Especial: ChlollieChristmas
Resumo: Isso realmente não era o que Oliver Queen queria ouvir quando perguntou ao filho o que ele gostaria de ganhar de Natal.
Autora: Clara
Classificação: G
Fazia muito frio naquela tarde, o que já era de se esperar uma vez que era
quase metade do mês de dezembro. Finos flocos de neve caiam com graça e
suavidade, enfeitando de um branco imaculado as movimentadas ruas de Star City.
A noite de Natal seria comemorada em aproximadamente duas semanas, e os três
integrantes da família Queen resolveram, então, ir às compras.
E aqueles três formavam mesmo uma bela família.
Quando Chloe pensava em sua vida anos atrás, ela nunca poderia sequer chegar
a imaginar que um dia estaria casada – e, diga-se de passagem, muito bem casada
– com Oliver Queen, o ex-namorado de sua prima, diretor-executivo das
Indústrias Queen, bilionário, Arqueiro Verde e aspirante líder da Liga da
Justiça. Mas ela não só estava casada com ele como também era a mãe do seu
adorado, e adorável, filho. E para Chloe Queen – que um dia fora apenas Chloe
Sullivan – Connor era o filho que toda mulher gostaria de ter.
O pequeno loirinho de apenas cinco anos de idade era a paixão da vida de
Chloe, e também o maior orgulho de Oliver. Ela poderia muito bem passar o dia
citando todas as qualidades do garotinho, mas sabia muito bem que nunca
encontraria palavras suficientes para descrever tudo o que seu filho realmente
representava para ela, e muito menos para descrever todo o amor que ela e
Oliver sentiam por ele.
E aqueles três formavam mesmo uma bela família. E também uma família muito,
mas muito feliz.
"Então, Connor, você já decidiu o que quer de Natal esse ano?"
Perguntou Oliver a seu filho, esboçando um carinhoso sorriso. Os três, que
estavam caminhando de mãos dadas pela calçada da cidade, tinham acabado de
parar bem em frente a uma grande e enfeitada vitrine de uma loja de brinquedos.
O loirinho, que mais parecia uma miniatura do seu pai, assentiu com fervor.
"Já!" Disse ele com olhos brilhando de emoção, completamente
fascinado pela colorida vitrine a sua frente.
"Ah é, bebê?" Perguntou Chloe com um olhar bem curioso. "E o
que é que você quer?"
Batendo suas mãozinhas de felicidade, Connor respondeu "Eu quero uma
capa vermelha!"
'Que gracinha!' Pensou a loira dando uma gostosa gargalhada e logo imaginando
o garoto correndo pela casa fantasiado de Super-homem. Mas a felicidade que ela
sentiu desapareceu assim que percebeu a expressão grave que surgiu no rosto do
seu marido. E ele não parecia estar nem um pouco feliz.
"Connor." Agachando para ficar quase que na mesma altura do seu
filho, Oliver colocou uma mão no pequeno ombro da criança e tentou, mas falhou
miseravelmente, sorrir. "Por que você quer ganhar uma capa vermelha de
Natal?"
"Porque o Super-homem tem uma, e eu quero uma igual. Ele é o maior herói
de todo o mundo e eu quero ser igual a ele um dia!"
Connor era ainda muito novo e inocente para perceber como a sua fala repleta
de empolgação deixou o seu pai um tanto quanto alterado, e como o homem tentava
mascarar uma certa... raiva que estava sentindo naquele momento. Mas Chloe, por
outro lado, não era nem tão nova e certamente nem tão inocente assim. Com um
olhar preocupado, ela falou suavemente. "Ollie, é só uma capa..."
"Não é só uma capa, Chloe." Interrompeu com rapidez, quase
trincando os dentes. Levantando-se e encarando sua esposa, ele continuou
"Primeiro, ele quer uma capa. Depois, ele vai estar vestindo cuecas por
cima da calça e isso, isso, Chloe, eu não vou tolerar!"
Ela suspirou fundo e precisou usar toda a sua força interior para ignorar a
vontade que lhe surgiu de simplesmente rolar os olhos. Era inacreditável como o
seu marido podia ser tão infantil de vez em quando. "Pelo amor de Deus,
Ollie, é só uma capa! Ele só está... sei lá... deslumbrado com o Super-homem
por causa daquela revista. Isso é uma fase e, como toda fase, ela vai
passar!"
Oliver não concordou com tudo o que a sua amada esposa, eterna Sidekick,
destemida Watchtower disse, mas em uma coisa ela tinha razão. Era tudo culpa
daquela revista. Na verdade, era tudo culpa de Lois por dar aquela
maldita revista de presente para Connor há cerca de um mês atrás. E desde então
era só "o Super-homem isso", "o Super-homem aquilo",
"mamãe, leia a história do Super-homem pela milionésima vez, por
favor!"
Ele não estava com inveja. Muito menos com ciúmes. Fala sério, Oliver Queen,
o Oliver Queen, com inveja de Clark Kent? Tsk... que ideia mais
patética. Ele estava só... só um pouco chateado porque o seu filho, o seu
incrível e lindo e perfeito filho atualmente só tinha olhos para o kriptoniano
mais melodramático de todo o universo. E também o kriptoniano com o pior gosto
para uniformes que ele já tinha visto.
"Chloe, você sabe muito bem que não. é. só. uma. capa. É um símbolo! É
um... objeto de adoração praticamente!"
"Oliver! Eu não sei se você percebeu ainda, mas o seu filho tem cinco
anos! Ele é só uma criança! E ele tem todo o direito de gostar de heróis e
querer ser um herói também!"
"Que ele escolhesse um outro herói então!" Bufou o homem.
Cruzando os braços, ela sacudiu fracamente a cabeça. "Eu não estou
acreditando nisso! Você tá com inveja do Clark! Está com ciúmes porque o Connor
tá todo encantado com o Super-homem."
"Claro que não! Que ideia mais absurda!" Respondeu num tom muito
indignado e até um pouco ofendido.
"Absurda, é? Porque pra mim é exatamente isso o que está acontecendo
aqui." Se aproximando dele bem devagar, deixou uma mão acariciar com muita
ternura o rosto dele. "Ollie, querido, você não precisa se sentir assim
por causa do Clark. Connor pode estar encantado com o Super-homem agora, mas
com o tempo isso vai passar! Mas o amor que ele sente por você nunca, mas nunca
mesmo vai acabar! Você é o pai dele, Ollie, e ele te adora mais do que qualquer
outra coisa nesse mundo!"
Fechando os olhos e cedendo ao toque dela, o loiro suspirou fundo e
conseguiu esboçar um fraco, mas sincero sorriso. "Desculpa, tá! É que...
sei lá, Chloe, às vezes eu queria que ele soubesse sobr-"
Colocando o dedo indicador bem em frente aos lábios dele, ela o silenciou.
"Ele vai saber um dia. Não hoje... não amanhã... mas um dia. E quando ele
souber, você vai descobrir que o Connor já sentia muito orgulho de você bem
antes de saber sobre sua identidade secreta."
O que ele fez para merecer uma mulher tão maravilhosa? Oliver Queen se fazia
essa pergunta todos os dias, mas ele nunca encontrou uma resposta. Por Deus,
como ele era um homem de sorte!
Pegando-a pela cintura, abaixou um pouco a cabeça e deu um beijo bem rápido
nos lábios dela. "Acho que nós temos que escolher uma capa agora, não é
mesmo?" Disse tentando demostrar um pouco de entusiasmo.
"É assim que se fala, herói!" A loira respondeu com uma risada,
dedos batendo bem de leve no peitoral dele. "O que você acha, bebê? Pronto
pra gente ir escolher sua capa?" Mas ninguém respondeu. Parando de encarar
o seu marido, Chloe começou a olhar ao seu redor, seu sorriso minguando.
"Connor?" E, de novo, ninguém respondeu.
Porque Connor não estava mais do lado do casal.
Chloe e Oliver ficaram tão envolvidos na discussão que nenhum dos dois se
deu conta de que Connor tinha se afastado deles.
De repente, Chloe sentiu o seu corpo todo congelar de pavor. Seu coração
estava a mil, sua respiração ficou cada vez mais rápida e sofrida e ela já
podia até sentir seus belos olhos verdes ardendo por causa de algumas lágrimas
se formando. "Connor! Bebê!"
"Connor!" Gritou Oliver com olhos arregalados de medo. Isso não
poderia estar acontecendo! Como ele poderia ter sido tão descuidado e não ter
prestado atenção no seu próprio filho? Como ele poderia ter se distraído por
causa de uma discussão estúpida sobre uma capa igualmente estúpida? E onde o
garoto poderia ter ido? Estaria ele perambulando por alguma rua no meio da
cidade? Ou será que... ou será que alguém aproveitara aquele momento de
distração para sequestrar Connor? O seu pânico era tanto que, por um momento,
teve a sensação de uma fraqueza horrível invadir o seu corpo. Foi quando sentiu
a mão de Chloe apertar o seu braço com muita força.
"Oliver! Olha onde ele está!" Gritou a loira enquanto apontava
para o outro lado da rua.
Parado bem em frente a uma vitrine de uma outra loja de brinquedos, que por
sinal ficava do outro lado de uma rua pra lá de movimentada, estava Connor
Queen, admirando os inúmeros brinquedos expostos bem na frente do
estabelecimento.
Os dois pais apavorados praticamente pararam o trânsito e atravessaram a
pista correndo o mais rápido de podiam.
"Connor! Meu Deus..." Disse Chloe enquanto o abraçava com tanta
força que quase o sufocou. "Bebê, não faz isso comigo de novo, por
favor!"
Sem entender muito bem do porquê sua mãe estava tão aflita, o loirinho
tentou se desprender daquele abraço quase mortal. "Mãe, para!" Disse
enquanto esfregava a mão no rosto como se tentasse apagar a impressão dos
beijos que sua mãe tinha acabado de plantar em sua bochecha.
"Para? Para!" Ela não sabia se ficava brava ou aliviada por ter
encontrado o seu filho. "Connor, você não pode sair atravessando uma rua
perigosa dessas sozinho! Desse jeito você vai acabar me dando um ataque do
coração!" Disse a loira secando algumas lágrimas que teimosamente
começaram a escorrer pelo seu rosto. "Por que você fez isso, meu
amor?"
Connor podia sim ser muito novo e inocente, mas não era nada bobo. E ele
sabia que tinha deixado os seus pais preocupados. "Desculpa,
mamãe..." Disse fazendo um beicinho tristonho. "É que eu vi uma coisa
nessa loja e aí eu mudei de idéia."
"Mudou de ideia? Como assim?" Perguntou a loira quase fungando e,
meio que relutantemente, soltando o menino.
"É que eu não quero mais uma capa vermelha de Natal."
Essa resposta chamou, e muito, a atenção de Oliver. "Ah é? E o que você
quer agora?" Perguntou bem curioso.
"Eu quero aquilo." Dizendo isso, ele apontou para a vitrine. E o
que Oliver viu fez os seus olhos castanhos brilharem com uma felicidade tão
grande que ele sentiu o seu peito vibrar de tanta alegria e orgulho. Porque do
outro lado da vitrine, bem na direção para a qual Connor apontava o seu
pequenino dedo indicador, estavam um arco e uma aljava cheia de flechas. E o
arco, a aljava e as flechas não poderiam ser mais verdes.
Como se esquecesse imediatamente todo o terror que havia sentido há poucos
minutos atrás, Oliver exibiu um sorriso de orelha a orelha e afagou a cabeça
loira da criança, que estava coberta por um grosso gorro de lã. "Sabe,
filho, esse sim é um presente de Natal digno dos Queen!"
E dessa vez Chloe não resistiu. Ela teve de rolar os olhos.
O seu marido era tão criança de vez em quando.
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Essa fic é muito legal, Clara. Adoro o Ollie com ciúmes do Super Homem e o final foi super-hiper-mega-fofo.
ResponderExcluirParabéns!!!!!!!
Somos duas então, Sofia! Também adoro um Oliver ciumento!! rsrsrsrs
ExcluirAcabei de te enviar o terceiro cap de Voyeurismo! Desculpa (mais uma vez) a demora!!!
Beijos!!!
Awwwwnnnnn
ResponderExcluirREalmente super CUTE.
ADOREI!!!!!
Parabéns, Clara e pode escrever mais que a gente quer ler.
Obrigada, Heloísa!! Bom saber disso! Vou escrever bastante!;)
ExcluirBeijos!!
Hahaha... a reação do Ollie é a melhor.
ResponderExcluirAdorei essa história, fofíssima. Obrigada, Clara.
Edicleia
rsrsrs Esse Oliver... kkkkkk
ExcluirEu que agradeço por ler a história, Edicléia!
Beijos!!!
Ai que super-fofa. Perfeita pra ir entrando no clima do Natal.
ResponderExcluirVerdade mesmo! Essas histórias natalinas são ótimas!
ExcluirBeijos!!
História super perfeita, Clara. Amei!!!!!!!
ResponderExcluirObrigada, Mylla! Que bom que gostou!!
ExcluirBeijos!
Nossa, que texto mais perfeito, Clara... Parabéns! Adorei a história!!!
ResponderExcluirObrigada, Angelique! Que bom que gostou! Eu tenho muito carinho por essa fic (foi uma das primeiras que escrevi na vida, e a primeira Chlollie por sinal)!!
ExcluirBeijos!!
Eu acho que essa foi a primeira fic Chlollie que eu li na vida, e ela serviu pra concertar meu coraçãozinho quebrado depois do fim da série. Deus, eu não venho aqui há muito tempo, mas está tudo tão lindo e movimentado, que é como se eu nunca tivesse saído.
ResponderExcluirParabéns! O blog está de parabéns, como sempre.
Obrigada, Bia! :D
Excluirrsrs Nossa, Beatriz! Essa foi a primeira Chlollie que escrevi, e o motivo foi justamente o fim da série (acho que o meu coração também estava precisando de uns reparos depois do final de Smallville...)! rsrsrsrsrs Que bom que agora temos a série em quadrinhos!
ExcluirBeijos!!
Ah, Clara! Que fofura... amo estes momento da Família Queen, e junta tudo com o clima natalino, me fascina... é um encanto!!!
ResponderExcluirParabéns... novamente, obrigada!!
GIL
Fics de natal são ótimas! Elas são muito leves, divertidas e tem um clima bem tranquilo! Que bom que gostou da história, Gil!!
ExcluirBeijos!!!