10.2.13

Brinksmanship (2/4)

TítuloProvocação
Resumo: Universo Alternativo. Começo da nona temporada. Quando Chloe ironiza a reputação de Oliver com as mulheres, ele propõe uma aposta: que ele consegue levá-la pra cama depois de apenas um encontro.
Autorafickery
Classificação: NC-17
Linha de tempo: Roulette
Categoria: Universo Alternativo, Romance, Smut
Bannerdtissagirl
Anterior: 01

Nota da Autora: Normalmente eu invento as roupas da Chloe, mas já que o vestido existe na vida real, pensei em compartilhar: Aqui.




Chloe fez o melhor para ignorar as implicações sexuais do que ele estava fazendo com ela; tentou ignorar seu pulso acelerado pela proximidade dele, o perfume que ele usava e o jeito que ele sussurrando em seu ouvido "Só por alguns minutos" estava fazendo sua espinha derreter enquanto ele amarrava a venda. Tentando dizer a si mesma que o poder do movimento dele não garantia a ele uma enorme vantagem logo no começo da noite.

Mas ele foi um cavalheiro enquanto a ajudava a sair do carro e ao longo do pavimento que atravessaram."Quase lá", ele disse. E então estavam dentro de algum lugar. Em algum lugar grande, a julgar pelo modo que as vozes deles ecoavam.

Ele retirou a venda e ela olhou ao redor atônita, então deu um grande sorriso. "Aquário de Metrópolis?" De todos os destinos que ela pudesse imaginar, este nunca lhe ocorreria.

Eles estavam parados na entrada, um grande átrio, deserto a esta hora. As luzes estavam baixas; a maior parte da iluminação vinha da parte interna onde estavam os tanques. Chloe girou, percebendo as criaturas marinhas tanto comuns quanto exóticas  nadando preguiçosamente ao redor deles enquanto os dois entravam no complexo. O chão e o teto eram azuis e cobertos com temas marinhos, projetados para fazer os visitantes sentirem como se estivessem dentro do ambiente assim que entravam.

"Surpresa?"

"Um pouco", ela concedeu. "Pontos pela originalidade. Alguma chance de AC vir nos encontrar aqui? Nos dar uma pequena tour ou algo assim?'

Oliver deu risada. "Deus, espero que não."

O átrio levava a um longo e mais estreito corredor, quase um túnel. Era mais escuro que o átrio e flanqueado por mais tanques, as luzes do aquário jogando um brilho azul sobre eles.

A mão dele desceu por suas costas enquanto a guiava pelo corredor. Inclinando-se, ele falou mais baixo. "É uma festa privada afinal."

Resolvendo não reagir à mão dele nem ao tom sedutor, ela disse. "E eu quero saber como você conseguiu arranjar este lugar só pra nós dois?"

"Eu sou um patrocinador", ele disse. "Isso me garante certa liberdade ocasionalmente." Ele não disse a ela que essencialmente tinha pago ao pai da noiva para que re-agendasse a festa de noivado que aconteceria ali naquela noite. Ele sabia que ela ficaria irritada, não impressionada. "Você veio aqui depois da reforma?"

"Eu não venho aqui há anos, pra ser honesta", ela admitiu. "Eu sempre tive vontade, mas de algum jeito nunca consigo. É engraçado como você não vê as atrações turísticas da sua própria cidade."

"Acho que você vai gostar das novas exibições." A mão dele subiu em suas costas, quase ao nível de seus ombros.

"Você não está mapeando minha lingerie, está, Sr. Queen?" ela inquiriu, sem olhar pra ele.

"Chloe. Estou chocado que você sugira que eu pudesse ser tão grosseiro."

"Aham."

Ela diminuiu o passo quando se aproximaram dos tanques aquecidos, admirando os peixes tropicais multicoloridos. "Eu amo os azuis brilhantes. São tão bonitos." Ela olhou pra ele por sobre o ombro. "Desculpe. Você provavelmente parou de se impressionar com peixes bonitinhos depois de ficar preso numa ilha."

Ele balançou a cabeça. "Na verdade não. Eu sempre apreciei a estética deles, é só que... diante das circunstâncias, eu os apreciava mais como uma fonte de proteína." Ele estava parado muito, muito perto atrás dela. Muito perto; ela podia sentir o calor de sua pele.

"O lionfish é o meu preferido", ele disse, apontando um.

Ela o estudou. "É bonito. Por que é seu preferido?"

Ele deu de ombros. "Não sei. Eles parecem legais, e são meio que demais para o tamanho deles. Eles podem matar as maiores criaturas com o veneno que possuem." A mão que tinha descido por suas costas agora descansava em seus quadris. Levemente; não possessivamente, como se fosse certo estar ali, mas mais como uma provocação. Ela estava dividida entre relaxar e querer se afastar rapidamente antes de decidir que gostava.

O último venceu. "Hmmm", ela disse, escapando da mão dele enquanto continuava a atravessar o corredor. "Então, vamos ficar andando aqui ou você tem algo específico planejado?"

Ele sorriu pra ela. "Sim", ele disse, fazendo-a dar risada. "Vamos continuar. Uma das exibições é logo à frente."

Ele estava certo; ela não tinha visto esta parte antes. O corredor abria em uma ante-sala redonda alinhada com vários tanques enormes exibindo a vida marinha. Ela observou polvos e arraias atravessarem as águas por alguns minutos. Pela primeira vez ela percebeu a suave música ao fundo. Canção de baleia. Era estranhamente calmante.

"Pronta?" Oliver perguntou. Quando ela assentiu, ele a levou até a seção seguinte. Ela viu o sinal sobre a entrada: Recife dos Tubarões. "Esta é uma das minhas partes preferidas."

Era um túnel longo e cilíndrico que levava a um aquário gigante. Água os rodeava inclusive sobre suas cabeças. A água estava repleta de tubarões.

Dezenas de tubarões, de todas as formas e tamanhos. Pálidos e grandes, cinzas e pequenos. Tubarões pintados. Cabeças-de-martelo. Um nadou até ela, fazendo-a perder o fôlego. Ele guinou pra cima e nadou por cima da cabeça dela.

O tamanho e a beleza da exposição eram impressionantes. "Isto é incrível." Ela deu mais alguns passos, olhando ao redor em maravilha.

A pele pálida dela brilhava sob a luz do aquário. Oliver teve uma breve briga com sua consciência, tentando não olhar, e então pensou. Ah, foda-se. A verdade era que o vestido dela estava lhe deixando louco.

Ele vinha olhando pra ela, tanto aberta quanto discretamente, desde que a pegou na Watchtower. O vestido parecia uma segunda pele, mas ele não conseguia dizer se ela estava usando alguma coisa por baixo. Deduzindo que ela tinha alguma coisa ali, deveria ser cor da pele e muito, muito fina.

A cor do vestido era leve e a trama solta o suficiente pra que ele pudesse quase ter certeza de ter visto a sombra de um pequeno sutiã e alguma calcinha mínima. Quase. Ele já tinha cansado de procurar, cada vez que ela mudava de posição ou a luz ao redor deles mudava, mas ele não conseguia ter certeza, e isso o estava deixando maluco. Ele não tinha certeza nem depois de ter corrido a mão pelas costas dela mais cedo.

Só a ideia, a mera possibilidade de ela estar sem nada embaixo do vestido o fez ficar um pouco duro. Fez com que ele quisesse agarrá-la ali e resolver tudo de uma vez, naquele exato minuto.

Paciência, ele se aconselhou. Você tem a noite toda pra descobrir. Neste meio tempo, havia muita pele não escondida pela roupa: as pernas, as costas, os ombros pálidos.

"Legal, não é?" Ele apontou para um dos bancos estreitos alinhados ao longo do túnel. Ela se sentou, e ele sentou ao lado dela, recostando-se. "Você não pode simplesmente entrar aqui e sentir todo o efeito. Você tem que sentar um pouco e assistir."

Ela olhou pra ele pelo canto dos olhos. "Você vem sempre aqui?"

Ele sorriu a isso. "Não sempre. Na maior parte das vezes só para eventos de caridade. Mas eu gosto. É relaxante."

E era relaxante. O ambiente brilhando em azul, os movimentos suaves dos predadores atravessando a água, o som das baleias, tudo combinado para acalmá-la, de algum jeito contra sua vontade. Ela tinha que ficar vigilante para se proteger contra as técnicas de sedução de Oliver, afinal.

"Esta é uma das vezes em que eu de fato invejo AC", ele disse.

Ela virou a cabeça para estudá-lo. "Sério?"

"Claro. Quer dizer, nem todas as suas habilidades são visíveis sob a água  então acho que tendemos a subestimá-lo. Mas quando você vem em um lugar como este, não só ele poderia ficar dentro da água por quanto tempo quisesse, em perfeita segurança, mas também ele poderia se comunicar com todos estes tubarões, e provavelmente até conseguiria que eles fizessem o que ele pedisse. Isso é bem impressionante."

Ela sorriu, olhando para os ocupantes do tanque. Todos os homens gostavam de provocar um ao outro sobre as limitações de suas respectivas habilidades meta - ou no caso de Oliver, sua completa falta delas - mas algumas vezes parecia a ela que AC aturava bastante. Era legal ouvir Oliver admitir que ele admirava e valorizava as contribuições de AC ao time. "Também acho."

Eles sentaram em silêncio por alguns momentos. Até ela sentir a mão de Oliver, grande e quente, em sua coxa sobre a barra do vestido, e então delicadamente começar a subir rumo ao norte. Ela clareou a garganta.

"Eu te avisei que ia checar", ele disse, sem se desculpar. Sua mão subiu mais alguns centímetros, aparentemente o suficiente para responder sua pergunta. "Macia. Suave", ele disse, a voz baixa, sua mão agora acariciando levemente sua pele. "Bom saber."

Ela ergueu uma sobrancelha, decidindo ignorar o calor em seu baixo ventre.

Ele manteve o olhar, continuando a tocá-la, por um longo momento. Sorrindo, ele finalmente afastou a mão e se levantou, oferecendo a mão a ela. "Pronta pra continuar?"

Eles atravessaram o resto do túnel sob os tubarões e foram até as duas áreas seguintes. Estavam numa seção dedicada à vida selvagem, que incluía crocodilos, um dragão de Komodo e um tanque de piranhas. Chloe se demorou um pouco, fascinada.

Quando entraram na seção de água gelada, Oliver pegou a mão dela novamente. "Sua próxima surpresa acontecerá em breve."

"Sereia?" Ela inquiriu, língua na bochecha.

"Não. Shhh."

Finalmente ele a conduziu pela próxima entrada e deu a volta em uma partição, onde ela imediatamente ficou pasma com a sala enorme: uma galeria de dois andares exibindo a baleia beluga. "Oh, meu Deus."

Chloe olhou maravilhada para os majestosos animais, no momento passando pela janela e nadando ao redor uma da outra no que parecia ser uma brincadeira. Brincadeira de baleias.

A música era um pouco mais alta ali - só um pouco - e ela se perguntou se estava vindo direto do tanque.

"Elas tem caras engraçadas", ela disse, aproximando-se. "Têm tanta personalidade. Elas me lembram os golfinhos." Ela se inclinou pra ler as informações da placa que havia na parede. Depois de um momento, ela deu risada.

"Os nomes delas são Bogey e Bacall?"

"Acho que houve um concurso", Oliver disse. "O público sugeriu nomes e votaram nos finalistas. Só não me pergunte quem é quem; talvez elas encontrem um jeito de te deixar saber durante o jantar. Eu mencionei que é aqui que vamos jantar?" Ele chamou sua atenção para a pequena mesa que havia no centro da sala. A mesa estava coberta por uma toalha branca e posta com louça chinesa, prata e taças brilhantes.

Ela tentou não parecer impressionada, mas falhou. Mesmo sendo um gesto de rico, era meio que maravilhoso. E certamente ele tinha se dado a um trabalho que outros nunca se deram ao levá-la para um encontro. "Por favor, me diga que não vamos pescar nosso próprio peixe e cozinhá-los numa mesa lateral ou algo assim."

"Eles desaprovam isso aqui, na verdade. Pediram que eu usasse o fornecimento deles." Outra pequena mentira. Ele havia pedido para um chef seu amigo cozinhar naquela noite, e tinha persuadido a equipe do aquário a liberar a cozinha pra ele. Enquanto ele fazia isso, tentou calar aquela irritante e persistente pequena voz no fundo de sua mente que continuava perguntando porque cada pequeno detalhe desta noite era tão importante pra ele - tudo para que ele pudesse ganhar uma aposta sobre um equipamento tecnológico. "Além do mais, eu não gostaria de ofender nossas companhias. Podemos?"

Ele puxou a cadeira pra ela, então arrastou a outra cadeira até o lado dela e se sentou. "É uma grande sala. Teto alto. Não queremos falar alto durante toda refeição", ele disse quando ela lhe olhou de lado.

"Claro."

Ela pegou o pequeno cartão que havia no prato. Era um pequeno cardápio, embora houvesse pelo menos duas opções para cada prato. Havia até um outro com algumas opções de vinhos.

Vendo-a estudá-lo, Oliver perguntou. "O que você gostaria de beber? Acredito que esta pequena Probição que você inventou não vai durar a noite toda."

Ela descansou o queixo na mão, sorrindo pra ele. "O que você faria se eu pedisse uma garrafa de vinho muito rara e cara?"

Ele olhou pra ela. "Eu conseguiria pra você. Mas isso pode levar um tempo, dependendo do que for. Tem algo em mente?"

Ela balançou a cabeça, dando risada. "Algo gelado e branco. Você escolhe."

Um jovem vestido todo de branco como chef apareceu ao seu lado. "Você deve ser Chloe. Eu sou Matt, e vou cozinhar o jantar e também servir, então me avise se tem alguma dúvida ou um pedido especial."

Ela sorriu pra ele. Ele parecia pertencer a um daqueles programas de competição entre chefs, era careca, tinha um brinco em uma orelha, tatuagens no pescoço e pulso. "Oi, Matt. É muita generosidade da sua parte."

"Na verdade eu devo tudo a este cara", ele disse, inclinando a cabeça na direção de Oliver. "Posso começar oferecendo um vinho?"

Oliver lhe deu um nome, e Matt foi pegar.

Ela olhou para Oliver desconfiada. "Você o conhece?"

"Eu te disse. Eu sou um patrocinador", ele disse, o que ela percebeu, não respondia sua pergunta. Ele estendeu a mão e começou a brincar com a dela. "Vê alguma coisa que gosta?" ele perguntou.

Ele mal estava tocando seus dedos com as pontas dos deles. Mais uma vez ela se encontrou incapaz de suprimir um arrepio, sabendo que ele estaria assistindo sua reação. "No cardápio", ele esclareceu, um pequeno sorriso surgindo no canto de sua boca.

Oh. Certo. "A lagosta parece boa. Mas agora eu me sinto meio culpada em comer aqui", ela disse, olhando para Bogey e Bacall, que passavam pelo vidro de vez em quando.

Ele deu risada. "É por isso que existe uma opção sem animais marinhos pra cada prato. Eu não sabia se você ficaria um pouco sensível depois da visita. Mas se vale de alguma coisa, a lagosta que Matt faz não deveria ser dispensada."

Ele resolveu o dilema dizendo a Matt, que tinha retornado com o vinho, para trazê-los um pouco de cada prato. "Vamos experimentar. Não estamos com pressa, certo?" ele perguntou a Chloe.

"De jeito nenhum." Jantar parecia relativamente seguro, afinal. Havia só um limite de poucas coisas que ele podia fazer enquanto jantavam.

Oliver ergueu sua taça propondo um brinde. "Aos primeiros encontros."

Ela sabia que a voz dele não era sempre assim, baixa e íntima; ele estava fazendo só para atingi-la. Ela estava irritada que estivesse funcionando.

"E aos novos equipamentos de informática", ela disse satisfeita, tinindo sua taça contra a dele. Ele pareceu quase satisfeito, mantendo o contato visual com ela por sobre a borda do copo.

Quando ele se aproximou e casualmente deslizou o braço pelas costas da cadeira dela, ela sentiu uma pontada de pânico. "Então. Quantas mulheres você já trouxe aqui?"

Ele suspirou. "Nenhuma. Eu te disse. Apesar de sua caracterização de mim, eu não tenho um movimento padrão. E mesmo se eu tivesse, não usaria em você."

"Por que não?" Ela desafiou.

"Porque você é esperta demais. Você saberia, e me cobraria por isso. E, francamente, porque você merece coisa melhor."

Ela não sabia o que dizer a isso. Felizmente a chegada dos tira-gostos providenciou uma distração.

"Que lindo", Chloe disse. Os petiscos eram pequenas obras de arte, criativa e coloridamente organizados.

"Parece maravilhoso. Obrigado, Matt", Oliver disse.

"Experimentem e não tenham pressa", Matt disse. "As entradas serão servidas em vinte minutos mais ou menos."

Muito alerta da proximidade de Oliver, ela examinou a comida atentamente. "Eu não sei por onde começar. Tudo parece muito bom."

"Permita-se", Oliver disse. Ele pegou um bolinho crab cake e levou os lábios dela. "Experimente este."

Ela estendeu a mão para pegar da mão dele, mas ele não soltou, então ela acabou meio que... segurando a mão dele enquanto dava uma mordida. Ciente do olhar dele fixo em sua boca, ela lambeu os lábios nervosamente e então desejou não tê-lo feito.

"O que achou?" ele sussurrou. Ela não tinha certeza se ele estava se referindo a comida.

"Delicioso", ela disse, tentando não parecer tão sem ar como se sentia.

"É, não é?"

Embaixo da mesa, ela sentiu as pernas tremerem. PÁRA. PÁRA PÁRA PÁRA. Aposta. Novo servidor. FOCO, ela se relembrou.

Ele ofereceu a ela uma mordida de alguma outra coisa, e ela estava começando a perceber o quanto estava sem saída. Se ela aceitasse, ele continuaria alimentando-a e tocando-a de um jeito muito pessoal e perturbador; e se ela recusasse, ele saberia que era porque a estava atingindo.

Maldição. Ela tinha a terrível sensação de que o tinha subestimado.

"Sabe, eu sou perfeitamente capaz de me alimentar. Faço isso todo dia", ela disse, tentando impor um tom de realidade aos procedimentos.

Aquele lento sorriso se espalhou pelo rosto dele de novo. "Eu acredito em você." Ele se inclinou ainda mais perto - muito perto - murmurando diretamente em seu ouvido. "Mas eu acho que você está esquecendo o objetivo."

Droga. Ele precisava parar de fazer isso. Isso provocava uma reação imediata e visceral de sua parte. Toda vez.

O que, claro, era exatamente a razão pra ele continuar fazendo isso.

Ele a percebeu engolindo em seco. Ela estava respirando um pouco mais rápido também. Watchtower estava tentando manter a expressão neutra, mas estava satisfeito em ver que suas ações estavam surtindo efeito.

"E qual é?"

"Compartilhar minha experiência. Abrir o resto de seus sentidos e desfrutar a comida com todos eles, não só o paladar e o olfato."

Oh, meus sentidos estão abertos, acredite, ela pensou.

Quando ele lhe ofereceu um pedaço de bruschetta, os dedos dele tocaram seus lábios. Em desespero, ela pegou o vinho e tomou um gole, só pra manter a boca ocupada por um momento. Tardiamente lhe ocorreu que isso não era uma boa estratégia a longo prazo.

Mais uma vez, Matt salvou o dia, aparecendo para retirar as sobras dos petiscos e apresentando as entradas com um floreio.

"A comida está maravilhosa, mas para um chefe, você é um garçom muito bom", Chloe observou.

Matt deu risada. "Espero que sim. Eu ganhei interesse em cozinhar - e ganhei a faculdade de gastronomia - trabalhando numa lanchonete. Pergunte a ele."

Chloe olhou para Oliver curiosa. Ele deu de ombros e acenou com a mão em desdém. Ela teve a distinta impressão que Matt devia um emprego, o atual ou anterior, à sua companhia no jantar e que Oliver estava sendo estranhamente modesto sobre isso. Ela resolveu perguntar isso a ele depois.

Os talentos culinários de Matt não pararam nos petiscos. Ela fechou os olhos, tentando não gemer com a boca cheia de filé mignon tão perfeitamente temperado, tão macio e suculento que quase derretia em sua boca, sabendo que Oliver definitivamente teria a ideia errada. Ela abriu os olhos e o encontrou olhando pra ela. "Está realmente bom", ela explicou.

"Posso dizer, de verdade, que é bom jantar com uma mulher que de fato come? E gosta de comer?"

"Obrigada", ela disse. "Mas tem muitas de nós por aí. Ninguém está te forçando a sair com modelos anoréxicas e socialites."

Ele deu risada, inclinando a cabeça para o lado numa sutil saudação. "Touché." Ainda observando sua boca, ele se inclinou novamente e gentilmente roçou-a com o polegar. O que então se tornou um lento desvio ao longo de todo seu lábio inferior. "Desculpe. Tinha um pouco de molho aqui."

Ele procedeu a enervá-la completamente ao lamber o tal molho do polegar, seus olhos nunca deixando os dela.

Unnnggghh, ela pensou incoerentemente. Era inútil tentar se convencer de que isso não a estava excitando; seu corpo inteiro estava quente.

Algum mecanismo primitivo de sobrevivência lhe disse que ela ia perder a aposta - perder feio, perder sua dignidade e amor-próprio na barganha - se ela não começasse a atacar ao invés de só se defender. Ela precisava lutar com a mesma arma. Afinal, não foi por isso que comprou um vestido novo e passou tanto tempo se arrumando?

Coloca sua cabeça no jogo, Sullivan.

"Acho que eu deveria alimentar você também", ela disse, deixando sua voz ficar um tom ou dois mais baixa. "Eu não quero que você morra de fome."

"Chloe, você pode me alimentar o quanto quiser", ele disse com aparente sinceridade.

A mão dele cobriu a dela enquanto ela deslizava o talher com lagosta entre os lábios. O instinto dela era de afastar a mão, mas ela deixou se demorar um momento antes de se soltar do toque dele.

Com o pretexto de pegar um cogumelo, ela aproximou-se dele, deixando sua coxa se pressionar contra a dele e seu peito se pressionar na lateral do corpo dele. Ela o sentiu paralisar, só por um segundo, e sorriu. Isso definitivamente era melhor, estar no controle, mesmo que só por um minuto.

Ela deu uma mordida no cogumelo, então ofereceu a ele a outra metade. Desta vez ele lambeu os lábios dela, segurando seu pulso enquanto chupava gentilmente seus dedos polegar e indicador.

Oh Deus. OhDeusOhDeus. Só porque queria estar no controle. A região de sua calcinha estava emitindo avisos de alerta. E a tensão latente entre eles estava ameaçando incendiar; algo nos olhos dele, na intensidade com que olhava pra ela, a fez pensar que ele estava prestes a beijá-la.

Preciso recuar. Reagrupar.

"Banheiro feminino?" ela perguntou, soando sem ar.

A expressão dele estava um pouco difícil de ler, mas ela tinha certeza que ele estava um pouco frustrado. "Depois daquela porta. Tem um pequeno corredor."

"Obrigada."

Ele começou a se levantar automaticamente quando ela o fez, mas ela colocou a mão em seu ombro e o empurrou pra baixo gentilmente. Ela conseguiu deslizar cada centímetro de seu corpo contra o dele enquanto se levantava, seus seios quase tocando o rosto dele. "Não vá a lugar nenhum", ela sussurrou em seu ouvido. Ele tinha a mandíbula travada.

Ela se afastou, obviamente sabendo que ele a observava, agitando um pouco mais o quadril. A trama do vestido agarrando adoravelmente cada milímetro de sua bunda, e expondo uma grande quantidade das costas logo acima.

Um relutante sorriso brincou ao redor da boca dele. Ela parecia confiante o suficiente, mas havia tido um começo instável. Agora Chloe tinha claramente decidido que era hora de jogar. E estava funcionando. Ela o estava afetando, muito.

As baleias navegaram perto da janela. Elas nunca se separavam, ele percebeu; iam a todo lugar juntas.

"Vocês deram um jeito, não é?" ele perguntou a elas. "Alguma dica? Pistas, truques? Ajudem um cara."

Bogey, ou talvez fosse Bacall, rolou e pareceu olhar diretamente pra ele, com sua carinha fofinha. A baleia... piscou pra ele?

Não seja ridículo, ele pensou. AC pode falar com eles. Você não.

Matt apareceu. "Está tudo bem? Como está a comida? Ou você está muito distraído pra perceber?" ele perguntou, erguendo as sobrancelhas sugestivamente.

Oliver olhou de lado para seu amigo, que deu de ombros, despreocupado. "Eu tentei voltar umas duas vezes, mas decidi que deveria deixar vocês dois a sós. Parece que as coisas estão indo bem."

"As aparências enganam", Oliver disse. "Mas eu acho que terminamos aqui. Você pode trazer a sobremesa agora."

Quando Chloe retornou, parecendo calma e recuperada, os restos de seu jantar tinham sido recolhidos. Oliver se levantou quando ela se aproximou antes que ela pudesse impedi-lo. Ela se apertou entre ele e sua cadeira, pressionando-se contra ele. Ele sentiu seu perfume.

Ele se sentou rapidamente, feliz pela cobertura oferecida pelo largo guardanapo. E a toalha de mesa. "Matt está trazendo a sobremesa. Você quer sobremesa, eu espero."

"Eu gostaria de terminar com algo doce", ela ronronou.

Merda, eu criei um monstro, ele pensou.

A sobremesa era um café fumegante e uma variedade deliciosa de guloseimas que Chloe usou para torturá-lo. Observá-la lamber o creme de um dedo e uma colher de sorvete e caramelo quase o fez se perder.

Ela estava ficando confortável demais em seu novo papel sedutor. Hora de ir para a Fase 2 da noite e agitar as coisas.

Matt veio se despedir. "O jantar estava maravilhoso", Chloe disse, dando a ele um abraço. "Muito obrigada." Surpreso, mas satisfeito, Matt a abraçou de volta.

"Obrigado. É divertido cozinhar para pessoas que gostam de boa comida. Ei, Ollie, você já abraçou esta garota? Ela é muito boa nisso." Ele sorriu maldosamente por sobre a cabeça de Chloe enquanto Oliver olhava feio.

A mão nas costas de Chloe reapareceu enquanto saíam do aquário. Provavelmente um instinto homem das cavernas veio à tona ao vê-la abraçando Matt.

"Tchau Bogey e Bacall. Tchau, peixes", ela disse enquanto atravessavam o túnel em direção a entrada. "Eu prometo que não vou demorar a voltar." Isso trouxe um pequeno sorriso ao rosto de Oliver.

Desta vez ele se sentou ao lado dela na limusine. Bem, ela provavelmente só podia culpar a si mesma por isso. Foi ela quem invadiu o espaço pessoal dele durante a última metade do jantar.

"Pronta para a Parte 2 de nossa pequena aventura?" ele perguntou.

"Imagino que você não vá me falar pra onde estamos indo."

Ele balançou a cabeça. "Não foi uma surpresa ruim da última vez, foi? Confie em mim."

Ela colocou a mão no assento entre eles, palma pra cima. Estendendo a mão, ele colocou-a no braço dela e começou a acariciar a parte de dentro de seu pulso com o polegar. Muito levemente, apenas a acariciando gentilmente, seguidas vezes, sem nem olhar pra ela. Era impossível pensar em outra coisa. Ela estava encontrando dificuldade em respirar.

*-*-*-*

"Jardim Botânico de Metrópolis", ela leu a placa enquanto passavam pelos portões. Ela olhou para Oliver. "Também não abre durante a noite. Deixe-me adivinhar - você é um patrocinador?"

"Faço parte do conselho, na verdade. Bem. E também sou um patrocinador", ele disse.

Um parque inteiro pra eles depois do anoitecer. Ela se perguntou o que ele havia planejado.

"Nada de orquestra ao vivo, nem conhecer os nomes das flores, nada demais pra fazer", ele disse, lendo sua mente. "Apenas um pouco de ar puro e uma caminhada por um cenário muito pitoresco."

"Parece legal", ela disse, não acreditando nele nem por um segundo.

_____
TRÊS

______________
Nota da Autora: O Aquário de Metrópolis foi baseado em parte do Recife dos Tubarões que existe no Resort Mandalay Bay em Las Vegas, e no Georgia Aquarium em Atlanta. Os dois links oferecem tour virtual.

Também: Lionfish. E Baleias Beluga. :)

_____________________________________________________________________________

7 comentários:

  1. OMG!!!!!!!!!!!! Estou sem ar!!!!!!

    Adorando demais!!!!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Rs... Calma, Karina... respira... em breve o próximo...

      Excluir
  2. Boa sorte Chloe em resistir ao Ollie rsssssss .. eu teria cedido quando ele apareceu na minha porta kkkkkk .Sério muito HOT eu quero mais ...

    Alice

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu também, Alice!!!! Chloe bobinha! Tentarei postar o outro mais rápido...

      Excluir
  3. Acho que vou só rir, por que to sem fôlego pra falar ASIJDHIHASIUDAOSIUDHOASUHDOIASUHDOIASUHDOUAHSODIUASHODIUHASUOIDHASOIDHOASIHDUISHDIUAHSDIUASHDOASHODIHASIUDHAISOUHDAOSIDOIASHDOASHODASHODIAHSOIDHAOSHDOAISHDIUAHSDUHASHOASHDAHSDAHSODHSAODHASDHASDASHASDHASDHIOASDHASDHUASDHUASDASDHASODIUAHSDASPODAHOAISUD. OMG! Chloe, se eu fosse você já teria soltado um "me come, Oliver!" há muuuuuuuuuito tempo! hahahahahaha

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Rs... Vamos ver até quando ela consegue resistir. O próximo consigo postar ainda hoje... :D

      Excluir
  4. Oh Deus eterno!!

    O que foi isso?

    Estão mesmo brincando com fogo...hahaha

    Vou correndo ler próximo...

    GIL

    ResponderExcluir

Google Analytics Alternative