Refraction (5/14)

Título: Refração

Resumo: Sequência de Mirror Image. Oliver convence Callie Donovan a se juntar a ele na formação de sua própria Liga da Justiça, mas quando descobrem que Clark Luthor encontrou uma segunda caixa espelhada, o seguem até a Terra 1 para alertar suas contrapartes.

Autora: fickery
Classificação: NC-17 (nos últimos capítulos)
Personagens/Pares: Ollie/Chloe, Lois/Clark, Tess/Emil, Justice League; Oliver/Callie, Justice League, Lois, Clark Luthor, Lionel Luthor, Tess Luthor
Categoria: AU, drama, angst, romance
Aviso: spoilers até Finale, mas como sempre eu tomo muita liberdade com os acontecimentos da série e a cronologia
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Victor era o próximo da lista, mas Callie já vinha trabalhando nele. "Ele é hacker, eu sou hacker", ela disse a Oliver. "É a isso que ele vai responder; é como vamos conseguir trazê-lo."
Depois de encontrá-lo, ela criou outra identidade online e o seguiu pelos vários fóruns e blogs nerds e de tecnologia, provocando-o a conversar com ela - e bajulando seu ego - e então o desafiando a descobrir quem ela era e onde estava. Ela deixou dicas por toda tecnosfera, sempre usando o mesmo nome para a busca ser possível, levando-o a várias frentes de pesquisa, as pistas que ela ia deixando o levando a becos sem saída.
Era uma questão de habilidade, sutileza, timing e psicologia, e ela estava se divertindo muito com isso.
Ela chegou a casa de Oliver para o jantar semanal - desta vez no domingo - com seu laptop e começou e ligar tudo no balcão da cozinha, girando o volume ao máximo.
"Ei", ele protestou. "Nada de trabalho na noite de filmes. A noite de filmes é sagrada. O que você está fazendo?"
Callie lhe deu um sorriso que chegava muito perto do malicioso, pra ela. Ela não podia evitar; estava provocando Victor há uma semana agora. "Estou pedindo uma exceção especial. Victor está caçando a si mesmo, mas ele é super esperto e extremamente talentoso e eu só preciso reagir bem rápido se parecer que ele está perto de me descobrir."
Ele deu risada, encantado com esse lado mais brincalhão dela. "Ok. Uma única exceção. E eu espero que isso não signifique que você vá olhar para o monitor a noite toda."
"Ah, não. Eu coloquei alarmes. Acredite, eu vou saber se ele ultrapassar um deles."
Ela praticamente cumpriu sua palavra, checando o computador só umas duas vezes que ele tenha visto. Eles estavam fazendo Fajitas esta noite, então ela se ocupou cortando vegetais e fazendo o molho sob a supervisão dele, enquanto ele preparava a carne e fazia as tortilhas.
Ela estava mais confortável na cozinha, embora ainda não se considerasse uma cozinheira ou nada perto disso, e ele tinha lhe comprado um avental pra usar enquanto cozinhava na casa dele (tinha os dizeres 'Garota Esperta' e o desenho de um passarinho amarelo fofinho usando um óculos gigante. Ela amou).
Ele olhou pra ela agora, adoravelmente mordendo o lábio em concentração enquanto media os ingredientes, e teve que se segurar na beira da pia para não pressioná-la contra o balcão e beijá-la.
Pelo menos ela estava mais confortável com ele agora. Tinha parado de usar as roupas super largas e usava camisetas normais e jeans, e tinha começado a tirar os sapatos assim que saía do elevador. Não estava mais receosa em tocá-lo ultimamente - ele a cutucava quando estavam brincando, e trombavam na cozinha o tempo todo, e ele tinha certeza que não era imaginação sua que eles estivessem sentando mais perto quando assistiam os filmes. Ela não era mais tão cautelosa com a bebida; algumas vezes eles terminavam uma garrafa de vinho e abriam uma segunda. Ela sorria e dava risada mais facilmente agora, tanto ali quando na Watchtower.
Pequenas vitórias individuais, mas juntas indicavam a ele um progresso real.
*-*-*-*
Alguns dias depois veio o alerta que eles estavam esperando. "Tem certeza que não quer que eu vá junto?" Callie perguntou.
Oliver balançou a cabeça. "Obrigado, mas tenho a sensação que essa tem que ser uma conversa de homem pra homem."
"Ok. Me avise se precisar de algum suporte técnico."
"Acredite, você sempre será a primeira a saber."
*-*-*-*
"Arthur Curry?"
"Sim?" ele disse, levantando-se do banco de pedra.
O policial do outro lado das grades abriu a porta da cela e a segurou aberta. "Alguém pagou sua fiança."
Enquanto saía da mesa da recepção, ele olhou ao redor procurando por um dos advogados que normalmente representava o grupo ambiental de graça. Mas a única pessoa na sala que ele reconheceu não era quem ele esperava ver.
"Sr. Curry", o homem mais alto disse, levantando-se da cadeira de plástico.
Para irritação de AC, quem o tinha liberado estava tão a vontade naquela delegacia quanto estaria em um iate ou algo assim. Ah sim, AC tinha pesquisado sobre ele depois do encontro que tiveram. "O que você está fazendo aqui?"
"Pagando sua fiança."
"Por quê?" ele perguntou, sua mandíbula levemente travada. Ele não gostava da ideia de ficar em dívida com este cara.
Oliver Queen deu alguns passos na direção dele e parou, mãos nos bolsos. "Pela mesma razão que eu fui atrás de você antes. Eu poderia precisar de um homem com suas habilidades na minha equipe. Considere isso uma demonstração de boa fé."
AC olhou pra ele por um longo momento. Oliver esperou, parecendo tranquilo.
"Eu não estou dizendo sim", AC disse finalmente. "Mas estou disposto a ouvir. Tem um restaurante vinte e quatro horas a dois quarteirões daqui que faz uma omelete vegetariana de matar. Está a fim?"
"Me mostre o caminho."
*-*-*-*
Na manhã seguinte, em Metrópolis, Callie estava checando os emails em seu telefone enquanto esperava para pedir seu café. Vendo-a em seu lugar de sempre, um dos baristas apontou pra ela.
"Café com leite e avelã e um muffin de noz e banana, certo?"
"Certo", ela disse, sorrindo de volta.
"Por que você não dobra o pedido", uma voz masculina disse atrás dela. "A dama vai me pagar o café."
Ela gelou por um segundo, então lentamente se virou para olhar. Seus olhos arregalaram.
"Vejo que você me reconhece", ele disse.
O barista estava tentando chamar sua atenção. "Hum, senhorita?"
"Sim", ela disse, sem tirar os olhos de seu novo amigo. "Sim, tudo bem, por favor dobre o pedido. Eu estou... pagando o café para este cavalheiro."
Ela pagou e então foram esperar os pedidos. Num mútuo consentimento tácito, eles permaneceram em silêncio até os pedidos serem servidos e foram para uma mesa no canto, onde não havia ninguém por perto.
"Não fomos apresentados formalmente. Eu sou o HomemDeLata2000, também conhecido como Victor Stone. Mas então - você já sabia disso."
Ela assentiu, tirando a tampa do café. "Callie Donovan", ela disse, não se importando em usar seu nome virtual.
"Sério? Porque achei que estivesse falando com Chloe Sullivan."
Ela parou, copo a meio caminho da boca. "Você é bom", ela disse depois de um momento, inclinando a cabeça para o lado. "Estou impressionada."
"Você também é muito impressionante, senhora", ele disse, um risinho levantando um canto de sua boca. "Ninguém conseguia me dar tanto trabalho assim desde..."
"...desde seu acidente?" ela disse, tomando um gole.
Ele começou a desembrulhar o muffin. "Acho que poderíamos sentar aqui e revelar nossas cartas uma a uma, mas por que você não vai direto ao ponto e diz o que quer comigo?"
"Um amigo e eu estamos montando uma equipe. Para combater pessoas como as que me fizeram criar meu próprio Programa de Proteção a Testemunha. As que as autoridades tradicionais não combatem porque não podem ou não querem. Ou porque não são preparadas pra fazerem o trabalho."
Ele olhou pra ela. "E a base dessa sua equipe simplesmente acontece de ser na mesma cidade onde um tipo de vigilante Robin Hood estreou recentemente?" Ela usou sua expressão mais inocente mas não respondeu.
"Então, por que eu?" Ele tomou um grande gole do café.
"Suas habilidades podem ser úteis."
Ele deu risada. "Eu não acredito que você esteja falando de minhas habilidades como hacker."
"Bem, não ia doer", ela assegurou. "Eu sou a tecnológica da equipe, mas não sou tão territorial que não pudesse apreciar um pouco de ajuda. Alguém pra liderar planos, dar ideias." Ela olhou dentro do olho dele. "Alguém que possa se plugar diretamente em um servidor."
Ele riu abertamente a isso. "Parece que você está planejando mexer em casa de marimbondo, Srta. Tecnológica."
"Eu mencionei que seria um trabalho assalariado? Com uns dispositivos divertidos e benefícios que vêm junto com o perigo e infringir a lei?" ela tentou.
"Agora como diabos eu posso dizer não a isso?"
Sorrindo, ela empurrou seu muffin intocado pra ele. "Você não pode."
*-*-*-*
Dinah foi o último alvo. Seu trabalho como comentarista política e personalidade da mídia a levava a todos os lugares do país, mas comparando suas viagens e agenda com os registros da polícia local, companhias de alarme e registros de empresas de segurança, não foi muito difícil ver que ela vinha combinando suas viagens de negócios com, bem, seus outros negócios.
"Rebelde sem causa", Callie observou, observando os dados. "Não é surpresa nenhuma considerando as visões políticas dela..." -- ela não podia resistir a leve farpa -- "...mas ela parece não saber separar o joio do trigo. Algumas das pessoas pra quem ela vem fazendo 'favores' podem ser rastreadas direto até a LuthorCorp." Não havia muita diferença entre as versões de Dinah Lance da Terra 1 e da Terra 2, em outras palavras.
Pelo menos sua forte falta de lealdade tornou seu recrutamento mais fácil. Pega de surpresa - tanto deslumbrada quanto frustrada por uma combinação de flechas cheias de truques e cargas elétricas, e Callie se infiltrando no sistema de segurança do prédio em que ela estava tentando entrar - ela foi receptiva a discussão, e a oferta de membro permanente em uma equipe com estrutura e liderança e missões reais de Oliver foi muito apelativa para deixar passar.
*-*-*-*
Eles levaram todo mundo para a Watchtower para fazer as apresentações. "Bem-vindos a primeira reunião oficial da Liga da Justiça", Oliver disse. Ele deu um olhar de lado para Callie e um pequeno sorriso; só os dois sabiam que essa era a segunda reunião oficial da equipe. "Esta reunião servirá pra vocês como uma reunião instrucional, mas também será sua primeira oportunidade de começar a conhecer o resto de seus colegas."
Os recém-chegados estavam todos se entreolhando, interessados mas cautelosos, recostando-se contra os vários móveis ou parando com os braços cruzados numa tentativa exagerada de parecerem casuais. Oliver andou ao redor do círculo, pedindo que eles se apresentassem e descrevessem suas habilidades ou poderes.
Nenhum deles jamais havia conhecido outro meta-humano ou tinha ouvido o termo antes. "Eu tenho que admitir, é bom saber que não sou a única aberração do mundo", Dinah declarou. Os outros assentiram concordando.
"Existem mais metas no mundo do que os que estão nesta sala", Callie disse a eles. "Nunca conheceremos a maioria deles, porque metas se escondem pra protegerem seus poderes e identidades, como vocês fazem. Vamos continuar a procurar por eles e tentar recrutá-los para a equipe. Alguns deles, como Clark Luthor - embora tecnicamente ele seja um alien, não um meta - preferem usar suas habilidades para ferir as pessoas, não para ajudá-las. São nestes que precisaremos ficar de olho."
AC se dirigiu a Oliver. "Quando nos conhecemos, você falou sobre algumas prioridades da equipe. Quais são elas?" Os outros olharam interessados na pergunta também; até Bart sossegou, esperando pela resposta.
"Os Luthors", Oliver disse. "Lionel e Clark, pra ser mais específico. Desde que eu os expus, a força de Lionel em Metrópolis diminuiu um pouco, mas ele continua rico, poderoso e conectado. E Clark, também conhecido como Ultraman, foi virtualmente varrido da área, mas existe um mundo inteiro pra ele ferrar. Ele é tão cruel quanto Lionel, mas com super poderes, e diferente de Lionel, ele não se importa em sujar as mãos." Ele e Callie contaram a eles sobre as tentativas de Lionel de matá-los, e o que levou Oliver a expor os dois e o que levou Callie a se esconder.
"Todos vocês receberão codinomes e uniformes, para ajudar a proteger suas identidades", Callie disse. "Alguns de vocês têm mais a perder do que outros se forem descobertos." Ela olhou para Dinah que lhe deu um sorriso amargo em retorno.
"Espera. Como assim, vamos receber codinomes?" Bart perguntou. "Não podemos nós mesmos escolhê-los?"
"Provavelmente não", Oliver respondeu. "Temos razões pra isso, que vamos contar numa outra reunião. Seu codinome, por falar nisso, é Impulse."
Bart fez cara feia. "O que, como se eu tivesse déficit de atenção ou alguma coisa assim?"
"Não", Callie o corrigiu. "Como um impulso neurológico. Rápido como o pensamento."
Ele levou alguns segundos para refletir mas cedeu quase imediatamente. "Ah, sim, isso é legal. Pra mim tudo bem."
"Você é Aquaman", Oliver disse a AC. O jovem ergueu uma sobrancelha, parecendo pensar em discutir. "A não ser que você prefira que sigamos uma rota mais mitológica, ou que tomemos o rumo das piadas idiotas com peixes."
AC abriu a boca, então parou, parecendo desconfortável. "Sim, acho que entendi", ele concedeu. "Tudo bem."
"Victor? Você é Ciborgue", Callie disse.
Um enorme sorriso se espalhou pelo rosto dele. "É bem legal e poderoso. Eu fico com esse."
"E Dinah? Você é Canário Negro."
Dinah inclinou a cabeça, olhando para a distância enquanto ponderava. "Acho que eu gosto", ela disse.
"Ótimo", Oliver disse. "Para os que não estão acompanhando o noticiário, eu sou o Arqueiro Verde. E Callie é a Watchtower. Ela será seu olho no céu, a voz em seu ouvido, nossa conexão e fonte de informação. Suas ordens têm que ser seguidas, tanto quanto as minhas. Entendido?" Acenos de cabeça de todos ao redor.
Callie começou mostrando imagens nos monitores maiores. Ela mostrou os horários de treinamento, protocolos de comunicação e o esquema de segurança da Watchtower. Então ela e Oliver foram para o arquivo Luthor 101: seus negócios iniciais, os legítimos e públicos primeiro, as empresas de fachada e corporações criminosas em seguida.
"Vocês todos deveriam andar com Kriptonita quando vierem pra cá", Oliver alertou. "Pra ser honesto, seria uma boa ideia criar o hábito de usar o tempo todo: Ultraman é quase tão rápido quanto Bart, e realisticamente vocês podem encontrar com ele em qualquer lugar do mundo."
Dinah estendeu um braço para mostrar um bracelete no estilo algema que tinha uma pedra de meteorito. "Já cuidei disso."
"Arrebentou", murmurou Victor.
"Exemplo", concordou AC. Dinah deu risada.
Houve várias perguntas, que levaram a mais discussão e mais perguntas, mas finalmente pareceu que eles cobriram o básico. Callie serviu cervejas e lanches, recebendo uma resposta entusiasmada, e todo mundo relaxou, caindo numa conversa mais casual.
AC e Victor, que vinham se medindo pela última hora, entraram numa conversa animada sobre o ranking do Campeonato de Luta. Bart usou a oportunidade pra flertar um pouco mais com Callie, seus elogios exagerados a fazendo dar risada. E Dinah foi se juntar a Oliver.
Enquanto observava a outra mulher conversando, jogando a cabeça pra trás pra sorrir pra ele, Callie pensou no pequeno arquivo que tinha encontrado nas anotações de Chloe, um arquivo que ela tinha certeza que Oliver nunca tinha visto. Tinha uma foto da Dinah da Terra 1, e também era encriptado; quando ela o abriu, acabou sendo nada mais do que uma série de emails casuais entre Ollie e Dinah: parcialmente sobre negócios, parcialmente amigável. Parcialmente flertes.
Os registros de data pareciam indicar que tinha sido uma troca feita bem antes de Ollie e Chloe ficarem juntos. Não havia mais nenhuma informação adicional, mas ela não precisava de nenhum comentário editorial de Chloe pra entender o que sua contraparte estava tentando lhe dizer:
Se você se importa com Oliver, cuidado: ela também o quer.
Embora apreciasse o alerta de Chloe, ele não era necessário, porque ela e Oliver não tinham esse tipo de relacionamento. Resolutamente ela ignorou o aperto em seu estômago enquanto os observava discretamente, a mesma resposta que ela tinha quando Oliver conversava com ela sobre sair com outras mulheres para manter as aparências.
Não é da minha conta, ela disse a si mesma. Ele pode namorar quem ele quiser.
Claro, não era uma ótima ideia ele começar um relacionamento com um membro da equipe quando estavam começando, tentando formar um grupo. Se parecesse que algo estava acontecendo entre eles, ela pontuaria isso a Oliver.
Pelo bem do time. É claro.
Depois que todo mundo se dispersou, ela e Oliver limparam tudo e conversaram sobre a reunião. "Acho que correu tudo bem, você não acha?" ela perguntou a ele.
"Acho. Eu tenho uma boa sensação em relação a isso."
Eles conversaram abertamente sobre suas impressões sobre os outros, concordando que Victor ia querer racionalizar as ações do time, mas também era bem tranquilo. AC e Dinah iam querer discutir também, e eram de certo modo imprevisíveis dada a forte - e largamente oposta - visão política que tinham.
"Eu imagino que haverá um dia, provavelmente no começo, quando um deles vai querer questionar a ordem em uma situação, e a resposta terá que ser, 'Porque eu sou o líder da equipe e estou mandando' ", Oliver disse.
Callie deu risada. "Eu estava pensando a mesma coisa."
Bart seguiria as ordens, mas talvez nem sempre de um jeito previsível. Sobre como eles trabalhariam juntos, como uma unidade? Só o tempo diria.
"Outro dia histórico para nosso pequeno clube", Oliver disse. "Eu percebi que você tomou só uma cerveja. Importa-se em brindar a ocasião com um bom uísque de novo?"
"Está monitorando meu álcool agora?"
"Não, nada disso", ele protestou. "Eu só... passamos muito tempo juntos, e eu... percebo as coisas sobre você. Só isso." Ele pareceu envergonhado, relutante em continuar a discussão.
Um pequeno calor dissolveu o nó em seu estômago. Ele percebia coisas sobre ela? Talvez Dinah não fosse ser um problema como temia. "Eu definitivamente acho que precisamos celebrar a ocasião, sim", ela disse. Ele encontrou seu sorriso com um dos dele.
*-*-*-*
As primeiras sessões de treinamento, eles decidiram, consistiriam em algumas noites regulares de patrulha. Embora Oliver estivesse variando sua rotina, sem dúvida ainda havia policiais e repórteres esperando pacientemente toda noite para pegá-lo em ação. Callie se divertia em pensar em como eles reagiriam quando descobrissem que havia múltiplos relatos de atividade vigilante acontecendo por toda cidade quase simultaneamente.
Para a primeira noite, Oliver e Dinah iam cobrir o centro da cidade; Vic ficou com a área industrial, AC com as docas, e Bart no distrito internacional, mas iria para outros lugares se fosse necessário.
Enquanto se moviam para suas posições, Callie se centrou e respirou fundo algumas vezes. Isso seria muito de uma vez só. Agora é que vamos ver se eu realmente sei fazer meu trabalho.
Correu tudo bem. Houve algumas falhas técnicas, claro: Bart esquecia de seu codinome e teve que ser relembrado algumas vezes - "Ei, Ligeirinho, ela está falando com você", AC disse - e Dinah ficou um pouco entusiasmada de mais em pegar um grupo que iria roubar carros e que fizeram muitas declarações inapropriadas sobre a roupa dela, e teve que ser chamada de volta antes que os policiais chegassem, mas no geral, não tinha sido uma primeira noite ruim. E Callie descobriu, para seu alívio, que podia de fato fazer o trabalho.
A cobertura da imprensa na manhã seguinte, como previam, era confusa. Especulava-se que o Arqueiro Verde tinha plantado iscas ao redor da cidade; que o Ultraman tinha de algum jeito retornado; e finalmente, que havia outros vigilantes além do Arqueiro Verde na cidade.
"Todos aqueles pobres jornalistas nem sabiam mais para onde apontar as câmeras", Oliver disse a Callie, fingindo simpatia.
Ela deu risada. "Isso deduzindo que eles consigam segurá-las pra começo de conversa." Bart esteve ocupado na noite anterior; quando não estava diretamente frustrando os bandidos, estava passando por todo mundo que tinha uma câmera apontada para os telhados e pegando-as deles, gentilmente as colocando no chão uns dois quarteirões de distância e acenando pra eles com um sorriso no rosto antes de desaparecer.
Ela estava parada na pia, lavando os copos da noite anterior. Oliver tinha insistido que fizessem o agora-tradicional brinde de comemoração ao time. "Você sabe que logo estaremos bebendo uísque pra comemorar o simples fato de que é terça-feira", ela brincou.
Ele sorriu a isso, mas balançou a cabeça sério. "Nada. É como quando você tem um filho. Você sabe que vai ter primeira vez para um monte de coisas, e quer aproveitar cada uma delas."
Pela no mínimo, décima vez, ela se perguntou como sua prima podia ter deixado este homem, e como ela podia possivelmente pensar que encontraria um melhor.
_____Seis
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