Resumo: Algo horrível aconteceu, mas Chloe não consegue se lembrar. Se ela não juntar as peças a tempo, pode ser muito tarde para Oliver.
Autora: bella8876Classificação: R
Linha de tempo: Sétima temporada. Universo Alternativo. A oitava temporada nunca aconteceu.
"Levanta!"
A voz era insistente, desesperada, e gritava em sua cabeça. Seus olhos se abriram de uma vez, obedecendo e ela procurou freneticamente pelo dono da voz. Mas não havia ninguém ali, além dela. Ela percebeu que deveria ser sua própria voz, sua própria mente gritando pra ela se levantar, pra continuar se movendo, pra seguir em frente. Ela estava no chão. Tinha caído? Desmaiado? Ela não sabia, não se lembrava. Ela tinha andado por tanto tempo e estava tão cansada, talvez tivesse simplesmente se deitado e dormido.
Cascalho e cacos de vidro entalhados em suas palmas enquanto ela tentava e falhava em se levantar. Seu pulso esquerdo não queria cooperar, caído sem vida ao seu lado então ela se reajustou para se levantar com o braço direito. Ela vagamente se lembrava de que tinha machucado o pulso, mas não conseguia se lembrar como.
Ela sabia que isso deveria doer, que havia muita coisa que deveria doer mas não doía, não mais. A dor tinha ido embora, e isso provavelmente não era uma coisa boa. Alguém lhe disse uma vez que enquanto você consegue sentir dor, você sabe que ainda está vivo. Mas ela se sentia viva, ou pensava que se sentia viva, não tinha mais certeza se estava viva. Talvez nunca estivera viva; talvez toda essa viagem fosse sem sentido. Talvez ela estivesse presa em algum tipo estranho de purgatório. A risada que lhe escapou era aguda e nervosa e sua própria voz parecia tão estranha que a assustou um pouco.
Morta ou não, ela tinha que continuar se movendo, seguir em frente. Ela tinha que conseguir ajuda. Ela franziu a testa. Por que ela precisa de ajuda? Quando tentou pensar sobre isso, sua cabeça doeu. Havia um barulho alto, fazia seus ouvidos doerem, por que estava tão alto? Dor, ela se lembrava da dor. Vozes e sombras e um grito estranho. Era ela? Era ela quem chorava? Por que não conseguia se lembrar? Não importava, nada importava, ela tinha que continuar se movendo.
Seus passos falharam quando viu o primeiro prédio, um sinal de vida, um sinal de que lá haveria pessoas, pessoas que poderiam ajudá-la, ajudá-la a se lembrar. Ela cambaleou pela rua, ganhando alguns olhares furtivos e muitos olhares demorados. Ela não via nenhum deles. Não ouvia as pessoas arfando enquanto passava. Não via as mãos afastando as crianças. Não ouvia as buzinas enquanto atravessava a rua quando viu o nome: Delegacia de Polícia. Porque ela conseguia se lembrar de mais uma coisa que se repetia em sua mente como um mantra. "Em caso de emergência, procure a polícia."
**********
O delegado Carl Wise estava prestes a tomar sua quarta aspirina e era apenas oito da manhã. Ele estava nesse emprego, em sua mesa já há quarenta anos. Ele se juntou a força assim que saiu do colégio. Tinha sonhos de passar alguns anos ali antes de finalmente se tornar detetive. Isso nunca aconteceu. Ao invés, com cinco anos de cargo, ainda ali, perseguindo um cara que tinha roubado vinte e três dólares e vinte centavos de uma loja de conveniência, ele pulou uma cerca, caiu do jeito errado e machucou feio as costas. Foi colocado numa mesa de serviços burocráticos pra nunca mais sair. "Sra. Wilburn, eu não me importo se seus vizinhos checam o correio vestidos de Super Homem, isso não é contra a lei."
"Mas é vulgar." A mulher disse antes de se inclinar pra frente como se estivesse prestes a contar a ele um segredo de estado. "A cueca dele fica por cima da calça." Ela sussurrou horrorizada.
"Pelo menos ele está usando cueca." A piada de Carl caiu em ouvidos surdos enquanto a Sra. Wilburn olhava feio pra ele em irritação. Ele sabia que ela não ia desistir. Ela era a imagem perfeita de uma senhora quintessencial. Ela tinha um cabelo cinza quase azul. Tinha menos de um metro e meio de altura e agarrava uma bolsa junto ao peito. Ele a imaginava como uma senhora que carregava uma caixa de cupons até as lojas e discutia pelo desconto de cinquenta centavos anunciado. Ele nunca deveria ter feito piada sobre a cueca.
"Eu adoraria ajudá-la, realmente adoraria." Ele sorriu pra ela, tentando trazê-la para o seu lado. Talvez fosse o fato de que se sua avó ainda estivesse viva, ela estaria lhe dando um balançar de cabeça perfeitamente desapontado e ele não conseguia aguentar. "Não tem nada que eu possa fazer no entanto. Agora se seu vizinho realmente fosse o Super Homem, aí seria outra história." Carl franziu a testa quando o sino na porta tocou anunciando a chegada de alguém. Ele tinha esperanças de dar uma breve parada pra fumar depois que a Sra. Wilburn fosse embora. Quando ele olhou pra cima, no entanto, ele gelou.
"Eu não posso acreditar nisso. Eu vou escrever para o vereador local, só pra você saber." Sra. Wilburn disse.
Carl a ignorou e saiu de trás da mesa, mas não tinha certeza de onde ir então simplesmente parou e ficou olhando.
"Wise." Oficial Learner entrou. "Você não assinou a ocorrência anterior." Ele passou um papel a Carl que nem se incomodou em olhar. "Carl." Learner olhou pra cima e viu Carl olhando para a porta. Learner lentamente virou e seguiu seu olhar. "Puta merda." Ele sussurrou e deixou o papel cair no chão.
"Eu preciso..." A mulher parada na porta olhou ao redor, confusa. Ela parecia surpresa em estar ali e incerta do que deveria fazer em seguida. "Eu acho que preciso..."
"Senhora." Carl foi até ela lentamente. "Senhora, precisa de ajuda?"
"Sim." Ela se virou pra ele, sua voz firme, mas sua expressão ainda incerta. "Eu preciso de ajuda."
"O que aconteceu?" Carl pegou seu braço numa tentativa de tranquilizá-la.
"Aconteceu?" Ela franziu a testa. "Alguma coisa aconteceu? Sim, alguma coisa aconteceu." Ela disse com lágrimas nos olhos. "Algo aconteceu e eu acho que preciso de ajuda."
"Ok." Carl sorriu pra ela. Era o que diziam que tinha que ser feito no treinamento de sensibilidade quando lidasse com pessoas que eram mentalmente instáveis ou aquelas que estavam em choque. Ele não tinha informação suficiente sobre a estabilidade mental dela, mas era óbvio a qualquer um que olhasse, que ela estava em choque.
Ele a conduziu até uma das cadeiras na sala de espera. As pessoas foram saindo do caminho. "O que aconteceu? Por que você precisa de ajuda?" Ele perguntou e quando ela continuou olhando pra ele inexpressiva, ele tentou uma tática diferente. "Vamos começar com uma coisa fácil, ok? Qual é o seu nome?"
"Meu nome é..." Ela parou a frase e tentou novamente. "Meu nome é..." Seu lábio inferior começou a tremer e a água em seus olhos começar a correr. "Eu não sei." As lágrimas caíam livremente agora. "Eu não sei." Ela olhou para o Sargento Carl Wise em desespero, tão cheia de medo e confusão que ele sentiu o coração partir.
"Eu sei." Uma mulher que estava sentada do outro lado da sala de espera, assistindo com interesse, levantou e foi até eles. "Desculpe, eu não pretendia bisbilhotar, mas eu a conheço." Ela pegou algo dentro da bolsa. "Quer dizer, eu não a conheço, mas..." Ela entregou uma revista; era uma daquelas irritantes revistas de fofoca que Carl sempre via nas prateleiras dos supermercados. "O nome dela é Chloe Sullivan. Bem, acho que agora é Chloe Queen, ela se casou ontem." A mulher sorriu tristemente para Chloe e então voltou para seu assento.
Chloe olhou para Carl confusa, quase como se as palavras da mulher fossem em uma língua estranha e ela estava esperando ele traduzir. Os dois voltaram a atenção para a capa da revista e Carl sentiu o estômago revirar novamente. A mulher na capa, a que estava sorrindo, ou mesmo dando risada, aparentando muita alegria era a mesma pobre mulher ao lado dele na cadeira. "Eu..." Chloe sussurrou, pegando a revista e correndo um dedo pela capa, como se tocar fosse ajudá-la a se lembrar. Ela fechou os olhos e suspirou.
**********
"Está pronta, Sra. Queen?" Oliver perguntou oferecendo seu braço. A cerimônia tinha terminado; a parte mais difícil na opinião dele. Agora eles só tinham a festa.
"Você acha que algum dia eu vou parar de olhar pra trás procurando por alguém quando você diz isso?" Chloe deslizou o braço ao redor do dele, perguntando-se se o sorriso que estava em seu rosto ficaria ali pra sempre, mas feliz demais pra se importar.
"Bem, faz só cinco minutos; ainda é novo pra você. Se você ainda estiver fazendo isso em cinquenta anos, então teremos um problema." Oliver garantiu.
"Cinquenta anos, huh?" Chloe perguntou olhando pra ele admiravelmente.
"Sim, cinquenta anos, oitenta. Eu estou nessa pra sempre." Oliver a beijou. "Está com medo, Sidekick?"
"Estou muito feliz pra estar com medo." Chloe riu. "Vou me preocupar com o futuro amanhã. Agora, eu quero bolo, venho sonhando com aquele bolo há seis semanas."
"Você sabe que pra chegarmos ao bolo temos que encarar a massa." Oliver alertou.
Chloe pareceu de fato debater isso por um minuto. Ela sentiu como se os dois estivessem num tipo de bolha, que o resto do mundo estava do lado de fora e existiam apenas Chloe e Oliver. Assim que eles abriram as portas, o momento ia passar, o feitiço seria quebrado, e o mundo real voltaria numa cacofonia de flashes e pessoas gritando. Por outro lado, o bolo era realmente bom. "Pelo bolo." Chloe se virou para as portas.
"Pelo bolo." Oliver assentiu, abrindo as portas da igreja. Eles foram instantaneamente bombardeados pelas câmeras dos papparazzi. Mãos cheias de pétalas de rosa eram jogadas no ar e Chloe não esperava por eleas. A repentina beleza daquelas pétalas caindo em sua frente fez um dia perfeito ainda melhor e Chloe deu risada enquanto Oliver a puxava pelos degraus e na direção da limusine em espera.
**********
E era essa a foto na capa da revista. Havia uma noiva rosada, sorrindo, e um noivo ansioso, mas extremamente feliz. Pétalas de rosas caíam sobre os dois, pairando imóveis no ar, enquanto eles desciam as escadas da Catedral. Era uma foto perfeita de seu dia perfeito, congelado pra sempre para o mundo todo ver.
Chloe se levantou de repente, sua respiração cada vez mais acelerada e ela não conseguia se controlar. Ela olhou pra cima e se viu refletida em uma janela. Os cachos precisos que estavam em seu cabelo no dia anterior estavam desfeitos e sem vida, caindo dos grampos. A maquiagem estava borrada, a máscara escorrendo pelo rosto até os pequenos cortes que se espalhavam por uma bochecha.
Ela não conseguia tirar os olhos do vestido, no entanto. Ela ainda estava no vestido de noiva, o vestido que demorou seis meses pra ser escolhido, o vestido que tinha sido feito na Itália. Havia rasgos no tecido, lama na barra, mas o sangue, era o pior. Havia sangue espalhado pelo corpete e na saia como se Jackson Pollock tivesse feito uma pintura ali e ela não conseguia se lembrar de onde ele vinha, não sabia nem de quem era. Uma repentina pontada de dor em sua perna a relembrou de que a grande mancha em sua coxa esquerda era seu sangue, mas de que ferimento, ela não sabia.
"Eu me casei ontem." Chloe disse suavemente. Ela olhou para sua mão esquerda e viu em adição ao anel de noivado no quarto dedo, uma nova aliança. Os dois anéis estavam cobertos de sangue seco.
Carl se levantou e colocou uma mão em seu braço. "Sra. Queen, onde está seu marido?"
Chloe se virou pra ele lentamente enquanto um olhar de puro e inalterado medo a envelopava e seu lábio inferior começou a tremer de novo. De repente era como se ela tivesse completado uma missão. O único pensamento que havia em sua cabeça era chegar até a delegacia e ela tinha conseguido isso. Então agora, enquanto a adrenalina ia sumindo e a perda de sangue parecia fazer efeito, ela olhou para Carl Wise e balançou a cabeça. "Eu não sei." Ela disse antes de desabar no chão.
_____
UM
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Seus passos falharam quando viu o primeiro prédio, um sinal de vida, um sinal de que lá haveria pessoas, pessoas que poderiam ajudá-la, ajudá-la a se lembrar. Ela cambaleou pela rua, ganhando alguns olhares furtivos e muitos olhares demorados. Ela não via nenhum deles. Não ouvia as pessoas arfando enquanto passava. Não via as mãos afastando as crianças. Não ouvia as buzinas enquanto atravessava a rua quando viu o nome: Delegacia de Polícia. Porque ela conseguia se lembrar de mais uma coisa que se repetia em sua mente como um mantra. "Em caso de emergência, procure a polícia."
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O delegado Carl Wise estava prestes a tomar sua quarta aspirina e era apenas oito da manhã. Ele estava nesse emprego, em sua mesa já há quarenta anos. Ele se juntou a força assim que saiu do colégio. Tinha sonhos de passar alguns anos ali antes de finalmente se tornar detetive. Isso nunca aconteceu. Ao invés, com cinco anos de cargo, ainda ali, perseguindo um cara que tinha roubado vinte e três dólares e vinte centavos de uma loja de conveniência, ele pulou uma cerca, caiu do jeito errado e machucou feio as costas. Foi colocado numa mesa de serviços burocráticos pra nunca mais sair. "Sra. Wilburn, eu não me importo se seus vizinhos checam o correio vestidos de Super Homem, isso não é contra a lei."
"Mas é vulgar." A mulher disse antes de se inclinar pra frente como se estivesse prestes a contar a ele um segredo de estado. "A cueca dele fica por cima da calça." Ela sussurrou horrorizada.
"Pelo menos ele está usando cueca." A piada de Carl caiu em ouvidos surdos enquanto a Sra. Wilburn olhava feio pra ele em irritação. Ele sabia que ela não ia desistir. Ela era a imagem perfeita de uma senhora quintessencial. Ela tinha um cabelo cinza quase azul. Tinha menos de um metro e meio de altura e agarrava uma bolsa junto ao peito. Ele a imaginava como uma senhora que carregava uma caixa de cupons até as lojas e discutia pelo desconto de cinquenta centavos anunciado. Ele nunca deveria ter feito piada sobre a cueca.
"Eu adoraria ajudá-la, realmente adoraria." Ele sorriu pra ela, tentando trazê-la para o seu lado. Talvez fosse o fato de que se sua avó ainda estivesse viva, ela estaria lhe dando um balançar de cabeça perfeitamente desapontado e ele não conseguia aguentar. "Não tem nada que eu possa fazer no entanto. Agora se seu vizinho realmente fosse o Super Homem, aí seria outra história." Carl franziu a testa quando o sino na porta tocou anunciando a chegada de alguém. Ele tinha esperanças de dar uma breve parada pra fumar depois que a Sra. Wilburn fosse embora. Quando ele olhou pra cima, no entanto, ele gelou.
"Eu não posso acreditar nisso. Eu vou escrever para o vereador local, só pra você saber." Sra. Wilburn disse.
Carl a ignorou e saiu de trás da mesa, mas não tinha certeza de onde ir então simplesmente parou e ficou olhando.
"Wise." Oficial Learner entrou. "Você não assinou a ocorrência anterior." Ele passou um papel a Carl que nem se incomodou em olhar. "Carl." Learner olhou pra cima e viu Carl olhando para a porta. Learner lentamente virou e seguiu seu olhar. "Puta merda." Ele sussurrou e deixou o papel cair no chão.
"Eu preciso..." A mulher parada na porta olhou ao redor, confusa. Ela parecia surpresa em estar ali e incerta do que deveria fazer em seguida. "Eu acho que preciso..."
"Senhora." Carl foi até ela lentamente. "Senhora, precisa de ajuda?"
"Sim." Ela se virou pra ele, sua voz firme, mas sua expressão ainda incerta. "Eu preciso de ajuda."
"O que aconteceu?" Carl pegou seu braço numa tentativa de tranquilizá-la.
"Aconteceu?" Ela franziu a testa. "Alguma coisa aconteceu? Sim, alguma coisa aconteceu." Ela disse com lágrimas nos olhos. "Algo aconteceu e eu acho que preciso de ajuda."
"Ok." Carl sorriu pra ela. Era o que diziam que tinha que ser feito no treinamento de sensibilidade quando lidasse com pessoas que eram mentalmente instáveis ou aquelas que estavam em choque. Ele não tinha informação suficiente sobre a estabilidade mental dela, mas era óbvio a qualquer um que olhasse, que ela estava em choque.
Ele a conduziu até uma das cadeiras na sala de espera. As pessoas foram saindo do caminho. "O que aconteceu? Por que você precisa de ajuda?" Ele perguntou e quando ela continuou olhando pra ele inexpressiva, ele tentou uma tática diferente. "Vamos começar com uma coisa fácil, ok? Qual é o seu nome?"
"Meu nome é..." Ela parou a frase e tentou novamente. "Meu nome é..." Seu lábio inferior começou a tremer e a água em seus olhos começar a correr. "Eu não sei." As lágrimas caíam livremente agora. "Eu não sei." Ela olhou para o Sargento Carl Wise em desespero, tão cheia de medo e confusão que ele sentiu o coração partir.
"Eu sei." Uma mulher que estava sentada do outro lado da sala de espera, assistindo com interesse, levantou e foi até eles. "Desculpe, eu não pretendia bisbilhotar, mas eu a conheço." Ela pegou algo dentro da bolsa. "Quer dizer, eu não a conheço, mas..." Ela entregou uma revista; era uma daquelas irritantes revistas de fofoca que Carl sempre via nas prateleiras dos supermercados. "O nome dela é Chloe Sullivan. Bem, acho que agora é Chloe Queen, ela se casou ontem." A mulher sorriu tristemente para Chloe e então voltou para seu assento.
Chloe olhou para Carl confusa, quase como se as palavras da mulher fossem em uma língua estranha e ela estava esperando ele traduzir. Os dois voltaram a atenção para a capa da revista e Carl sentiu o estômago revirar novamente. A mulher na capa, a que estava sorrindo, ou mesmo dando risada, aparentando muita alegria era a mesma pobre mulher ao lado dele na cadeira. "Eu..." Chloe sussurrou, pegando a revista e correndo um dedo pela capa, como se tocar fosse ajudá-la a se lembrar. Ela fechou os olhos e suspirou.
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"Está pronta, Sra. Queen?" Oliver perguntou oferecendo seu braço. A cerimônia tinha terminado; a parte mais difícil na opinião dele. Agora eles só tinham a festa.
"Você acha que algum dia eu vou parar de olhar pra trás procurando por alguém quando você diz isso?" Chloe deslizou o braço ao redor do dele, perguntando-se se o sorriso que estava em seu rosto ficaria ali pra sempre, mas feliz demais pra se importar.
"Bem, faz só cinco minutos; ainda é novo pra você. Se você ainda estiver fazendo isso em cinquenta anos, então teremos um problema." Oliver garantiu.
"Cinquenta anos, huh?" Chloe perguntou olhando pra ele admiravelmente.
"Sim, cinquenta anos, oitenta. Eu estou nessa pra sempre." Oliver a beijou. "Está com medo, Sidekick?"
"Estou muito feliz pra estar com medo." Chloe riu. "Vou me preocupar com o futuro amanhã. Agora, eu quero bolo, venho sonhando com aquele bolo há seis semanas."
"Você sabe que pra chegarmos ao bolo temos que encarar a massa." Oliver alertou.
Chloe pareceu de fato debater isso por um minuto. Ela sentiu como se os dois estivessem num tipo de bolha, que o resto do mundo estava do lado de fora e existiam apenas Chloe e Oliver. Assim que eles abriram as portas, o momento ia passar, o feitiço seria quebrado, e o mundo real voltaria numa cacofonia de flashes e pessoas gritando. Por outro lado, o bolo era realmente bom. "Pelo bolo." Chloe se virou para as portas.
"Pelo bolo." Oliver assentiu, abrindo as portas da igreja. Eles foram instantaneamente bombardeados pelas câmeras dos papparazzi. Mãos cheias de pétalas de rosa eram jogadas no ar e Chloe não esperava por eleas. A repentina beleza daquelas pétalas caindo em sua frente fez um dia perfeito ainda melhor e Chloe deu risada enquanto Oliver a puxava pelos degraus e na direção da limusine em espera.
**********
E era essa a foto na capa da revista. Havia uma noiva rosada, sorrindo, e um noivo ansioso, mas extremamente feliz. Pétalas de rosas caíam sobre os dois, pairando imóveis no ar, enquanto eles desciam as escadas da Catedral. Era uma foto perfeita de seu dia perfeito, congelado pra sempre para o mundo todo ver.
Chloe se levantou de repente, sua respiração cada vez mais acelerada e ela não conseguia se controlar. Ela olhou pra cima e se viu refletida em uma janela. Os cachos precisos que estavam em seu cabelo no dia anterior estavam desfeitos e sem vida, caindo dos grampos. A maquiagem estava borrada, a máscara escorrendo pelo rosto até os pequenos cortes que se espalhavam por uma bochecha.
Ela não conseguia tirar os olhos do vestido, no entanto. Ela ainda estava no vestido de noiva, o vestido que demorou seis meses pra ser escolhido, o vestido que tinha sido feito na Itália. Havia rasgos no tecido, lama na barra, mas o sangue, era o pior. Havia sangue espalhado pelo corpete e na saia como se Jackson Pollock tivesse feito uma pintura ali e ela não conseguia se lembrar de onde ele vinha, não sabia nem de quem era. Uma repentina pontada de dor em sua perna a relembrou de que a grande mancha em sua coxa esquerda era seu sangue, mas de que ferimento, ela não sabia.
"Eu me casei ontem." Chloe disse suavemente. Ela olhou para sua mão esquerda e viu em adição ao anel de noivado no quarto dedo, uma nova aliança. Os dois anéis estavam cobertos de sangue seco.
Carl se levantou e colocou uma mão em seu braço. "Sra. Queen, onde está seu marido?"
Chloe se virou pra ele lentamente enquanto um olhar de puro e inalterado medo a envelopava e seu lábio inferior começou a tremer de novo. De repente era como se ela tivesse completado uma missão. O único pensamento que havia em sua cabeça era chegar até a delegacia e ela tinha conseguido isso. Então agora, enquanto a adrenalina ia sumindo e a perda de sangue parecia fazer efeito, ela olhou para Carl Wise e balançou a cabeça. "Eu não sei." Ela disse antes de desabar no chão.
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UM
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MEU DEUS!!!!!!
ResponderExcluirGente maldade terminar assim oq aconteceu? Kd o Oliver?? Gente vcs não tão entendendo eu preciso demais kkkkkk
Parabéns pela escolha ^.^
Jami
Maldade, né, Jami? Essa fic é muito boa, há tempos queria traduzir, finalmente tomei coragem, pois ela tem capítulos enormes... Logo tem mais, não vou deixar vocês sofrendo não... Beijos.
ExcluirAi meu Deus!
ResponderExcluirComo assim? Sofia, volta e posta mais rsrs!
Já me conquistou... mistérios e mais mistérios!
Ah, quero mais!! =D
GIL
Oi, GIL, essa fic é ótima né? Chegando em casa, reviso o próximo e posto atendendo seu pedido de urgência... Beijos.
ExcluirEu sou muito tonta.
ResponderExcluirLi a parte um antes de ver que tinha um prologo. Serei obrigada a ler de novo. rs
Mas então... que isso hein?
Já estou com dó da minha Chloe, a mulher não consegue ter um casamento normal, meu deus.