Just Married (7/8)

Título: Recém-casados

Resumo: Algo horrível aconteceu, mas Chloe não consegue se lembrar. Se ela não juntar as peças a tempo, pode ser muito tarde para Oliver.

Autora: bella8876
Classificação: R

Linha de tempo: Sétima temporada. Universo Alternativo. A oitava temporada nunca aconteceu.

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Chloe fechou a porta e respirou fundo. Ela olhou para seus punhos cerrados para impedir suas mãos de tremer. Cada passo que ela dava no corredor ecoava alto em sua cabeça e então percebeu que não eram seus passos, era seu coração. O sangue correndo em suas veias engolira todos os outros sons da delegacia. O metal frio da arma de Mason em suas costas.

As palavras de Mia ecoando em sua cabeça. "Do lado de fora da porta está cheio de policiais, seguidos por um estacionamento repleto de policiais. Quão longe você acha que vai conseguir ir?"

Todos os oficiais por quem ela passava lhe davam um sorriso triste e ela usou isso como vantagem. Bancar a pobre vítima traumatizada ia garantir que só percebessem suas intenções tarde demais. 

Ela parou na frente da mesa do Detetive Love e olhou pra ele. Ele pareceu sentir que ela estava ali e levantou a cabeça. Surpresa cruzou seu rosto muito brevemente e Chloe quase não percebeu antes de ele lhe dar um sorriso. "Sra. Queen." Love se levantou.

"Ouvi dizer que você quer falar comigo." Chloe disse, surpresa que sua voz não tenha tremido.

"Sim." Ele fechou o arquivo em sua mesa. "Sim." Ele olhou ao redor da delegacia. "Que tal irmos a um lugar mais privado?"

"Ótimo." Chloe sorriu pra ele. "Mostre-me o caminho."

Love sorriu e caminhou pelo corredor até uma das salas de interrogatório. Ele parou na última e Chloe deixou seu olhar correr até a porta dos fundos. "Você acha..." Seus olhos brilharam para Love. "Você acha que podemos sair daqui? É só que... estou aqui o dia todo e não aguento mais."

O sorriso de Love aumentou e Chloe soube o que ele estava pensando. Ele estava pensando que ela estava caindo nas suas mãos e ela não pôde deixar de sorrir de volta, pensando em como ia virar a mesa e ele não fazia ideia. "Claro." Love foi na direção da porta e Chloe o seguiu, uma mão movendo-se lentamente até as costas.

Love não conseguia acreditar em sua sorte. O dia todo, tudo que ele fez foi tentar chegar até a garota sozinho, só um momento a sós com ela era tudo que ele precisava. Ficar preso na delegacia o dia todo era um obstáculo que ele podia suportar, se ao menos conseguisse ficar sozinho com ela, ele resolveria o resto. Agora ela estava basicamente se oferecendo numa bandeja e ele não teve que fazer nada. "Fico feliz que finalmente tenhamos a chance de conversar." Ele disse enquanto abria a porta de emergência do prédio.

"Sim, eu também." Chloe disse enquanto a porta se fechava. Eles foram até atrás do prédio e então viraram em um beco que ficava entre a delegacia e a porta de outro prédio. "Mas tem só uma coisa que eu quero dizer a você." Chloe disse a ele.

Love procurava as chaves em seu bolso. "O que é?" Ele perguntou distraído e o silêncio resultante o fez parar. Os cabelos em sua nuca estavam em pé. Ele se virou lentamente e se encontrou de frente para uma Glock 23.

"Leve-me ao meu marido." Chloe disse calmamente, olhando para ele com frieza.

"Sra. Queen." Love lentamente ergueu as mãos.

"Certo, desculpe." Chloe apontou a arma para o ponto entre os olhos de Love. "Leve-me ao meu marido, por favor." Ela sorriu desta vez.

"Eu não sei o que..." Chloe moveu a arma levemente para a esquerda e apertou o gatilho, então voltou para sua posição inicial.

A bala passou tão perto do rosto de Love que sua pele queimou. "A próxima será no seu joelho. O mesmo lugar onde você atirou em Oliver esta manhã." Chloe disse. "Eu só vou pedir mais uma vez. Leve-me ao meu marido."

"Ok." Love tentou dar um passo para trás, mas Chloe balançou a cabeça e ele parou seus movimentos imediatamente.

"Love?" A voz de Sophia chamou da delegacia. "Ei, Love. Nolan viu que você saiu por aqui."

"Deixe eu me livrar dela." Love disse. "Então nós vamos, prometo. Eu te levo até Oliver."

Chloe olhou pra ele e assentiu. Ela deu um passo à frente, pegando a arma dele e guardando em sua calça. Ela abaixou a arma de Mason ao lado do corpo quando Sophia apareceu. "Ei, o que está acontecendo?"

"A Sra. Queen precisava de ar." Love disse. "Vamos dar uma volta."

"Eu vou junto." Sophia aproximou-se.

"Não, não precisa." Love balançou a cabeça. "Você não tem que preencher uma papelada?"

"Eu posso terminar depois." Sophia balançou a cabeça.

"Olha." Love aproximou-se e agarrou seu braço, levando-a de volta até a delegacia. "Ela quer conversar e eu acho que ela vai ficar mais confortável se formos só nós dois."

"Tem certeza?" Sophia olhou por sobre o ombro dele para Chloe.

"Pode ficar tranquila." Love assentiu e se virou.

Sophia se virou para eles. "Sabe, eu acho que seria melhor se..." Love não teve tempo de alertá-la. Houve só um segundo entre quando Chloe apontou a arma e quando ela puxou o gatilho, uma vez, então outra. Ele se virou e viu o corpo de Sophia no chão. "Que diabos foi isso?" Love gritou para Chloe. "Ela não tinha nada a ver com isso."

"Você realmente espera que eu acredite nisso?" Chloe balançou a cabeça. "Ela é sua parceira."

"Ela não sabia. Ela não tem nada a ver com isso." Love disparou. "Eu estava conseguindo fazê-la se afastar."

"Você estava demorando muito." Chloe disse sem humor. Love fico parado ali, olhando pra ela como se ela tivesse nascido uma segunda cabeça. "Ei, eu acabei de atirar em uma policial limpa." Chloe pontuou para ele. "O que te faz pensar que terei algum problema em atirar em um sujo?" Ela levantou a arma de novo.

"Ok." Love ergueu as mãos. "Ok."

Agora que ela tinha chegado até ali Chloe parou e olhou ao redor, tentando deduzir o que fazer. Ela não tinha carro e Love provavelmente tinha estacionado na frente junto com os outros. Ela começou a entrar em pânico do nada. Ela vinha agindo com raiva e adrenalina que lhe deram um falto senso de poder e agora estava tudo desabando ao seu redor.

Sua mão começou a tremer e ela desejava que Love não percebesse quando ela ouviu o barulho familiar do motor V-12. Chloe se afastou enquanto a Ferrari Enzo de Oliver entrava no beco e parava em sua frente. A porta se abriu e de repente Bart estava ao lado de Chloe. Ele apareceu exatamente quando ela precisava dele, como sempre acontecia, como se ele tivesse um sexto sentido. "Não se preocupe, eu não vou tentar te convencer a desistir." Ele estendeu a mão para ela e Chloe imitou seus movimentos instintivamente enquanto lhe entregava as chaves. "Achei que você estivesse com pressa." Ele deu de ombros, colocando as mãos no bolso. "Deixei um presente pra você no porta-malas."

Chloe de repente sentiu como se pudesse fazer isso, a mistura de sensações de antes estava lentamente sendo substituída por um senso real de calma. Ela respirou fundo e sorriu. "Você é realmente meu favorito."

"Eu sei." Bart assentiu e então sumiu de novo.

"Como diabos..."

"Sério, não é com isso que você deveria se preocupar agora." Chloe voltou sua atenção para Love e agarrou as chaves com força na mão. "Entra." Ela olhou feio pra ele, a arma nunca perdendo a mira enquanto ele entrava no banco do passageiro. Chloe pegou as algemas que ele carregava. "Mãos atrás da cabeça." Ela apontou e ele obedeceu enquanto ela prendia as algemas em um pulso e no descanso de cabeça e então prendendo o outro pulso, efetivamente mantendo-o no lugar.

"Isto não é nada confortável." Love grunhiu. Ele parecia um idiota e Chloe sabia que as mãos dele adormeceriam logo, mas ela não se importava.

"Não me importa." Ela disse antes de fechar a porta, ligando o carro e saindo pelo beco até a rua. "Onde vamos?"

"Você conhece Clearwater Ridge?" Love perguntou.

"Sim." Chloe assentiu, virando à esquerda no cruzamento, ignorando os protestos de outros carros quando não esperou o farol.  Clearwater Ridge era uma área reclusa nas colinas de Cascade Range Mountains. Oliver a tinha levado lá alguns meses antes do casamento quando ela tinha ameaçado matar a coordenadora de casamentos.

********

"O que exatamente vamos fazer nas montanhas uma semana inteira?" Chloe perguntou pegando a bolsa do porta-malas da SUV.

"É natureza. É pacífico e bonito e sereno." Ele explicou pegando a bolsa dela e subindo os degraus da varanda. "Podemos fazer caminhadas." Oliver ofereceu enquanto abria a porta da cabana. "Tem muitas trilhas por aqui."

"Certo, você me vê como uma pessoa que faz caminhada?" Chloe deu um risinho.

"Pesca?" Ele segurou a porta aberta pra ela.

"É aquilo de ficar parado perto da água durante horas e nada?" Chloe franziu o nariz e Oliver deu risada. "Não é exatamente minha ideia de diversão."

"Eu sei uma coisa que nunca falha em te distrair." Ele soltou as bolsas e a puxou rapidamente pela cintura, puxando-a com ele. "E você nem vai ter que sair daqui." Ele sussurrou em seu ouvido.

"Ok, estou começando a gostar mais das montanhas." Chloe deu um risinho enquanto ele beijava seu pescoço. "Onde é o quarto?"

"Não sei." Oliver girou-a rapidamente, erguendo-a num único movimento, segurando-a em seus braços. "Vamos descobrir." Ela deu risada enquanto ele ia pelo corredor.

Eles finalmente encontraram o quarto muito depois de testar outros cômodos. Chloe se deitou no colchão, as costas contra o peito de Oliver, os dedos dele acariciando seu quadril. A janela à direita da cama lhes dava uma linda vista do lago e da floresta que os rodeava, isolando-os do mundo. "É muito calmo aqui." Chloe murmurou sonolenta.

"Você gosta?" Os lábios de Oliver estavam em seus ouvidos e seu hálito enquanto ele falava fizeram um arrepio descer por sua coluna. "Podemos ficar aqui. Só nós dois."

"Para sempre?" Chloe segurou a mão dele, entrelaçando seus dedos.

"Claro, se você quiser." Ele deu um beijo suave em seu ombro.

"Parece ótimo." Ela sorriu e virou para ficar de frente pra ele. "Mas eu tenho medo de se não aparecer na segunda, Lisa dê um golpe e tomar a frente do casamento."

"Oh baby." Oliver tirou o cabelo da testa dela. "Tenho certeza que isso aconteceu há muito, muito tempo atrás."

Chloe deu risada e se inclinou, enterrando a cabeça na curva do pescoço dele e suspirando feliz. "Ok então, vamos nos mudar para cá." Ela murmurou enquanto adormecia. "Mas você é quem vai dar a notícia para Bart." A risada de Oliver foi o que instantaneamente a fez adormecer.

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"Eu conheço o lugar." Chloe se livrou da memória, determinada enquanto entrava na estrada principal e entrava numa rodovia lateral que os levaria até as montanhas. Ela esperou até estarem a dez minutos da cidade antes de ligar o turbo do carro, fazendo Love ir para frente enquanto aceleravam na direção de Oliver.

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"Entre à direita aqui." Love disse, arrancando Chloe de seus pensamento quase uma hora depois de terem entrado nas montanhas. Ela assentiu seguindo as orientações dele. "A cabana é do outro lado da colina." Ele disse enquanto ela saía da trilha e parava. Ela tirou as algemas do assento e o empurrou para frente mais uma vez com a arma para ele sair do carro. Eles caminharam até o topo da colina e olharam para a cabana lá embaixo.

"Filho da puta." Chloe murmurou, olhando para a mesma cabana que tinha visitado com Oliver há apenas dois meses. "Não acredito que ele me trouxe para uma cabana que pertencia ao chefe da Máfia. Eu realmente vou dar um chute no traseiro dele." Ela murmurou antes de empurrar o detetive de volta para o carro.

Ela prendeu os pulsos dele novamente e abriu o porta-malas. Ela pegou uma bolsa que Bart tinha deixado pra ela, remexendo nos suprimentos, seu cérebro pensando enquanto ela murmurava todas as coisas que faria com Oliver assim que o tivesse finalmente de volta. "Eu gostaria de ter um maldito gancho." Ela suspirou frustrada. "Oh, bem, isso vai ter que servir." Ela jogou  a bolsa sobre o ombro e deu a Love um pequeno empurrão na direção da colina.

Ele olhou o declive e se virou para Chloe. "Você não pode achar que eu vou descer isso com as mãos algemadas nas costas. Eu vou cair e quebrar o pescoço."

"Isso seria um favor." Chloe o cutucou com mais força e ele caiu antes de se levantar. "Seja muito cuidadoso." Chloe disse enquanto começava a descer a colina atrás dele. Eles deram a volta atrás da cabana. Não havia guardas, ninguém observando e Chloe pensou por um momento que seria fácil. "Fique quieto." Ela sussurrou para Love. "Agora você pode prometer ser bonzinho ou eu posso te amordaçar com minha meia. Você escolhe."

"Eu prometo." Ele olhou pra ela e ela o empurrou para frente. A cabana ficava sobre estacas. Chloe tirou a bolsa, vasculhando por um minuto até surgir com algo nos punhos.

"O que é isso?" Love tentou enxergar o objeto.

"Não é... nada. É uma coisa." Chloe guardou no bolso traseiro junto com uma chave de fenda.

"Uau, termo muito técnico." Love zombou e Chloe olhou feio.

"Na verdade é, muito técnico." Chloe grunhiu empurrando-o na direção da casa. "É um pequeno dispositivo que manda um pulso eletromagnético super concentrado." Ela o virou para ele ficar de costas pra ela. Ela deslizou a arma na cintura e tirou as meias e sapatos. "Fecha as mãos." Ele seguiu as instruções e grunhiu levemente quando ela apoiou o pé nas mãos dele, segurando em seu ombro para se impulsionar. "Quando eu ligar isso na caixa de força, vai cortar a energia." Ela moveu as mãos até a cabeça dele e subiu os pés em seus ombros e então se levantou.

"Como você sabia que era aí em cima?" Love perguntou quando percebeu que ela já estava trabalhando na caixa de força.

"Já estive aqui antes." Ela grunhiu abrindo a tampa e pegando a chave de fenda do bolso traseiro. Ela começou a trabalhar no painel frontal.

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Chloe olhou ao redor da sala escura levemente irritada. "Alguma coisa?" Ela perguntou.

"A boa notícia é, eu encontrei a caixa de força." Oliver respondeu da porta da frente. "A má é que eu não consigo alcançar."

"Não consegue alcançar?" Chloe perguntou. "Como assim não consegue alcançar?"

"Quer dizer que eu não consigo alcançar. Você pode vir me ajudar?" Oliver perguntou. Chloe grunhiu e vestiu a calça e uma camiseta. Ela desceu os degraus, usando o telefone como lanterna. Ela saiu pela varanda e deu a volta até os fundos da casa.

"Você disse que eu não deveria sair da cabana." Chloe cuidadosamente caminhou com os pés descalços.

"Eu não esperava que você fosse usar todas as tomadas da casa com todos os equipamentos que você possui." Oliver resmungou.

"Sim, bem, eu não esperava que Victor fosse me ligar às três da manhã de Santiago para eu ajudá-lo a desvendar um algoritmo de treze dígitos." Chloe respondeu. "Então onde é essa caixa de força e o que faz você achar que eu posso alcançar uma vez que você não consegue." Chloe apontou para o quanto Oliver era mais alto que ela.

"Quer um apoio?" Oliver se abaixou e juntou as palmas para ela pisar. Chloe sorriu e permitiu que ele a ajudasse a subir em seus ombros.

********

Chloe deslizou a chave de volta no bolso e soltou a frente do painel no chão. Ela ligou o dispositivo nos fios e desceu, garantindo que batesse o joelho nas costas dele.

"As luzes ainda estão acesas." Ele grunhiu girando os ombros.

"Porque eu ainda não desliguei." Chloe explicou pegando a bolsa do chão.

"Love?" Uma voz chamou da área na frente da varanda. "É você?" Chloe estava ao seu lado imediatamente, a arma apontada enquanto levava o dedo aos lábios e balançava a cabeça. "Achei que o chefe tivesse dito pra você não aparecer a não ser que houvesse uma emergência." Love não disse nada então o cara desceu para investigar e Chloe deslizou nas sombras. "Love?" O cara se aproximou. "O que está acontecendo, cara?"

Love olhou por trás do ombro do cara onde Chloe se aproximava dele. "Ray, corre." Love disse e Chloe olhou feio quando o homem girou alerta.

"Sério?" Chloe perguntou a Love enquanto bloqueava um golpe de direita de Ray. "O que exatamente você achou que fosse conseguir?" Chloe perguntou enquanto dava uma cotovelada no estômago de Ray, fazendo-o se dobrar e mandando-o ao chão. Love saiu correndo na direção oposta e Chloe o agarrou pela jaqueta e o puxou de volta. Ela pegou uma de suas meias e enfiou na boca de Love. Então chutou o joelho dele.

Ela ouviu um barulho e Love gritou ao redor da meia enquanto caía no chão. "Eu lido com você em um minuto." Chloe arfou antes de voltar a atenção para Ray.

Ele estava em pé, olhando para Chloe como se não quisesse nada além de arrancar sua cabeça. Ela sorriu e apontou um dedo pra ele, desafiando-o. Nisso ela era boa, Oliver a fazia treinar quase todo dia nos últimos três anos para garantir que ela pudesse se defender. "Somos as únicas pessoas num time de super heróis sem nenhum poder." Ele costumava dizer isso quando ela reclamava do cansaço ou dor e não queria mais treinar.

Ele gostava de chamá-la de arma secreta. Ele dizia que as pessoas iriam automaticamente subestimá-la baseadas em sua idade e tamanho e que ela podia usar isso como vantagem. O que ela fazia, várias vezes e agora não seria diferente. Ray partiu em direção a Chloe, seus movimentos descoordenados revelando a falta de treinamento e ela desviou todos os golpes com facilidade. Do jeito que estava indo, ela podia muito bem esperar ele se cansar sozinho, mas não tinha tempo para isso. Chloe se agachou, passando por baixo do braço dele e chutando-o nas costas, o que o fez trombar de frente com uma árvore.

Ray se recuperou mais rápido do que Chloe imaginava, agarrando seu cabelo e a girando. Ela deu um risinho quando viu o nariz dele sangrando. "Vaca." Ele xingou e limpou o nariz. Chloe sabia que embora seu tamanho e velocidade fossem geralmente uma vantagem numa luta, havia algo a ser dito sobre raiva combinada com força bruta, então quando Ray preparou o soco, ela não foi rápida o suficiente e saiu voando, sua cabeça batendo com força no chão. Ele estava realmente nervoso agora e Chloe podia ver uma larga veia pulsando em seu pescoço.

Ela engatinhou um pouco para a esquerda e alcançou sua bolsa, vasculhando freneticamente até seus dedos se fecharem ao redor do que estava procurando. Assim que Ray estava prestes a dar outro soco, ela ergueu a arma e atirou, um pequeno dardo apareceu no pescoço de Ray, bem ao lado da veia pulsante. Ray tentou arrancar o dardo, mas não conseguiu nem erguer o braço. Ele caiu pesadamente no chão e Chloe desabou exausta.

Ela se levantou e recuperou o fôlego. "Isso foi realmente estúpido." Chloe olhou para Love. Ela caminhou até ele e o arrastou pelas axilas, prendendo-o a uma das pilastras. Ele estava murmurando algo sobre o que planejava fazer com Chloe que não soava anatomicamente possível. "Eu disse que se você não ficasse quieto era isso que aconteceria." Ela o relembrou. "E a única razão para não ter sido uma bala é porque você atrairia muita atenção."

Ela apertou o joelho ferido dele com um sorriso no rosto. O grito dele foi novamente abafado pela meia e Chloe pegou a bolsa, segurando-a sobre o ombro e decidindo o melhor curso de ação. Ela podia simplesmente entrar pela porta da frente portando as armas, mas em nenhum cenário isso terminaria bem.

"Vamos subir." Ela grunhiu, murmurando mais uma vez sobre o desejo de ter um gancho enquanto ia até a árvore mais próxima, onde ela deslizou o pé numa pequena entrada no tronco, agarrou um dos galhos e se impulsionou. Ela subiu mais alto até alcançar uma janela.

Ela foi até a beirada, olhou para dentro e viu um banheiro, ela deu de ombros abrindo a janela. "Ela entrou pela janela do banheiro." Ela murmurou enquanto entrava no cômodo, o piso surpreendentemente frio em seus pés descalços.

Ela reconheceu como sendo o banheiro do fim do corredor do primeiro andar e caminhou silenciosamente até a porta, pressionando o ouvido contra a madeira e quase suspirando aliviada quando ouviu a voz irritada de Oliver no outro cômodo.

"Olha, eu entendo, de verdade." Oliver disse a Jack que andava de um lado para o outro em sua frente. "Você vai pegar o dinheiro de Chloe e me matar ou eu te conto o que o FBI sabe e então você me mata. De qualquer jeito você vai me matar, então por favor, pelo amor de Deus, você pode me conceder um último desejo?" Jack se virou intrigado para Oliver. "Coçar meu nariz?" Jack revirou os olhos. "Está realmente, realmente coçando."

"Mike, coça o nariz dele pra eu poder ter paz." Jack disse ao bandido sentado na mesa. Mike resmungou e foi até Oliver, coçando a lateral de seu nariz. "Oh, isso, um pouco para a esquerda, uau, você não faz ideia de como é bom." Oliver suspirou aliviado.

"Ok, já... chega." Mike afastou a mão e se virou.

"Tivemos um momento aqui." Oliver disse ao homem que se afastava. "É estranhamente íntimo eu sei, mas eu sei que você deve estar se sentindo estranho com isso."

Chloe deu risada baixinho apesar de tudo e instantaneamente relaxou. Ele estava bem. Ele estava fazendo piadinhas, sendo um idiota, como se nenhum dano permanente tivesse sido feito. Ela rapidamente passou pela porta aberta e deu uma olhada. Oliver estava sentado no meio da sala, amarrado a uma cadeira. Seu braço direito tinha um ângulo estranho e o tiro na perna tinha um curativo mal feito e obviamente alguém vinha usando seu rosto como saco de pancadas pelas últimas oito horas ou mais, mas ele ainda estava vivo e isso era tudo que importava.

A televisão estava ligada ao fundo e Chloe podia ver alguém narrando algum tipo de evento esportivo. Oliver zombava dos planos de Jack e Chloe procurou em sua bolsa o dispositivo para cortar a energia.

********

Oliver percebeu um movimento pelo canto do olho, virou a cabeça um pouco para a esquerda e gelou. Chloe estava agachada no chão do banheiro vasculhando uma bolsa. Ele gostaria de dizer que estava surpreso em vê-la ali, mas pra ser honesto não estava. Ele queria que ela estivesse longe, muito longe daquele lugar e sua bagunça, sua bagunça, mas ao mesmo tempo não havia outro lugar no planeta onde quisesse que ela estivesse que não fosse ali, salvando seu traseiro. Ela olhou pra cima e encontrou os olhos dele. O rosto dela coberto com pequenos cortes vermelhos do vidro do carro, o lábio um pouco inchado e cortado, e o pulso envolvido numa gaze, mas tirando isso ela estava bem.

Ele sentiu o corpo todo relaxar aliviado quando olhou pra ela e pela primeira em quase vinte e quatro horas, ele sentiu que tudo ia ficar bem. Então o sorriso sumiu do rosto de Chloe. Ela estava nervosa de novo. Oliver olhou enquanto ela murmurava alguma coisa pra ele e ele engoliu seco quando percebeu que ela disse. "Você está muito encrencado."

Ele assentiu bem levemente para deixá-la saber que ele sabia e isso pareceu acalmá-la um pouco. Ela ergueu a mão e mostrou cinco dedos pra ele e então fingiu cobrir os olhos e ele assentiu de novo para avisar que tinha entendido a mensagem. Ela abriu a palma e Oliver viu algo pequeno enquanto ela apertava um botão e a sala toda ficava completamente escura. As luzes apagaram todas de uma vez, a televisão piscou e Jack gemeu. "Mike, vai pedir para o Ray consertar." Jack gritou de algum lugar do outro lado do cômodo. "Acho que queimou um fusível ou algo assim."

Oliver contou até cinco em sua cabeça e então fechou os olhos com força. Ele ouviu o suave barulho de alguma coisa rolando pelo chão e então Jack dizendo. "O que foi isso?" Bem quando seus olhos foram iluminados por uma luz brilhante e a fumaça tomou conta de seus pulmões. Uma granada de luz.

Ele tossiu respirando a fumaça e então sentiu as mãos suaves dela puxando as cordas em seus pulsos e então a voz de Chloe em seu ouvido. "Está tudo bem, pode abrir os olhos." Ela sussurrou e ele obedeceu, finalmente se encontrando a centímetros do rosto dela.

"Chloe." Ele sussurrou, a necessidade tão profunda em sua voz que as mãos dela pararam nas cordas. Ela abandonou tudo e levou as mãos até o rosto dele, dando um pequeno e desesperado beijo no canto de sua boca que não parecia como carne de hambúrguer.

"Eu vou te matar quando sairmos daqui, você sabe disso, certo?"

"Eu sei." Ele garantiu, movendo-se para outro beijo. "Eu sinto tanto."

Ele nunca conseguiu o outro beijo porque ela foi puxada dele violentamente e jogada do outro lado da sala enquanto Mike conseguia recuperar um pouco de visão. Oliver começou a gritar por ela enquanto Mike se levantava e ia na direção dela, mas ela dever ter antecipado porque simplesmente se virou, puxando algo da cintura. No último segundo Oliver percebeu que era uma arma e ele piscou quando ela puxou o gatilho e Mike caiu.

Oliver olhou incrédulo. Chloe não usava armas, ela não gostava de armas, ela se recusava a tê-las em sua casa, se recusava a tê-las na equipe. Oliver nem sabia ao certo até momentos antes que ela soubesse como usar uma arma.

"Tranquilizantes?" O sotaque britânico de Jack cortou o ar e ele olhou para o corpo de Mike e viu que de fato não havia sangue, nem buraco de bala, mas um pequeno dardo verde em seu peito. "Isso é o melhor que você pode fazer, amor?" Chloe fechou os olhos em derrota, tentando recuperar o fôlego. "Levante-se devagar e solte a arma."

Chloe se levantou, seus olhos nunca deixando os de Oliver enquanto Jack continuava falando. "Eu ia te dar o benefício da dúvida. Eu ia deixar você morrer no deserto e ainda assim você sobreviveu. Você causou uma quantidade obscena de problemas para mim, mesmo assim, contanto que eu tivesse meu dinheiro eu iria deixar você viver. Mas agora receio que isso simplesmente não será possível. A não ser que você tenha o dinheiro escondido em alguma lugar de você." Ele deu um risinho enquanto ela deixava a arma de tranquilizante cair no chão.

"Desculpe." Chloe disse, sua voz trêmula. "Mas é sábado. Todos os bancos estão fechados." Ela girou rapidamente, tão rápido que até Bart teria ficado impressionado enquanto ela girava e puxava outra arma da cintura e apontava para a cabeça de Jack. Um olhar para a arma e Oliver soube que não estava carregada de dardos.

"Solte a arma, Sra. Queen." Jack disse levemente divertido.

"Você primeiro." Chloe efereceu.

Jack suspirou irritado agora e moveu a arma de Chloe para Oliver. "Solte a arma ou eu atiro no seu marido." Quando Chloe não se moveu ele pressionou. "Honestamente a esta altura eu não tenho absolutamente nada a perder e tudo a ganhar."

"Atire nele e pare de falar." A cabeça de Oliver virou para Chloe. "Depois de tudo que aconteceu hoje, tudo que eu descobri, eu estou quase atirando nele eu mesma." Espertamente Oliver não disse nada.

"Isso é interessante." Jack inclinou a cabeça para estudá-la. "Eu quase acreditei nisso."

"Sim, bem, eu quase estava sendo sincera." Ela disse secamente e Oliver fez uma careta. Ele merecia essa.

"Você não é uma assassina, Sra. Queen. Você não vai atirar em mim." Jack tentou racionalizar com ela.

"Eu prometi te matar." Chloe o relembrou. "Eu sempre cumpro minhas promessas."

"Você também prometeu arrancar os meus testículos." Jack pontuou.

"Me dê cinco minutos e uma ligação e isso pode ser arranjado." Chloe deu um risinho pra ele.

"Por mais adorável que tudo pareça eu realmente acho que é hora de amarrar as pontas soltas e seguir em frente." Jack abaixou a cabeça levemente. "Foi maravilhoso conhecer você, eu realmente queria que fosse em melhores circunstâncias." Chloe viu o dedo dele apertar o gatilho e fechou os olhos pensando, Não era pra ser assim.

Ela ouviu os tiros, dois deles, mas não sentiu dor. Nenhum impacto repentino, nenhuma bala atravessando seu peito. Quando ela abriu os olhos viu Jack caído no chão, uma poça de sangue se espalhando pelo chão embaixo dele, e parado do outro lado da sala estava Carmine Luciano segurando uma arma. "Sra. Queen, que bela surpresa."

Chloe olhou confusa, perguntando-se quando exatamente ele tinha chegado ali enquanto o homem ia até Jack e o chutava. "Que vergonha eu sei, ele era muito bom no que fazia." Carmine olhou para Oliver. "Exceto que ele não conseguiu fazer seu marido falar. Agora eu sei que você tinha prometido matá-lo você mesma, mas ele planejava me trair por alguns poucos milhões." Chloe bufou, cem milhões de dólares dificilmente era pouco. "Veja, era uma questão de honra."

Carmine baixou a arma e de repente Chloe se sentiu muito ridícula parada no meio da sala apontando a arma para um homem morto, então ela também baixou a arma. Carmine e Chloe estavam parados um de cada lado de Oliver olhando um para o outro.

"Temos uma verdadeira bagunça aqui, não é?" Chloe perguntou.

"Eu não gosto disso", Carmine disse. "Quero que você saiba disso. Eu nunca quis envolvê-la nisso. Eu tinha esperanças de que seu marido e eu pudéssemos trabalhar juntos."

"Bem, este foi seu primeiro erro, não foi?" Chloe disse a ele. "Tentar lidar com meu marido."

"Verdade?"

"Como exatamente você quer terminar isso Carmine?" Chloe perguntou a ele. "Porque pelo que vejo, agora, você ainda tem algumas opções."

"Por favor, sente-se." Carmine sorriu brilhantemente e puxou uma cadeira da mesa para Chloe.

Chloe imitou seu sorriso brilhante e de alguma maneira seus pés se moveram até se encontrar sentada de frente para o homem. Ela deitou a arma pesadamente sobre a mesa, sem tirar a mão do cabo, mantendo-a apontada na direção de Carmine.

"Chloe." Oliver chamou por ela.

"Silêncio meu querido." Chloe olhou pra ele por sobre o ombro. "Os adultos estão conversando."

Sua voz era seca e apesar do alívio que ele tinha visto no rosto dela quando seus olhos se encontraram pela primeira vez, ele soube que ela estava escondendo uma grande raiva, então ele fez o que qualquer marido teria feito. Ele se calou e deixou sua mulher resolver as coisas.

********

Love gritou de dor mais uma vez enquanto soltava a mão da algema. Seus braços caíram ao lado inúteis, há muito tempo tendo adormecido. Ele tirou a meia da boca e a jogou no chão, respirando pesadamente e tentando recuperar um pouco de sua compostura. Ele segurou o polegar da mão direita e puxou pra frente com força, dolorosamente o colocando de volta no lugar. "Eu vou matá-la." Ele resmungou.

********

As armas foram deixadas de lado sobre a mesa, há muito esquecidas. Velas tinham sido acesas para iluminar um pouco a sala. "Posso lhe oferecer algo para beber?" Carmine perguntou.

"Não, estou bem." Chloe disse.

Carmine foi até o bar e se serviu de um copo de uísque. "Você toma vinho tinto, certo?"

"Sério, eu estou..." Chloe respirou fundo e pensou no dia que teve, ela merecia uma bebida. "Sim, eu tomo tinto." Carmine sorriu e abriu a garrafa e serviu uma taça a ela.

"Não era assim que eu queria que as coisas terminassem, você sabe." Carmine se recostou na cadeira confortavelmente. "Eu pensei que o que tínhamos fosse especial." Ele olhou por sobre o ombro de Chloe para Oliver. "Eu achei que de fato fôssemos um time." Ele disse diretamente para Oliver. "Isto é especialmente como eu não queria que terminasse, minha querida. Eu queria que você viesse à minha casa para jantar. Minha mulher faz uma vitela maravilhosa. Tão macia que derrete na boca." Carmine sorriu. "Eu queria que fôssemos uma família, todos nós, mas seu marido se recusou. Ele queria te manter longe de mim, manter você longe disso, então eu respeitei sua vontade. Esta deveria ter sido minha primeira pista, eu suponho."

"Você realmente não pode ter ficado tão surpreso quando descobriu." Chloe tomou sua bebida. "Que ele tenha te dado as costas, entregado você para o FBI."

"Eu fiquei." Carmine respondeu quase com tristeza.

"Eu nem sei como você acreditou, pra começar." Chloe deixou o copo na mesa. "Ele faz caridade, ele é voluntário em sopões e ajuda velhinhas a atravessarem a rua. Ele nem aceita privilégios no estacionamento da empresa. Como você foi pensar que ele ficaria do seu lado?"

"Você tem muita fé no seu marido." Carmine deu risada. "Isso é muito doce, inocente, mas doce."

"O que isso quer dizer?" Choe estreitou os olhos.

"Algumas vezes quando eu expresso interesse em fazer negócios com alguém eu começo fazendo uma pequena pesquisa. Eu nunca procuro por nada específico, mas sempre encontro alguma coisa. Um homem traindo a mulher ou namorada, o que, você pode ficar tranquila, é um crime que seu marido nunca cometeu, ou uma queda pelo jogo, amor pela bebida. Qualquer coisa que eu possa usar como vantagem, algo que me mostre que ele tem um lado fraco, um lado que possa ser explorado."

"Chantagem." Chloe ergueu as sobrancelhas.

"Você chama de chantagem, eu chamo de incentivo." Carmine a corrigiu. "Não com seu marido, no entanto. Você tem razão. Não havia nada. Ele estava limpo, quase limpo demais. Então eu pesquisei mais fundo e então mais fundo ainda e finalmente, eu encontrei uma coisa. Eu sempre encontro."

"Sério?"

"Você sabia, Sra. Queen, que seu marido, um homem que segue a lei, que doa todo seu tempo e dinheiro para caridades e ajuda velhinhas a atravessar a rua tem um segredo? Um grande na verdade, quase uma identidade completamente secreta." Chloe se inclinou mais perto. "Seu marido tem um time de justiceiros mascarados, Sra. Queen. Ele corre pela cidade à noite, descumprindo a lei que você diz que ele adora, vestindo couro verde e trabalhando sem a polícia. Seu marido é de fato o Bandido Arqueiro Verde." Quando Chloe não disse nada e continuou olhando para Carmine, ele pareceu perder um pouco da confiança. "É verdade. Eu vi com meus próprios olhos."

"Na verdade não é completamente verdade." Chloe disse tomando seu vinho calmamente. "Ele não é o Bandido Arqueiro Verde. E o time não é dele." Chloe assentiu vagamente para a escuridão atrás da cabeça de Carmine. "O time é meu." Ela disse com um sorriso, girando o copo de vinho ao redor dos dedos no momento em que Victor, Bart, AC, Dinah e Clark todos saíam das sombras e cercavam Carmine e a mesa enquanto ele olhava ao redor atônito e com um pouco de medo. Chloe se levantou e olhou para o grande chefão da Máfia e ficou feliz em descobrir que tudo que ela via era um homem com medo.

"A mesa virou." Carmine disse quase com diversão.

"Virou." Chloe assentiu e olhou para seu relógio. "Eis o que vai acontecer. Você tem quinze minutos até este lugar estar cercado pelo FBI, o DEA e quase todas as agências governamentais que eu nem sabia que existiam. Quinze minutos só você, eu e meus amigos aqui."

"O que você quer?" Carmine olhou pra ela.

Chloe plantou as mãos firmemente sobre a mesa e se inclinou até estar quase em cima dele. "Me dê os números dos contêineres."

"Que números?" Carmine ajustou as mangas do terno.

"Que graça que você esteja fazendo esse joguinho comigo. Veja, o bom é que sendo um justiceiro, as regras normais não se aplicam." Chloe pegou sua arma e Carmine pegou a dele, mas Bart acelerou e tirou da mesa antes que ele pudesse alcançar. Ela se virou, puxou o gatilho, atingindo Mike que estava acordando e se voltou para Carmine. "Eu vou pedir de novo. Me dê os números dos contêineres."

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Love se levantou com muita dificuldade e então foi até Ray que ainda estava apagado no chão da floresta. Love pegou a arma de Ray e a empunhou antes de ir para a varanda para lidar com Chloe Queen de uma vez por todas.

"Eu realmente não faria isso se fosse você." A voz feminina parecia familiar para Love, mas era impossível. "Vire-se devagar e solte a arma." Love obedeceu, parando no lugar, mas quando a viu, não conseguiu evitar a surpresa em seu rosto.

"Sophia?" Ele engoliu, de repente sua garganta muito seca. "Ela atirou em você."

"Atirou?" Sophia aproximou-se. "Solte a arma."

"Eu a vi, ela atirou em você." Love protestou enquanto a arma caía de seus dedos. "Dois tiros, direto no coração."

Sophia se abaixou e pegou a arma, guardando-a na cintura. Então ela deu um risinho e desabotoou os três botões de cima de sua blusa, mostrando o colete. "Kevlar. Item obrigatório." Ela levou o pulso à boca. "Love está seguro. Esperando para transportar."

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Mason esperava no alto da colina enquanto Sophia reportava seu status. Onde há apenas trinta minutos estava a Ferrari de Oliver, havia agora um verdadeiro comando. Havia vans da SWAT e equipes táticas, um helicóptero e uns cinquenta agentes do FBI e DEA esperando pela ordem de Mason para tomar a cabana. Por trás do centro de comando, atrás das barreiras que tinham sido erguidas, havia vans de imprensa, toda estação imaginável e ele podia ouvir os helicópteros sobre sua cabeça. Como tinham planejado.

"Você ouviu?" Sophia perguntou de novo e Mason pegou o walkie-talkie de sua cintura.

"Entendido. Esperando confirmação da Watchtower." Mason disse. Ele se sentia ridículo toda vez que usava o codinome, mas não ia arriscar usar o nome verdadeiro dela num canal aberto. A imprensa podia ouvir.

"Se ela não tiver os números ainda, ela não vai consegui-los." Sophia mandou de volta.

Mason segurou a ponte do nariz. Logicamente ele sabia que Sophia estava certa, mas alguma coisa o impedia de tomar a decisão. "Vamos dar um tempo a ela." Bart estava ao seu lado, apareceu do nada e Mason teve que morder o lábio para se impedir de dar um pulo. "Confie nela." Bart disse e Mason assentiu, respirando fundo.

"Vamos esperar." Mason disse no walkie-talkie, então o guardou novamente. "Mais cinco minutos." Ele disse a Bart. "Então eu vou entrar, com ou sem os números." Bart assentiu e sumiu mais uma vez, invisível, do nada. Mason olhou ao redor para o circo que seu dia tinha se tornado e fechou os olhos com força, desejando que tudo desaparecesse. "Eu não acredito que a deixei me convencer."

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CONTINUA

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