15.1.14

Learn By Going

Título: Aprendendo
Resumo: Acontece algum tempo depois de Roulette. Universo Alternativo. Chloe e Oliver se tornam íntimos.
Classificação: NC-17



Sombria, sombria minha luz, e mais sombrio meu desejo.
Minha alma, como se estivesse louca pra voar, 
Continua me chamando. Que eu sou eu?
Um homem derrotado, eu escalo meu medo.
-In a Dark Time, Theodore Roethke

Mãe Natureza tem outra coisa pra fazer
Pra você e pra mim; então respire o ar puro,
E, amavelmente, aprenda onde ir.
Esses tremores me mantém estáveis. E está próximo.
Eu acordo do sono, e acordo devagar.
Eu vou aprendendo onde tenho que ir.
-The Waking, Theodore Roethke

E Adão conheceu Eva sua esposa; e ela concebeu.
-Genesis 4:1a



Era tarde, ela estava sem café, ia bater a cabeça na mesa a qualquer momento, e do nada sentiu os dedos dele sobre seus ombros.

"Deixa o software fazer o trabalho dele e vai pra cama."

"Eu estou criando o software", ela murmurou.

"Então vai ficar cheio de falhas. Tem um futon lá em cima. Vai pra cama", ele disse a ela. Seu hálito roçou o ouvido dela, e ela estremeceu.

Ela foi pra cama, mas não pra dormir. De repente estava muito tensa. Muito alerta. Ele estava no banheiro no final do corredor; ela podia ouvir o leve barulho da torneira, a água correndo, o som dele cuspindo na pia. Eram sons domésticos, íntimos. Ela estremeceu de novo, esperando ouvi-lo apagar a luz e andar até a cama não existente ao seu lado.

Ele não foi.

O dia seguinte foi a mesma coisa de todos os outros dias. Sistemas para monitorar. Bandidos pra pegar. O próximo dia foi completamente diferente de qualquer outro. Ela continuou esperando que ele entrasse. Ele estava em Moldova no entanto, assinando alguns papeis de um negócio com um homem que fazia seu estômago revirar. Seria bom, ele disse. Eles precisavam de contatos internos se iam mesmo monitorar o tráfico de pessoas. Por fim, ela parou de pular a cada barulho.

Dois dias depois ele estava de volta, e precisando de uma reunião. A Intergangue estava se reunindo. Ela tinha informações que indicavam um grande encontro, plantas de um armazém onde a reunião aconteceria, documentos de embarcações que indicavam uma grande entrega. Por alguma razão ele estava lendo por sobre seu ombro. Ele parecia perto. Ele precisava estar tão perto? Talvez ela tivesse problemas com espaço pessoal. Não, ele estava perto.

Uma mão parou em seu ombro enquanto a outra gesticulava para alguma coisa na tela. Alguma coisa? Oh. Sim. As portas da doca. Algo sobre repintar uma semi--

"Eu não acho que eles estejam esperando muitas entregas", ela responde. "Só esta."

"Você pode consertar isso, não pode?" Agora a outra mão estava no outro ombro.

Ele estava definitivamente muito perto.

Ela dirigiu até o Talon aquela noite, ficou acordada ao som dos roncos de Lois. Era preferível. Ela preferia pensar coisas que não queria do que sonhar sonhos que não queria. Duas vezes antes ela tinha sentido esse mesmo alerta. Uma a deixou sozinha na pista de dança. A outra... Ela puxou seu corpo traidor numa pequena bola. Pensar em sonhos não era melhor do que sonhá-los.

"Você foi embora bem cedo ontem", ele disse quando ela entrou. Ele parecia descansado e engomado e cheirava como manteiga derretida. Ou será que era café?

"Entrega especial", ele disse, entregando-lhe uma xícara. "Blue Mountain. Torrado esta manhã. Você tinha algum lugar pra ir?"

"Hm?" Ela precisava sentar.

"Ontem à noite. Quando você foi embora -- você tinha algum lugar pra ir?"

"Sim." Por que ele ainda estava falando? O café era quase um sacramento. Ela olhou para a janela e o deixou pairar sobre a língua.

"Você está se sentindo bem?" Ele parecia preocupado.

"Hum, sim. É só que o café é maravilhoso. Requer todas as minhas habilidades Zen de concentração pra apreciá-lo."

Ele sorriu ao redor de sua própria xícara e voltou para a mesa. Ela relaxou. Distância era bom.

"Quer dizer que temos muito o que fazer hoje, você sabe", ele disse da mesa.

"Aham."

Distância era muito bom.

Exceto que ele não tinha recebido o memorando, ao que parecia. Ela tentou continuar se movendo, mas o trabalho ocasionalmente exigia uma certa concentração. Quando isso acontecia, ele estava ali, destruindo tudo. Digitando ao lado dela, fazendo perguntas. Mais olhadas-por-sobre-o-ombro. Ele deu um significado literal a 'respirar no pescoço de alguém'. As pequenas lufadas de ar pareciam atingir alvos; ela cravou as unhas nas palmas pra evitar de arquear na direção dele. 

E não havia escapatória. Ele pediu comida tailandesa para o almoço e a fez comer. O molho estava delicioso mas muito quente. Ela podia sentir o rosto vermelho com o calor, sentia os lábios e a língua ficando inchados e irritados. Ela se perguntou porque a grande janela vitral não podia ser aberta. Deus sabia o quanto o ar estava quente e pesado ali.

O alívio chegou no meio da tarde, quando uma reunião com credores exigiu sua presença na LuthorCorp. Sem ele, sua energia nervosa acabou com ela; na quarta vez que se sentiu acordar na frente do laptop ela o fechou e foi para o futon. Ela nunca cochilava. Nunca precisava disso. Ele deve ter lhe trazido um descafeinado. Ela fechou os olhos e deixou o silêncio a envolver.

Barulhos eventualmente a puxaram de sua pesada escuridão. Ela pegou um robe e desceu as escadas. Ela deve ter dormido a noite toda; a gentil luz da manhã atravessava as grandes janelas. Ela gelou no entanto quando viu o que a manhã lhe trouxera. No meio dos raios de sol estava Davis: sorrindo, nu, sangue pingando das mãos.

"Chloe?"

Ela estendeu a mão e foi pega. Ela abriu os olhos e encontrou Oliver. Ele parecia assustado.

"Chloe, o que foi? Você está se sentindo mal?"

"Me solta." Ela se sentou e piscou. Ainda havia alguma luz entrando pela janela, mas estava sumindo rápido.

Ele soltou seu pulso e levou uma mão a sua testa.

"Você está um pouco quente."

"Eu não estou doente. Por favor--"

"É cinco e meia. O que você está fazendo na cama?"

"Eu não consegui dormir ontem à noite, eu precisava me recuperar. Você podia--" Ela sorriu e tentou empurrá-lo, mas ele era imóvel como Clark.

"O que te deixou acordada?"

Ele não ia embora. Tudo bem. Tudo -- bem.

"Chloe?"

"Quando você estava..." ela acenou vagamente, "em depressão, alguma vez disse a si mesmo: 'Quem diabos você pensa que é? Você não sabe o que está fazendo. Você não acrescenta nada. Você é muito...' Alguma vez você pensou assim?"

Ele riu.

"Você está falando sério? Chlo--. Você está falando sério. É isso que está tirando seu sono?" Ele moveu a mão até o rosto dela. Ela podia sentir os calos em sua palma, escondidos pelas unhas bem cuidadas.

Ela fechou os olhos. Não conseguia olhar pra ele. "Eu não sei se devo confiar mais nos meus instintos. Eu sinto como se eu estivesse no piloto automático desde a primavera, e agora eu preciso desligar e pousar, e eu não sei se consigo."

Ele correu o polegar pela maçã de seu rosto. "Você pode. Eu sei que você pode. Você sempre faz o que precisa ser feito. Você é uma lutadora, Chloe."

Foi a vez dela de rir. Ela abriu os olhos novamente. "Agora você está roubando minhas falas?"

"Você é a melhor escritora?"

O polegar dele ainda estava correndo pra frente e pra trás, áspero contra sua pele. Sua garganta, rosto e estômago pareciam prestes a explodir; ela ia se perder logo se não se movesse. Ele estava tão perto, centímetros distante. Ela podia ver as pequenas linhas se formando ao redor de seus olhos, as enormes pupilas negras, e então as pálpebras dele se fecharam e ele a beijou. Por um momento ela o deixou, seu olhar focado nos pêlos sobre as sobrancelhas dele.

"Chloe?" Ele chamou de novo, pouco antes de seus lábios roçarem o canto de sua boca, a lateral de seu queixo, a linha de sua mandíbula, toques gentis que a fizeram sentir vontade de chorar.

"Sim?" ela respondeu. Então arfou. Ele tinha beijado seu pescoço. Estava continuando a beijar seu pescoço; ela podia sentir o hálito sob sua mandíbula e ao longe de seu esôfago. Sua coluna arqueou. Ele parou.

"Você parece tensa. Eu sinto muito, eu acho que eu -- entendi errado." Ele não parecia envergonhado, no entanto. Suas pupilas estavam menores, mas ele não ia a lugar nenhum. Ela ainda podia contar as sardas em seu nariz.

"Não", ela disse automaticamente.

"Porque eu não quero te forçar a nada", ele respondeu.

"Não. Não está forçando. Eu só... não estive numa situação assim há algum tempo", ela disse o mais animada que conseguiu.

"Uma situação como?"

"Como... esta. Eu não beijo ninguém desde o divórcio e entre o casamento e o divórcio houve muito 'cuidado com os pontos', e então depois do divórcio houve tanta loucura, e então--"

Ela parou. Ela estava incoerente. Ela apoiou as mãos nele, tentou ganhar algum impulso, mas ele a estava puxando pra ele. O pescoço quente contra o dela e levemente áspero. Ela parou de tentar se afastar e se rendeu, enterrando os braços no casaco dele, sentindo o calor irradiando de dentro de sua camisa. Mãos correram levemente pra cima e pra baixo em suas costas. Ela pensou que elas quisessem ser relaxantes, mas cada toque a fazia estremecer mais.

"E olha", ela disse, afastando-se, criando espaço. "Mesmo antes do casamento houve Brainiac, que entrou no nível de maluquice de Cidade dos Sonhos. Eu fiz todas aquelas coisas malucas. Com Kane -- mas outras coisas também. Coisas com Jimmy -- havia flashes quando eu estava com Jimmy quando parecia que tudo estava acontecendo com outra pessoa." O que ela estava fazendo? Ela nunca contou isso pra ninguém. Ela mal conseguia pensar antes de mudar de assunto em sua cabeça.

"Quer dizer, quando vocês dois estavam na cama?"

Ela ficou vermelha. Queria esconder seu rosto no ombro dele novamente. Pelo bem de seu orgulho ela não o fez. Tinha que manter algum senso de compostura. Ela não tinha catorze anos. Era madura e sofisticada. Deus sabia que ela tivera conversas abertas e francas com Clark. Nunca depois de ele a ter beijado, no entanto. Nunca quando ele estava tão perto que era possível sentir o cheiro da pele dele.

"Sim", ela disse com uma pequena risada, mas então se encontrou continuando. "Outras vezes também, mais para o final. Eu olhava para o meu anel e me perguntava porque eu o estava usando, como se não fosse a mim que ele tivesse pedido em casamento, e eu não tivesse dito sim." E de novo ela estava incoerente. Ela mordeu o lábio para evitar abrir a boca novamente.

Ele começou a massagear seu ombro, com um pouco mais de firmeza. Ela estava tão tensa que doía. "Isso foi Brainiac."

"Foi?"

A mão dele parou e ele lhe deu um olhar seco. "Então, é isso que você quer dizer sobre não confiar nos seus instintos?"

"Talvez." Estava ficando mais difícil conversar agora; sua garganta estava seca, mas ela continuou. "Eu fico tendo esses sonhos. Eu vejo Davis com sangue cobrindo as duas mãos, e então quando eu olho pra baixo, está nas minhas também."

"Você não matou--" ele disse secamente. "No mínimo--" Ela abriu a boca pra retrucar o que achava que ele ia dizer, mas ele a calou. "Não. Escuta. O que eu disse antes é verdade. Você é uma lutadora. Você não desiste. Você não entra nessa porcaria existencialista e deixa outras pessoas limparem sua bagunça. Mesmo quando diz que está no piloto automático, você não desiste." Ele parou de novo, ela abriu a boca de novo, ele tirou a mão do ombro dela e pressionou o dedo contra os lábios dela. "Eu disse que tinha lido errado esta situação, e eu li errado. Eu sinto tanto, Chloe. Eu sinto muito." Ele encostou a testa na dela, fechou as mãos ao redor das delas numa súplica.

Ela fechou os olhos com força. Ela queria responder: Você não entende, mas sua garganta tinha fechado. Ela só conseguia respirar e desejar que o ar chegasse a seus pulmões. Ela não sabia de onde tudo isso viera, como escaparam ou como sua mente tinha escolhido este, entre todos os momentos, pra colocar tudo pra fora. Mas ele ainda estava perto dela, ele não tinha se afastado. Apesar de tudo que ela tinha falado ele estava ali, caloroso e um pouco seco. E ele tinha dito algo. Isso foi Brainiac. Eu sinto tanto. Gratidão preencheu o espaço vazio de tudo que ela tinha deixado pra trás.

Ela abriu os olhos e viu que os dele ainda estavam fechados. Pela linha em sua boca e sua mandíbula travada, ele parecia tenso.

"Ollie?" ela sussurrou.

Ele abriu os olhos. Ele parecia como um de seus arcos, esticado, pronto pra se soltar.

"Obrigada." Ela tirou as mãos das dele e as colocou no rosto dele. Ele era tão bonito. Ela percebeu que não podia se permitir pensar nisso agora. Os olhos dele estavam grandes, no entanto; a flecha ainda presa. Ela não sabia o que ele estava esperando, mas ela queria dar a ele. Ela pressionou os lábios no rosto dele entre seu polegar e o nariz, em seu lábio superior, no canto de sua boca. Uma onda de adrenalina a preencheu enquanto ela descia. Uma vez antes ela tinha se aventurado num beijo que tentava significar alguma coisa. Não tinha, ou talvez tinha significado demais, mas desta vez--

Braços fortes a envolveram, lábios suaves moveram-se contra os dela. Ela nunca foi beijada do jeito que ele a estava beijando agora. Era como se tivesse bebido uma garrafa inteira de champanhe e estivesse flutuando sobre o futon enquanto o mundo girava ao seu redor. E apesar do que ele tinha dito antes, ele estava forçando, ou ela estava cedendo, porque ela estava deitada novamente, e ele estava sobre ela, de algum jeito. E ele era grande. Grandes ombros, longas pernas, mãos que podiam agarrar sua cintura. Uma dessas longas pernas estava no chão, mantendo-o equilibrado, mas a outra estava sobre as dela, prendendo-a no lugar. Seu beijo estava se aprofundando, seus lábios mais insistentes, sua língua provocando a dela. O mundo começou a girar, ar era difícil de inspirar. Muitacoisamuitacoisamuitacoisa algo dentro dela decidiu. Ela libertou a boca da dele e respirou longamente.

"Você está bem?" ele perguntou. Ela fechou os olhos com força. Não conseguia olhar pra ele agora sem perder o senso de equilíbrio. E ela precisava se levantar.

"Você pode sentar por um minuto?" Ele se mexeu e atendeu o pedido. Seu peso indo embora, ela sentiu frio, mas conseguiu respirar novamente. Ela abriu os olhos e aventurou-se a olhar pra ele. Ele tinha uma expressão confusa. Ela reconhecia aquela expressão. Já tinha visto em Clark, no dia que ele voltou da Zona Fantasma.

"Acho que entendi tudo errado de novo."

Se ao menos fosse assim tão simples, ela pensou. Ela podia sentir tudo ao que parecia: o roçar de seu cabelo na nuca, o raspar do sutiã contra seu mamilo, o pulso de seus batimentos em cada extremidade do corpo. Era muita coisa, e não era suficiente. Ela precisava não cometer o mesmo erro novamente. Precisava fazer isso direito.

"Não", ela disse, e era a verdade. Mas seu coração não estava batendo apenas de excitação. Francamente, ela estava aterrorizada. "Talvez, uh -- mais desse jeito." Ela sentou sobre as pernas dele.

Ele pareceu ainda mais preocupado agora. "Chloe - não, se você não está--"

"Não. Quer dizer -- sim. Sim, eu quero. É só, como eu disse antes. Faz um tempo."

Ele olhou pra ela por um minuto, então lhe deu um pequeno sorriso. "Bem, eu posso definitivamente trabalhar com isso."

Ela ficou vermelha (de novo!) e desta vez escondeu o rosto no ombro dele. Pelo menos podia fazer isso sob a desculpa da sensualidade. Ela beijou a pele sob sua mandíbula, trabalhou o caminho até seu queixo com a boca. As mãos dele seguraram sua cintura, polegares roçando sua barriga. Enquanto ela estava em rota ele parecia contente em esperar, mas quando ela beijou seus lábios novamente, pôde sentir o quanto ele estava faminto. A sensação de tontura voltou instantaneamente. Ela se afastou, só um pouco, só o suficiente para clarear a mente, puxando o lábio inferior dele com os dentes, então aprofundou o beijo novamente. Ela repetiu isso até estarem envolvidos num novo ritmo, seguindo o ciclo Cachinhos Dourados-muito-quente-muito-frio. Mas qual deles era a Cachinhos Dourados? Ela se perguntou. Uma visão surgiu diante dela de Oliver em um avental, testando as cadeiras. A imagem a fez dar risada contra a boca dele.

"Espero que esteja rindo de excitação?" Ele perguntou.

Ela provavelmente estava, percebeu. Fazia quase um ano. Não, estava errado. Ela nunca tinha feito isso antes.

"Eu só estou me sentindo... liberta", ela disse. Como se tivesse pulado de um penhasco e percebido que não se afogou.

"É?" Ele sorriu. "Quer se libertar disso?" Ele puxou sua blusa. Ela sorriu de volta e a tirou; mesmo antes de passá-la por sobre a cabeça, sentiu a mão quente dele em sua barriga, subindo até seus seios. Ela sentiu o polegar roçar a renda sobre seu mamilo, sentiu todo seu corpo se apertar e arquear ao toque. Ela podia sentir os dedos da outra mão apertando, massageando sua barriga. O movimento foi sentido na parte baixa de seu corpo, ativando correntes elétricas que deram a seus quadris vida própria. Ela bateu a pélvis contra a dele e ele respondeu, sua ereção a esfregando, aumentando todas as sensações.

"Que tal isso?" ele perguntou. "É libertador?" Sua mão puxou a alça de seu sutiã pra baixo, liberando o resto da roupa. Ela assentiu. Parecia mais fácil do que tentar formar palavras. Ele se inclinou e estalou a língua em seu mamilo sensível. Chloe deu um pequeno grito e quase caiu do colo dele. Ele a segurou a tempo, pressionando-a mais perto, forçando suas pernas a se abrirem mais, enquanto continuava a lamber e chupar até ela estar choramingando em êxtase, e um pouco de dor.

Quase pronta pra gritar, ela se afastou novamente, seu mamilo se soltando da boca dele com um 'pop'. Os olhos deles estavam semicerrados agora, com uma intensidade que ela nunca viu antes. A fez estremecer tanto quanto quando ele a abraçou. Um minuto. Ela só precisava de um minuto. Ela se levantou. "Eu vou continuar o trabalho da revolução daqui", ela disse enquanto abria a saia. "Você quer se livrar dessas indumentárias capitalistas?"

Suas mãos voaram até os botões. "Essa coisa de El Che Vive não é muito 2004? Além do mais, o capitalismo criativo vai mudar o mundo", ele a informou enquanto tirava o casaco.

"Aí está, um porco imperialista de novo." Observando-o se despir, Chloe decidiu que ele podia ser um modelo para os porcos imperialistas. Alguns pôsteres dele sem camisa conseguiriam mais do que a CIA conseguira em décadas. Exercendo um pouco de fascínio sobre ela, ela pegou as roupas e as jogou sobre uma cadeira.

"Ei - você está jogando fora coisas importantes", ele disse enquanto procurava nos bolsos.

"Analogia interessante. Você sempre carrega com você?" ela perguntou quando ele encontrou dois preservativos. O olhar claro que sim que ele lhe deu a fez dar risada. "Eu acho que demos o nome Escoteiro ao membro errado."

"Sim, exceto pela minha luta épica com a 'moral correta', este sou eu tentando dar o exemplo."

Ele sentou no sofá de novo e estava abrindo uma das embalagens. Chloe caminhou até ele e sentou em seu colo novamente. Ela prendeu o ar novamente e se sentiu zonza. Ela agarrou o pau dele antes que ele pudesse. Pulou ao seu toque e teve que morder o lábio para suprimir outra risadinha. De repente entendendo porque os caras lhe nomeavam; de fato pareciam ter mentes próprias.

"Jesus! Você está no caminho. A não ser que queira fazer as honras?"

Ela o soltou. "Eu vou assistir. Ver caras cuidando de si mesmos é minha fantasia secreta", ela acrescentou num sussurro. Algo que nunca tinha dito a Jimmy, ou pelo menos, não lembrava de ter dito. Não era como eles agiam. Ollie, por outro lado, tinha provavelmente ouvido coisa pior antes de legalmente poder beber. O que significava que o que ela disse soava ridículo.

Se era, ele estava sorrindo apesar disso. "Bem, eu gosto de dar um show", ele disse, e o fez, se acariciando lentamente, massageando sua ponta até umidade vazar. Ele correu o preservativo lentamente -- provocando, Chloe pensou. Ela estava fascinada e ansiosa e queria pular nele para que pudesse esconder o rosto novamente.

E foi exatamente o que fez quando ele terminou, ou tentou. Pular sobre ele não estava funcionando; talvez o ângulo fosse errado, talvez ela não estivesse pronta -- ela se sentia pronta -- mas sentiu um leve queimor, tentativas dolorosas antes de ele deslizar com uma dor aguda que foi direto para seu umbigo. Ela arfou e ele bateu os quadris novamente, mandando outra onda de dor até seu umbigo. Ela se inclinou pra frente contra sua pele quente, isso pareceu ajudar um pouco, mas a dor toda vez que ele se movia ainda estava ali.

"Espera, espera, espera", ela disse. Ele parou os quadris.

"Droga. Desculpe -"

"Está tudo bem, é só que--"

"Faz um tempo", ele finalizou. "Ok. Droga." Ele fechou os olhos de novo. Uma de suas mãos deslizou até o osso do quadril dela, seus dedos traçando círculos sobre sua púbis, bem na ponta de seu corpo. Ela sentiu o corpo apertar e seus quadris rolaram reflexivamente. As pernas dele ficaram imóveis, como se ele estivesse se segurando, e o polegar continuou circulando, ao redor, ao redor, até entrar na fissura de seus lábios, ela girando os quadris a cada movimento. Foi como se um espiral de luz líquida estivesse emanando daquele ponto, preenchendo cada músculo e contraindo-se de prazer. Ela estava subindo e descendo agora com os joelhos, apertando-se ao redor dele, sabendo pelo menos que parar não era mais uma opção, não importa o quanto necessitada ou exigente parecesse, esta sensação tinha que continuar.

Embaixo dela, Oliver respirava com dificuldade. Ele tinha parado de se mover e se tornou um objeto imóvel a disposição dela. Sua mão livre estava na cintura dela, segurando com força. Haveria hematomas no dia seguinte, e ela os usaria com orgulho, se ao menos ela conseguisse--

A luz em espiral alcançou o topo e ela explodiu. Ela tremulou e flutuou à deriva. O dedo de Ollie, o pau de Ollie, o braço de Ollie segurando seu quadril eram sua única conexão com o mundo material até ela desabar no peito dele. Completamente derretida e apenas um pouco alerta, ela sentiu-se ser erguida e deitada de costas, uma perna puxada pra cima, e o sexo recomeçou. Com os olhos embaçados, ela viu o braço dele esticado ao seu lado, o rosto dele concentrado e repleto de necessidade. A cabeça do pau dele atingiu seu útero novamente e de novo, mandando preciosas ondas pós-orgasmo através dela. Ela tentou erguer os quadris para encontrar os dele, mas o controle muscular estava longe de seu alcance. E sua coxa doía. Talvez se ela levantasse um pouco mais a perna, esticasse o tornozelo sobre o ombro dele. Em cima dela, Oliver gemeu, empurrando-se ao acaso mais algumas vezes, então mandando a perna dela para o lado bem antes de deitar completamente sobre ela.

Deus, o corpo dele era uma fornalha. E pesado. Pernas pesadas, cabeça pesada, respiração pesada. Ele era um gigante lhe dando prazer, um enorme peso de papel, mas ele tinha terminado. Estava amolecendo dentro dela. Em um momento ele deslizaria pra fora, se sentaria e iria embora.

Ou isso ou seu irmão gêmeo malvado com um complexo de Incrível Hulk apareceria do nada e atacaria os dois.

Algo entre uma risada e um soluço a escapou. Ollie levantou a cabeça.

"O que é tão engraçado?"

"Não estou rindo de você", ela disse rapidamente. Jimmy era extremamente sensível algumas vezes pós-coito. Ela não queria espantar Oliver.

"Bem, você estava rindo de alguma coisa." Ele tirou o preservativo e se levantou, indo até o cesto de lixo. O ar frio a envolveu, fazendo-a se curvar em uma bola. Do outro lado do quarto, ele estava distante.

"Só um pensamento idiota que eu tive. Este é o momento onde eu espero ver a Sra. Voorhees sair das sombras e nos esfaquear."

Ollie voltou para o sofá. "Desce suas pernas. Sua mente é realmente um lugar assustador." Um pequeno fogo de artifício de felicidade explodiu dentro dela quando ele voltou. Ela se esticou para que ele pudesse deitar sobre ela novamente, quente e pesado. Ela sorriu, então tentou tossir discretamente enquanto seu corpo lutava para respirar.

"Bem, eu moro em Smallville. Quando eu estava no colégio me envolvi com dois -- não, três caras além de Jimmy. Todos eles eram infectados por meteoro. Um fez um clone de si mesmo para se formar antes do tempo e então tentou matar Lana e eu quando descobrimos, e outro era um  telecinético que tentou fisicamente arrancar minha cabeça com uma serra." Ela parou o músculo durante uma tomada de ar; aquele pequeno discurso fez seus pulmões queimarem.

"Deus, quem estava atrás da porta número três? Freddy Krueger?" Como se sentisse o iminente asfixiamento dela, ele apoiou o corpo no cotovelo. Chloe respirou agradecida.

"Não, ele mudou para a casa antiga de Lana e forçou sua filha a sonhar até entrar em coma. Número três foi o Sean; ele era um vampiro de corpo quente. As garotas que ficavam com ele congelavam até a morte."

"Como você escapou?"

"Clark."

Ele alisou o cabelo dela silenciosamente por um minuto e ela sentiu um arrepio descer por sua coluna. Ele era como um cobertor elétrico, então por que ela estava tremendo novamente?

"Uau", ele disse finalmente. "Eu achei que tivesse levado a pior quando meus amigos me armaram um encontro com um travesti no meu aniversário de dezoito anos."

Fim dos arrepios. "Sério?"

"Não", ele disse com um sorriso, que sumiu quase instantaneamente. "Sim. Que tipo de idiota faz uma piada num momento desses? Mas acho que isso explica o porque de você ter ficado com Jimmy."

"Você está querendo dizer que eu só namorei com ele porque ele não tentou me matar?"

"Não, mas com seu histórico, tenho certeza que foi um bônus."

Ela abriu a boca pra responder, mas não conseguiu. Jimmy era tão seguro. Até o final, ela jamais acreditaria que Jimmy fosse capaz de ferir alguém. O que tinha sido um bônus. E uma desvantagem também, ela percebeu. O que era isso? Ela se concentrou na posição deles ao invés.

"Você pode se mexer? Seu osso do quadril está me matando."

Ele deu um risinho. Então, antes que ela pudesse pensar ele passou as mãos por baixo de sua bunda, jogou as pernas para o lado e deslizou uma entre as dela e as costas do futon, deixando-os ainda mais desconfortáveis.

Ela não ia dar risada. Chloe disse a si mesma. Ela não ia.

"Quer saber, por que você não se levanta por um momento", ele disse. Mordendo o lábio, Chloe se levantou e pegou o cobertor da pilha de roupas. Oliver se esticou do lado dele, a visão a fazendo se perguntar quanto a Playgirl pagaria por uma foto. Ele deu um tapinha no lugar vazio ao seu lado. Ela se inclinou pra sentar.

"Não. Do outro jeito." Ela se deixou ser virada por ele e puxada pra baixo, suas costas contra o peito dele. Ele pegou o cobertor dela, jogou ao redor dos dois, deixou ele se moldar sobre eles. Ar frio de fora, ele arrumou o cobertor ao redor deles.

Ela reprimiu um tremor. Davis a tinha abraçado assim antes, depois de ter tido um pesadelo. Ollie passou uma perna sobre a coxa dela, deslizou o braço entre seus seios.

"Melhor assim?" ele sussurrou.

Ela assentiu. Menos doloroso, mas mais surreal. Ela correu o rosto contra o braço dele, sentiu a solidez do músculo e a vulnerabilidade da pele humana. Ele não parecia que ia a lugar algum.

"Enfim", ela disse, colocando as lembranças e conjecturas em modo de descanso. "Lana levou a pior."

Ela sentiu o músculo dele contrair enquanto zombava. "Com certeza."

"O que isso quer dizer?" Ela virou o pescoço pra olhar pra ele.

"Ela casou com Lex Luthor. O que pode ser pior que isso?"

Ela se lembrou que durante grande parte de seu último ano, secretamente achava Lex sexy. Mas então houve o incidente com kriptonita preta, quando seu salvador surgiu antes que ele tentasse matá-la. Talvez ela devesse ter mantido isso em mente antes de concordar em ajudar Clark a executar seu plano. Ela suspirou.

"Bem, ela acordou eventualmente."

"Sim. Eventualmente. Embora eu meio que admire a atitude dela no final. Sempre pode-se aprender alguma coisa." A mão dele segurou o seio dela para enfatizar.

"O que seria?" ela perguntou. A audácia de Lana passou por diferentes fases.

"Ela realmente o feriu onde doía, roubando aquele traje."

"Mas ele retribuiu o favor."

"Você paga por suas escolhas. Claro, ela sofreu mas superou a fase de bonequinha de cera inútil e usou a oportunidade quando ela surgiu. É o que você precisa fazer."

"Superar minha fase 'bonequinha de cera'?"

"Não", ele disse, e beliscou seu mamilo. Ela tentou dar um tapa na mão dele, mas ele a segurou com facilidade. "Eu digo treinar como ela. Treinar comigo e Mia. E você tem que aprender a atirar."

"Eu sei atirar. Me solta."

"Eu digo se especializar. E se você treinasse comigo conseguiria se livrar agora sozinha." Ele a soltou. Ela franziu a testa. O momento de felicidade surreal tinha acabado. Agora ela só queria chutar o traseiro dele. "E mais", ele continuou. "Você precisa estar pronta e disposta a atirar. Você nunca conseguiria disparar uma arma contra alguém agora a não ser que tivesse certeza que ia errar."

Ela girou para ficar de frente pra ele com indignação. "Isso não é verdade. Eu quase matei Jimmy na Quinta Negra com uma arma."

Ele deu risada. "Então a moral da história é que você pode falar o que quer, mas não sabe ouvir?"

Idiota. Pelo menos Clark--

Ela engoliu em seco. "Pelo menos" Clark tinha expressado seu desprazer ao cortá-la da sua vida. Eles ainda mal se falavam, cada um esperando um pedido de desculpas que não viria. E mesmo que ela se desculpasse, eles provavelmente voltariam ao relacionamento pedir-ajuda-de-Chloe-e-então-insistir-que-ela-não-é-capaz-de-tomar-decisões. Claro que ele era assim com todo mundo agora. Ela se perguntou se Lana alguma vez percebeu que mesmo com o traje, Clark jamais a veria como parceira. Não do jeito que Lana queria que ele visse.

Ela se virou de costas pra ele. "Por que de repente isso é tão importante?"

Ele passou o braço ao redor dela novamente. "Porque você não é uma bonequinha de cera inútil. Você não deveria agir como uma. Você não deveria te medo que todo mundo que se aproxima vá se tornar um monstro."

"E aprender a transformá-los em peneira vai fazer com que eles não virem monstros como?"

"Talvez eles não virem. Talvez eles virem - mas se virarem, você saberá como enfrentá-los. Sozinha." Ele se apoiou então, seu rosto pairando sobre o ouvido dela, seu hálito atingindo sua bochecha. "E não é só sobre chutar traseiros. Quando estou treinando arco e flecha, é muito simples. Sou só eu e o alvo e o arco. Eu sei o que tenho que fazer, eu sei o que não posso fazer. Eu sei quais riscos estou correndo, e posso praticar e corrigi-los. É nesse momento que sei que posso fazer o que preciso quando estou na rua."

Ela olhou de volta pra ele; seus narizes quase se tocando. Os olhos dele mostravam muita certeza e paixão, ela se odiava por já ter achado que ele era só um garoto mimado precisando de uma surra.

Ela levou a mão até o rosto dele. "Soa como se você fosse fazer isso todo segundo se pudesse", ela disse. "Por que não faz?"

Ele se deitou então, afastando o braço.

"Somos diferentes. Você não foge quando as coisas ficam difíceis, mas você não se dá nenhuma folga também. Você acha que deveria ser capaz de fazer tudo. Ou obrigar alguém a fazer por você."

"Ok. Eu acho que preciso aprender meus limites. Ou minhas possibilidades. E ser menos preocupada. Entendi. Eu estava perguntando sobre você."

"Eu conheço meus limites. Só não preciso de outro lembrete do que não posso fazer."

Ela sentiu a garganta apertar. Não gostava de ouvir isso. Este não era Ollie. Este era Clark. Ele deveria estar infectando as pessoas, e não de um jeito bom. Ela se virou de novo, seu corpo inteiro desta vez, arrumando o lençol entre eles.

"Você está falando sério?"

Ele deu risada. "Quem está roubando as falas agora?"

"Primeira e última vez. Você tem razão -- as minhas são melhores. Oliver, você pode ser a pessoa mais capaz que eu conheço. Você é a pessoa que tornou tudo possível para Dinah, Bart, AC, Victor e eu. E você diz que somos tão diferentes, mas quando você está em forma, é você quem está sempre exagerando, quem não consegue encarar os fracassos."

"Você está falando de Lex", ele disse, olhando para o teto. "Não. Eu não gosto deles."

Ela não estava, mas o assunto tinha sido trazido à tona agora. Ela podia ver a mudança nele, sentir o que ela temia. Que ele rapidamente fosse se tornar distante, apesar de estar espremido entre ela e as costas do futon. Se ele pudesse ir embora sem ter que passar por ela, ele iria, ela pensou.

O que estava -- bem. Deixa ele. Ela estava cansada de correr atrás do arco-íris. Exceto - ele não a tinha deixado afastá-lo. Oliver Queen não se deixaria enganar por um sorriso. Ela teria se enganado?

Além do mais, ela admitiu, não queria que ele fosse embora. Ela preferia muito mais ficar com ele no futon, entrelaçados e unidos, apertados como sardinhas com os narizes grudados, do que sentir o espaço vazio ao seu redor quando ele partisse. Senti-lo ao redor dela, em cima dela, embaixo dela, ao seu lado era... bom. Não deixava tudo melhor, mas deixava um pouco melhor. Talvez fosse isso que ele precisasse também. Ela estendeu a mão, alisou seu cabelo, traçou suas sobrancelhas, o osso de seu nariz. Ele afastou a mão dela.

Certo. Amor difícil é o que era. Ela veria até onde essa discussão podia levar. Ela se levantou, deixando-o pra trás, deixando o lençol pra trás, deixando o ar tocar sua pele. Sério, onde estava a Sra. Voorhees quando se precisava dela? Crianças estavam se afogando agora enquanto outros resolviam seus problemas pessoais.

"Então, o quê? Você está desistindo de novo? Está tudo bem deixar pessoas morrerem ou serem experimentadas em laboratórios secretos porque você não se sente pura o suficiente para ajudá-las? O que aconteceu com o 'aprender a encarar os monstros', Chloe?"

"Eu sou o monstro nesta história. Não há ambiguidade sobre os motivos ou o que estava em controle do meu corpo ou o que eu lembro. Eu sei o que eu fiz e sei porque eu fiz." Ele ainda estava olhando para o teto. Olhe pra mim, Ollie, ela queria gritar. Olhe pra mim!

"Não, você não é. Você não é perfeita, mas você não é um monstro. Aqueles caras de que estávamos falando antes, os infectados? Eles não eram monstros por causa do que os meteoros fizeram com eles, eles eram monstros porque não admitiram que não tinham direito de fazer o que fizeram. Você admite."

"Admitir não vai trazer o tempo de volta e apagar o que aconteceu."

Não. Só um homem tem esse privilégio. Mas talvez pensar menos nisso seja melhor.

"E nem ficar se culpando. E como eu disse antes, enquanto você está se culpando, coisas ruins podem estar acontecendo. Quem sabe o que Tess tem na manga agora?"

Ele se sentou de frente pra ela. Finalmente. Sua mandíbula travada. Ótimo. A dela estava também. E ela tinha quase certeza que seu cabelo estava uma bagunça. Tudo bem também. Manda ver, garotão.

"Ok", ele disse. "Vamos dizer que Tess queira dominar o mundo. Ela é uma garota esperta. Ela pode fazer um bom trabalho. E mesmo que ela faça algumas merdas no caminho, provavelmente são coisas que eu mesmo já fiz. Como eu posso julgá-la?"

"Não seja um idiota. Não seria sobre você ou Tess; seria sobre pessoas que teriam coragem de machucar. E você machucou as pessoas, ok. Você fez, mas não está fazendo agora. Você vai tentar não fazer isso no futuro, porque diferente da ditadora Tess, você não perdeu o senso de responsabilidade. Como eu disse antes, esta é a diferença entre monstros e homens."

Ele olhou pra ela, duramente. Ela olhou de volta. Ela sentiu como se fosse quebrar sob seu olhar, como se o ar fosse se espatifar ao redor deles. Mas se ela quebrasse o contato, ela perderia, e ela estava cansada de perder. Ela não podia perdê-lo, não agora, não depois--

Ele enterrou a cabeça nas mãos. "Ok. Eu não sou um monstro."

"Obrigada."

Ele correu as mãos pelo rosto, puxando os cabelos em seguida. "Eu não posso me chamar de herói, no entanto."

"Você não precisa, e, francamente, seria um pouco presunçoso se o fizesse. Tudo que você tem que fazer é tentar -- e Deus, eu realmente soei como meu pai agora?"

"Bem, graças a Deus você não se parece com ele."

"Você--" Oh. Ele estava brincando novamente.

Sua raiva de repente sumiu, ela cruzou os braços sobre os seios e tentou não parecer tão nua. Ele deu um risinho. Ela olhou feio. Ele abaixou a cabeça novamente.

"Eu só acho que esse sentimento nunca vai ir embora", ele disse baixinho.

Ela caminhou até o sofá, correu os dedos pelo cabelo dele de novo. "Talvez não devesse passar. Eu sei", ela disse, abaixando-se para erguer seu queixo. "Por mim: Davis, Kane, Jimmy. Isso nunca vai ir embora. Mas--" ela respirou fundo. "Mas falando como meu pai novamente, algumas vezes você só precisa seguir em frente, sabe?"

Ele deu risada. "Eu realmente quero conhecer seu pai."

"Ele é um bobão."

Ele a puxou para seu colo, e recostou contra seu peito. Mais arrepios, do calor da pele dele e o frio do ar, a proximidade dele e não querer ir embora. Tão perto. Perto era bom. Ela envolveu os dedos no cabelo dele. Não queria mais sair dali.

"Nós vamos fazer isso", ele disse.

Ela assentiu. Eles iriam. Desmantelar a Intergangue, acabar com o tráfico humano, treinar com Mia, beijarem-se loucamente...

Ela se afastou. "Você realmente está excitado o tempo todo, não é?"

"Não, é que mulheres nuas gritando comigo é minha fantasia secreta."

Ele era um bobão. "Acho melhor abrir o futon desta vez", ela disse, mordiscando o lóbulo de sua orelha.

Ele mordiscou seu pescoço em retorno. "Deveríamos trazer uma cama pra cá. O sofá-cama do outro quarto é ainda pior."

"Vou chamar o decorador amanhã", ela arfou. Ela ia cair do colo dele se ele continuasse com aquilo.

"Eu odeio a cor roxa e --mmph! -- reviver o Rococó." Enquanto a boca dele estava ocupada falando, ela aproveitou a oportunidade pra devolver o favor.

"Anotado." Ela ia dormir como uma pedra esta noite.

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9 comentários:

  1. Gente, essa fic me enganou!!! Pensei que seria mais uma romântica, mas tive uma ótima surpresa quando ficou séria, e até meio pesada... Pra mim, ficou claro que uma conversa honesta serviu pra dissolver alguns problemas importantes entre os dois...
    De brinde, tem essa cena hot menos idealizada e muito sexy! Adorei!!


    Parabéns pela mudança no design do blog! Amei a fonte, amei o banner com as imagens da HQ...

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    1. Oi, Ciça, que bom que gostou da fic. Então, resolvi alguns probleminhas que o blog vinha apresentando, embora agora ele esteja com um pequeno bug na hora de responder os comentários, rs... Vou ver se resolvo depois, mas aí aproveitei para mudar um pouco e fico feliz que tenha gostado. Beijos! :D

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  2. Geeente! Eita que o blog tá muito chique rs, amei o novo visual!

    Também fui enganada, Ciça, mas nem me importo haha... achei que iria ser puro romance, então vem a Chloe e confessa seus temores para o Ollie, então momento hoot, então mais confidências em um nível mais sério, então entendimento, e por fim até um pouco comédia... é realmente Chloe e Oliver se tornando íntimos e aprendendo sobre um ao outro... =D

    Maravilha, Sofia!

    GIL

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    1. Oi, GIL! Fico muito feliz que tenha gostado da mudança no visual. Que bom! Sim, essa fic tem essa característica, igual Chlollie, parece simples no começo, mas aí vamos vendo que é tem mais questões, que é mais complexa, mais profunda... Saudades desse casal nas telinhas e nas comics. :D

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  3. Adorei!!!
    Diferente das outras, menos romântica, mais realista.
    Adorei!!!

    E Sof, se eu pegar bem vc deixa o JC chique assim também? hahaha
    Tá lindo!!! <3

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    1. Isso, realista... gosto de coisas assim... tem umas histórias da Calie15 que também trazem essa característica... adoro... que bom que gostou! Haha, acho que suas histórias já são um bom 'pagamento', concorda? Se quiser mesmo fazer mudanças lá te ajudo sim... Beijos. Ah, estou devendo a leitura do último capítulo de Don't Give Up... Até amanhã consigo ler e comentar.

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    2. Adorei a forma de pagamento!!! hahahaha

      Respondi seu comentário lá =D
      E deixei um recadinho, de que hoje tem mais ;)

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  4. Eu ameeeei essa historia principalmente o final eu acho que li pelo menos 10 vezes definitivamente preciso de um Oliver .-. Hahaha
    Ai Sofiaaa fiquei tão feliz quando vi Ni face que tinha historia nova quase beijei o celular hahahaha corri pra vim ler mas meu comentaria não foi fé jeito nenhum por isso comentei só agora :D
    Jami

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    1. Oi Jami! Amo essa fic, que bom que gostou também. Ah, que linda! Vi seu comentário no face... Então, acho que agora os comentários estão com problema, rs... Arruma uma coisa e desarruma outra... Vou ver se consigo resolver... Obrigada por não ter desistido de comentar. Beijos!

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