de ombros. "Não tenho dinheiro. Pra que eu ia preciso de uma conta bancária?"
"Para o salário que eu vou depositar de agora em diante. Eu vou te mandar as informações sobre a conta em um email encriptado. Você vai poder ver tudo online, usando seu novo telefone."
Ele ainda parecia desconfiado. "Isso não é um tipo de pegadinha, é? Tipo o filme do Tom Cruise, onde ele na verdade acaba sendo advogado da máfia?"
Oliver sorriu. "Não é a máfia, eu juro. Nós operamos sem a proteção da lei, mas somos vigilantes, não criminosos. E você pode deixar a equipe quando quiser; você só será cobrado em manter segredo de todas as informações confidenciais que você tiver sobre nossas operações, equipamentos, identidades e por aí vai." Ele estendeu a mão para Bart. "Entraremos em contato muito em breve. É bom ter você conosco, Bart." Bart apertou a mão dele.
"Bem-vindo ao time, Bart." Quando Callie estendeu a mão, mais uma vez Bart a beijou ao invés de apertá-la, seu olhar esperançoso fazendo-a dar risada.
"Então, vocês dois...?" Bart acenou com a cabeça de um para o outro.
Demorou a Callie um segundo pra entender, mas quando entendeu ela balançou a cabeça. "Não. Somos amigos. E colegas de trabalho." Ela nem olhou para Oliver.
Um sorriso feliz apareceu no rosto de Bart e, tarde demais, ocorreu a ela que essa não pareceu ser a resposta certa. "O que não significa que eu esteja disponível", ela acrescentou imediatamente.
"Espere até estarmos trabalhando mais próximos, mamacita. Tenho certeza que posso te convencer do contrário."
"Estou lisonjeada, mas você realmente não pode", ela disse firmemente. Desta vez ela deu uma olhada em Oliver, que estava olhando para os pés, tentando não dar risada.
*-*-*-*
Depois de deixarem Bart, eles caminharam de volta pela areia branca da praia. Ela se virou pra olhar o mar novamente, agora brilhando com o sol de fim de tarde, e suspirou. "Minha primeira viagem ao México. É realmente bonito aqui. É uma vergonha que não tenhamos mais tempo."
"O limite de tempo somos nós que determinamos, lembra?" Oliver disse. "Podemos ficar pra jantar. Ou a noite toda. Diabos, podemos ficar alguns dias se você quiser."
A ideia não deveria ser tão tentadora como foi. Ela se encontrou refletindo por um momento, então relutantemente recusou. "Não podemos passar tanto tempo juntos em público. Lionel poderia facilmente ter alguém seguindo você. Até onde sabemos, Clark pode estar nos observando agora. É muito arriscado."
Houve um certo alívio em ter uma razão real para dizer não. Algo além do medo de passar um tempo com ele ali, jantando ao lado do oceano, envolvidos pela brisa tropical e o pôr-do-sol, talvez deitar na praia ao lado dele ou brincar um pouco na água. O medo de baixar muito a guarda.
Ele olhou pra ela, desfrutando a visão dela num ambiente exótico. O sol da tarde estava iluminando ainda mais seu cabelo mesmo com o vento o bagunçando; a pele dela brilhando com um pouco mais da cor que ela tinha pego nas poucas horas que estavam ali. A brisa do mar que flertava com a barra da saia dela, passando por suas pernas nuas.
"Eu vou te trazer aqui um dia", ele disse. "Quando for seguro, eu vou te trazer de volta, e vou te dar férias de verdade."
Ela sorriu pra ele, novamente incerta se havia um significado mais profundo ali, mas reconhecendo a doçura da promessa mesmo assim. "Acho que temos que trabalhar um pouco primeiro, então. Pra garantir a segurança."
*-*-*-*
Arthur Curry era o próximo da lista. Seu trabalho e endereço estavam na Flórida - diferente de Bart, ele definitivamente vivia dentro da lei - então eles pegaram o jatinho para encontrá-lo.
"Pelo menos nossos recrutamentos estão nos levando a lugares ensolarados", Callie disse, olhando pela janela para os quarteirões da rua onde toda casa tinha uma piscina no quintal. Depois de passar tanto tempo na Watchtower, era bom sair e desfrutar o sol diretamente.
"E estamos indo a um parque de diversões. Nunca diga que não te levo aos lugares."
Oliver apreciava o clima também, secretamente admirando a blusinha que ela usava e a pele exposta, algo que ele não conseguia ver muito em Metrópolis. Era mais fácil pra ela se disfarçar em público também; antes que saíssem do avião ela pegou um óculos de sol bem grande e um chapéu.
Já que estavam indo tão longe, concordaram que podiam muito bem assistir o potencial recruta em ação. Callie tinha hackeado o site do parque e descobriu que ele estava escalado para ajudar no show da baleia assassina, uma das maiores atrações do parque, naquele dia.
O show tinha um tratador provocando a enorme criatura. A maior parte dos funcionários ficava fora do tanque, mas não ficaram surpresos ao ver um numa roupa de banho dentro da água com Kai.
Além do fato de que ele era igual a todas as fotos que Callie tinha encontrado, incluindo a de sua carteira de motorista, não havia como questionar que ele era seu alvo. Ele tocava a baleia frequentemente e parecia estar falando com ela, de vez em quando desaparecendo sob o animal e aparecendo do outro lado do tanque. Ocasionalmente ele acenava para a plateia, mas parecia muito mais atento ao trabalho.
Era um show de entretenimento; tanto Callie quanto Oliver gostaram. Depois, enquanto o resto da plateia se dispersava, eles se aproximaram de um funcionário do parque e perguntaram se podiam cumprimentar a pessoa que estava na piscina e tinha tratado Kai com tanto cuidado e habilidade. Reconhecendo potenciais doadores quando via um, a atendente os levou até o novo recruta da Liga.
"Arthur Curry? Ou você prefere ser chamado de AC?"
Ele se virou para olhar para o casal que se aproximava dele. Os dois pareciam mais do que simples visitantes do parque.
"Depende de quem está perguntando. Meus amigos me chamam de AC." Seu tom deixou claro que ele não lhes dava o mesmo status.
O homem assentiu, tirando o óculos. "Gostamos do show. É um prazer ver seu trabalho com Kai."
"Você é muito habilidoso com animais", acrescentou a mulher, que não tirou os óculos. "Quase parece que você pode se comunicar com eles."
"Eles são inteligentes, e têm sua própria linguagem. Qualquer um que se importar em ouvi-los pode se comunicar com eles."
"Mas é bem mais fácil pra você, não é? Estar na água é tão natural pra você como estar fora dela."
"O que eu posso fazer por vocês?" ele perguntou abruptamente. Não sabia quem eram esses dois ou o que queriam, mas estavam começando a irritá-lo.
"Estamos aqui pra te oferecer um emprego."
"Eu tenho um emprego."
"Um que utiliza seus talentos e habilidades. TODAS elas", Oliver respondeu calmamente. "E este trabalho poderia ser uma extensão do que você já faz."
Eles se apresentaram, sem dizer o nome de Callie, e apresentaram sua proposta. AC ouviu impaciente, mãos nos quadris, interrompendo só pra perguntar como o tinham encontrado. Eles lhe deram a mesma resposta que deram a Bart.
"Sério?" ele finalmente disse. "Vocês já conseguiram que alguém se junte a vocês? Ou você falou mais do que está me falando, ou ele é idiota."
"Nenhum dos dois, na verdade", disse Callie.
Oliver correu a mão pelo cabelo. "Olha. Você sabe, pelo seu ativismo, que o governo tem recursos limitados e nem sempre usa esses recursos do jeito que gostaríamos. Sabemos que você luta em defesa dos animais e da conservação ambiental, e existem muitas outras causas que não recebem dinheiro e nem a atenção que merecem. Nossa equipe não responde a ninguém, então temos liberdade pra direcionar nossos recursos do jeito que quisermos. Temos algumas prioridades maiores pra cuidar inicialmente, e não vou te dizer que vai ser uma democracia, mas eu posso te prometer que você vai ter opinião e voz em decidir por quais causas vamos lutar."
"E tudo isso parece ótimo, bom demais pra ser verdade, mas como eu sei que você não está só me dizendo o que eu quero ouvir?" AC perguntou, ainda soando impaciente mas um pouco menos hostil agora. "Você não tem um histórico, nenhum registro pra eu ver se suas palavras significam alguma coisa."
"Bem, é assim que se começam as coisas", Oliver disse. "Mas você pode olhar meu registro. Eu venho aparecendo bastante na mídia há uns seis ou oito meses por lutar contra Lionel Luthor e sua empresa e expor sua corrupção."
AC olhou pra ele mais atentamente. "Ah é, você é aquele cara", ele disse. Ele olhou para Callie. "E você?"
"Ela também tem um registro impressionante, mas por motivos de segurança, você não vai ouvir a não ser ou enquanto não se juntar a nós", Oliver disse antes que Callie pudesse responder.
"Desculpe, terei que dizer não", AC disse. "Sem ofensa, mas vocês estão me pedindo pra confiar em vocês quando eu não sei nada sobre nenhum dos dois. Obrigado por pensarem em mim. Boa sorte com seu projeto."
Ele estendeu a mão; depois de um momento, Oliver a apertou. AC apertou a mão de Callie também.
"Aqui está meu cartão", Oliver disse. "Se mudar de ideia, me avise."
"Claro. Desculpem terem perdido a viagem."
Oliver e Callie sorriram enigmaticamente a isso. "Não foi perdida. Eu te disse, gostamos do show."
AC os observou sair, imaginando, por alguns segundos, se estava cometendo um erro.
*-*-*-*
No carro, Oliver olhou para Callie. "Está preocupada?"
"Ainda não. Se minha teoria sobre os eventos paralelos não se confirmar, então vou me preocupar."
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Bart é uma coisa hahaha
ResponderExcluirÉ legal vê-los recrutando... e que bom estão confortáveis... caminhando no rumo certo =D
Aguardando...
GIL
Verdade, no ritmo deles, ou melhor, no ritmo da Callie... também adorei essa parte do recrutamento... :D
ExcluirVou tirar o atraso da fic lá embaixo rs
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