Resumo: Chloe Sullivan é capturada por piratas. Precisa dizer mais?
Autora: the_bluesuede
Classificação: R
Categoria: Crossover Smallville/Piratas do Caribe
Avisos:
Oliver como pirata. Sim, você precisa ser alertado. Também, esta deve
ser a coisa mais idiota que eu já escrevi, mas não consegui evitar. Foi
muito divertido escrever.
"Jack Sparrow!"
Jack se encolheu, parando em seus passos, como se diminuir o ritmo de seus movimentos, fosse fazê-la esquecer que ele estava ali.
"Eu acho que você tem algo que me pertence."
Ele se virou e lhe deu seu melhor sorriso. "Não faço ideia do que você está falando. É melhor você conversar com o Capitão."
Chloe estreitou os olhos pra ele, indo em sua direção e pressionando-se perto dele. "Mas você é o Capitão que eu quero, Jack."
Ele se acalmou um pouco, erguendo as sobrancelhas. "E o que eu posso fazer por você, Amor?"
Ela deu um risinho, deslizando a mão no bolso dele e recuperando algo antes que ele percebesse o que tinha acontecido. Para Jack, ela se moveu para beijá-lo, e então se afastou no último minuto. "Absolutamente nada."
Ela se afastou orgulhosa, prendendo o colar ao redor do pescoço.
Jack xingou entredentes. "Malditas mulheres."
Recostando-se contra a grade, dois homens que Chloe tinha passado a conhecer bem deram risada, um deles estendendo a mão para uma terceira companhia.
"Pode pagar, Victor", AC disse a ele.
Balançando um pouco a cabeça, Vitor pegou um punhado de moedas de seu bolso e entregou com uma expressão irritada. "Eu nunca achei que ela fosse conseguir. Foi muito fácil."
Bart, o terceiro, assobiou para Chloe enquanto ela passava, e ela olhou pra ele por sobre o ombro, piscando enquanto subia as escadas que levavam a cabine do capitão onde estava ficando.
Duas semanas no mar tinham feito Chloe se familiarizar não só com cada aspecto do navio, mas também com cada membro de sua equipe. Bart, Victor e AC, apesar de suas distintas ligações com o capitão, eram seus favoritos, e eles a divertiam imensamente com histórias e jogos de cartas. Sr. Gibbs era o próximo na lista de seus favoritos. Ela o tinha conhecido anos atrás antes dele se tornar um pirata, numa viagem com seu pai. Ele sabia de sua presença, mas suas superstições só serviam para diverti-la. Pintel e Ragetti ela não conhecia bem. Eles eram estranhos. Murtogg e Mullroy, no entanto, eram mais confortáveis para se estar ao redor, tendo mantido um pouco da educação por terem sido integrantes da guarda do Rei. Eles eram mais educados com ela e também inofensivos. O cozinheiro do navio a tinha conquistado rapidamente, tendo sido a primeira pessoa a que ela se aventurou a visitar fora da cabine. Ela determinou logo que seria bom que ele gostasse dela, para garantir que não morresse de fome, mas no final tinha sido fácil, ele era um homem agradável. Ele apreciou os elogios que Chloe despejou, nunca tendo cozinhado para ninguém de tão alta classe, e também estava encantado por sua beleza.
Apesar disso tudo, apesar de sua aparente aceitação e disposição a aceitar sua situação, e apesar dos esforços dele, Chloe se recusava a falar com o Capitão. Ela não queria nada com ele. Ela se convenceu que o odiava por tê-la sequestrado, se ressentia por ele reconhecer o quanto ela estava infeliz com seu noivo, e resistiu ao fato de que ela o achou devastadoramente atraente. Ela não queria nada com o bárbaro que a tinha carregado como se ela não fosse nada além de um saco de ouro. Não, ela não ia querer nada com Oliver ou suas tentativas de ganhá-la, mesmo que ela apreciasse o fato de que ele lhe dera sua cabine, acesso livre a seus livros e liberdade para caminhar pelo navio.
Neste momento em particular, ela se encontrou cercada por ele, recostado na porta da cabine, olhando pra ela com diversão. "Então qual a história do colar?"
Ela não respondeu, mas lhe deu um olhar de desdém. "Tenha a delicadeza de me dar licença."
"Eu realmente não achei que você fosse tão materialista."
"Certo, não se mexa", ela disse irritada, virando-se e descendo as escadas. Ele a seguiu no entanto.
"Vamos ver, você ameaçou cortar a mão de Jack antes, e você lutou comigo com uma espada por ele. Agora, mesmo não havendo nenhuma razão para tê-lo, você ainda enganou Jack para tê-lo de volta. Qual a história por trás do colar? Ele obviamente tem um significado importante pra você."
Ela se virou e olhou feio pra ele. "Você vai me seguir até eu te responder?"
Dando um risinho, ele assentiu e Chloe revirou os olhos.
"Você é o homem mais irritante que eu já conheci, e o colar pertenceu a minha mãe. Eu deveria usá-lo no dia do meu casamento, igual a ela", Chloe acrescentou. Era verdade, mas ela disse mais pelo prazer vingativo de falar sobre o noivo, o que parecia incomodá-lo.
"Eu entendo que este tal noivo não veio correndo te resgatar, ainda", ele comentou levemente, olhando para o mar que os rodeava.
Chloe engoliu seco, não querendo dizer a esta pessoa terrível que não haveria tentativa de resgate, não por ela. Seu pai e noivo eram carinhosos, adoráveis, sim, mas nenhum dos dois era esperto ou importante para conseguir algo que tivesse a mínima chance de sucesso. Se ela quisesse ir para casa, teria que encontrar um jeito sozinha, não que tivesse tido muita oportunidade. O navio ainda não tinha aportado, embora ela esperasse que isso acontecesse logo, tendo mantido um olho no estoque de comida.
Oliver olhou para a expressão dela, e decidiu provocá-la um pouco mais. "Eu suponho que você ficará agradecida quando ele vier. Vai sair correndo para os braços do seu amor e deixá-lo carregá-la pelo pôr-do-sol", ele disse num tom sonhador, muito ciente do quanto isso era pouco provável. "Você não terá nenhum arrependimento em nos ver sendo enforcados, e então você vai se casar com ele e ter nove filhos com rostos arredondados, nenhum deles vai dar ouvidos à mãe ou ao pai, claro. Eles terão que apanhar regularmente numa tentativa de disciplina, mas", ele parou, "pelo menos você será rica."
Ele olhou para o horizonte e se virou para olhar pra ela, seu risinho falhando quando viu a expressão no rosto dela. Ele pode ter atingido um nervo agora - um pensamento confirmado quando ela cuspiu em seu rosto e disparou pelo navio até sua cabine. Ele não teve que checar pra saber que a porta estaria trancada se ele tentasse ir atrás dela.
_ _ _ _ _
Quando o navio finalmente atracou, parando em outra vila para conseguir suprimentos, Chloe descobriu, para seu imenso desgosto, que ficaria presa no quarto. Isso aconteceu nas primeiras vezes em que o navio atracou em algum lugar, e não demorou muito antes de Chloe aprender algumas coisas interessantes: primeiro, o Capitão Oliver e sua equipe nunca matavam se pudessem evitar. Nenhum homem sob sua bandeira jamais tiraria a vida de um civil enquanto navegassem pra ele. O próprio Capitão tinha matado apenas uma mão cheia de vezes, história que os demais comentavam em sussurros, com reverência. O fato que interessava Chloe mais do que qualquer outro, no entanto, era que Bart, Victor e AC tinham tarefas muito específicas, e ninguém sabia para onde eles iam.
Demorou menos de um dia para Chloe fazer Bart desembuchar. Na verdade era um segredo, ele explicou, então ninguém perderia o respeito ou medo do Capitão, mas aparentemente uma parte de tudo que era saqueado, era distribuído entre os pobres e órfãos nas paradas seguintes.
"Por que você acha que um homem como o Capitão virou pirata pra começar?" ele pontuou antes de ir se juntar aos colegas.
Então ele podia sequestrar mulheres inocentes? Chloe pensou secamente enquanto o observava partir.
Ela se virou e sentou na cama, deitando-se, com nojo de si mesma. Era errado que ela não quisesse ir embora? Sua sensibilidade feminina mantinha-se indignada apenas o suficiente para manter seu ódio por Oliver, mas do resto da tripulação, ela na verdade gostava. Ela sempre preferiu a companhia masculina do que as socialites. Ela sentia falta de seu pi, mas nem tão forte quanto esperava. Na verdade, embora ela preferisse morrer do que ter que admitir, ela estava agradecida pela desculpa para não se casar com seu noivo. Ela não queria nada com ele desde o começo. Ele era legal, sim, mas também era chato e incrivelmente desinteressante. Ele não tinha senso de aventura ou coragem, e ele não era nem um pouco inteligente. Era horrível listar todos os seus defeitos em um único pensamento, mas era verdade. Ela sinceramente duvidava que seu pai pudesse encontrar alguém mais errado pra ela se tentasse.
E era esse pensamento que mantinha seu ressentimento pelo Capitão constante. Ela odiava que ele estivesse certo, que de certo modo, ele havia de fato a resgatado. Ela olhou feio para os presentes no canto. Bart os tinha entregue desta vez. Era sempre Bart, AC ou Victor quem os trazia, mas ela tinha rapidamente deduzido de quem eram as ordens que eles seguiam e esnobava os presentes sempre que pudesse.
Era difícil, no entanto, porque eles não eram o tipo de presentes que ela esperava. Eram jóias, sim, mas só algumas, normalmente era algo único que sob outras circunstâncias, ela admiraria imediatamente. Tirando isso, havia a tendência de serem roupas novas, nada extravagante e desnecessário, mas algo que fosse realmente útil pra ela. Tirando isso, no entanto, todas as outras formas de suborno vinham disfarçadas de livros. Ela meio que imaginava se ele não tinha interesse nos livros, pensando na considerável coleção que ele possuía, mas de qualquer jeito, eles chegavam toda vez, sem falha, uma pilha de pelo menos cinco livros.
Ela também conseguia desdenhar das outras coisas muito bem, relembrando-se que eram roubadas, mas não conseguia resistir aos livros, e eram apenas segundos antes de ela ir para a cama e começar a folheá-los com interesse, desejando saber o que ele tinha comprado pra ela daquela vez, eventualmente os distribuindo nas prateleiras de acordo com o sistema que ele tinha.
Ela passava uma grande parte do tempo lendo, tendo pouco o que fazer além de conversar com a tripulação, e Gibbs a deixava subir no cesto do mastro, onde ela podia conversar com ele se quisesse, ou ficar em silêncio e fazer suas leituras. Ela gostava da altura e da vista que o cesto lhe dava, a sensação de distância de tudo que estava embaixo. Ninguém a interrompia ali, e quando ela não estava lendo, era Gibbs quem lhe contava as melhores histórias sobre qualquer membro da tripulação. Ela particularmente gostava das que eram sobre Jack Sparrow, quase nenhuma poderia ser verdade, mas eram extremamente excitantes e divertidas.
Ao invés de subir naquele momento, ela pegou o livro que estava no alto da pilha e saiu da cabine. Estava quase amanhecendo, então haveria luz suficiente para ler do lado de fora em breve.
Ela se surpreendeu ao ver uma figura se movendo discretamente pelas sombras, não se juntando aos demais para comemorar, mas ao invés, descendo. Mordendo o lábio ela o seguiu, sentindo que havia alguma coisa errada.
Acabou que era Oliver quem estava lá embaixo, as mangas de sua camisa encharcadas de sangue. Ele xingou enquanto tentava subir a manga para expor o ferimento e falhou. Ela arfou preocupada, esquecendo o quanto detestava o homem, e ele olhou pra cima, surpreso em vê-la ali.
Ignorando a expressão de choque dele, ela soltou o livro que trazia na mão e imediatamente foi checar o braço dele. Ela deu um tapa na mão dele rapidamente. "Não toque, seu imbecil. Você quer que infeccione? Espere aqui." E ela desapareceu. Dentro de momentos ela tinha retornando com alguns pedaços de pano, uma garrafa de uísque, e suprimentos de costura para o caso de precisar. Ela instantaneamente colocou água para ferver. Enquanto esperavam ela se virou pra ele e o ajudou a remover a camisa, ao invés de tirar apenas a manga.
Ela ignorou a secura em sua boca ao vê-lo sem camisa.
Puta... merda. Controlando-se enquanto jogava a camisa de lado e voltando ao trabalho. Oliver não a interrompeu enquanto ela mergulhava alguns panos na água quente e usava para limpar o ferimento, não reclamou quando ela jogou uísque em outro e limpou novamente, e não falou nada quando percebeu o tom rosado nas bochechas dela.
Finalmente, depois de ela determinar que ele não precisava de pontos, ele chamou a atenção dela ao pegar a garrafa de uísque e tomar um longo gole. "O que aconteceu?" ela perguntou enquanto pegava um pano limpo que conseguiu encontrar e envolvia o braço dele.
"Nada sério."
"Outra garota com espada foi melhor que você?"
Ele deu um risinho. Na verdade, tinha sido um soldado determinado com uma espada, mas não havia necessidade de dizer isso a ela. "Você está sugerindo que você foi melhor que eu? Porque eu tenho que discordar."
Ela revirou os olhos, mas ele podia ver o sorriso dançando no canto de sua boca. "Eu me distraí. Se eu quisesse te matar, você estaria morto há muito tempo."
"Você está dizendo que não quis me matar? Estou tocado."
"Não fique. Eu achei que era uma ótima oportunidade de treinar desarmamento. Meu erro. Eu deveria ter te apunhalado no peito e terminado logo com aquilo."
"Você se arrependeria depois", ele acusou.
Ela encontrou seu olhar. "Só um pouco." Com esse comentário ela puxou com força o nó que tinha feito no braço e ele fez uma careta.
Ele estendeu a outra mão e cuidadosamente correu os dedos pelo curativo que ela tinha feito, inspecionando-o. "Obrigado", ele disse, antes de olhar pra cima e ver que ela já tinha partido.
Ele percebeu o livro sobre a mesa pela primeira vez e o pegou com uma expressão satisfeita. Ele o carregou com ele, com a intenção de devolvê-lo, mas quando chegou ao convés ouviu a música tocando enquanto uma multidão estava em círculo observando Chloe dançar com Jack Sparrow, a multidão batendo palmas ao som e celebrando antes de alguém entrar na roda e trocar de par com ela.
Ele a observou por um tempo, divertindo-se com o jeito que ela tinha conquistado a afeição de todos -- até de Gibbs, que, apesar de dar a ela um olhar desconfiado ocasionalmente, parecia muito apegado a ela. Balançando a cabeça, ele foi para sua cabine e deixou o livro sobre a cama.
_ _ _ _ _
O navio saiu para o mar novamente, e Chloe sentiu uma vaga sensação de arrependimento. Bem no fundo, ela sabia que deveria ter aproveitado a oportunidade para escapar, mas se consolou com o fato de que estava sendo mantida trancada, e não teria conseguido fugir mesmo que tivesse tentado. Deixando de lado o fato de que ela era muito inteligente para deixar uma coisa como uma porta trancada impedi-la se quisesse realmente ir embora.
Em certo momento ela perguntou a Jack quanto tempo ele pretendia ficar com a tripulação de Oliver. Ela esperava (corretamente) que ele não fosse tolerar navegar sob o comando de outra pessoa. Ele explicou que ficaria a disposição de Oliver até que chegassem em Tortuga, onde ele encontraria seu próprio navio e tripulação. Mas ele tinha que esperar até quando Oliver quisesse ir para lá. Ele não podia apressar as coisas e de qualquer forma -- já tinha tentado.
Chloe achou continuamente fácil evitar conversar com o Capitão, embora tivesse morrido de vergonha se ele percebesse que agora era parte por timidez. Ela tinha conseguido reunir um pouco do ódio que sentia por ele em ordem de continuar odiando-o, mas ficava cada dia mais difícil. Sob circunstâncias diferentes, ela o teria achado maravilhoso.
_ _ _ _ _
Era um dia calmo, brilhante e preguiçoso quando avistaram o segundo navio. Era um tipo de dia que você não espera que algo vá acontecer. Ela estava sentada no cesto com Gibbs quando AC veio atrás dela.
"Srta. Chloe, é melhor descer."
"Por quê? O que está acontecendo?"
Ele balançou a cabeça como se não soubesse, mas sua expressão era preocupada. "Ordens do Capitão."
"Você pode dizer ao Capitão para--"
"Minhas ordens também, Srta. Chloe", ele a interrompeu, sabendo de seu desdém por Oliver.
Chloe olhou para o segundo navio no horizonte nervosamente. Era possivelmente alguém tentando resgatá-la? Mas a sensação em seu estômago lhe disse para descer com AC. Algo sobre o tom dele sugeria preocupação que não tinha nada a ver com a possibilidade dela ser pega ou ser levada deles. O comportamento leve e brincalhão dele tinha sido substituído por uma contenção que a deixou alerta.
A próxima coisa que ela sabia era que ele e Bart estavam lhe carregando para dentro da cabine do capitão, apesar de seus protestos e exigências de saber o que estava acontecendo.
"Apenas fique aí", Bart disse com firmeza da porta. Chloe sentiu um arrepio correr por sua espinha. Bart nunca era sério, mas naquele momento toda a risada tinha sumido de seus olhos.
"Bart, o que está acontecendo?"
Mas ele apenas balançou a cabeça. "Só fique aqui e não chame atenção se puder evitar. Você ficará em segurança. O Capitão disse pra te dar isso", ele acrescentou, entregando um cinto a ela e seu próprio punhal daquela primeira noite em que os piratas invadiram sua vida. Ela olhou pra baixo e pra cima de novo, medo em seu coração. Por que Oliver ia querer que ela ficasse com aquilo?
"Bart--"
"Eu tenho que subir. Sinto muito." Ele fechou a trancou a porta antes que ela pudesse dizer qualquer outra coisa.
Chloe imediatamente fechou o cinto ao redor da cintura, seu coração batendo com o nervosismo enquanto sentia o peso da faca em sua lateral.
Passou-se meia hora antes dela ouvir o som de tiros de canhão e o navio balançar embaixo dela. Logo vozes gritavam e armas eram atiradas assim como os canhões, e ela podia ouvir o som de aço contra aço.
Alguém estava atacando o navio, e pelo som, eram mais piratas.
Seu coração parou dentro do peito quando ouviu alguém tentando invadir a cabine.
Chloe xingou seu medo e imediatamente pegou o punhal do cinto, preparando-se para se defender. Dentro de minutos, três homens invadiram o quarto, planejando roubar os pertences do capitão com certeza, mas um riso lascivo se espalhou por seus rostos ao ver Chloe, que engolia ansiosamente.
Um homem Chloe podia enfrentar, mas três? Com apenas um punhal contra suas espadas? Foi uma questão de segundos antes deles a desarmarem e ela se encontrar lutando literalmente com unhas e dentes quando dois homens começaram a carregá-la para o convés, e, para seu horror, para o outro navio. Comentários horríveis eram feitos sobre ela ter turnos e manter a diversão enquanto mãos a tocavam em todos os lugares errados.
Ela gritou por socorro, mas mesmo os que estavam mais próximos não podiam ouvir ou reagir, presos em suas próprias batalhas, e foi só uma questão de momentos até ela estar a bordo de um navio estranho, suas mãos sendo amarradas e presas no mastro mais perto.
Então, muito de repente, um dos pares de mão parou de se mover, e Chloe olhou para cima e viu sangue escorrendo da boca do homem. Os dois olharam para baixo e viram a ponta da espada que tinha atravessado seu estômago antes de ser rapidamente removida. O segundo homem encontrou o mesmo fim rápido e macabro. Tremendo, Chloe se sentiu puxada para braços protetores, uma voz familiar firme em seu ouvido. "Fique perto de mim", antes que fosse empurrada para trás dele.
A batalha foi longa e sangrenta, mas a tripulação de Oliver saiu vitoriosa, por uma estreita margem. Chloe não teve nenhum remorso pelos homens que andaram na prancha, só virando o rosto e se recusando a olhar. O pensamento deles 'fazendo rodadas' com ela a salvou de sentir qualquer piedade por eles. Ela simplesmente se agarrou ao peito de Oliver, porque, claro, foi ele quem a salvou.
Mais tarde naquela noite, quando a tripulação tinha se ajeitado e tinham contado os danos ao navio, os homens foram cuidar de seus ferimentos, e Chloe cuidou de Oliver. Ele tinha apenas alguns cortes e arranhões, mas ela insistiu em limpá-los, incerta de porque não tinha simplesmente agradecido e ido embora.
Oliver parecia entender, no entanto, e permitiu a ela fazer o que queria, notando com preocupação que ela não parecia conseguir encontrar seus olhos enquanto o fazia.
Quando ela terminou, ele segurou o braço dela antes que ela pudesse se virar e ela encontrou seu olhar por acidente. Pela primeira vez, ele viu o quanto ela estava assustada, e a puxou pra ele, trazendo-a para seu colo. Ele a segurou contra seu peito e acariciou seu cabelo ternamente enquanto sentia as lágrimas quentes em sua pele. "Está tudo bem", ele disse a ela gentilmente. "Você está salva."
Ela assentiu e virou o rosto no peito dele, o corpo tremendo enquanto permitia que ele a confortasse.
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TRÊS
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Balançando um pouco a cabeça, Vitor pegou um punhado de moedas de seu bolso e entregou com uma expressão irritada. "Eu nunca achei que ela fosse conseguir. Foi muito fácil."
Bart, o terceiro, assobiou para Chloe enquanto ela passava, e ela olhou pra ele por sobre o ombro, piscando enquanto subia as escadas que levavam a cabine do capitão onde estava ficando.
Duas semanas no mar tinham feito Chloe se familiarizar não só com cada aspecto do navio, mas também com cada membro de sua equipe. Bart, Victor e AC, apesar de suas distintas ligações com o capitão, eram seus favoritos, e eles a divertiam imensamente com histórias e jogos de cartas. Sr. Gibbs era o próximo na lista de seus favoritos. Ela o tinha conhecido anos atrás antes dele se tornar um pirata, numa viagem com seu pai. Ele sabia de sua presença, mas suas superstições só serviam para diverti-la. Pintel e Ragetti ela não conhecia bem. Eles eram estranhos. Murtogg e Mullroy, no entanto, eram mais confortáveis para se estar ao redor, tendo mantido um pouco da educação por terem sido integrantes da guarda do Rei. Eles eram mais educados com ela e também inofensivos. O cozinheiro do navio a tinha conquistado rapidamente, tendo sido a primeira pessoa a que ela se aventurou a visitar fora da cabine. Ela determinou logo que seria bom que ele gostasse dela, para garantir que não morresse de fome, mas no final tinha sido fácil, ele era um homem agradável. Ele apreciou os elogios que Chloe despejou, nunca tendo cozinhado para ninguém de tão alta classe, e também estava encantado por sua beleza.
Apesar disso tudo, apesar de sua aparente aceitação e disposição a aceitar sua situação, e apesar dos esforços dele, Chloe se recusava a falar com o Capitão. Ela não queria nada com ele. Ela se convenceu que o odiava por tê-la sequestrado, se ressentia por ele reconhecer o quanto ela estava infeliz com seu noivo, e resistiu ao fato de que ela o achou devastadoramente atraente. Ela não queria nada com o bárbaro que a tinha carregado como se ela não fosse nada além de um saco de ouro. Não, ela não ia querer nada com Oliver ou suas tentativas de ganhá-la, mesmo que ela apreciasse o fato de que ele lhe dera sua cabine, acesso livre a seus livros e liberdade para caminhar pelo navio.
Neste momento em particular, ela se encontrou cercada por ele, recostado na porta da cabine, olhando pra ela com diversão. "Então qual a história do colar?"
Ela não respondeu, mas lhe deu um olhar de desdém. "Tenha a delicadeza de me dar licença."
"Eu realmente não achei que você fosse tão materialista."
"Certo, não se mexa", ela disse irritada, virando-se e descendo as escadas. Ele a seguiu no entanto.
"Vamos ver, você ameaçou cortar a mão de Jack antes, e você lutou comigo com uma espada por ele. Agora, mesmo não havendo nenhuma razão para tê-lo, você ainda enganou Jack para tê-lo de volta. Qual a história por trás do colar? Ele obviamente tem um significado importante pra você."
Ela se virou e olhou feio pra ele. "Você vai me seguir até eu te responder?"
Dando um risinho, ele assentiu e Chloe revirou os olhos.
"Você é o homem mais irritante que eu já conheci, e o colar pertenceu a minha mãe. Eu deveria usá-lo no dia do meu casamento, igual a ela", Chloe acrescentou. Era verdade, mas ela disse mais pelo prazer vingativo de falar sobre o noivo, o que parecia incomodá-lo.
"Eu entendo que este tal noivo não veio correndo te resgatar, ainda", ele comentou levemente, olhando para o mar que os rodeava.
Chloe engoliu seco, não querendo dizer a esta pessoa terrível que não haveria tentativa de resgate, não por ela. Seu pai e noivo eram carinhosos, adoráveis, sim, mas nenhum dos dois era esperto ou importante para conseguir algo que tivesse a mínima chance de sucesso. Se ela quisesse ir para casa, teria que encontrar um jeito sozinha, não que tivesse tido muita oportunidade. O navio ainda não tinha aportado, embora ela esperasse que isso acontecesse logo, tendo mantido um olho no estoque de comida.
Oliver olhou para a expressão dela, e decidiu provocá-la um pouco mais. "Eu suponho que você ficará agradecida quando ele vier. Vai sair correndo para os braços do seu amor e deixá-lo carregá-la pelo pôr-do-sol", ele disse num tom sonhador, muito ciente do quanto isso era pouco provável. "Você não terá nenhum arrependimento em nos ver sendo enforcados, e então você vai se casar com ele e ter nove filhos com rostos arredondados, nenhum deles vai dar ouvidos à mãe ou ao pai, claro. Eles terão que apanhar regularmente numa tentativa de disciplina, mas", ele parou, "pelo menos você será rica."
Ele olhou para o horizonte e se virou para olhar pra ela, seu risinho falhando quando viu a expressão no rosto dela. Ele pode ter atingido um nervo agora - um pensamento confirmado quando ela cuspiu em seu rosto e disparou pelo navio até sua cabine. Ele não teve que checar pra saber que a porta estaria trancada se ele tentasse ir atrás dela.
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Quando o navio finalmente atracou, parando em outra vila para conseguir suprimentos, Chloe descobriu, para seu imenso desgosto, que ficaria presa no quarto. Isso aconteceu nas primeiras vezes em que o navio atracou em algum lugar, e não demorou muito antes de Chloe aprender algumas coisas interessantes: primeiro, o Capitão Oliver e sua equipe nunca matavam se pudessem evitar. Nenhum homem sob sua bandeira jamais tiraria a vida de um civil enquanto navegassem pra ele. O próprio Capitão tinha matado apenas uma mão cheia de vezes, história que os demais comentavam em sussurros, com reverência. O fato que interessava Chloe mais do que qualquer outro, no entanto, era que Bart, Victor e AC tinham tarefas muito específicas, e ninguém sabia para onde eles iam.
Demorou menos de um dia para Chloe fazer Bart desembuchar. Na verdade era um segredo, ele explicou, então ninguém perderia o respeito ou medo do Capitão, mas aparentemente uma parte de tudo que era saqueado, era distribuído entre os pobres e órfãos nas paradas seguintes.
"Por que você acha que um homem como o Capitão virou pirata pra começar?" ele pontuou antes de ir se juntar aos colegas.
Então ele podia sequestrar mulheres inocentes? Chloe pensou secamente enquanto o observava partir.
Ela se virou e sentou na cama, deitando-se, com nojo de si mesma. Era errado que ela não quisesse ir embora? Sua sensibilidade feminina mantinha-se indignada apenas o suficiente para manter seu ódio por Oliver, mas do resto da tripulação, ela na verdade gostava. Ela sempre preferiu a companhia masculina do que as socialites. Ela sentia falta de seu pi, mas nem tão forte quanto esperava. Na verdade, embora ela preferisse morrer do que ter que admitir, ela estava agradecida pela desculpa para não se casar com seu noivo. Ela não queria nada com ele desde o começo. Ele era legal, sim, mas também era chato e incrivelmente desinteressante. Ele não tinha senso de aventura ou coragem, e ele não era nem um pouco inteligente. Era horrível listar todos os seus defeitos em um único pensamento, mas era verdade. Ela sinceramente duvidava que seu pai pudesse encontrar alguém mais errado pra ela se tentasse.
E era esse pensamento que mantinha seu ressentimento pelo Capitão constante. Ela odiava que ele estivesse certo, que de certo modo, ele havia de fato a resgatado. Ela olhou feio para os presentes no canto. Bart os tinha entregue desta vez. Era sempre Bart, AC ou Victor quem os trazia, mas ela tinha rapidamente deduzido de quem eram as ordens que eles seguiam e esnobava os presentes sempre que pudesse.
Era difícil, no entanto, porque eles não eram o tipo de presentes que ela esperava. Eram jóias, sim, mas só algumas, normalmente era algo único que sob outras circunstâncias, ela admiraria imediatamente. Tirando isso, havia a tendência de serem roupas novas, nada extravagante e desnecessário, mas algo que fosse realmente útil pra ela. Tirando isso, no entanto, todas as outras formas de suborno vinham disfarçadas de livros. Ela meio que imaginava se ele não tinha interesse nos livros, pensando na considerável coleção que ele possuía, mas de qualquer jeito, eles chegavam toda vez, sem falha, uma pilha de pelo menos cinco livros.
Ela também conseguia desdenhar das outras coisas muito bem, relembrando-se que eram roubadas, mas não conseguia resistir aos livros, e eram apenas segundos antes de ela ir para a cama e começar a folheá-los com interesse, desejando saber o que ele tinha comprado pra ela daquela vez, eventualmente os distribuindo nas prateleiras de acordo com o sistema que ele tinha.
Ela passava uma grande parte do tempo lendo, tendo pouco o que fazer além de conversar com a tripulação, e Gibbs a deixava subir no cesto do mastro, onde ela podia conversar com ele se quisesse, ou ficar em silêncio e fazer suas leituras. Ela gostava da altura e da vista que o cesto lhe dava, a sensação de distância de tudo que estava embaixo. Ninguém a interrompia ali, e quando ela não estava lendo, era Gibbs quem lhe contava as melhores histórias sobre qualquer membro da tripulação. Ela particularmente gostava das que eram sobre Jack Sparrow, quase nenhuma poderia ser verdade, mas eram extremamente excitantes e divertidas.
Ao invés de subir naquele momento, ela pegou o livro que estava no alto da pilha e saiu da cabine. Estava quase amanhecendo, então haveria luz suficiente para ler do lado de fora em breve.
Ela se surpreendeu ao ver uma figura se movendo discretamente pelas sombras, não se juntando aos demais para comemorar, mas ao invés, descendo. Mordendo o lábio ela o seguiu, sentindo que havia alguma coisa errada.
Acabou que era Oliver quem estava lá embaixo, as mangas de sua camisa encharcadas de sangue. Ele xingou enquanto tentava subir a manga para expor o ferimento e falhou. Ela arfou preocupada, esquecendo o quanto detestava o homem, e ele olhou pra cima, surpreso em vê-la ali.
Ignorando a expressão de choque dele, ela soltou o livro que trazia na mão e imediatamente foi checar o braço dele. Ela deu um tapa na mão dele rapidamente. "Não toque, seu imbecil. Você quer que infeccione? Espere aqui." E ela desapareceu. Dentro de momentos ela tinha retornando com alguns pedaços de pano, uma garrafa de uísque, e suprimentos de costura para o caso de precisar. Ela instantaneamente colocou água para ferver. Enquanto esperavam ela se virou pra ele e o ajudou a remover a camisa, ao invés de tirar apenas a manga.
Ela ignorou a secura em sua boca ao vê-lo sem camisa.
Puta... merda. Controlando-se enquanto jogava a camisa de lado e voltando ao trabalho. Oliver não a interrompeu enquanto ela mergulhava alguns panos na água quente e usava para limpar o ferimento, não reclamou quando ela jogou uísque em outro e limpou novamente, e não falou nada quando percebeu o tom rosado nas bochechas dela.
Finalmente, depois de ela determinar que ele não precisava de pontos, ele chamou a atenção dela ao pegar a garrafa de uísque e tomar um longo gole. "O que aconteceu?" ela perguntou enquanto pegava um pano limpo que conseguiu encontrar e envolvia o braço dele.
"Nada sério."
"Outra garota com espada foi melhor que você?"
Ele deu um risinho. Na verdade, tinha sido um soldado determinado com uma espada, mas não havia necessidade de dizer isso a ela. "Você está sugerindo que você foi melhor que eu? Porque eu tenho que discordar."
Ela revirou os olhos, mas ele podia ver o sorriso dançando no canto de sua boca. "Eu me distraí. Se eu quisesse te matar, você estaria morto há muito tempo."
"Você está dizendo que não quis me matar? Estou tocado."
"Não fique. Eu achei que era uma ótima oportunidade de treinar desarmamento. Meu erro. Eu deveria ter te apunhalado no peito e terminado logo com aquilo."
"Você se arrependeria depois", ele acusou.
Ela encontrou seu olhar. "Só um pouco." Com esse comentário ela puxou com força o nó que tinha feito no braço e ele fez uma careta.
Ele estendeu a outra mão e cuidadosamente correu os dedos pelo curativo que ela tinha feito, inspecionando-o. "Obrigado", ele disse, antes de olhar pra cima e ver que ela já tinha partido.
Ele percebeu o livro sobre a mesa pela primeira vez e o pegou com uma expressão satisfeita. Ele o carregou com ele, com a intenção de devolvê-lo, mas quando chegou ao convés ouviu a música tocando enquanto uma multidão estava em círculo observando Chloe dançar com Jack Sparrow, a multidão batendo palmas ao som e celebrando antes de alguém entrar na roda e trocar de par com ela.
Ele a observou por um tempo, divertindo-se com o jeito que ela tinha conquistado a afeição de todos -- até de Gibbs, que, apesar de dar a ela um olhar desconfiado ocasionalmente, parecia muito apegado a ela. Balançando a cabeça, ele foi para sua cabine e deixou o livro sobre a cama.
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O navio saiu para o mar novamente, e Chloe sentiu uma vaga sensação de arrependimento. Bem no fundo, ela sabia que deveria ter aproveitado a oportunidade para escapar, mas se consolou com o fato de que estava sendo mantida trancada, e não teria conseguido fugir mesmo que tivesse tentado. Deixando de lado o fato de que ela era muito inteligente para deixar uma coisa como uma porta trancada impedi-la se quisesse realmente ir embora.
Em certo momento ela perguntou a Jack quanto tempo ele pretendia ficar com a tripulação de Oliver. Ela esperava (corretamente) que ele não fosse tolerar navegar sob o comando de outra pessoa. Ele explicou que ficaria a disposição de Oliver até que chegassem em Tortuga, onde ele encontraria seu próprio navio e tripulação. Mas ele tinha que esperar até quando Oliver quisesse ir para lá. Ele não podia apressar as coisas e de qualquer forma -- já tinha tentado.
Chloe achou continuamente fácil evitar conversar com o Capitão, embora tivesse morrido de vergonha se ele percebesse que agora era parte por timidez. Ela tinha conseguido reunir um pouco do ódio que sentia por ele em ordem de continuar odiando-o, mas ficava cada dia mais difícil. Sob circunstâncias diferentes, ela o teria achado maravilhoso.
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Era um dia calmo, brilhante e preguiçoso quando avistaram o segundo navio. Era um tipo de dia que você não espera que algo vá acontecer. Ela estava sentada no cesto com Gibbs quando AC veio atrás dela.
"Srta. Chloe, é melhor descer."
"Por quê? O que está acontecendo?"
Ele balançou a cabeça como se não soubesse, mas sua expressão era preocupada. "Ordens do Capitão."
"Você pode dizer ao Capitão para--"
"Minhas ordens também, Srta. Chloe", ele a interrompeu, sabendo de seu desdém por Oliver.
Chloe olhou para o segundo navio no horizonte nervosamente. Era possivelmente alguém tentando resgatá-la? Mas a sensação em seu estômago lhe disse para descer com AC. Algo sobre o tom dele sugeria preocupação que não tinha nada a ver com a possibilidade dela ser pega ou ser levada deles. O comportamento leve e brincalhão dele tinha sido substituído por uma contenção que a deixou alerta.
A próxima coisa que ela sabia era que ele e Bart estavam lhe carregando para dentro da cabine do capitão, apesar de seus protestos e exigências de saber o que estava acontecendo.
"Apenas fique aí", Bart disse com firmeza da porta. Chloe sentiu um arrepio correr por sua espinha. Bart nunca era sério, mas naquele momento toda a risada tinha sumido de seus olhos.
"Bart, o que está acontecendo?"
Mas ele apenas balançou a cabeça. "Só fique aqui e não chame atenção se puder evitar. Você ficará em segurança. O Capitão disse pra te dar isso", ele acrescentou, entregando um cinto a ela e seu próprio punhal daquela primeira noite em que os piratas invadiram sua vida. Ela olhou pra baixo e pra cima de novo, medo em seu coração. Por que Oliver ia querer que ela ficasse com aquilo?
"Bart--"
"Eu tenho que subir. Sinto muito." Ele fechou a trancou a porta antes que ela pudesse dizer qualquer outra coisa.
Chloe imediatamente fechou o cinto ao redor da cintura, seu coração batendo com o nervosismo enquanto sentia o peso da faca em sua lateral.
Passou-se meia hora antes dela ouvir o som de tiros de canhão e o navio balançar embaixo dela. Logo vozes gritavam e armas eram atiradas assim como os canhões, e ela podia ouvir o som de aço contra aço.
Alguém estava atacando o navio, e pelo som, eram mais piratas.
Seu coração parou dentro do peito quando ouviu alguém tentando invadir a cabine.
Chloe xingou seu medo e imediatamente pegou o punhal do cinto, preparando-se para se defender. Dentro de minutos, três homens invadiram o quarto, planejando roubar os pertences do capitão com certeza, mas um riso lascivo se espalhou por seus rostos ao ver Chloe, que engolia ansiosamente.
Um homem Chloe podia enfrentar, mas três? Com apenas um punhal contra suas espadas? Foi uma questão de segundos antes deles a desarmarem e ela se encontrar lutando literalmente com unhas e dentes quando dois homens começaram a carregá-la para o convés, e, para seu horror, para o outro navio. Comentários horríveis eram feitos sobre ela ter turnos e manter a diversão enquanto mãos a tocavam em todos os lugares errados.
Ela gritou por socorro, mas mesmo os que estavam mais próximos não podiam ouvir ou reagir, presos em suas próprias batalhas, e foi só uma questão de momentos até ela estar a bordo de um navio estranho, suas mãos sendo amarradas e presas no mastro mais perto.
Então, muito de repente, um dos pares de mão parou de se mover, e Chloe olhou para cima e viu sangue escorrendo da boca do homem. Os dois olharam para baixo e viram a ponta da espada que tinha atravessado seu estômago antes de ser rapidamente removida. O segundo homem encontrou o mesmo fim rápido e macabro. Tremendo, Chloe se sentiu puxada para braços protetores, uma voz familiar firme em seu ouvido. "Fique perto de mim", antes que fosse empurrada para trás dele.
A batalha foi longa e sangrenta, mas a tripulação de Oliver saiu vitoriosa, por uma estreita margem. Chloe não teve nenhum remorso pelos homens que andaram na prancha, só virando o rosto e se recusando a olhar. O pensamento deles 'fazendo rodadas' com ela a salvou de sentir qualquer piedade por eles. Ela simplesmente se agarrou ao peito de Oliver, porque, claro, foi ele quem a salvou.
Mais tarde naquela noite, quando a tripulação tinha se ajeitado e tinham contado os danos ao navio, os homens foram cuidar de seus ferimentos, e Chloe cuidou de Oliver. Ele tinha apenas alguns cortes e arranhões, mas ela insistiu em limpá-los, incerta de porque não tinha simplesmente agradecido e ido embora.
Oliver parecia entender, no entanto, e permitiu a ela fazer o que queria, notando com preocupação que ela não parecia conseguir encontrar seus olhos enquanto o fazia.
Quando ela terminou, ele segurou o braço dela antes que ela pudesse se virar e ela encontrou seu olhar por acidente. Pela primeira vez, ele viu o quanto ela estava assustada, e a puxou pra ele, trazendo-a para seu colo. Ele a segurou contra seu peito e acariciou seu cabelo ternamente enquanto sentia as lágrimas quentes em sua pele. "Está tudo bem", ele disse a ela gentilmente. "Você está salva."
Ela assentiu e virou o rosto no peito dele, o corpo tremendo enquanto permitia que ele a confortasse.
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TRÊS
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Amo essa historia cada vez mais <3
ResponderExcluirJami
:D Oi, Jami, que bom que está gostando, querida!
ExcluirImpossível mesmo 'odiar' o Oliver por tanto tempo, especialmente quando ele faz tudo pra agradá-la...
ResponderExcluirNão dá pra odiar o Oliver, de jeito nenhum, nem se ele for um pirata... rs... A bluesuede arrasou nessa ideia! Que bom que está gostando, Ciça!
ExcluirMuito legal esta fic...
ResponderExcluirConcordo totalmente, Ciça! rs
GIL
Está gostando, GIl? Fico feliz, você estava tristinha com Beauty, espero que essa esteja aliviando um pouco o sofrimento... :)
ExcluirAaah!! Gostando muito, amo Piratas do Caribe e unido a Chlollie fica só melhor... muito divertido! =DD
ExcluirE Angelique e Sofia, a fic ajuda bastante... mas, não liguem não, eu é que sou boba e vivo sofrendo por antecipação haha...
Obrigada, meninas!
GIL
;)
ExcluirMuito bom
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