Talking In Your Sleep (17/21)

Título: Falando Em Seus Sonhos

Resumo: Intrépida repórter para o Planeta Diário, Chloe Sullivan, tem seu coração roubado por um herói mascarado, o Arqueiro Verde, mas ela ficará satisfeita em não saber sua verdadeira identidade?

Autora: the_bluesuede
Classificação: NC-17
Linha de tempo: Sexta temporada
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Diga-me quantas flores têm que morrer
Antes que você dê a este amor uma nova chance.
Eu pedi pra você me perdoar pelo menos umas cem vezes.
Diga-me quantas flores têm que morrer.

Flowers
Brad Paisley

"Sim, Lo, eu estou bem, eu prometo", Chloe repetiu na manhã seguinte. Ela ligou para Lois na noite anterior assim que chegou em casa, mas sua prima ainda precisava de algumas confirmações aparentemente. Depois de ligar para Lois ela respondeu a uma mensagem de voz da polícia para confirmar a história de Kate e David. Depois disso ela mandou um e-mail de desculpas a Oliver por não ter ido ao encontro, sem explicar a razão, só dizendo que ficou 'presa', mas acrescentando que gostaria de remarcar.

Hoje ela estava tirando o dia de folga do trabalho. Não tinha conseguido dormir na noite anterior, então em adição a mandá-la cobrir o show aéreo, ela conseguiu conjurar um artigo inteiro sobre o que tinha acontecido com ela, embora tenha convenientemente listado a si mesma como 'uma repórter', deixando seu nome de fora e o fato de que trabalhava para o Planeta Diário. Ela escrevia as manchetes; não fazia parte delas.

Como resultado (juntamente por saber que ela tinha feito parte da história), Perry ficou mais do que feliz em lhe dar o dia de folga.

"Descanse, Sullivan. Coopere com a polícia no que eles precisarem, e não me deixe vê-la de novo até segunda."

"Perry, eu não preciso do fim de semana inteiro!"

"Você me conseguiu uma matéria sobre o Arqueiro Verde e quase morreu no processo. Você pode se dar ao luxo de ter folga. Você não tem nenhuma utilidade pra mim estando morta."

Com isso ele desligou o telefone, deixando Chloe fazendo uma excepcionalmente grande caneca de café.

Caneca na mão, ela foi até o computador ver se tinha alguma resposta de Oliver. Ao invés havia um e-mail do Arqueiro Verde. Ela engoliu com dificuldade ao vê-lo.

De: arqueiroesm... Assunto: (nenhum)

Sinto muito.

Fico feliz que você esteja bem.

-Arqueiro.

Ela suspirou quando leu. Não tinha certeza do que dizer a ele. Ela queria garantir que ele estivesse bem, mas não sabia por onde começar. De alguma forma ela tinha a vaga suspeita de que mandar um e-mail perguntando se estava tudo bem seria uma confissão de amor eterno.

O que seria péssimo, ela se relembrou.

"Oh, por que você não pode me dizer quem você é?" ela choramingou frustrada.

Assim que disse isso, ouviu o interfone. Ela foi até ele e respondeu. "Alô?"

"Eu tenho uma entrega para a Srta. Sullivan?"

"Já vou descer."

"Eu posso subir, Srta."

"Não, eu prefiro descer."

A última coisa que ela queria era receber algum estranho em  seu apartamento. Ela ainda estava um pouco assustada pelo outro dia.

Taser no bolso traseiro, ela desceu as escadas, e abriu a porta, surpresa quando encontrou um homem parado na porta com um enorme vaso de flores, e não só um vaso qualquer, um vaso multicolorido de tulipas com um enorme laço verde ao redor.

Ela assinou o recebimento e procurou por um cartão, em seguida perguntou ao homem.

"Espera! Não tem cartão. Quem mandou?"

Ele deu de ombros. "Não faço ideia. Você deve ter um admirador secreto", ele disse antes de voltar para a caminhonete.

Chloe ficou olhando para o laço verde. "Admirador secreto o caramba", ela murmurou. Um pouco demais, não acha, Arqueiro?

Ela suspirou, balançando a cabeça enquanto carregava o arranjo pra cima, tentando não gostar muito das flores.

__________

"Cara... qual é seu problema?"

Oliver olhou pra cima e viu Hal parado na porta do elevador. Ele deu risada. "Qualquer dia desses, você vai me dizer como consegue chegar aqui sem ser notificado."

Hal não pareceu satisfeito. "Você está bem?" Ele perguntou, expressão preocupada.

Oliver realmente parecia doente. Seu rosto estava pálido, e havia um leve suor cobrindo sua pele. Ele colocou um sorriso no rosto. "Só... um problema estomacal."

Hal foi até seu amigo e apesar dos protestos de Oliver, agarrou sua cabeça e examinou seus olhos vermelhos. "O diabo", ele disse, soltando-o secamente. "Eu sou basicamente um policial intergaláctico, Oliver. Eu sei quando tentam me enganar, e você está com problemas." Ele olhou feio para seu amigo, indo para a cozinha pegar um pouco de água. "Seu idiota", ele bufou. "O que você tomou e quanto?"

Oliver suspirou, esfregando o rosto. "Medicina experimental. Não sabia que era... bem, não que a Dra. Black não tenha tentado me avisar. Estava em desenvolvimento e ela disse que efeitos colaterais ainda eram arriscados. Eu não ouvi. E usei."

Hal franziu a testa. "O que era?"

Correndo a mão pelo rosto de novo Oliver olhou para seu melhor amigo, aceitando a água com a mão um pouco trêmula. Ele olhou para o copo por um momento antes de colocá-lo sobre a mesa. "Hal", ele disse. "Duas noites atrás eu levei um tiro no peito-"

"O quê?"

"No peito, Hal. Eu levei um tiro no peito. Eu venho financiando uma pesquisa sobre uma droga que cura e peguei algumas amostras. Eu consegui por algum milagre me arrastar de volta para o meu apartamento e injetei uma dose no meu braço."

"Mas..." Hal franziu a testa, não compreendendo completamente.

"Olha", Oliver disse, subindo a camisa para mostrar o ponto onde levou o tiro.

"Eu não consigo ver nada. E você diz que foi baleado?"

"Bem aqui", ele apontou.

Hal assobiou. "Dois dias atrás? Bem... merda, não tem nenhuma cicatriz." Ele olhou maravilhado até Oliver descer a camisa de novo. Finalmente ele foi até uma das cadeiras e se sentou, massageando a têmpora. "Então, efeitos colaterais, huh?"

Oliver assentiu. "Sim, bem, nada muito legal." Oliver brincou sem humor. "Acho que os termos da boa médica foram 'agressividade' e 'tendência violenta'."

Hal olhou pra cima. "O que aconteceu?"

Oliver se recostou na cadeira, deitando a cabeça em derrota.

"Você não-"

"Não, eu não matei ninguém. Eu só tentei."

Houve uma longa e densa pausa. "Eu entendo que Chloe Sullivan foi sequestrada ontem à noite."

Oliver assentiu.

"Entendo."

Eles não disseram nada durante um tempo.

"Então, vamos falar sobre isso?" Hal perguntou.

"Não faço ideia do que você está falando."

"Aham. Então é uma absoluta coincidência que quando eu venho pra cidade e conheço a famosa Srta. Sullivan, eu descubro que ela é completamente linda. E é coincidência que quando eu plantei alguns e-mails sobre como eu estaria-"

"Plantou?"

"-Não me interrompa- como eu poderia estar interessado nela, do nada você está voltando da Rússia tão rápido que deixou um rastro de fogo atrás. E é ainda mais coincidência que nos artigos que ela escreve quase parece que ela conhece o Arqueiro Verde pessoalmente."

Oliver olhou boquiaberto e Hal revirou os olhos.

"Ok, chega de teatro. Agora, eu não diria que estava fingindo interesse em Chloe, porque não é verdade. Eu realmente gosto dela. Ela é uma grande garota e eu gostaria de ser amigo dela. E se eu não tivesse a impressão que meu melhor amigo está secretamente apaixonado por ela, eu provavelmente me interessaria por mais do que amizade. Dito isso, eu posso ter te levado a acreditar que estava romanticamente interessado para seu próprio benefício. Então, vamos falar sobre como você nem me mandou ficar longe dela, seu grande imbecil!"

Oliver continuou boquiaberto.

Hal assentiu. "Ótimo. Excelente. Cara, você tem sorte que tenha sido eu e não outro cara." Ele ergueu a sobrancelha para seu amigo. "Ela é bonita. Você sabe disso, certo?"

Oliver ainda estava se recuperando. "Espera. Você..."

"Brinquei com suas emoções? Sim", Hal declarou, recostando-se contra o assento. "E eu faria de novo. Você não tem a mínima graça quando está emocional." Ele percebeu os olhos de Oliver se estreitarem. "Obviamente."

"Mas-"

"Como eu sabia?" Hal deu um risinho. "Ok, vamos reiterar a parte onde eu sou seu melhor amigo", ele disse, formando as últimas palavras lentamente como se Oliver estivesse com dificuldade em compreender. "Eu sei das coisas. Por exemplo, eu sei quando você para de uma vez de sair. Eu sei quando seu nome aparece no jornal, particularmente no nome do alter-ego. Eu sei quando alguma repórter está escrevendo de um jeito que parece que ela te conhece. Eu também sei quando encontro uma mulher que está na sua. Você sabe que se eu fosse uma mulher, eu seria a melhor amiga com quem você precisaria se casar, certo?"

Oliver estava novamente boquiaberto. "Cara."

"Exagerei?"

"Claro."

Hal deu de ombros. "A questão é. Enfim, que diabos você está fazendo?" ele exigiu. "Por que você não... eu não sei, o que vocês fazem agora? Dão a elas nossos anéis de formatura? Compram camiseta dele e dela? Se você tivesse cinco anos podia dar pra ela sua sobremesa-"

"Ela não sabe."

Hal ergueu uma sobrancelha. "O que, que você é o Arqueiro Verde? Sim, bem isso é um pouco melhor do que você entrar num relacionamento e ela não ser uma repórter. Eu não vejo porque-"

"Ela não sabe que eu sou Oliver Queen."

"O quê?" Hal perguntou surpreso.

"Ela não sabe-" Oliver falou devagar. "-que eu sou Oliver Queen."

Hal olhou pra ele por todo um minuto, então colocou a mão na boca. E bufou.

"Não é engraçado."

Uma mistura de tosse e risada escapou e Hal falou através da mão. "Não, não é nada engraçado. Nenhum pouco."

"Cala a boca."

Mas o risinho silencioso eventualmente se tornou uma gargalhada completa, Hal não mais conseguindo se segurar. "Você quer dizer que Chloe Sullivan está num relacionamento com o Arqueiro Verde." Ele ficou pálido. "Oh, cara, não é ano bissexto, é? Você sabe que Carol tentou se casar com o Lanterna num ano bissexto?" 

"Podemos não comparar Chloe a sua ex-namorada-psicopata-que-se-tornou-uma-super-vilã? Pode ser? Obrigado, seria ótimo."

Isso fez Hal parar de rir. "Certo."

"Sim", Oliver suspirou, deitando a cabeça no sofá, exausto. "Cara, eu me sinto uma merda", ele disse.

"Beba mais água. É bom pra você."

"Então", Oliver disse, inclinando-se pra frente pra pegar o copo. "Algum conselho sobre a estupidez da minha situação?"

"Sim. Conte a ela."

Oliver gargalhou sem nenhum humor. "Aham."

"Estou falando sério."

"Eu não posso. Ela mal gosta de mim como eu mesmo. Eu vou assustá-la sem dar a chance de ela me conhecer."

"E o que exatamente você está fazendo pra deixá-la conhecer você?" Hal perguntou, nada convencido.

Oliver olhou envergonhado. "Eu mandei flores pra ela hoje?"

Hal deu um tapa no próprio rosto. "Aw... Jesus..."

"Olha, eu não estou bem, como você disse!" Oliver exclamou defensivamente. "Eu não posso deixá-la me ver desse jeito." Ele respirou fundo. "Mas estou me sentindo melhor. E vou ligar pra ela esta noite e... alguma coisa."

"Alguma coisa?"

"Sim, eu não tive tempo pra trabalhar num plano depois de ter ligado pra ela, ainda."

Hal abaixou a cabeça. "Você está perdido."

__________

"Então, eu vi você falando com Oliver Queen ontem", Lois deixou escapar casualmente.

Chloe suspirou. Era impressionante. Lois tinha conseguido esperar atté ela pintar as unhas dos pés pra soltar a bomba, significando que Chloe não teria escapatória.

"E eu também vi", Lois continuou. "Aquele vaso enorme com suas flores preferidas no balcão perto do computador."

"Sim", foi tudo que Chloe disse, e Lois olhou pra cima.

"Ah, qual é", ela choramingou. "São dele? O que está acontecendo? Rosa, verde ou laranja?" ela acrescentou, segurando várias cores agora que tinha passado a base.

"Laranja", Chloe disse.

"Verde não?"  Lois ergueu as sobrancelhas sugestivamente.

Chloe bufou. "Laranja", ela repetiu.

"Se você insiste", Lois deu de ombros, guardando as outras cores e abrindo o vidro laranja. "Agora continua. Qual a razão das flores?"

Chloe olhou para o vibrante buquê e mordeu o lábio. Quanto contar? Ela decidiu que a história do Arqueiro Verde cheio de esteroides era melhor manter só pra ela. Até agora ela só tinha mencionado a Lois que o Arqueiro a tinha resgatado, mas nada sobre a natureza do resgate. "Na verdade", ela disse, "não havia cartão, mas acho que são do Arqueiro Verde."

"O quê? Por quê?"

"Bem, ele sabe qual é minha flor favorita, e o laço é verde, então acho que é meio óbvio."

"Não, eu digo, por que ele está te mandando flores? Oh, Deus", Lois estreitou os olhos. "Você não-"

"Não, Lo, eu não estou mais dormindo com ele." Embora eu quisesse estar. Ugh.

"Bom. Porque vamos combinar que isso seria ruim." Ela franziu a testa. "Eu acho. Espera, por que achamos que isso seria ruim?"

"Porque não ia durar", Chloe grunhiu.

"Certo." Lois parou pensativa antes de mudar de pé. "Isso é um saco."

"Sim, bem, minha vida toda é", Chloe brincou.

"Bem, voltando a Oliver-" o telefone de Chloe começou a tocar. "-o que está acontecendo? Eu nem sabia que ele estava de volta a Metrópolis."

"Nem eu", Chloe disse, procurando seu celular entre as revistas e acessórios de mani/pedicure. "Ele acabou de voltar. Espera aí, Lo. Vou ser rápida", ela prometeu antes de atender o celular. "Alô?"

"Chloe? É o Oliver."

As bochechas de Chloe ficaram vermelhas. "Oh, oi. Como você está?"

"Quem é?" Lois sibilou, indo até onde Chloe estava e parando ao seu lado pra tentar ouvir.

"Eu estou bem. Eu estava um pouco preocupado com você. O artigo do jornal desta manhã não menciona seu nome, mas eu suspeitei..."

"Oh, aquilo", Chloe se sentiu envergonhada. "Não, eu estou bem. Não foi a primeira vez, provavelmente não será a última", ela brincou.

"Vamos torcer", ele disse duvidosamente.

"Primeira vez do quê?" Lois perguntou, e Chloe silenciosamente tentou afastá-la.

"Você recebeu as flores que eu mandei?"

"Elas eram suas?" ela perguntou surpresa.

"As flores? Espera, quem é?" Lois exigiu.

Chloe rapidamente cobriu o bocal e sussurrou o nome de Oliver, fazendo Lois arregalar os olhos.

"Sim, eram minhas. Acho que eu deveria ter colocado um cartão junto", ele deu risada pensativamente.

"Como você sabia que tulipas eram minhas favoritas?"

"Palpite de sorte", ele respondeu lentamente.

"Ele sabia que eram suas favoritas?" Lois sussurrou, e Chloe balançou a cabeça em resposta, murmurando 'palpite'.

"Então, acho que estamos  empatados em cancelamentos", Oliver continuou. "Então eu estava me perguntando se você está livre amanhã?"

Chloe cobriu o telefone de novo. "Ele quer remarcar." Então, falando com Oliver. "Acho que tudo bem. Que horas?"

"Sete?"

"Onde ele vai te levar?"

"Sete está ótimo, mas onde vamos?" ela perguntou, sorrindo.

"Vamos, você aguentou até agora. Não fique muito ansiosa. Não é nada demais. Só estou gostando de saber algo que você não sabe."

"Então não vamos a nenhum lugar maluco, certo?" Chloe confirmou desconfiada. "Porque sério, eu sou mais o tipo de garota que gosta de ir ver um jogo de beisebol e comer cachorro-quente." Ela parou. "Bem, na verdade eu não acompanho o beisebol, então talvez isso seja uma mentira, mas você entendeu a ideia?"

Lois fez uma cara feia pra ela.

"Pára", Chloe sibilou pra ela.

"Beisebol?" Lois murmurou, olhando como se ela fosse louca.

Chloe deu de ombros enquanto Oliver ria do outro lado.

"Não, eu entendo", ele concordou. "Não vamos fazer nada muito especial, eu prometo."

"Então por que você não pode me contar?" Chloe choramingou.

"Porque é muito divertido torturar você", ele brincou.

"Vou desligar agora", Chloe alertou.

"Tchau, Chloe Sullivan. Te vejo amanhã."

Chloe desligou, e Lois se afastou e cruzou os braços. "Bem", ela disse com diversão. "Correu tudo bem."

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DEZOITO

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