Chasing Illusions (2/15)

Título: Perseguindo Ilusões
Resumo: Esta fic segue os acontecimentos até Fortune e começa dez anos no futuro.
Autoras: chloeas e dl_greenarrow
Classificação: R
Banner: geek_or_unique
Anterior: 01

O resto da semana se arrastou. Lois estava ansiosa para ter uma conversa com seu cunhado desde a ligação de sua sobrinha. Era por volta das três da tarde quando ela finalizou seu trabalho e pediu para seu marido voar com ela até a Califórnia.

Um pouco depois da uma, no horário local de Star City, e com um calor que Lois não estava esperando, ela se despediu de Clark e foi até o prédio Queen, carregando uma mala três vezes maior do que uma pessoa normal precisaria para um fim de semana. Sem precisar avisar, ela apertou o código do elevador e subiu até a cobertura, duas horas seriam suficientes para ela levar algum senso a Ollie e ver como podia ajudá-lo antes que Casey chegasse em casa.

"Ollie?" Ela chamou. "Você tem visita, vem pegar minha bagagem!" Ela disse. Ela costumava gritar  com ele e Chlo para que vestissem as calças sempre que ela chegava, mas sabia que isso só o deixaria triste agora. Ainda.

Oliver emergiu de seu escritório um momento depois, indo pelo corredor com sobrancelhas erguidas quando viu a bagagem dela. "Lois... e eu aqui achando que Clark é que usasse o lema 'sempre esteja preparado'." Ele balançou um pouco a cabeça. "Você conseguiu colocar a pia da cozinha aí também? Porque você sabe, eu já tenho uma."

"Oh você ainda tem humor, bom saber", ela disse, dando um risinho e soltando a mala antes de puxá-lo para um abraço.

Ele expirou, abraçando-a de volta e fechando os olhos por um momento. "Ocasionalmente humor acontece."

Ela o abraçou com força por um momento antes de se afastar. "Bom ver você."

Ele lhe ofereceu um pequeno sorriso. "Bom ver você também, Lois." Ele pegou a mala dela, gemendo um pouco. "Sério. Tem tijolos aqui dentro?"

"Sapatos e casacos, eu deveria ter checado o clima antes de vir, Metrópolis está uns trinta graus mais frio." Ela disse, acenando com desdém. "Tem rodinhas por uma razão, Ollie."

"Verdade." Ele colocou a mala no chão e a arrastou até o corredor. "O quarto de sempre?"

"Sim", Lois concordou, mantendo seus olhos nele enquanto o seguia. "Mas eu vou desfazer a mala depois, tem umas coisas que precisamos conversar antes da Casey chegar."

Ele piscou, olhando pra ela por sobre o ombro. "Como assim?"

"Tipo, do que se trata exatamente esta viagem que você está planejando para o fim de semana?"

Esse tipo de assunto. Ele deveria saber. Mas não estava completamente focado em Lois. "Chicago", ele disse, acendendo a luz do quarto que ela sempre usava quando ficava com eles. "Mas não se preocupe, eu volto no domingo à tarde." Com sorte.

"Não estou preocupada com quanto tempo você vai ficar fora, Ollie. Tenho férias que Perry está me implorando pra tirar se eu precisar ficar com ela", ela disse a ele. "O que tem em Chicago?"

Ele ficou em silêncio por um momento e então se virou lentamente pra ela. "Uma pista", ele disse baixinho. Ele podia mentir pra muitas pessoas sobre muitas coisas, mas nunca conseguiu mentir para Lois desde que ela descobriu o grande segredo que ele guardava.

Lois assentiu um pouco e respirou fundo, observando-o atentamente enquanto se recostava contra a porta, cruzando os braços sobre o peito. "Foi o que eu pensei", ele não deixaria Casey a não ser que tivesse uma pista. "O que você encontrou?"

Ele esfregou a nuca. "Pode não ser nada", ele respondeu.

"Como todas as outras pistas até agora", ela disse, um olhar preocupado no rosto.

Oliver travou um pouco a mandíbula. "Eu vou continuar seguindo todas até eu encontrar a pista certa."

"Ollie", ela suspirou, deixando as mãos caírem ao lado do corpo e se afastando da porta. "Eu quero encontrá-la tanto quanto você, mas já faz três anos. Você não pode continuar deixando isso controlar sua vida desse jeito. Você tem uma filha de oito anos que está preocupada com o pai, você deveria se preocupar com ela, não o contrário."

Ele se encolheu ao comentário. "Eu não vou desistir, Lois. Eu não posso."

"Nem eu", Lois disse. "Mas você não pode abandonar tudo toda vez que há a mínima possibilidade de encontrar alguma coisa. Nós já procuramos em todos os lugares. Só porque alguém viu uma pessoa que parece um pouco com ela em Chicago não significa que você precisa se torturar desse jeito. Eu quero me agarrar a esperança também, mas eu preciso cuidar da minha vida primeiro e você precisa fazer o mesmo."

"Faz seis semanas." Ele falou mais baixo.

"Seis semanas desde o que, a última pista?" Ela perguntou, franzindo a testa.

Ele engoliu em seco, desviando o olhar. "É o maior tempo sem nenhum tipo de pista", ele sussurrou.

Lois suspirou e olhou para baixo antes de olhar pra ele de novo. "Talvez seja hora de começarmos a acreditar no que todo mundo acredita." Ela odiava sugerir isso, mas sabia que não poderiam fazer isso pra sempre.

"Não", ele disse secamente. "Não é hora. Porque não é verdade, Lois."

"Faz três anos, Ollie. Você não acha que ela teria nos encontrado por agora?" Ela perguntou, olhando pra ele.

Seu peito apertou a isso. "Pára", ele sussurrou, sua voz seca.

Lois suspirou e correu as mãos pelo rosto. "Você precisa se controlar melhor quando estiver perto de sua filha, você precisa ser o apoio dela e você não consegue fazer isso se ainda está uma zona, Oliver." Ela disse a ele com firmeza.

"Estamos bem", ele a informou, passando por ela na direção da porta.

"Ela não está bem se ela me liga porque está preocupada com o pai, Ollie! Você tem que parar de ignorar o fato de que no mesmo dia que você perdeu sua esposa, Casey perdeu a mãe!"

Oliver parou, então lentamente se virou pra ela. "Eu não estou ignorando nada. Eu nunca... Eu jamais..." Sua voz era forçada.

"Eu sei que você não a está preocupando de propósito", Lois disse, suspirando, "mas você precisa se concentrar nela primeiro. Quanto mais velha ela fica, mais ela entende e mais difícil é pra ela."

Ele correu as mãos pelo rosto. "Eu sei que ela também sente falta. Eu sei disso."

"Claro que ela sente", ela disse a ele, colocando uma mão no braço dele. "Todos nós sentimos. Mas nós dois sabemos como é perder um parente, especialmente quando se é jovem, e você sabe o quanto é importante pra ela saber que tem você cem por cento quando ela precisa."

Quando ele tirou as mãos do rosto, lágrimas brilhavam em seus olhos. "Eu estou te ouvindo."

Lois também sentiu os olhos se encherem de lágrimas e assentiu. "Eu vou fazer tudo que eu puder para ajudar, você sabe disso, mas ela precisa do pai."

Oliver arfou, desviando o olhar. "E se a pista que eu não seguir for a certa, Lois?" Sua voz mal era audível.

"Eu vou olhar." Ela prometeu.

"Não", ele sussurrou. "Esta tem que ser eu. Você já está aqui mesmo, certo?"

Ela refletiu por um momento e assentiu. "Depois desta no entanto, você vai se concentrar em Casey." Lois também vinha investigando pistas, mas não tinha ninguém para cuidar além de Clark e Clark era velho o suficiente para entender.

Oliver assentiu. "Eu preciso terminar de me aprontar."

"Pode ir", ela disse a ele, "eu vou desfazer a mala antes dela chegar."

Ele assentiu mais uma vez e foi para a porta, correndo a mão pelo rosto cansadamente mais uma vez.

Lois assentiu e se voltou para a mala, pelo menos ela tinha falado o que pensava, agora precisava ver como sua sobrinha estava.

***


Oliver deixou a bagagem perto da porta e estava no telefone com seu piloto quando ouviu passos se aproximando da porta. "Tudo certo. Te vejo daqui a pouco. Obrigado, Bill." Ele estendeu a mão e abriu a porta, dando a Casey um sorriso e um passo para o lado para ela entrar enquanto desligava o telefone.

Casey ergueu as sobrancelhas e soltou a mochila no lugar de sempre perto da porta, no chão é claro, e olhou ao redor, ela não viu sua tia ou Mia, mas se seu pai estava saindo, sabia que pelo menos uma delas estava ali.

"Ei, Casey." Ele se inclinou e a pegou no colo, abraçando-a.

Ela o abraçou de volta. "Você está saindo?"

Ele descansou a cabeça contra a dela por um momento. "Só por alguns dias. Viagem de negócios. Mas Lois está aqui e Mia vai chegar logo também." Sua voz era suave.

Apertando os lábios, Casey assentiu e o abraçou com mais força. "Ok."

Oliver prendeu a respiração. "Eu vou te trazer alguma coisa legal", ele sussurrou.

"Ok", ela disse novamente. "Eu te amo, papai." Ela disse a ele, "E eu não vou deixar Mia comer todo o sorvete."

"Eu também te amo", ele murmurou. "Muito. Você sabe disso, certo?" Ele se afastou para olhar pra ela.

Casey assentiu, sorrindo um pouco para seu pai. "Onde você está indo?"

"Chicago", ele disse, colocando-a de volta no chão. "Mas eu volto no domingo." Ele arrumou o cabelo dela, tirando-o do rosto.

"Ok", ela disse com um aceno de cabeça. "Eu vou pedir pra tia Lois me ajudar com a lição de casa", ela disse, fazendo uma cara.

Um sorriso puxou a boca dele a isso. "Menos se for matemática. Então peça para a tia Mia." Ele piscou pra ela.

Ela sorriu e assentiu, dando de ombros. "Entendi."

Oliver sorriu de volta pra ela. "As senhoritas têm grandes planos para o fim de semana pelo que estou sabendo."

"Vamos ir à praia amanhã!" Ela sorriu. "Mia disse que vai me ensinar a surfar!"

Ele sorriu a isso. Além de AC, ele não conseguia pensar em um instrutor de surfe melhor para Casey do que Mia. "Só tome cuidado, e se divirta muito."

"Nós vamos", ela sorriu. "Eu vou te mostrar tudo quando você voltar."

"Estou contando com isso." Ele beijou o alto de sua cabeça.

"Só dois dias, certo?" Ela perguntou, olhando pra ele.

A expressão de Oliver se suavizou. "Só dois dias", ele sussurrou, ajoelhando-se na frente dela. "E então... nada de viagens de negócios por um tempo."

Casey ergueu as sobrancelhas a isso, esperançosa. "Promete?"

"Prometo. A não ser que você possa ir comigo", ele disse, seu peito apertando.

Ela arregalou os olhos um pouco e sorriu. "Eu vou poder faltar na escola!?"

Oliver deu risada. "Vamos ver", ele disse com diversão.

"Maravilha!" Ela disse animada, abraçando-o mais uma vez. "Melhor pai do mundo."

Ele a abraçou de volta sem hesitar, um sorriso suave tocando sua boca. "Melhor filha do mundo", ele respondeu, beijando seu rosto.

Casey sorriu mais uma vez quando ouviu barulho no corredor, mas não soltou o pai. "Tia Lois!" Ela chamou.

Lois surgiu do corredor, sorrindo para Casey. "Ei, Garota!"

"Oi!" Ela cumprimentou animada e então se virou para o pai. "Vamos ter uma festa do pijama esta noite."

"Ouvi dizer." Ele sorriu, olhando para Lois e então de volta para Casey.

"Temos pipoca?" Ela perguntou ao pai, erguendo as sobrancelhas.

"No armário", ele confirmou. Ele olhou para Lois mais uma vez. "Não esqueça da alergia a amendoim, e se ela precisar de alguma coisa, dia ou noite, me ligue."

Casey olhou para a tia e revirou os olhos e então deu um risinho. Seu pai sempre dizia a mesma coisa.

Lois revirou os olhos ao mesmo tempo. "Sim, sim. Eu sei." Ela deu um olhar a Casey.

Dando um risinho, Casey abraçou seu pai mais uma vez. "Tia Lois sabe tudo, menos matemática."

Ela estreitou os olhos. "Eu sei matemática."

Oliver abraçou sua filha de volta e olhou para Lois, dando um risinho. "Tudo bem, Lois. Ninguém espera que você seja perfeita."

"Calculadoras não contam!" Casey brincou.

Lois cruzou os braços sobre o peito, dando os dois um olhar. "Humpf."

Ele deu risada e beijou a testa de Casey. "Eu volto no domingo. Eu te amo."

"Também te amo", ela disse, sorrindo pra ele.

Ele se levantou e olhou para Lois. "Te vejo no domingo, tia Lois." Ele deu um risinho.

Lois fingiu olhar feio pra ele e assentiu. "Vai logo, nós temos planos para dar andamento."

Assentindo, ele pegou a mala e foi para a porta. "Falo com você logo", ele prometeu.

"Bom", Lois respondeu.

Casey olhou para seu pai e então correu para sua tia e abraçou sua cintura.

Ele acenou por sobre o ombro enquanto entrava no elevador, o sorriso deixando seu rosto assim que saiu de vista. Seu peito estava apertado. Por favor, Deus, faça com que seja ela desta vez. Porque ele não conseguiria parar de tentar e a última coisa que queria era quebrar a promessa que fez à filha.

_____
TRÊS

______________________________________________________________________________