Resumo:
No final de sua vida, Oliver Queen pede à mais poderosa feiticeira do
universo que lhe conceda um desejo. Agora ele tem uma nova chance de
viver o que perdeu uma vez.
Autora: tennysonslady
Classificação: NC-17
Nota da Autora:
Um dos meus poetas favoritos é Neruda, e muitas das minhas histórias
foram escritas ancoradas em versos dos poemas de Neruda. Cada parte
desta história que eu quero contar é ancorada pelo Soneto XC dos Cem
Sonetos de Amor.
Outra Nota da Autora: Aqui vai um pouco da história de fundo para vocês.
Anterior: 01
Sua boca era a luz do dia e a noite do meu mundo,
Sua pele, a república que criei para mim mesmo com meus beijos.
Foi um choque.
Ela o abandonara, e tirara a chance de suas mãos quando apagou sua existência do mundo. Mas o dia do acerto de contas chegou e ela voltou para sua vida como se não tivesse nada com que se preocupar no mundo.
Em vez da fúria reprimida que tinha nutrido por semanas desde que aceitara a partida dela por vontade própria, naquela noite quando Oliver a viu, ele ficou congelado no lugar. Em seu terno escuro, com os óculos, ele voltou para seu apartamento. Seus ombros curvados, relembrando o caixão que tinha carregado. Ele lembrava do olhar de AC enquanto seu amigo erguia o outro lado.
Foi um novo time que carregara Carter para o túmulo. Ele era o último dos fundadores da Sociedade da Justiça da América. A realidade caiu no momento em que ele percebeu que o que aconteceu ao time de Carter aconteceria com a Liga também.
Um a um, todos iriam cair.
E ele se recusava a aceitar que Chloe fosse a primeira vítima.
Porque Deus sabia que mesmo com a tempestade sombria que felizmente escondeu a lágrima que ele derramou durante o enterro, Oliver podia sentir a presença de Chloe com tanta força que seria uma afronta descobrir que ela estava morta. Nos corredores escuros do museu que uma vez servira como base da Sociedade da Justiça, enquanto ele afogava a realidade com um uísque ou doze, ele olhou por sobre o ombro, realmente esperando vê-la ali.
Imaginação. Desejo. Oliver vagamente se lembrava de que Carter andou vendo Shayera nos meses que antecederam sua morte. Talvez fosse um sinal de que ele não iria sobreviver a próxima contenda.
Ele não sentia nem um pouco de medo.
E então, quando ele voltou para o apartamento, exausto e praticamente inconsciente, Oliver teve a impressão de ter visto uma figura tensa sentada na cama deles - na cama dele, ele se forçou a corrigir - e na verdade era, como qualquer outra silhueta que ele pensava que era ela, uma invenção de seu cérebro masoquista.
E então ela se levantou e lentamente se virou para ele, seu rosto coberto por lágrimas - por Carter ou pelos dois, ele não sabia. Talvez por todos eles. Ele aceitaria se ao menos uma parte daquelas lágrimas fosse por tê-lo perdido também.
Lentamente ele retirou os óculos. A luz fraca fazia o cabelo dela brilhar.
"Você é real?" ele sussurrou suavemente, com medo de que se falasse mais alto ela fosse desaparecer. E ela assentiu, seu olhar ainda com uma ponta de medo e uma dose de saudade. "Eu tinha que perguntar. Houve tantas noites em que imaginei te ver aí, quando eu lembrava de você. Então você sumia e eu tinha que me dizer que eu te odiava por ter partido."
Quando ela respondeu, sua voz - agora apenas familiar pelas lembranças que ele guardou num cantinho de sua mente - foi como uma chama lambendo sua espinha, gelando a pele de sua nuca. Era meio um soluço, meio uma confissão. "Não importa o que pareça, você tem que saber que nunca foi por opção."
Ele fechou os olhos, ouviu seus batimentos cardíacos enquanto deixava as palavras caírem sobre ele. Eles podiam ter definições diferentes de escolha, diferentes maneiras de entender o que sacrifício e amor significavam, mas era suficiente para ele pelo menos saber no que ela acreditava. E então, ele sentiu os braços se encherem dela, finalmente, e como uma onda suas emoções subiram e desceram. Os lábios dela cobriram os dele com beijos, e sua fragrância o envolveu no abraço até ele cheirar igual a ela.
Ele passou os braços ao redor dela e retornou o beijo com toda a paixão que manteve guardada. Fazia tanto tempo que ele a tinha abraçado, ainda mais tempo que teve que silenciar o que sentia. Quando eles tiveram que se afastar para respirar, Oliver olhou para ela e viu tudo em seus olhos, tudo que ele sempre quis ver.
Ele correu o polegar pela garganta dela, a princípio um pouco incerto.
"Oliver", ela arfou, como se fosse uma prece caindo de seus lábios.
Ele engoliu seco, então encontrou os olhos dela.
Ela subiu as mãos e desfez os botões da blusa. Chloe não olhou para baixo, mas manteve o olhar no dele quando soltou o último. Oliver tocou a pele revelada, correndo um dedo de sua garganta até o umbigo. Seu estômago apertou em reação. Finalmente ela olhou para baixo, seu cabelo curto emoldurando seu rosto, escondendo-a dele. Impulsivamente ele subiu seu queixo para que pudesse ver seu rosto de novo.
Chega de se esconder.
E então Oliver tirou a blusa dela e a jogou no chão. Quando ele estendeu a mão para o zíper da calça dela, ele se abaixou e tomou sua boca num beijo. As mãos dela subiram, e cegamente, soltaram a gravata. Quando ela tirou a jaqueta dos ombros dele, ele a ajudou a descartar o item, então cerrou os dentes quando ela correu as mãos por seu peito.
"Senti falta do seu toque", ele disse a ela.
E era indubitavelmente o maior eufemismo do mundo, porque houve noites quando ele se perguntou se havia tecnologia no mundo forte o suficiente para apagar as lembranças para que ele pudesse voltar a viver.
Ele deu um beijo de boca aberta na clavícula dela. A calça dela no chão agora. Ele a ouviu respirar fundo e arfar. Os dedos enterrando-se no cabelo dele. Parado, ele beijou sua garganta e finalmente enterrou o nariz entre seus seios.
"Eu achei que nunca mais fôssemos ter isso."
E ele ficou aliviado quando ela agarrou seus ombros e se ergueu, passando as pernas ao redor de sua cintura. A cama estava bem atrás dela, e Oliver a carregou até ali e a deitou. Ele cobriu o corpo dela e se maravilhou ao quão confortável e familiar era - apesar dos meses passados, apesar das raras ocorrências, eles se encontrarem na cama dele.
Outra Nota da Autora: Aqui vai um pouco da história de fundo para vocês.
Anterior: 01
Sua boca era a luz do dia e a noite do meu mundo,
Sua pele, a república que criei para mim mesmo com meus beijos.
Foi um choque.
Ela o abandonara, e tirara a chance de suas mãos quando apagou sua existência do mundo. Mas o dia do acerto de contas chegou e ela voltou para sua vida como se não tivesse nada com que se preocupar no mundo.
Em vez da fúria reprimida que tinha nutrido por semanas desde que aceitara a partida dela por vontade própria, naquela noite quando Oliver a viu, ele ficou congelado no lugar. Em seu terno escuro, com os óculos, ele voltou para seu apartamento. Seus ombros curvados, relembrando o caixão que tinha carregado. Ele lembrava do olhar de AC enquanto seu amigo erguia o outro lado.
Foi um novo time que carregara Carter para o túmulo. Ele era o último dos fundadores da Sociedade da Justiça da América. A realidade caiu no momento em que ele percebeu que o que aconteceu ao time de Carter aconteceria com a Liga também.
Um a um, todos iriam cair.
E ele se recusava a aceitar que Chloe fosse a primeira vítima.
Porque Deus sabia que mesmo com a tempestade sombria que felizmente escondeu a lágrima que ele derramou durante o enterro, Oliver podia sentir a presença de Chloe com tanta força que seria uma afronta descobrir que ela estava morta. Nos corredores escuros do museu que uma vez servira como base da Sociedade da Justiça, enquanto ele afogava a realidade com um uísque ou doze, ele olhou por sobre o ombro, realmente esperando vê-la ali.
Imaginação. Desejo. Oliver vagamente se lembrava de que Carter andou vendo Shayera nos meses que antecederam sua morte. Talvez fosse um sinal de que ele não iria sobreviver a próxima contenda.
Ele não sentia nem um pouco de medo.
E então, quando ele voltou para o apartamento, exausto e praticamente inconsciente, Oliver teve a impressão de ter visto uma figura tensa sentada na cama deles - na cama dele, ele se forçou a corrigir - e na verdade era, como qualquer outra silhueta que ele pensava que era ela, uma invenção de seu cérebro masoquista.
E então ela se levantou e lentamente se virou para ele, seu rosto coberto por lágrimas - por Carter ou pelos dois, ele não sabia. Talvez por todos eles. Ele aceitaria se ao menos uma parte daquelas lágrimas fosse por tê-lo perdido também.
Lentamente ele retirou os óculos. A luz fraca fazia o cabelo dela brilhar.
"Você é real?" ele sussurrou suavemente, com medo de que se falasse mais alto ela fosse desaparecer. E ela assentiu, seu olhar ainda com uma ponta de medo e uma dose de saudade. "Eu tinha que perguntar. Houve tantas noites em que imaginei te ver aí, quando eu lembrava de você. Então você sumia e eu tinha que me dizer que eu te odiava por ter partido."
Quando ela respondeu, sua voz - agora apenas familiar pelas lembranças que ele guardou num cantinho de sua mente - foi como uma chama lambendo sua espinha, gelando a pele de sua nuca. Era meio um soluço, meio uma confissão. "Não importa o que pareça, você tem que saber que nunca foi por opção."
Ele fechou os olhos, ouviu seus batimentos cardíacos enquanto deixava as palavras caírem sobre ele. Eles podiam ter definições diferentes de escolha, diferentes maneiras de entender o que sacrifício e amor significavam, mas era suficiente para ele pelo menos saber no que ela acreditava. E então, ele sentiu os braços se encherem dela, finalmente, e como uma onda suas emoções subiram e desceram. Os lábios dela cobriram os dele com beijos, e sua fragrância o envolveu no abraço até ele cheirar igual a ela.
Ele passou os braços ao redor dela e retornou o beijo com toda a paixão que manteve guardada. Fazia tanto tempo que ele a tinha abraçado, ainda mais tempo que teve que silenciar o que sentia. Quando eles tiveram que se afastar para respirar, Oliver olhou para ela e viu tudo em seus olhos, tudo que ele sempre quis ver.
Ele correu o polegar pela garganta dela, a princípio um pouco incerto.
"Oliver", ela arfou, como se fosse uma prece caindo de seus lábios.
Ele engoliu seco, então encontrou os olhos dela.
Ela subiu as mãos e desfez os botões da blusa. Chloe não olhou para baixo, mas manteve o olhar no dele quando soltou o último. Oliver tocou a pele revelada, correndo um dedo de sua garganta até o umbigo. Seu estômago apertou em reação. Finalmente ela olhou para baixo, seu cabelo curto emoldurando seu rosto, escondendo-a dele. Impulsivamente ele subiu seu queixo para que pudesse ver seu rosto de novo.
Chega de se esconder.
E então Oliver tirou a blusa dela e a jogou no chão. Quando ele estendeu a mão para o zíper da calça dela, ele se abaixou e tomou sua boca num beijo. As mãos dela subiram, e cegamente, soltaram a gravata. Quando ela tirou a jaqueta dos ombros dele, ele a ajudou a descartar o item, então cerrou os dentes quando ela correu as mãos por seu peito.
"Senti falta do seu toque", ele disse a ela.
E era indubitavelmente o maior eufemismo do mundo, porque houve noites quando ele se perguntou se havia tecnologia no mundo forte o suficiente para apagar as lembranças para que ele pudesse voltar a viver.
Ele deu um beijo de boca aberta na clavícula dela. A calça dela no chão agora. Ele a ouviu respirar fundo e arfar. Os dedos enterrando-se no cabelo dele. Parado, ele beijou sua garganta e finalmente enterrou o nariz entre seus seios.
"Eu achei que nunca mais fôssemos ter isso."
E ele ficou aliviado quando ela agarrou seus ombros e se ergueu, passando as pernas ao redor de sua cintura. A cama estava bem atrás dela, e Oliver a carregou até ali e a deitou. Ele cobriu o corpo dela e se maravilhou ao quão confortável e familiar era - apesar dos meses passados, apesar das raras ocorrências, eles se encontrarem na cama dele.
Eles iam fazer amor, porque ele sentiu falta dela o envolvendo, sentiu falta da sensação de que não havia nada de errado no mundo quando estava dentro dela. E então ela colocou a mão em seu peito e se sentou na cama.
"Eu te amo", ela disse tentativamente.
Apesar de ter ouvido antes, era a primeira vez que ele olhava para ela quando ela dizia as palavras. Seu coração apertou. Ele disse em retorno, "Eu também te amo."
"Depois disso--"
Oliver tomou a mão dela na sua e rapidamente dissipou as palavras beijando seus lábios. "Eu te amo, você me ama. O resto pode esperar até eu terminar de te receber de volta."
Ele deu a ela um sorriso, porque em sua cama ela não deveria pensar no que estava faltando na vida, ou no que estava errado do lado de fora. Eles tinham começado aquilo para serem felizes. E ela estava em casa. Ele estava feliz.
"Você sabe o quanto senti sua falta?" ela perguntou.
Se ela realmente acreditava que o tempo separados não era culpa sua, então ela sentira uma fração do que ele sentia. Então ele respondeu, "Claro."
E ele a tocou. Ele deslizou a mão por baixo do sutiã e soltou um seio, beijando o mamilo e estalando-o com o polegar até ele enrijecer sob sua atenção. Oliver o lambeu, então o tomou entre os dentes. Ela respirou fundo e deitou a cabeça na cama. Oliver desceu e beijou seu estômago. Quando ela o puxou para beijá-lo, Oliver sentiu as coxas dela o envolverem e sua abertura quente e molhada sob ele. Ele estendeu a mão entre eles e deslizou dois dedos dentro dela.
"Eu fiquei acordada durante noites sonhando com isso", ela confessou.
Ele sussurrou em seu ouvido. "Eu nunca esqueci."
E então ele deslizou dentro dela, e Oliver gemeu quando os músculos dela abriram passagem para aceitá-lo e então o apertaram com força. Ele deitou a boca sobre sua bochecha enquanto começava a se enfiar para dentro e fora dela. Ela agarrou seus ombros e sussurrou em seu ouvido o quanto o amava. E então Oliver sentiu o corpo dela espasmando ao seu redor, apertando-o e agarrando-o com força. Ela choramingou em seu alívio. A visão de Oliver escureceu e ele se empurrou até se derramar dentro dela.
Mesmo depois de terminado, e as mãos dela estarem correndo por suas costas, Oliver não se moveu de cima dela. Ele fechou os olhos. "Se eu estiver muito pesado, pode me acordar." Em vez disso, ela passou os braços e apertou as pernas ao seu redor e o abraçou.
Algumas horas depois Oliver abriu os olhos. Do lado de fora, a lua ainda estava alta no céu. Ele se sentiu endurecendo e então deu um beijo no ombro dela. Ela acordou e encontrou os olhos dele, então tentativamente ergueu os quadris. Ele estava duro, e empurrou os quadris para a frente. Seus olhos verdes se afiaram à sensação. Ela fechou os olhos e jogou a cabeça para trás. Sem falar nada, Oliver bateu os quadris. Ela estendeu os braços ao lado da cabeça. Ele entrelaçou seus dedos nos dela e segurou suas mãos ali.
Chloe prendeu as pernas ao redor dos quadris dele e encontrou suas investidas, então apertou os dedos ao redor dos dele quando ele gozou dentro dela novamente naquela noite.
Veio a manhã e com ela o cuidadoso plano de vingança. A Liga da Justiça se reuniu na Watchtower, e Oliver assentiu quando Chloe tomou o lugar à sua direita. Ela deitou uma mão em seu braço naquela manhã quando ele lhe deu um copo de café.
"Precisamos conversar."
"Eu ainda te amo. Não vou parar de te amar", foi sua resposta. "Você ainda sente o mesmo?"
E o sorriso dela foi fácil, um pouco triste embora ele não soubesse a razão, quando ela disse a ele, "Eu sempre vou te amar, Ollie."
Então haveria tempo suficiente para trocar histórias, para falar sobre o futuro, depois que pegassem o bastardo que matou Carter. "Então vamos conversar esta noite", ele a prometeu. Porque quando se sentassem e decidissem o amanhã, teriam todo o tempo do mundo, todo o foco que precisassem. Afinal, eles concordariam para sempre.
~0~0~
Ele chutou a porta, e ela não cedeu. Mais uma vez ele agarrou a maçaneta e sibilou de dor ao sentir o metal escaldante. Chloe pegou a mão dele e puxou de volta. Ao redor deles as vigas guinchavam e um pedaço de madeira em chamas caiu do teto a alguns passos deles. Ele cobriu a cabeça de Chloe com seu braço e os afastou para longe.
Ela estava pálida e tremendo. Oliver a empurrou para trás dele enquanto procurava uma saída no prédio. Ele pegou o arco da aljava e atirou para a janela, mas sua flecha caiu de volta no chão. Ele xingou a força do material usado no vidro.
"Eu vou tirar a gente daqui", ele garantiu a ela. "Fica abaixada para não respirar muita fumaça."
Chloe agarrou as costas de uma cadeira e gritou, caindo de joelhos. Ele correu até o lado dela e segurou seu rosto. Ela fechou os olhos com força e arfou no pescoço dele. Ela gritou de novo. Chloe correu a mão pelo corpo e abriu a blusa. Oliver viu o brilho verde vindo da proximidade de seu coração.
"O que é isso?"
Ela o segurava com muita força, chegava a doer. Mas o olhar que ela lhe deu o destruiu mais do que qualquer dor física. "É o que eu precisava te contar", ela arfou. "Eu não sabia quanto tempo ia demorar até reagir. Eles plantaram em mim como plantaram em Tess."
Biorritmo.
"Precisamos desligar."
Ele balançou a cabeça furiosamente. "Eu não vou parar seu coração."
Nos braços dele ela recuou, então gritou de novo. Ele a abraçou mais forte até a dor diminuir. "Não é um rastreador, Oliver. Vai implodir. Esta instalação está bem embaixo de onde há civis." Estava queimando, escaldante, e Oliver soube que era assim que o inferno queimava. "Não temos tempo, Oliver."
"Eu vou encontrar uma saída", ele gritou de volta. Ele não podia odiá-la por ter partido quando pensou que fosse a única opção. Mas ele podia odiá-la por forçá-lo a fazer isso. "Aguenta."
"Eu não deveria ter voltado. Não para isso. Foi egoísmo."
Os olhos dele se encheram de lágrimas e ele desejava encontrar um foco, porque se houvesse um jeito de escapar, seria muito mais difícil atingir o alvo se seus olhos estivessem embaçados. O maldito comunicador estava mudo. Ele o puxou da orelha e jogou fora com desgosto. Ele gritou por Clark, porque o Escoteiro deveria ser capaz de ouvir e salvá-los.
"Oliver, ontem à noite foi tempo emprestado."
Ele olhou de volta para ela para lhe dizer isso, mas ela estava de joelhos agora, os lábios sem sangue. O dispositivo a estava matando de dentro para fora. Pelo menos por isto ele pensaria que os malditos eram humanos, porque eles a matariam antes da explosão acontecer.
"Tem sempre alguma coisa que possamos fazer", ele garantiu.
Ela balançou a cabeça. "Estamos vivendo tempo emprestado, Ollie. Desde a troca, desde que eles te levaram, era eu ou você."
"Então deveria ter sido eu!" 'Deveria ter sido' era inútil agora, mas ele deduziu que o termo era a única saída. "Eu é que fui capturado. Eu é que deveria morrer."
E quando ela sorriu, foi como um soco no estômago. Porque ela sorriu, mas os olhos se encheram de lágrimas, e ela disse que entendia, mas ele a conhecia bem o suficiente para ver a aflição em seu rosto. "Não. Seria eu. Sempre teria sido eu." E então ela contou a verdade que ele temia, a possibilidade que ficou no fundo de sua mente desde que soube que ela usou o capacete do Dr. Destino. "Eu vi seu destino, lembra?" Ele odiava destino - odiava a palavra quando Clark a usava, a detestava mesmo agora que Chloe acreditava nela. "Eu sabia que você estava destinado a muito mais do que morrer hoje."
"Mas você não viu seu destino", ele insistiu. Ele travou a mandíbula, porque ela estava sendo forte e não merecia vê-lo uma zona. "Eu deveria salvar você."
"Não, você não deveria." Ela assentiu, como se assentir para ele fosse fazê-lo concordar, como se ele fosse uma criança que pudesse ser enganada, como se aquilo não fosse a coisa mais irracional que ela esperava que ele aceitasse. "E você ainda é meu herói."
Ele odiava aquela palavra também. Ele gostava até aquele momento. Agora quando ela a usou, ele se sentiu completamente inferior considerando o herói que deveria ter sido.
Ele deitou os lábios sobre os dela só porque precisava senti-la, abraçá-la junto a ele quando ela estava se afastando. Ela lambeu os lábios. "Agora seja um herói para os outros. Você tem que fazer, Oliver. Você sabe que tem." Ela beijou seus lábios, sua bochecha. Ela criou um universo com seus beijos. O céu dele se iluminou com um milhão de estrelas que eram lembranças das lágrimas dela brilhando enquanto descansavam em seus cílios. "Você está destinado à grandeza. Seu nome será lembrado por dúzias de heróis que seguirão seus passos." Cada palavra parecia uma praga. "Você vai se casar. Você vai ter filhos que serão tão fortes e lendários quanto você."
Em nenhum momento daquele destino ela disse seu próprio nome, e Oliver não podia aceitar que grandeza poderia haver numa vida sem ela. "Não importa."
"Você vai me esquecer."
"Agora eu sei que você está mentindo", ele disse entredentes, "porque eu jamais vou te esquecer."
"Nós pensamos que as pessoas ao nosso redor são insubstituíveis", ela disse gentilmente. "A verdade é, você vai se apaixonar um dia e vai construir uma vida, Ollie." E então ela agarrou seus ombros. Ele sentiu o corpo dela tenso enquanto a dor a atravessava. Em seguida ela descansou a cabeça em seu ombro e Oliver a colocou de pé. Mas ela se pendurou nele, fraca, olhando para ele enquanto respirava com dificuldade.
"Não significa que eu vou te esquecer. Não significa que eu vou amar alguém do jeito que eu te amo."
Os olhos dela estavam enfraquecendo. "Eu não sabia que seria hoje." Oliver sentiu o metal gelado da flecha quando ela a pressionou em sua mão. "Eu vou morrer de qualquer jeito. Sinto muito que tenha que ser assim." Chloe guiou a ponta da flecha até seu estômago, bem sobre o local que ele passara a noite toda a beijando. "Eu juro, Ollie, sua vida será incomparável."
Mas ele não queria ouvir sobre o destino que ela tinha visto, não durante aquilo.
Ele estava feliz pelos óculos cobrindo seus olhos, feliz até pelo fogo ao redor que ele desejava que fosse matá-lo logo depois. Ele sentiu o corpo dela reagir à dor, ao dispositivo que trabalhava em seu coração, e no espaço entre suas tomadas de ar ele apertou a flecha, então empurrou a ponta contra o corpo dela.
Oliver a ouviu arfar, sentiu o sangue dela lentamente deixar seu corpo e se derramar por sua mão.
Os olhos dela encontraram os dele, e ela estendeu a mão e lentamente retirou os óculos para revelar seus olhos. "Eu quero lembrar deles." Então ele olhou para ela, direto, inabalável. O corpo dela desabou em seus braços e seus olhos se fecharam. Oliver fechou os lábios sobre os dela.
~o~o~
Logo os livros do mundo estavam terminados,
Todas as amizades, todos os tesouros inquietos enchiam os cofres.
A Mansão Queen era simples, de muito bom gosto. Zatanna estava acostumada a demonstrações de poder. Shadowcrest era lar para ela por causa dos séculos de magia que abrigava. Os tetos altos e os retratos assustadores de seus ancestrais não doíam também. Na verdade, Shadowcrest tinha energia suficiente para alimentar a multidão de terras que coexistiam, estável o bastante para ser uma âncora entre todos elas. Ela tinha muito orgulho de Shadowcrest. Mas a Mansão Queen, novamente, não era algo para se ignorar.
Ela subiu a grande escadaria, recentemente polida. Ela olhou para baixo e viu seu reflexo na superfície e arrumou o cabelo.
Ao longo dos anos eles caíram um a um. Para alguém que desejava a morte há décadas, era bem estranho e irônico que Oliver Queen fosse o último a partir. Depois de ver tantos deles, era de se imaginar que Zatanna seria poupada da despedida deste último, mas ao que parece, era impossível. Uma vez, eles foram jovens e Oliver Queen era um espécime de homem a quem ela jurou que devia uma. Os Zataras cumpriam suas promessas.
Ela caminhou pelo corredor e viu o quarto principal mais uma vez. Havia dois homens parados do lado de fora como se fossem guardas. Ela assentiu na direção deles e passou pela porta.
Havia crianças brincando e adolescentes lendo ao pé da cama. Ela ergueu as sobrancelhas. Ela caminhou até a cama e se sentou na lateral, fazendo o colchão abaixar um pouco e o velho homem abrir os olhos. Zatanna inclinou a cabeça e deu ao homem um sorriso carinhoso. Ela tocou seu rosto.
Ele deu risada. "Como você ainda está tão jovem e tão bonita?"
"Se eu disser que é mágica, você acredita?", ela respondeu com um sorriso. Lentamente seu sorriso sumiu quando ela se lembrou da aparência de Bruce em seus últimos anos. Selena tinha envelhecido como ele. E Zatanna conseguia manter sua aparência jovem apesar de tudo. Só que quando todos eles iam morrendo um a um, era ela quem estava do lado perdedor. "Não é tudo isso."
Oliver Queen lambeu os lábios. Zatanna tocou-os brevemente e trouxe de volta umidade à velha pele.
"Demorou quase meio século para cobrar o favor que eu te devia", ela disse a ele, e reconheceu a petulância em sua voz. Quase parecia combinar com uma mulher de sua idade. Ela estava feliz que não demonstrasse. Ela olhou ao redor do quarto, então disse casualmente, "Você tem uma família amável." E Zatanna conhecia Oliver bem o bastante para saber que era uma das promessas do capacete do Dr. Destino. "Você tem tudo."
Aqueles olhos velhos enrugaram, mas eram tão calorosos como sempre foram. Aqueles olhos nunca mudaram. "Nós dois sabemos que não é verdade", Oliver devolveu, sua voz um pouco rouca do uso. "Eu não me arrependo de nenhuma das crianças, Zatanna. As crianças -- foram a alegria da minha vida."
Zatanna assentiu. Ela nunca teve a chance de ter uma família. Mas conhecia muitas outras pessoas que perderam a chance também. Bart foi quem morreu depois de Chloe, e a perda foi chocante. "Quase parece egoísta que você queira mais do que já teve", ela disse.
"Você está aqui para me julgar?"
"Eu estou aqui para te fazer um favor porque a palavra de um Zatara é valiosa", ela esclareceu. Ela respirou fundo, então perguntou, "O que mais você quer, Oliver?"
"Ela."
Ela já esperava, mas não importa o quanto tivesse se preparado, não conseguia descobrir um jeito de dar a ele o que ele queria, não a não ser que acordasse demônios e sua mágica não suportaria isso.
"Ela era meu mundo", o velho homem se lembrou numa voz suave. Por um segundo Zatanna pensou ter visto seu rosto rejuvenescer, sem o peso de um mundo em seus ombros. "Quando ela partiu, eu também parti."
Claro que ele pediria isso. No final da vida de uma pessoa era claro o que vinha em perspectiva. Ninguém mais no mundo se lembrava de Chloe Sullivan agora. Fazia tanto tempo. Seu nome logo foi esquecido. No mundo exterior não havia menção a seu nome há décadas desde sua morte. Nem Lois se lembrava, salvo pela garotinha a quem deu o nome de sua prima.
"Vocês não deveriam ter ficado juntos, Oliver", Zatanna disse, dando um tapinha na mão dele. "Por isso ela morreu. Esta era a vida que você tinha que viver." E não tinha sido uma vida ruim. "Você se casou com uma heroína, como você. Você passou a vida lutando por suas crenças. Você tirou a cidade da escuridão."
Oliver apertou um botão e seus filhos entraram no quarto. Ao pedido de Oliver, as crianças foram acompanhadas para fora. Quando estavam sozinhos, Oliver continuou. "Eu tive um casamento curto com uma boa mulher que me fazia esquecer por alguns minutos antes das lembranças voltarem. Eu lutei uma batalha que nunca terminou. Eu tive dois mandatos como prefeito em uma cidade que vai voltar ao vício depois que eu partir."
"Você teve uma vida bonita."
O velho Oliver era tão teimoso quanto o playboy, Zatanna percebeu. "Não o suficiente. Você me deve, Zatanna. Eu estou te cobrando o favor. Eu quero ela." Sua respiração era fraca, e seu peito subia e descia enquanto seu estômago revirava. "Eu aceito o que você puder me dar."
Zatanna apertou os lábios. Ela abriu a bolsa e procurou por um encanto. Ela se virou para Oliver, então o alertou, "Ela não vai te conhecer. E será - diferente. Não muito diferente, mas haverá outras pessoas que escolheram uma segunda chance. Circunstâncias serão afetadas. Então ela--"
"Mas ainda será ela?"
Ela assentiu. "E você não vai conhecê-la."
Ele fechou os olhos. "Eu a conhecerei em qualquer lugar, quando eu acordar."
"Vá em frente. Durma."
"Se eu dormir, eu morro?"
Sem hesitar, ela respondeu, "Sim." Ele grunhiu. "Você precisa ver sua família?" ela ofereceu. Ela queria ter visto o pai antes dele morrer e não teve a mesma oportunidade.
"Já nos despedimos. Você tinha razão. Foi uma família adorável, uma vida maravilhosa. Mas eu estou pronto pra ela, Zatanna. Eu vivi o destino que Nabu tinha para mim. Agora eu quero a vida que eu mereço."
E ele sorriu pacificamente. A atmosfera em casa era pacífica, e ela percebeu que ele vinha esperando por aquilo há muito tempo. Ela pegou sua mão e sussurrou. "No final de sua vida, Oliver, quem você quer ser?"
Quando ele fechou os olhos, ele era jovem de novo, sua boca na pele dela, seu universo preenchido pelos beijos dela. "Eu quero ser o herói dela."
Zatanna segurou sua mão e sussurrou o encantamento uma vez seguida da outra. Quando ela abriu os olhos, se virou para o velho homem na cama. Seu peito estava parado, e havia um sorriso em seus lábios. Luz preencheu o quarto, e Zatanna piscou em surpresa quando percebeu que seus olhos estavam cheios de lágrimas. Ela olhou para cima e disse, "Connor, eu sinto muito."
"Ele se foi?" Zatanna assentiu. "Tudo bem. Ele vem se preparando para esta aventura há muito tempo. O Arqueiro Verde foi encontrar o amor de sua vida." Connor adentrou mais o quarto e olhou para seu pai. Ele estendeu a mão e deu um tapinha no ombro de Oliver. "Boa sorte, pai. Obrigado por ficar conosco por tanto tempo." Ele respirou fundo, e Zatanna reconheceu o rosto corajoso que escondia o luto. "Eu vou contar ao meu irmão."
_____
TRÊS
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"Eu vou encontrar uma saída", ele gritou de volta. Ele não podia odiá-la por ter partido quando pensou que fosse a única opção. Mas ele podia odiá-la por forçá-lo a fazer isso. "Aguenta."
"Eu não deveria ter voltado. Não para isso. Foi egoísmo."
Os olhos dele se encheram de lágrimas e ele desejava encontrar um foco, porque se houvesse um jeito de escapar, seria muito mais difícil atingir o alvo se seus olhos estivessem embaçados. O maldito comunicador estava mudo. Ele o puxou da orelha e jogou fora com desgosto. Ele gritou por Clark, porque o Escoteiro deveria ser capaz de ouvir e salvá-los.
"Oliver, ontem à noite foi tempo emprestado."
Ele olhou de volta para ela para lhe dizer isso, mas ela estava de joelhos agora, os lábios sem sangue. O dispositivo a estava matando de dentro para fora. Pelo menos por isto ele pensaria que os malditos eram humanos, porque eles a matariam antes da explosão acontecer.
"Tem sempre alguma coisa que possamos fazer", ele garantiu.
Ela balançou a cabeça. "Estamos vivendo tempo emprestado, Ollie. Desde a troca, desde que eles te levaram, era eu ou você."
"Então deveria ter sido eu!" 'Deveria ter sido' era inútil agora, mas ele deduziu que o termo era a única saída. "Eu é que fui capturado. Eu é que deveria morrer."
E quando ela sorriu, foi como um soco no estômago. Porque ela sorriu, mas os olhos se encheram de lágrimas, e ela disse que entendia, mas ele a conhecia bem o suficiente para ver a aflição em seu rosto. "Não. Seria eu. Sempre teria sido eu." E então ela contou a verdade que ele temia, a possibilidade que ficou no fundo de sua mente desde que soube que ela usou o capacete do Dr. Destino. "Eu vi seu destino, lembra?" Ele odiava destino - odiava a palavra quando Clark a usava, a detestava mesmo agora que Chloe acreditava nela. "Eu sabia que você estava destinado a muito mais do que morrer hoje."
"Mas você não viu seu destino", ele insistiu. Ele travou a mandíbula, porque ela estava sendo forte e não merecia vê-lo uma zona. "Eu deveria salvar você."
"Não, você não deveria." Ela assentiu, como se assentir para ele fosse fazê-lo concordar, como se ele fosse uma criança que pudesse ser enganada, como se aquilo não fosse a coisa mais irracional que ela esperava que ele aceitasse. "E você ainda é meu herói."
Ele odiava aquela palavra também. Ele gostava até aquele momento. Agora quando ela a usou, ele se sentiu completamente inferior considerando o herói que deveria ter sido.
Ele deitou os lábios sobre os dela só porque precisava senti-la, abraçá-la junto a ele quando ela estava se afastando. Ela lambeu os lábios. "Agora seja um herói para os outros. Você tem que fazer, Oliver. Você sabe que tem." Ela beijou seus lábios, sua bochecha. Ela criou um universo com seus beijos. O céu dele se iluminou com um milhão de estrelas que eram lembranças das lágrimas dela brilhando enquanto descansavam em seus cílios. "Você está destinado à grandeza. Seu nome será lembrado por dúzias de heróis que seguirão seus passos." Cada palavra parecia uma praga. "Você vai se casar. Você vai ter filhos que serão tão fortes e lendários quanto você."
Em nenhum momento daquele destino ela disse seu próprio nome, e Oliver não podia aceitar que grandeza poderia haver numa vida sem ela. "Não importa."
"Você vai me esquecer."
"Agora eu sei que você está mentindo", ele disse entredentes, "porque eu jamais vou te esquecer."
"Nós pensamos que as pessoas ao nosso redor são insubstituíveis", ela disse gentilmente. "A verdade é, você vai se apaixonar um dia e vai construir uma vida, Ollie." E então ela agarrou seus ombros. Ele sentiu o corpo dela tenso enquanto a dor a atravessava. Em seguida ela descansou a cabeça em seu ombro e Oliver a colocou de pé. Mas ela se pendurou nele, fraca, olhando para ele enquanto respirava com dificuldade.
"Não significa que eu vou te esquecer. Não significa que eu vou amar alguém do jeito que eu te amo."
Os olhos dela estavam enfraquecendo. "Eu não sabia que seria hoje." Oliver sentiu o metal gelado da flecha quando ela a pressionou em sua mão. "Eu vou morrer de qualquer jeito. Sinto muito que tenha que ser assim." Chloe guiou a ponta da flecha até seu estômago, bem sobre o local que ele passara a noite toda a beijando. "Eu juro, Ollie, sua vida será incomparável."
Mas ele não queria ouvir sobre o destino que ela tinha visto, não durante aquilo.
Ele estava feliz pelos óculos cobrindo seus olhos, feliz até pelo fogo ao redor que ele desejava que fosse matá-lo logo depois. Ele sentiu o corpo dela reagir à dor, ao dispositivo que trabalhava em seu coração, e no espaço entre suas tomadas de ar ele apertou a flecha, então empurrou a ponta contra o corpo dela.
Oliver a ouviu arfar, sentiu o sangue dela lentamente deixar seu corpo e se derramar por sua mão.
Os olhos dela encontraram os dele, e ela estendeu a mão e lentamente retirou os óculos para revelar seus olhos. "Eu quero lembrar deles." Então ele olhou para ela, direto, inabalável. O corpo dela desabou em seus braços e seus olhos se fecharam. Oliver fechou os lábios sobre os dela.
~o~o~
Logo os livros do mundo estavam terminados,
Todas as amizades, todos os tesouros inquietos enchiam os cofres.
A Mansão Queen era simples, de muito bom gosto. Zatanna estava acostumada a demonstrações de poder. Shadowcrest era lar para ela por causa dos séculos de magia que abrigava. Os tetos altos e os retratos assustadores de seus ancestrais não doíam também. Na verdade, Shadowcrest tinha energia suficiente para alimentar a multidão de terras que coexistiam, estável o bastante para ser uma âncora entre todos elas. Ela tinha muito orgulho de Shadowcrest. Mas a Mansão Queen, novamente, não era algo para se ignorar.
Ela subiu a grande escadaria, recentemente polida. Ela olhou para baixo e viu seu reflexo na superfície e arrumou o cabelo.
Ao longo dos anos eles caíram um a um. Para alguém que desejava a morte há décadas, era bem estranho e irônico que Oliver Queen fosse o último a partir. Depois de ver tantos deles, era de se imaginar que Zatanna seria poupada da despedida deste último, mas ao que parece, era impossível. Uma vez, eles foram jovens e Oliver Queen era um espécime de homem a quem ela jurou que devia uma. Os Zataras cumpriam suas promessas.
Ela caminhou pelo corredor e viu o quarto principal mais uma vez. Havia dois homens parados do lado de fora como se fossem guardas. Ela assentiu na direção deles e passou pela porta.
Havia crianças brincando e adolescentes lendo ao pé da cama. Ela ergueu as sobrancelhas. Ela caminhou até a cama e se sentou na lateral, fazendo o colchão abaixar um pouco e o velho homem abrir os olhos. Zatanna inclinou a cabeça e deu ao homem um sorriso carinhoso. Ela tocou seu rosto.
Ele deu risada. "Como você ainda está tão jovem e tão bonita?"
"Se eu disser que é mágica, você acredita?", ela respondeu com um sorriso. Lentamente seu sorriso sumiu quando ela se lembrou da aparência de Bruce em seus últimos anos. Selena tinha envelhecido como ele. E Zatanna conseguia manter sua aparência jovem apesar de tudo. Só que quando todos eles iam morrendo um a um, era ela quem estava do lado perdedor. "Não é tudo isso."
Oliver Queen lambeu os lábios. Zatanna tocou-os brevemente e trouxe de volta umidade à velha pele.
"Demorou quase meio século para cobrar o favor que eu te devia", ela disse a ele, e reconheceu a petulância em sua voz. Quase parecia combinar com uma mulher de sua idade. Ela estava feliz que não demonstrasse. Ela olhou ao redor do quarto, então disse casualmente, "Você tem uma família amável." E Zatanna conhecia Oliver bem o bastante para saber que era uma das promessas do capacete do Dr. Destino. "Você tem tudo."
Aqueles olhos velhos enrugaram, mas eram tão calorosos como sempre foram. Aqueles olhos nunca mudaram. "Nós dois sabemos que não é verdade", Oliver devolveu, sua voz um pouco rouca do uso. "Eu não me arrependo de nenhuma das crianças, Zatanna. As crianças -- foram a alegria da minha vida."
Zatanna assentiu. Ela nunca teve a chance de ter uma família. Mas conhecia muitas outras pessoas que perderam a chance também. Bart foi quem morreu depois de Chloe, e a perda foi chocante. "Quase parece egoísta que você queira mais do que já teve", ela disse.
"Você está aqui para me julgar?"
"Eu estou aqui para te fazer um favor porque a palavra de um Zatara é valiosa", ela esclareceu. Ela respirou fundo, então perguntou, "O que mais você quer, Oliver?"
"Ela."
Ela já esperava, mas não importa o quanto tivesse se preparado, não conseguia descobrir um jeito de dar a ele o que ele queria, não a não ser que acordasse demônios e sua mágica não suportaria isso.
"Ela era meu mundo", o velho homem se lembrou numa voz suave. Por um segundo Zatanna pensou ter visto seu rosto rejuvenescer, sem o peso de um mundo em seus ombros. "Quando ela partiu, eu também parti."
Claro que ele pediria isso. No final da vida de uma pessoa era claro o que vinha em perspectiva. Ninguém mais no mundo se lembrava de Chloe Sullivan agora. Fazia tanto tempo. Seu nome logo foi esquecido. No mundo exterior não havia menção a seu nome há décadas desde sua morte. Nem Lois se lembrava, salvo pela garotinha a quem deu o nome de sua prima.
"Vocês não deveriam ter ficado juntos, Oliver", Zatanna disse, dando um tapinha na mão dele. "Por isso ela morreu. Esta era a vida que você tinha que viver." E não tinha sido uma vida ruim. "Você se casou com uma heroína, como você. Você passou a vida lutando por suas crenças. Você tirou a cidade da escuridão."
Oliver apertou um botão e seus filhos entraram no quarto. Ao pedido de Oliver, as crianças foram acompanhadas para fora. Quando estavam sozinhos, Oliver continuou. "Eu tive um casamento curto com uma boa mulher que me fazia esquecer por alguns minutos antes das lembranças voltarem. Eu lutei uma batalha que nunca terminou. Eu tive dois mandatos como prefeito em uma cidade que vai voltar ao vício depois que eu partir."
"Você teve uma vida bonita."
O velho Oliver era tão teimoso quanto o playboy, Zatanna percebeu. "Não o suficiente. Você me deve, Zatanna. Eu estou te cobrando o favor. Eu quero ela." Sua respiração era fraca, e seu peito subia e descia enquanto seu estômago revirava. "Eu aceito o que você puder me dar."
Zatanna apertou os lábios. Ela abriu a bolsa e procurou por um encanto. Ela se virou para Oliver, então o alertou, "Ela não vai te conhecer. E será - diferente. Não muito diferente, mas haverá outras pessoas que escolheram uma segunda chance. Circunstâncias serão afetadas. Então ela--"
"Mas ainda será ela?"
Ela assentiu. "E você não vai conhecê-la."
Ele fechou os olhos. "Eu a conhecerei em qualquer lugar, quando eu acordar."
"Vá em frente. Durma."
"Se eu dormir, eu morro?"
Sem hesitar, ela respondeu, "Sim." Ele grunhiu. "Você precisa ver sua família?" ela ofereceu. Ela queria ter visto o pai antes dele morrer e não teve a mesma oportunidade.
"Já nos despedimos. Você tinha razão. Foi uma família adorável, uma vida maravilhosa. Mas eu estou pronto pra ela, Zatanna. Eu vivi o destino que Nabu tinha para mim. Agora eu quero a vida que eu mereço."
E ele sorriu pacificamente. A atmosfera em casa era pacífica, e ela percebeu que ele vinha esperando por aquilo há muito tempo. Ela pegou sua mão e sussurrou. "No final de sua vida, Oliver, quem você quer ser?"
Quando ele fechou os olhos, ele era jovem de novo, sua boca na pele dela, seu universo preenchido pelos beijos dela. "Eu quero ser o herói dela."
Zatanna segurou sua mão e sussurrou o encantamento uma vez seguida da outra. Quando ela abriu os olhos, se virou para o velho homem na cama. Seu peito estava parado, e havia um sorriso em seus lábios. Luz preencheu o quarto, e Zatanna piscou em surpresa quando percebeu que seus olhos estavam cheios de lágrimas. Ela olhou para cima e disse, "Connor, eu sinto muito."
"Ele se foi?" Zatanna assentiu. "Tudo bem. Ele vem se preparando para esta aventura há muito tempo. O Arqueiro Verde foi encontrar o amor de sua vida." Connor adentrou mais o quarto e olhou para seu pai. Ele estendeu a mão e deu um tapinha no ombro de Oliver. "Boa sorte, pai. Obrigado por ficar conosco por tanto tempo." Ele respirou fundo, e Zatanna reconheceu o rosto corajoso que escondia o luto. "Eu vou contar ao meu irmão."
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TRÊS
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Isso foi intenso!
ResponderExcluirChloe falando com Oliver sobre o destino dele, ele tendo que fazer aquilo, Zatanna lembrando que todos além de Oliver e ela haviam ido... Tudo muito triste.
"Eu quero ser o herói dela" Quase chorei com isso!
E o filho dele depois deixando tudo mais triste.
Ai gente, acho que vamos precisar de muitos lencinhos.
Disse tudo, triste e intenso... Que bom que gostou, Paula!
ExcluirAi gente que isso muito triste :,,((
ResponderExcluirEla morrendo e ele tendo que fazer isso e viver essa vida meu deus eu tentei me segurar pra n chorar mas quando ele diz "Eu quero ser o herói dela" eu n agüentei e chorei tudo pfv diz que vem coisas boas logo e que essa é a parte mais triste eu n agüento mais que isso kkkk
Beijooo
Quero maaaais
Jami
Jami, sim, esta é a parte mais triste... :D Fique tranquila... :D Mais logo, prometo!
ExcluirUma caixa de lenços, por favor!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirTô dizendo que essa história é pra acabar com nossos corações...
Nossa estou com os olhos cheios de lágrimas. Karol
ResponderExcluirMeninas, perdão por fazê-las chorar... :-(
ResponderExcluirAi, Sofia, eu adoro chorar nessas fics!!!! huahauhauahauhauah É meio catártico...
Excluirgente que foi isso !!!!! choreiiii que coisa triste .....ela morrendo na frente dele que dó ( ela estendeu a mao e lentamente retirou os oculos para revelar seus olhos -eu quero lembrar deles-) nessa hora eu ñ aguentei mt triste
ResponderExcluirtomara que venha coisas boas se ñ eu ñ aguento ñ eu morro junto
emilia *-* ,,,<3
Emillia, vai melhorar, prometo!
ExcluirEu já temia ler sobre a morte dela, e a verdade é que mesmo os pequenos momentos que deveriam ser felizes são apagados pela tragedia esperada =/... Deus, quando é mostrado eles presos com fogo ao redor, lembramos do pesadelo no capítulo 1, aí a gente sabe que tá chegando, mesmo esperando, quando finalmente acontece não deixa de ser menos doloroso... é só a Chloe começar a falar da vida incomparável que ele vai ter que eu já começo a estrear meus lenços!! =(
ResponderExcluirComo pode ser tão lindo?? Juro que as vezes me sinto masoquista... eu sofro e choro, e choro... e choro, mais simplesmente adoro!! Rsrs
GIL
Igual a mim, Gil rs eu fici curtindo ficar triste por eles ou ficar irritada com um deles nas fic o.O kkkk que doideira!
ExcluirMas acho que o fato desse tipo de fic ser geralmente mais complexa é o que me faz gostar tanto
Bota doideira nisso, Paula!! hahahaha
ExcluirTambém gosto muito de fics complexas, não que as doces e fofas não me agradem, só que o sentimento é diferente, enquanto as alegres me fazem suspirar e sorrir, estas mais dramáticas, mais tensas, conseguem mexer comigo de uma forma inexplicável... é impossível ficar imune... talvez uma das coisas que me faz gostar tanto delas é a certeza de que todo o sofrimento e obstáculos durante a fic, no final só faz o amor deles ficar mais forte... meio que somos recompensados no fim!! Rs =D
GIL
Acho que é isso mesmo, GIL, a certeza de que no final vai dar tudo certo...
ExcluirCiça e Paula, sou suspeita porque também gosto de chorar com eles...
ResponderExcluirAhh a monrte da Chloe foi tão triste que eu chorei litros.
ResponderExcluirE o Oliver querendo ser o heroi dela foi lindo.
Nessa nova versão as coisas parecem ser bem diferentes mesmo..
Não tem como não chorar, né, Noelle? Obrigada pelo comentário! :D
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