Título: Repentina Luz do Sol
Resumo: Sequência de Sleepless Smiles. "Ele a aceitou, passando o braço ao redor dela e não se mexeu a noite inteira. Chloe estava se enganando se achava que queria isso apenas desta vez. Mas sério... Quanto tempo mais isso ia continuar antes da ficha cair?"
Autora: serafina19
Autora: serafina19
Classificação: PG
Linha de tempo: Entre Charade e Sacrifice.
Então, o que eu faço com esta
Repentina explosão da luz do sol e eu com meu guarda-chuva
Indo contra o que o meteorologista previu
Eu estava pronto para a chuva, mas não para a primavera voltar
Stray Italian Greyhound: Vienna Teng
Ainda era muito cedo quando o sol entrou pelas cortinas da Torre do Relógio, acordando Chloe momentaneamente. O relógio marcava seis da manhã, confirmando seus pensamentos, ainda assim tinha dormido melhor do que a semana inteira, aliás do que o mês inteiro.
Então ela tinha sentido falta dele, e daí? Uma pergunta melhor era porque era tão difícil admitir isso pra ele?
Talvez um pouco.
Que tipo de resposta era essa?
Apoiando-se em um cotovelo, Chloe olhou para Oliver, ainda dormindo pacificamente. Ele correu os dedos pelo cabelo dele. Sentindo-se sorrir enquanto trabalhava os dedos um pouco mais, então ela sussurrou. "Você tinha que simplesmente aparecer, não é?"
Ela pensou que estava bem agora, meio que vivendo em sua torre de marfim. A base de dados, o prédio, poderiam representar apenas um fragmentado, fracassado final feliz, ainda assim de algum modo a Watchtower tinha se tornado um porto que Chloe podia chamar de lar.
O alerta do Dr. Destino foi devidamente anotado, mas Chloe sabia que era esperta o suficiente para não repetir a história. Só porque ela tinha respostas não significava que era louca. Ela era independente, desconfiada das pessoas que insistiam em partir.
Mesmo que Clark tenha voltado, isso não significava que ele não iria jogar tudo para o alto e partir novamente. Por mais que fosse doloroso admitir, as coisas entre ela e Clark continuavam tensas e sua amizade nunca mais seria a mesma.
Mesmo que ela juntasse o time novamente, não ficaria surpresa se eles partissem mais uma vez, para missões ou outra separação. A única razão de ela ter feito isso foi porque o mundo precisava deles, nada mais.
Mesmo que ela tenha tirado Oliver do caminho sombrio e desnecessário que ele estava trilhando, tudo que ela esperava era um obrigado. Pela primeira vez, Chloe de fato entenderia. Mas aparentemente não era o mesmo para Oliver.
Ele simplesmente... não parava quieto. Primeiro houve os olhares sutis, então os cafés, e então ele a forçou a sair para almoçar. Ele até sugeriu um jantar e assistir um filme, com comida chinesa de seu restaurante favorito. Chloe achou que era porque ele estava agradecido, mas isso nunca parou. Uma vez por semana, ele a arrastaria pra fora da alcova para almoçar, tomar luz do sol, uma faceta da vida que Chloe não tinha experimentado muito no último ano.
Com a ameaça de Zod, mais e mais horas eram passadas dentro da Watchtower, significando que ela não saía muito, e quando o fazia, era para buscar café no meio da noite de seu vendedor de rua preferido. Então toda vez que eles deixavam a Watchtower durante o dia, Chloe sentia os olhos estreitarem enquanto ele a conduzia pela rua com um sorriso no rosto. Ela podia imaginar sua expressão idiota enquanto os olhos se ajustavam à luz.
Era provavelmente o mesmo olhar ridículo que ela tinha no rosto agora enquanto o observava dormir. Afastando a mão, seu sorriso sumiu. Agora não, ela pensou.
Deitando-se de volta no colchão, Chloe suspirou baixinho e olhou para o teto. Parte dela queria saber onde ele estava antes, e porque a tinha escolhido agora. Ela estava uma zona depois que sua vida desmoronou, arruinando tudo que era dela, o que ela pensou, não era muita coisa.
Um casamento do qual ela se arrependia todo dia? Confere. Um cara que de interessado nela passou a querê-la morta? Confere. Clark se distanciando de sua vida enquanto brincava com as outras mulheres da vida dele por causa de seu segredo? Confere. Sangue em suas mãos? Mais do que ela gostaria de admitir.
Mas Oliver a viu em meio àquela bagunça, se recusou a deixar Chloe se afundar na realidade virtual. Embora em um dia ele estivesse a mesma bagunça que ela, Oliver colocou tudo isso de lado. A próxima coisa que ela sabia, ele estava transformando todos os seus nãos em talvez, derrubando todas as suas paredes de proteção, reescrevendo as regras de seu arranjo. E ela o estava deixando fazer isso.
Virando a cabeça na direção de Oliver novamente, ela revirou os olhos. Quem ela estava enganando? A palavra 'arranjo' sumia a cada segundo porque ele não lhe dava ouvidos. Não era só a colher, era seu comportamento, o fato de ele se importar, de ele perceber as pequenas coisas. Era o fato de ele ser tudo que ela procurava em uma pessoa; é só que não era uma situação que fosse de fato funcionar.
Por favor, agora não.
O mundo era sempre uma zona, por isso que amigos com benefícios funcionava tão bem. Por isso que ter um arranjo com Oliver fazia sentido. Ele entendia sua situação, ela entendia a dele, não havia segredos, nada de desculpas esfarrapadas ou razões estúpidas para mentir. Mas novamente, Chloe não fazia ideia quando o homem tinha mais tempo para administrar a Queen Industries, e ela não tinha certeza se deveria se sentir lisonjeada ou assustada por perceber que Oliver passava mais tempo com ela agora.
O que ela sabia era o quanto ele a fazia parecer boba. Ela não podia fazer isso agora; os sentimentos que ameaçavam tomar a superfície não faziam nenhum bem. No fundo, eles tinham muito em comum, mas ela não podia ser aquela garota ao lado dele no pódio. Chloe aprendeu muito cedo que estava destinada a ficar nas sombras e agora que tinha abraçado isso... ele apareceu.
Além do mais, isso não tinha sua cara; Chloe não era o tipo que se apaixonava por bilionários charmosos. A experiência lhe ensinou isso, e mesmo que Oliver não fosse nada do que os jornais diziam, era só uma questão de tempo antes de ele voltar para Star City, deixar Chloe pra trás em Metrópolis assim como tinha feito com Lois.
Então, o que ela deveria fazer agora?
Ela podia negar o quanto quisesse, mas tinha se apaixonado... mesmo. Como ela poderia não se apaixonar? Chloe esta pronta para o fato de que o mundo nunca iria mudar, seria sempre caótico e sua vida amorosa era mais tóxica do que qualquer substância letal.
Mas Oliver trouxe a esperança de volta a sua vida. Ele tornou certas impossibilidades mais prováveis, como sua crença de que ela poderia se apaixo--
Não.
Ela não podia fazer isso. Chloe não podia acreditar que isso ia durar pra sempre, porque não ia durar.
Afastando o braço dele do corpo dela, Chloe lentamente se levantou da cama, pela primeira vez não se importando em encontrar uma camisa larga ou um robe já que ela ainda estava vestida. Saindo do quarto, Chloe foi até o terraço, assistir o nascer do sol.
É tudo culpa sua, ela quase se percebeu murmurando, mas Chloe percebeu que não podia culpar uma mensagem de texto ou um nascer do sol por isso, não importa o quanto quisesse. Era tão simples, um sentimento doce, e oito palavras que de fato a fizeram sorrir.
Você deveria ver a cidade aqui de cima...
Mesmo pensando nisso agora, Chloe queria ter a vista que ele tinha, talvez até vê-lo com a vista diante dela. De volta a esquina onde ela primeiro leu a mensagem, a imagem surgiu em sua mente bem antes de Lois se declarar adiantada. Era uma declaração inexata, mas ela de algum jeito perdeu a reação de Chloe, o que funcionou pra ela porque de jeito nenhum ela queria sua prima percebendo qualquer reação sua. As coisas já estavam difíceis do jeito que estavam.
Só desta vez, ela sussurrou mais cedo antes de se aconchegar nele, seus olhos ficando pesados. Ele a aceitou, passando um braço ao seu redor e não se mexeu a noite inteira. Chloe estava se enganando se achava que queria isso só desta vez. Mas sério... quanto tempo mais isso ia continuar antes da ficha cair?
"Não é a vista de Star City, mas eu admito, Metrópolis tem seu charme."
Chloe suspirou, tentando esconder o sorriso que a escapou novamente, mas falhou miseravelmente. Virando-se, ela viu Oliver parado ali sem nenhuma preocupação no mundo. "Eu não te acordei, acordei?"
"Não", Oliver respondeu, aproximando-se de Chloe, percebendo que seus olhos ainda estavam cansados. "Você deveria estar dormindo."
"Você também", Chloe contrapôs. Olhando de volta para o horizonte, ela não podia deixar de pensar na mensagem, a razão de ele a ter pego sorrindo na Watchtower. "Você sente falta? De Star City?"
Foi o momento em que Oliver percebeu o que se passava na mente dela, porque ela o deixou sozinho na cama. "Claro", ele respondeu honestamente. Mas isso não o impedia de apreciar o que estava bem em sua frente, o que não havia em Star City.
Chloe viu o sorriso dele sumir, um sinal que ela tomou como saudade de casa. "Então um dia... você vai voltar, certo? É seu lar afinal."
Oliver entendia a razão do que ela dizia, já que ele nunca esperou ficar tanto tempo em Metrópolis, mas ele também percebeu o desapontamento nos olhos dela enquanto olhava pra baixo momentaneamente. "Até onde eu sei, lar é onde eu deito minha cabeça no travesseiro, e tem dias onde Metrópolis ocupa esse lugar."
"Sério?" Chloe perguntou, estreitando um pouco os olhos. "Depois de tudo que aconteceu?" Não era como se o último ano tivesse sido fácil pra ele. Desde Lex, Doomsday, as coisas andavam tensas, então o fato de Oliver parecer calmo sobre isso, chamando a cidade do estranho de lar, parecia ter alguma coisa errada pra ela.
"No momento, há uma razão pra eu ficar." Ele disse olhando dentro de seus olhos, não esperando que ela entendesse exatamente. Que isso era consequência da situação deles. Oliver deu risada baixinho, apoiando a testa na dela. "Além do mais, você esquece que eu passei anos numa ilha. A vez que você me salvou de mim mesmo... nem se compara."
Chloe sentiu as sobrancelhas levantarem levemente, sabendo que não importava porque ele não poderia ver sua reação. "Verdade?"
Oliver sorriu momentaneamente enquanto descansava alguns dedos sobre a orelha dela, tirando um pouco de cabelo para o lado. "Não estou dizendo que sou mal agradecido, mas não foi o pior evento da minha vida."
Uma tomada de ar foi a única reação de Chloe antes de se afastar. Foram só uns dois passos no máximo, mas ela podia sentir o gosto amargo na boca. "Ollie, eu sinto muito." Era uma manhã linda e apesar da confusão que Chloe estava sentindo, o otimismo estava no ar. Permitir que a conversa voltasse até a morte dos pais dele não estava na agenda.
"Não sinta", ele respondeu, fechando a distância de novo, agradecido por Chloe manter a posição. Passando um braço ao redor dos ombros dela, ele a puxou contra sua lateral, olhando momentaneamente para as cores brilhantes do ar. "Você pode se culpar por muita coisa, Chloe Sullivan, mas aquilo aconteceu fora do seu controle." Virando a cabeça na direção dela, ele percebeu que sua expressão ainda não tinha melhorado. Parando na frente dela, bloqueando a visão, Oliver correu um dedo por seu rosto. "Você está bem?"
Ela fechou os olhos quando sentiu o contato, sentindo a paz enquanto seus olhos descansavam mesmo que só por um segundo. "Estou."
Dando risada baixinho, Oliver se inclinou pra dizer suavemente. "Você é uma péssima mentirosa, Chloe. Ainda pior quando está cansada."
Não era uma surpresa pra ela que Oliver não tivesse acreditado, mas tudo que ela podia fazer era dar de ombros. "Eu dormi pelo menos quatro horas, é um recorde atualmente."
"Oito horas", Oliver foi rápido em pontuar. "Foi o combinado."
Chloe bufou ao lembrar da conversa que tiveram na Watchtower. "Aquilo não foi um combinado... foi uma conversa sem importância." Pelo menos da parte dela.
"Foi um desafio", ele justificou, relembrando o contexto, junto com sua resposta na ocasião. "Eu não quero nossa Watchtower privada de sono quando precisamos mais dela." Ele beijou sua testa gentilmente, dando um risinho e se afastando. Na porta, Oliver parou para olhar pra trás, percebendo que ela tinha virado a cabeça levemente. "Mas você que sabe", ele acrescentou antes de voltar para o quarto.
Quatro horas eram impressionantes para Chloe, quando ela trabalhava demais, mas Oliver foi sincero em cada palavra. Ele queria que ela tirasse mais tempo pra si mesma, pra cuidar de si, mesmo que ela achasse que não merecia. Mas Oliver também não queria forçá-la, especialmente quando ele também ainda se sentia cansado. Tinha sido um longo voo pra casa e ele não tinha dormido bem no avião.
Deitando na cama novamente, Oliver olhou para a luz do sol que entrava pelas cortinas. Antes, toda luz do sol representava uma infeliz dor de cabeça.
Clubes noturnos, clubes de luta subterrâneos, salas fechadas. Durante semanas, talvez meses, essa era a vida para Oliver Queen. Durante esse tempo, ele abraçou o que ele deveria ser ao invés do que ele era.
Foi provavelmente por isso que Chloe escolheu um caixão para começar sua pequena tentativa de salvar sua vida. Pode ter havido uma referência a 'Alexander Luthor', mas Oliver vinha vivendo como se tivesse sido enterrado vivo. A experiência 'Roulette' o relembrou de porque tinha formado o time, porque tinha se tornado o Arqueiro Verde pra começar.
Desde então, ele podia ver o quanto Chloe vinha seguindo um caminho similar, mas ninguém se importou em tirá-la, levá-la pra fora da Watchtower. Foi quando ele começou a aparecer com café, para no mínimo, vê-la sorrir enquanto bebia.
Oliver nunca antecipou que as coisas se desenvolveriam do jeito que aconteceu, mas não se arrependia nem por um segundo disso. Os momentos difíceis, a dor e a culpa que tinham colocado em seus ombros, os trouxe até aqui, e Oliver gostava de pensar que tudo isso tinha valido à pena.
No papel, ele nunca pensou que Chloe e ele fossem ser mais do que colegas, mas se Oliver tinha aprendido alguma coisa na vida, era que tudo era possível.
Incluindo Chloe lhe dar ouvidos fora da Watchtower.
A porta se abriu levemente, mas só quando os cobertores se moveram foi que Oliver abriu os olhos. "Ei", ela sussurrou quando seus olhos se encontraram, já que ela não esperava que ele já estivesse dormindo.
Movendo-se na direção dele, querendo a sensação familiar, Chloe percebeu a boca dele abrir, mas ela o interrompeu. "Só... fica quieto." Ela não queria ouvir nada sobre como ele estava certo ou como ela precisava cuidar melhor de si mesma. Não queria se concentrar nisso, nela, só queria se agarrar a isso. Se não fosse durar, Chloe queria aproveitar um pouco mais.
Felizmente, Oliver pareceu ficar bem com isso, enquanto a puxava perto, do mesmo jeito que estava antes. "Ok." Ele não ia discutir com ela agora, não quando ela ficara por decisão própria. Depois de todo esse tempo, realmente parecia que algumas das paredes dela estavam começando a ruir.
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Não tem jeito lindona.
ResponderExcluirQuer passar um tempo ao lado desse homem e não se apaixonar? Esquece!
Adorei Sof e o blog tá lindão =)
:D
ExcluirTão lindo!!
ResponderExcluirAmo estes momentos, toda a reflexão que eles fazem quando algo que parece tão simples para muitos acontece, sempre tem grandes significados...
Perfeita!!
GIL
Pô, o blog tá bonitão, gostei!
ResponderExcluirFic bonita, até voltei a ler as anteriores porque vale a pena.
:D
ExcluirQue fic linda! Quero um Ollie desses para mim. Como sempre obg Sofia!
ResponderExcluirFiquei até com os olhos marejados. Aproveitei e li as três, em sequência... Emocionante!
ResponderExcluiro blog tá lindo, amei o banner de Halloween!
Também tive que reler as anteriores...
ResponderExcluir=D
GIL
Mas valem à pena, né, GIL... é uma sequência linda... :D
ExcluirOi, faz tempo que eu não comentava, mas todo dia olho as novidades do blog, adorei o novo banner de halloween
ResponderExcluirSam
Que bom que gostou, Sam... Obrigada pela coment...
Excluir:DDD