Just Married (4/8)

Título: Recém-casados

Resumo: Algo horrível aconteceu, mas Chloe não consegue se lembrar. Se ela não juntar as peças a tempo, pode ser muito tarde para Oliver.

Autora: bella8876
Classificação: R

Linha de tempo: Sétima temporada. Universo Alternativo. A oitava temporada nunca aconteceu.

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Chloe podia dizer honestamente que nunca se sentiu tão relaxada antes em sua vida. Ela também podia dizer com muita certeza que a chance de ela se sentir tão relaxada assim novamente era uma em um milhão.

O sol estava alto no céu, sua pele quente, mas não queimando. A brisa vinda do oceano era mais do que suficiente pra secar qualquer gota de suor que pudesse se formar. Algumas vezes era até suficiente para pra criar um leve arrepio e o som das ondas eram ridiculamente relaxantes. 

Se não estivesse enganada, e não estava, havia até um grupo de golfinhos brincando com alguns surfistas. De vez em quando ela os ouvia dar risada. Ela suspirou, um daqueles suspiros satisfeitos. Parecia que era puxado por seus ossos e expelido por seus poros. Relaxava cada músculo, mesmo os que ela nem sabia que existiam, e a fazia dobrar os dedos dos pés.

"Você parece... contente." A voz profunda com sotaque escocês soou dura e estranha naquele paraíso tropical, mas Chloe sorriu mesmo assim, mal virando a cabeça para a direita, tomando conhecimento.

"Eu estou perfeitamente contente." Chloe praticamente ronronou. "Você por outro lado parece deprimido. E isso é impossível porque ninguém pode ficar deprimido aqui."

"Claro que ele está deprimido, nós dois também estamos muito deprimidos, não estamos?" Chloe virou a cabeça para o outro lado, na direção do suave sotaque britânico e franziu a testa, então franziu ainda mais porque não queria franzir a testa ali, aquele era seu maldito lugar especial.

"Por que você está deprimido?" Ela perguntou.

"Bem, não haverá mais disso depois do casamento, não é?" O sotaque britânico perguntou irritado.

"Oh, rapazes." Chloe balançou a cabeça em diversão. "Só porque vou me casar, não significa que não poderemos mais vir aqui."

"Acha que seu marido vai se juntar a nós?" O sotaque escocês se juntou à conversa.

"Não. Oliver não vem aqui, este é meu lugar; nosso lugar." Ela corrigiu.

"Chloe, precisamos conversar." Esta voz era nova e diferente e não pertencia àquele lugar. Ela ergueu os óculos de sol, confusa e virou-se repentinamente para a direita. Onde meros momentos antes havia um jovem e lindo Sean Connery, a cadeira de praia estava agora vazia.

"Sério, Chloe." Ela se virou para a esquerda e sentou incrédula. Não só Sean Connery tinha sumido, mas Daniel, o lindo, maravilhoso, Daniel Craig não estava em lugar nenhum.

"Você está acordada?" A voz perguntou de novo e Chloe gemeu em derrota. Forçando-se a sair de seu sonho paradisíaco para voltar ao mundo real.

Quando ela abriu os olhos teve que piscar algumas vezes antes de conseguir encontrar foco. Mas mesmo quando seus olhos se ajustaram, a imagem em sua frente ainda estava borrada, porque estava muito perto. Ela afastou um pouco a cabeça e suspirou. "Bart?"

O rosto de Bart, a centímetros do seu, queixo descansando nas mãos que estavam no alto de seu travesseiro, sorriu pra ela. "Estava esperando Bond talvez? James Bond."

Chloe estreitou os olhos pra ele e franziu a testa. "Como você sabe sobre isso?" A única pessoa pra quem tinha revelado seus privados e frequentes sonhos com múltiplos Bonds na praia era Lois, que jurou segredo. Ela não sonhava sempre, normalmente acontecia quando estava estressada ou ansiosa com alguma coisa. Fazia com que ela relaxasse. O clima tropical, a brisa suave, a beleza do sol acalmando seus nervos. Os dois homens muito atraentes, os dois com licença para matar, também não eram ruins.

"Lois não disse nada." Bart respondeu. "Victor invadiu o telefone dela algumas semanas atrás e leu suas mensagens de texto." Chloe arregalou os olhos e Bart revirou os dele. "Não se preocupe, não é como se tivéssemos invadido o telefone dela só pra ler suas mensagens; fizemos por uma razão completamente diferente."

"Isso faz com que eu me sinta muito melhor." Chloe bufou, perguntando-se porque no mundo Victor precisaria ou iria querer invadir o telefone de Lois. "Bart." Chloe piscou, ele não se moveu. "Você entende o significado de espaço pessoal?"

"Desculpe." Ele disse de um jeito que fez Chloe perceber que ele na verdade não sentia a necessidade de se desculpar, mas ele se moveu mesmo assim. Ela se colocou numa posição sentada e se espreguiçou, girando o pescoço, irritada que seu sonho tivesse sido interrompido. Eles nem tinham chegado na parte boa ainda. Então ela viu o relógio e ficou ainda mais irritada.

"É quatro da maldita manhã." Chloe se virou para Bart. "Que diabos você está fazendo aqui às quatro da manhã?"

"Eu te disse, precisamos conversar."

"Eu não vou conseguir voltar a dormir agora. Eu preciso de um banho." Chloe disse. "Se eu sair e você ainda estiver aqui, e não estiver do lado de café fresco, oh, você realmente não quer pensar nas consequências." Ela caminhou até o banheiro e Bart ficou pálido, correndo até a cozinha porque ele sabia pelos mais de anos de experiência, que ele realmente não queria que ela terminasse aquela frase.

******

Bart tentou algumas posições num esforço de parecer o mais inofensivo possível e finalmente decidiu que o melhor jeito de portar essa imagem era ficar parado do lado de fora da porta do quarto dela, segurando uma caneca de café fresco em súplica.

Chloe saiu do quarto, sacudindo o cabelo, livrando-se dos emaranhados com os dedos. O banho tinha conseguido aliviar um pouco da tensão causada pela inesperada visita de Bart. O café que ele segurava nas mãos aliviaria o resto.

Bart era esperto. Ele conhecia Chloe há tempo suficiente pra saber que nem deveria tentar falar de novo até que ela lhe entregasse a caneca vazia pra ele encher novamente. "Certo." Ela disse, tomando o primeiro gole do segundo copo. "O que está acontecendo?"

"Você tem certeza sobre essa história de se casar com Oliver?" Bart perguntou e só graças a seus reflexos rápidos, ele conseguiu se livrar do café que ela cuspiu sobre a mesa.

"Sério?" Chloe enxugou a boca. "Na manhã do meu casamento você vem aqui e me faz essa pergunta?"

"Eu acho que talvez você esteja apressando as coisas." Bart protestou, limpando o café da mesa e da cadeira antes de se sentar de novo.

"Eu estou apressando as coisas?" Chloe deu risada. "Nós nos conhecemos há quase onze anos, estamos namorando há cinco, noivos há dois e você acha que estou apressando as coisas."

"Quão bem você consegue conhecer bem uma pessoa em onze anos?" Bart perguntou. "Não muito bem."

"Eu conheço você há onze anos." Ela pontuou.

"Na verdade você me conhece há treze anos." Ele deu um risinho a ela.

"Certo." Chloe disse. "E estes dois anos extras, onde eu te vi apenas duas vezes fizeram toda diferença, certo?"

"Não é só isso. Vamos Chloe. Não finja que este é o casamento que você queria."

Chloe abriu a boca para protestar, mas fechou-a rapidamente. Ele estava certo, todo mundo sabia que ele estava certo, este não era o casamento que Chloe queria. Este não era o casamento que Chloe tinha planejado, traçado meticulosamente os mínimos detalhes.

Todo mundo achava que ela era louca, mas ela realmente preferia as coisas antes de Oliver recuperar o dinheiro. Era tudo mais fácil, infinitamente mais fácil quando não tinham dinheiro. Ela gostava de seu minúsculo apartamento. Gostava do móvel da TV que tinha encontrado numa loja de relíquias. Era o orgulho de sua minúscula sala de estar e tinha de algum jeito se perdido quando mudaram de volta para a nova casa. A nova casa agora parecia ridiculamente grande depois de viver em um espaço pequeno por tanto tempo.

Na maior parte, ela sentia falta de seu casamento, seu pequeno e íntimo casamento que agora era só uma lembrança. A cerimônia familiar que aconteceria num pequeno parque nos arredores da cidade. O antigo vestido de casamento que tinha encontrado quando nem estava procurando num brechó. Eles tinham decidido fazer a recepção no Stout Goat, embora tivessem conseguido alguém mais adequado que Milo. Era tudo que ela sempre quis e tinha conseguido planejar com pouco dinheiro também.

Era verdade que isso não ganharia quatro páginas da Vogue. Não era um casamento que milionários ou a realeza gostariam de atender. E estava tudo bem, porque enquanto estava planejando não havia razão para convidar milionários ou realezas. Então de repente, Oliver está de volta, a empresa está de volta, o dinheiro está de volta. De repente eles têm que convidar milionários e realezas, têm que cumprir a expectativa de uma cerimônia extravagante com um vestido ridiculamente caro feito na Itália. A cerimônia mudou para a Catedral no centro da cidade, a recepção foi do Stout Goat para o salão do Hotel Marquee.

O salão estava lindamente decorado, ela tinha checado no dia anterior. Seu vestido era de tirar o fôlego e o bolo a coisa mais maravilhosa que ela já tinha comido na vida, ainda assim não era o que ela queria. Ela havia concordado com tudo simplesmente para fazer Oliver feliz.

Desde que tinha voltado ao topo, ele estava sendo mais responsável com seu dinheiro do que jamais fora. Ele não estava desperdiçando dinheiro em compras ridículas ou extravagantes, mas de vez em quando ele sentia a necessidade de gastar dinheiro só porque sabia que podia. O casamento era uma dessas vezes. Era quase como se ele tentasse provar alguma coisa a Chloe, ou possivelmente a si mesmo, ela não tinha certeza. Ele sabia tão bem quanto todo mundo que este não era o casamento que ela queria, e Chloe sentia bem no fundo que também não era o casamento que Oliver queria.

A princípio, ela lutou com unhas e  dentes contra o casamento que Oliver havia escolhido pra ela. Ela tentou se agarrar a alguma coisa, qualquer coisa de seu casamento original. Mas quando seu vestido antigo foi trocado por um novo, o bufê melhorado, ela percebeu que estava lutando uma batalha perdida. O casamento mesmo não importava; era a cerimônia que importava. Então ela desistiu e apenas desfrutou do show.

"Acho que ninguém acreditaria se eu dissesse que este é o casamento que eu queria." Chloe concordou. "Mas isso não importa e você sabe."

Bart desanimou por um segundo e no segundo seguinte tinha passado. "Com fome?" Antes que ela pudesse dizer que não conseguiria comer nada enquanto o Cirque du Soleil estava fazendo uma apresentação especial em seu estômago, ele estava de volta com uma diversidade de comidas pra escolher. Ela simplesmente sorriu enquanto ele se servia e ela não pôde deixar de perceber como a perna dele tremia debaixo da mesa.

"Bart." Chloe foi se sentar ao lado dele e colocou uma mão em seu joelho, acalmando o movimento, mas incapaz de pará-lo completamente. "O que você está realmente fazendo aqui?"

"Sério?" Bart suspirou e soltou a comida, limpando as mãos. "Estou aqui por você. Eu honestamente só quero saber, quero que você olhe dentro dos meus olhos e me diga que é isto, que ele é o cara certo."

Chloe olhou para Bart e sorriu com tristeza. "E se eu disser que não?" Ela perguntou. "E se eu disser que você estava certo, que é muito cedo, que não é o casamento que eu queria... o que você vai fazer?"

"Eu dou um jeito." Bart deu um risinho pra ela. "Eu te levaria embora. Mudaríamos para Reno e mudaríamos nossos nomes pra que ninguém pudesse nos encontrar." Ele tomou seu próprio café. "Eu me tornaria um traficante e você poderia arrumar um emprego como garçonete."

"Você pensou em tudo, huh?" Chloe sorriu.

"Eu já tenho um apartamento sob o nome Rodriguez." Ele disse. "É só dizer e vamos embora daqui."

"Bart." Chloe suspirou. "Isso é lindo, realmente lindo. Mas é isto, é ele." Bart apenas assentiu e Chloe franziu a testa, pensando em uma coisa. "Você e eu... nós tivemos essa conversa anos atrás. Você concluiu que simplesmente não éramos feitos um para o outro e até onde eu sei, você tinha superado sua pequena... queda por mim."

"Não é sobre isso." Bart garantiu com um sorriso e Chloe ficou vermelha.

"Então é sobre o quê?" Chloe perguntou.

"É meu trabalho cuidar de você." Bart disse como se isso respondesse tudo.

"Não é não." Chloe deu risada.

"Meio que é." Bart a corrigiu.

"Cara, você está encrencado." AC balançou a cabeça enquanto descia cansadamente as escadas. Bart parou, um pé no degrau, segurando o ombro e olhando de volta para AC enquanto subia na frente dele.

"O quê?" Ele perguntou incrédulo. Ele não tinha absolutamente nada a ver com o que quer que tenha dado errado. Considerando que eles nem tinham certeza do que tinha dado errado, não havia como deduzir que Bart era de fato a pessoa que tinha feito algo errado.

Dinah apenas passou por ele, dando um tapinha em suas costas e balançando a cabeça enquanto subiu as escadas. Bart passou na frente deles e chegou à porta primeiro, olhando feio e exigindo uma explicação. AC ficou surpreso, mas rapidamente se recompôs e passou por ele para dentro do apartamento.

"O que você quer dizer com eu estar encrencado?" Ele perguntou enquanto Dinah o jogava em uma cadeira e AC pegou o kit de primeiros socorros. AC jogou para Dinah que com um simples erguer de sobrancelhas fez com que Bart tirasse a camiseta.

"Oliver vai te matar." Dinah explicou limpando os dois ferimentos na clavícula de Bart. "Foi isso que quisemos dizer."

"Porque eu me machuquei?" Bart fez uma careta enquanto ela cutucava desnecessariamente o corte.

"Porque Chloe se machucou." AC disse jogando-se no sofá e suspirando cansado.

"Eu sei." Bart pontuou com o ombro. "Meu ferimento foi por tê-la tirado do caminho."

"Ela não deveria estar no caminho." Dinah resmungou.

"Espera, como exatamente isso é culpa minha?" Bart fez careta de novo, olhando feio para Dinah enquanto ela o cutucava. "Sério, você tem que fazer isso?"

"Não." Dinah sorriu. "Mas eu gosto de fazer."

"Você é má."

"Ouvi dizer." Dinah jogou a gaze ensanguentada na mesa. "Você quer que eu costure ou apenas cole?"

"Cole." Bart empalideceu à ideia de Dinah o atacando com uma enorme e pontuda agulha.

"Vai demorar mais pra sarar." Dinah pegou a agulha da caixa e acenou na frente dele com entusiasmo demais.

"Sem problema." Bart engoliu.

"Não vai importar, porque Oliver vai parti-lo em dois."

"Ok, um, ele vai ter que me pegar primeiro." Bart deu um risinho. "Dois, ele nem gritou quando eu destruí a moto dele e aquilo foi completamente culpa minha. O que exatamente faz vocês acharem que vou ser partido em dois porque Chloe aconteceu de se ferir enquanto estava na mesma área que eu?"

"O fato de que é seu trabalho protegê-la." AC pontuou como se fosse a coisa mais óbvia do universo, mais ainda do que a existência da gravidade, ou o fato de que o céu é azul, ou que francês é irritante.

"O quê?" Bart perguntou incrédulo, rapidamente olhando de AC para Dinah.

A porta se abriu e Victor entrou, freneticamente procurando pelo local até ver Bart. "Que diabos você está fazendo aqui?" Ele fechou a porta. "Corra, corra o mais rápido que seus pés puderem lhe carregar. Se você correr estará em Tóquio antes que ele..." Eles ouviram a porta da escada se fechar. "Oh, merda." Victor empurrou Bart. "Vai, vai, vai."

"Eu não vou a lugar nenhum." Bart saiu das mãos de Victor e virou-se enquanto Oliver lenta e calmamente entrava na sala.

"Whoa." Dinah se levantou e AC segurou seu cotovelo, puxando-a mais perto da porta.

Victor deu um passo para o lado, saindo da linha de fogo e se juntou a AC e Dinah perto da porta dos fundos, no caso de precisarem fazer uma rápida escapada. Bart estava congelado no lugar, completa e totalmente congelado. Vinte segundos atrás ele teria visitado todos os 195 países do mundo e voltado ao mesmo lugar antes que soubessem que ele tinha partido. Agora no entanto, ele tinha absoluta certeza de que não podia nem levantar um dedo se quisesse. Oliver não teria nenhum problema em lhe pegar.

"Bart." Oliver assentiu para o homem.

"Oliver." Bart respondeu. Isto era ruim, era muito, muito ruim. Oliver sempre foi uma pessoa muito apaixonada, quando se tratava de seu trabalho, quando se tratava de suas atividades extracurriculares e quando se tratava de sua família e amigos. Ele ria alto, gritava alto, vivia alto, exceto por agora, ele estava quase mortalmente quieto.

"Isto é ruim." Victor sussurrou. "Muito, muito ruim."

Dinah e AC assentiram em concordância. "Pessoal, vocês podem nos dar um minuto?" Oliver voltou a atenção pra eles.

"Eu acho..." Victor deu um passo à frente e em seguida dois para trás depois de ver o olhar de Oliver. "Eu acho que é melhor para todas as partes se houver testemunhas neste particular... evento."

"Justo." Oliver colocou as mãos nos bolsos e voltou a atenção para Bart. Bart imaginou que naquele momento deveria haver algum tipo de música de fundo, algo meio caubói, como o Ok Corral. Ele imaginou uma folha flutuando entre eles. Por uma fração de segundo conseguiu até imaginar a mão de Oliver tremer num esforço de não pegar uma arma.

"Você não tem uma arma, não é?" Bart perguntou. Oliver estreitou os olhos e balançou a cabeça, só uma vez. Bart suspirou aliviado. Isso era bom porque ele não podia garantir naquele momento que ele pudesse de fato ser mais rápido que uma bala. "Certo." Ele tossiu. "Como Chloe está?"

"O médico disse que ela vai ficar bem. Concussão mínima." O olho de Oliver tremeu e Bart engoliu seco.

"Bom, isso é bom." Bart assentiu nervosamente. "Poderia ter sido pior."

"Poderia ter sido melhor." Oliver disse ameaçadoramente.

"Ok." Bart ergueu as mãos. "Eu não tenho certeza de porque parece que todo mundo pensa que é culpa minha, de fato eu tenho oitenta por cento de certeza que não foi culpa minha. E por favor, não me bata por dizer isso, mas Chloe deixou o posto. Ela não estava onde deveria estar e no mínimo é culpa dela." Oliver endureceu o olhar que dava a Bart, se é que isso era possível. "Sem mencionar o fato de que fui eu quem a tirou do caminho da faca, conseguindo um belo corte em mim mesmo." Bart ofereceu seu ombro ferido como prova de seu ato heroico.

"Isso não ajuda muito no seu caso." Oliver balançou a cabeça. "Saber que a faca quase a atingiu. Na verdade a queda contra a pedra que havia no chão, por causa do seu empurrão, deu a ela um ferimento na cabeça."

"Oh, então isso foi quarenta por cento culpa minha?" Bart perguntou esperançoso.

"Foi culpa sua." Oliver disse.

"Por quê?" Bart implorou por uma resposta.

"Porque é seu trabalho protegê-la." Oliver disse do mesmo jeito que alguém diria que o fogo é quente e a água é molhada.

"Desde quando?"

"Desde sempre." Oliver disse a ele com um dar de ombros, a maior parte da raiva em seu olhar desaparecida. "Você fazia isso antes de eu conhecê-la. É simplesmente o que você faz." E Bart percebeu que era o que ele fazia. Era o que ele sempre tinha feito. Ele cuidava de Chloe, garantia que ela estivesse em segurança, e fazia o que fosse possível para que ela estivesse feliz. Era o que Oliver tinha dito, era simplesmente o que ele fazia.

"Por quê?" Bart perguntou depois de uma longa pausa. "Quer dizer, você é namorado dela agora, por que ainda é meu trabalho?"

Oliver parou, como se isso nunca tivesse lhe ocorrido antes e deu de ombros. "Eu não sei, só que... é."

"Certo, sim." Bart assentiu, aceitando seu novo, e ainda assim velho trabalho, com bastante facilidade. "Vou me esforçar mais da próxima vez."

"Faça isso." Oliver assentiu e foi até o fundo da sala. "E costure aquele ombro, a cola não vai segurar com o jeito que ele corre."

"Sim senhor." Bart assentiu e se virou para ver o malvado risinho no rosto de Dinah enquanto ela olhava para o kit de primeiros socorros.

Chloe olhou para Bart por um minuto, percebendo que ele estava certo, ele estava constantemente garantindo que ela estivesse bem, que ela estivesse feliz e ela se inclinou, beijando sua bochecha suavemente. "Eu já te disse que você é meu favorito?" Chloe perguntou e ele desviou o rosto para que ela não o visse ficando vermelho.

A campainha soou e Chloe olhou, era seis da manhã, ainda muito cedo para alguém, além de Bart obviamente, fazer visitas. Os dois se levantaram e foram até a porta. Quando Chloe abriu ficou surpresa ao ver um homem parado ali. "Posso ajudá-lo?" Chloe perguntou confusa.

"Sr. Queen me mandou?" Ele disse como uma pergunta, quase como se estivesse confuso também.

"Certo. Por que o Sr. Queen mandou você?" Chloe perguntou clara e lentamente como se o cara fosse um idiota.

"Eu sou Mason. Seu presente de casamento." Mason sorriu. Chloe se virou para Bart com olhos enormes e então de volta para Mason enquanto Bart tentava seu melhor para não gargalhar.

"Como é? Você é meu presente de casamento?" Chloe perguntou. "O que eu deveria fazer com você?" Ela estreitou os olhos. "Ou para você?" Ela acrescentou, levemente horrorizada.

"Você imaginava que Oliver fosse tão sem-vergonha?" Bart disse entredentes, a vontade de rir quase insuportável.

"Oh!" Mason ficou vermelho. "Não, não, não, não." Ele balançou a cabeça. "Não é o que você está pensando, de forma alguma." O elevador soou sinalizando sua chegada e Mason estendeu uma mão, pedindo para Chloe esperar um segundo. Ele correu até o elevador e Chloe se virou para Bart.

"Não." Ela o alertou tarde demais, ele não conseguiu segurar.

"Ele te deu um cara como presente de casamento, outro cara." Bart gargalhou. "Oh, isto vai entrar no meu discurso de padrinho."

"Você não é o padrinho, e você definitivamente não vai fazer um discurso." Chloe o alertou. "E até descobrirmos o que ele está fazendo aqui, isso não sai deste apartamento, entendeu?"

"Eu vou contar pra todo mundo e você sabe." Bart balançou a cabeça ainda dando risada.

Mason grunhiu no corredor, arfando e soando como se estivesse arrastando alguma coisa. "Desculpe, nós não conseguimos caber no mesmo elevador."

"Nós?" A voz de Bart subiu um oitavo e ele se virou para Chloe. "Existe um 'nós'."

"Bart." Chloe o silenciou, perguntando-se o que Mason queria dizer com 'nos'. Ela relaxou completamente quando ao invés de um carrinho cheio de pessoas, um tipo diferente de carrinho entrou em seu apartamento. "Oh, graças a Deus." Ela arfou. "É só um carrinho de café."

"Cara, é só um carrinho de café." Bart disse ligeiramente desapontado.

"Então você está aqui pra me fazer um copo de café?" Chloe perguntou confusa.

"Oh, não." Mason balançou a cabeça. "Não só um copo de café, e não só café. Eu tenho ordens de não sair do seu lado hoje e providenciar tudo que for cafeinado que você queira."

"O dia todo?" Chloe permitiu um sorriso se espalhar por seu rosto.

"O dia todo." Mason assentiu.

"Meu barista pessoal com carrinho de café?" Chloe sorriu ainda mais enquanto Mason assentia. Ela se virou para Bart. "Por isso, exatamente por isso, que ele é o cara certo."

"Entendi." Bart assentiu erguendo as mãos em rendição. "Eu vou pra casa do Victor, me preparar para a cerimônia."

"Ok." Chloe beijou sua bochecha.

"E sério, a qualquer momento durante a cerimônia que você tenha dúvidas, qualquer coisa... é só me dar um sinal e estamos fora daqui. Eu posso te levar pra Reno antes do anoitecer."

"Combinado." Chloe deu risada e Bart ficou parado ali, esperando. Ela ergueu a sobrancelha pra ele.

"Então qual vai ser o sinal?" Bart colocou as mãos nos bolsos. "Você pode franzir o nariz como aquela garota de Feiticeira?"

"Eu posso o quê?" Chloe franziu a testa.

"Esquece." Bart balançou a cabeça. "Isso pode nem funcionar, você vai provavelmente chorar, o que vai fazer seu nariz tremer e eu posso entender errado. Talvez você possa colocar seu cabelo atrás da orelha."

"Eu vou prender o cabelo." Chloe sorriu em diversão.

"Ok." Bart refletiu. "E que tal isso?" Ele fez um gesto complicado com a mão e Chloe tentou segurar a risada.

"Isso não é um gesto de beisebol?" Chloe perguntou.

"Na verdade é." Bart disse envergonhado.

"Quem diabos é você?" Chloe se virou para a porta a tempo de ver Lois encarando Mason com certa irritação, um pouco de raiva e curiosidade. Ela segurava uma enorme sacola em uma mão e um vaso de tulipas na outra.

"Lois, não seja rude." Chloe a puxou para dentro do apartamento e foi fechar a porta. "Este é Mason. Oliver o mandou pra mim. Ele é meu presente de casamento."

Lois olhou para Mason que sorriu, tentando acalmá-la. "Oliver te mandou outro homem como presente de casamento?" Lois assentiu. "Sem-vergonha, não sabia que vocês faziam isso."

"Deus, tire sua mente da lama." Chloe revirou os olhos, convenientemente esquecendo que teve o mesmo pensamento dez minutos antes. "Ele só está aqui pra me fazer café."

"Ou chá, ou até café gelado." Mason elaborou estendendo um copo com alguma coisa para Chloe. "Café com amêndoas e creme extra." Chloe pegou o copo lentamente. "Seu favorito, certo?"

"Isto estava na sua porta." Lois entregou as flores e Chloe as colocou sobre o balcão, sorrindo com afeição. "Oliver sabe que já te ganhou, não é? Não precisa mais ficar agradando."

Chloe apenas tomou o café e fechou os olhos, seu corpo inteiro relaxando e ela quase sentiu como se estivesse de volta à ilha com seus Bonds. "Mason, você é absolutamente fantástico." Ela sorriu pra ele.

"Posso te servir alguma coisa, Srta. Lane?"

"Uh, você pode parar de me chamar de Srta. Lane." Lois olhou feio. "E só um café, preto, sem nada frescurento."

"Dois desses por favor." Outra voz disse da porta e Dinah entrou carregando também uma sacola. Ela parou confusa, mas diferente de Lois não estranhou a presença de Mason tanto quanto a de Bart. "O que você está fazendo aqui?"

"É particular." Bart olhou feio pra ela. "Entre Chloe e eu."

"Certo." Dinah entrou na sala. Ela pegou o copo que Mason estendia para Lois, mas sem tirar os olhos de Bart.

"Podemos terminar isto mais tarde." Bart beijou o rosto de Chloe e saiu da sala. Mason timidamente estendeu outro copo para Lois.

"O que foi isso?" Dinah tomou o café.

"Ele só estava..."

Antes que pudesse explicar, Bart reapareceu. "O que você acha de piscar?"

"Bart." Chloe balançou a cabeça, rindo.

"Você gostaria de Reno." Bart ofereceu. "A maior cidade pequena do mundo."

"Não vai ser necessário." Chloe garantiu e ele ergueu as mãos em rendição e saiu.

"Reno?" Dinah colocou as mãos nos quadris.

"Não é nada." Chloe disse enquanto seu telefone começava a tocar. Ela se desculpou e foi até a varanda atender. "Bom dia." Chloe sorriu.

"Recebeu meu presente?" Oliver perguntou.

"Recebi." Chloe se sentou e tomou outro gole do café. "Mas achei que tivéssemos concordado em nada de presentes de casamento."

"Certo, como você ouviu." Oliver bufou.

"Não faço ideia do que você está falando." Chloe fingiu ignorância.

"Então eu deveria acreditar que Ethan Patterson decidiu com toda bondade de seu coração devolver meu carro esta manhã?" Oliver deu risada.

"Talvez seja o presente de Ethan para você." Chloe ofereceu.

"Eu venho tentando comprar o carro de volta há quase um ano e ele disse, e estou repetindo palavra por palavra, que ele preferia ter os testículos removidos a me vender o carro de volta." Isso era verdade. Ethan e Oliver nunca foram bons amigos. Eles foram a escola juntos e então pra faculdade. Geralmente competiam pelos mesmos prêmios, os mesmos negócios, as mesmas mulheres. Chloe até se lembrava, depois de ela e Oliver estarem namorando há um ano, de ser encurralada no canto de um salão de baile por um bêbado Ethan sussurrando todas as maneiras que podia ser melhor que Oliver. Ethan foi uma das únicas pessoas que abertamente comemorou quando Oliver perdeu tudo, comprando seu precioso carro em um dos leilões e contando isso sempre que tinha oportunidade.

"Certo." Chloe sorriu. "Você me pegou."

Oliver vinha tentando de tudo para comprar de volta tudo que tinha vendido e seu carro foi uma das últimas vendas. "Como você conseguiu?" Ele perguntou. Ela podia gastar seu dinheiro da maneira que quisesse, sem perguntas. Ela não gostava no entanto, e Oliver teria sabido se de repente quase dois milhões de dólares estivessem faltando de uma de suas contas.

"Na verdade ele ficou tão tocado pelo meu argumento e ele se sentia horrível pelo jeito como havia te tratado. Então, ele decidiu me dar o carro ao invés de me vender." Chloe terminou o café e suspirou, apontando para Mason ir para a varanda. Ele levou o carrinho pelas portas de vidro.

"Ele ficou tão tocado por seu argumento que te deu um carro que vale 1,5 milhões de dólares?" Oliver perguntou confuso. "Você realmente espera que eu acredite nisso? O que você disse a ele?"

"Bem, eu insinuei que acreditava que ele estivesse traindo a mulher e que eu possivelmente teria evidência fotográfica da acusação. E considerando quem pode ser a outra pessoa na dita evidência com ele, seria melhor para todas as partes envolvidas se ele me ajudasse. Ele me deu o carro, eu apaguei as fotos, todo mundo ficou feliz." Chloe deu de ombros.

"Quem era a outra pessoa?" Oliver perguntou intrigado.

"Desculpe, não posso divulgar essa informação." Chloe balançou a cabeça. "Isso anularia meu acordo com ele."

"Você o chantageou, não é como se ele fosse te processar." Oliver bufou.

"Eu tenho honra." Chloe respondeu.

"Você não vai me contar?" Oliver fez bico. "Sério? Nos casaremos daqui a cinco horas."

"Desculpe." Ela sorriu.

"E se eu adivinhasse?" Oliver perguntou.

"Você pode tentar mas nunca vai conseguir." Chloe garantiu.

"Nunca diga nunca." Oliver deu risada. Chloe olhou para dentro e viu Dinah e Lois discutindo sobre alguma coisa, mas não parecia ser nada muito sério e embora pelo telefone de Oliver ela pudesse ouvir Victor provocando AC sobre alguma coisa e Clark tentando impedi-los de brigar. Ela de repente se sentiu feliz, profundamente feliz, ela ia se casar hoje, sua família estava feliz e saudável e pela primeira vez em muito tempo, estavam todos juntos. A última coisa que isso tinha acontecido foi... no Natal.

"Mason." Chloe se virou de repente com um desejo avassalador. "No Natal, e só no Natal, muitos lugares servem café com menta..."

"Com ou sem creme?" Mason sorriu pegando um pacote de dentro do carrinho e começando a moer os graõs.

"Com, por favor." Chloe sorriu enquanto ele ligava a máquina.

"Suponho que esteja indo tudo bem com Mason." Oliver disse.

"Posso ficar com ele?" Chloe perguntou. "Pra sempre?" Ela inspirou o delicioso aroma de menta.

"Você vai tê-lo durante todo o dia, isso é suficiente." Oliver deu risada. Chloe fez um som de desaprovação. "Pára, consigo ouvir sua depressão."

"Não estou deprimida." Chloe disse deprimida.

"Ok, aproveite seu café, eu tenho que ir. Te vejo na igreja?" Oliver perguntou.

"Te vejo na igreja." Chloe assentiu e se virou para ver Mason lhe estendendo um copo de café com menta.

"Coloca um pouco disso no café, pode ser?" Lois entrou e empurrou uma garrafa de uísque nos braços de Mason.

"Uh..." Mason olhou para a garrafa de álcool e então para Chloe.

"Não olhe pra ela, eu sou a madrinha, eu sei o que estou fazendo. Confie em mim, ela vai precisar."

Mason ainda não estava muito certo até Chloe lhe dar um leve aceno de cabeça.

"Tem alguma coisa em particular que você acha que vai dar muito errado pra justificar eu começar a beber antes das sete da manhã?" Chloe perguntou com leve diversão.

"Lisa." Dinah disse da porta com um leve risinho no rosto.

Chloe gemeu. Por quase duas horas ela conseguiu esquecer completamente da coordenadora de casamentos infernal, a mulher que tinha basicamente tomado conta da vida de Chloe pelos últimos seis meses. "Lisa." Chloe grunhiu irritada. "O que ela fez agora?" Chloe ergueu uma sobrancelha enquanto Mason lhe servia o café agora com álcool. "Espera." Ela se endireitou. "Onde está meu vestido? Onde estão seus vestidos?"

"Na igreja." Lois disse cuidadosamente.

"Eu não quero me arrumar na igreja." Chloe a relembrou. "Eu queria me arrumar aqui, só a gente, relaxando em casa antes da cerimônia."

"Lisa disse..." Lois começou a explicar e Chloe a interrompeu, ela realmente não queria ouvir. "Ei, você ao menos tentou dizer não a ela?"

Chloe bufou. "Por que você acha que vai haver pombas brancas ao redor da catedral? Você honestamente acha que isso é algo que eu fosse querer?"

Dinah bufou. "Você honestamente acha que alguma coisa sobre este dia é o que você queria?"

"O noivo." Chloe deu risada e Dinah sorriu. "Mas é sobre isso na verdade." Chloe tomou sua bebida e tossiu, despreparada para o uísque.

Lois pegou o uísque e serviu um gole em seu copo e no de Dinah antes de erguer o copo. "Eu gostaria de propor um brinde." Dinah e Chloe a seguiram. "Ao Casamento de Chloe. Não é nada do jeito que ela queria, e tudo que ela odeia, mas ela está se casando com um bilionário, então quem se importa." Lois tomou o resto do café enquanto Dinah e Chloe davam risada.

"Isso foi horrível." Dinah balançou a cabeça, tentando controlar a risada.

"Eu sei." Lois suspirou. "Ok, certo, sério agora." Ela respirou fundo e olhou para Chloe. "Eu sei que não é o que você queria, mas eu sei que isso não é o que importa. Eu também sei que você não se importa com os bilhões de dólares, de fato eu posso honestamente dizer que você é a única pessoa no mundo que provavelmente era mais feliz pobre." Chloe ficou vermelha. "Mas o que importa é, seda italiana, alguns pombos e coordenadores de casamento infernais de lado, você está se casando hoje com o homem que ama e é isso que importa."

"Vou beber a isso." Chloe disse tomando outro gole de seu café.

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CONTINUA

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