15.7.14

Nothing Remained But Your Eyes (4/8)

Título: Nada Restou Além Dos Seus Olhos
Resumo: No final de sua vida, Oliver Queen pede à mais poderosa feiticeira do universo que lhe conceda um desejo. Agora ele tem uma nova chance de viver o que perdeu uma vez.
Autora: tennysonslady
Classificação: NC-17
Nota da Autora: Um dos meus poetas favoritos é Neruda, e muitas das minhas histórias foram escritas ancoradas em versos dos poemas de Neruda. Cada parte desta história que eu quero contar é ancorada pelo Soneto XC dos Cem Sonetos de Amor.
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Mas quando a morte em seu tempo resolve bater à porta--
Ei! Existe apenas seu rosto para preencher o vazio.

Em sua consciência ela estava morta. Em seus pesadelos havia amor. Naquele momento único que ficou gravado em seu cérebro para sempre -- onde dor e satisfação se misturavam bem e teciam fios de outra vida -- havia os olhos dele.

E então, naquele segundo quando houve a mais forte dor, houve o beijo dele.

Os dedos dela subiram para tocar seus lábios. Bem ali. Quando ela fechou os olhos ele estava ali, pressionado contra ela enquanto ela oscilava entre o antes e o agora. Num momento ela respirou, e então a boca dele cobriu a dela e ela se perdeu naquele beijo.

"O que aconteceu?"

Chloe abriu os olhos, arrancada de seu devaneio por uma voz suave. O olhar azul acinzentado de Lex era atento, e ela olhou para ele. Mas não havia palavras. Como descrever o preciso momento em que o beijou e sentiu como se tudo que buscasse na vida estivesse bem ali na pele dele? Ele era um estranho, um estranho que não era estranho apenas em seus pesadelos. E somente porque ele era seu assassino.

"Oliver Queen", ele concluiu.

O que quer que ele tenha visto em seus olhos o convenceu, porque ele segurou o volante com mais força até os nós de seu dedos ficarem brancos. Chloe descansou a mão sobre o braço dele. "Não", ela sussurrou.

Porque Lex estava certo. De todas as pessoas no mundo, ela sabia bem do que ele era capaz.

Mesmo naquele momento quando respondeu, ela não conseguia entender.

Exceto que tinha imaginado o sabor de sua pele, como seu beijo a transportou para outro lugar.

Oliver Queen seria sua morte, e por todas as razões que não podia compreender completamente, ela não se importava. 

"Não", ela disse então.

Como os pesadelos, foi apenas um pesadelo, quando ela viu aqueles olhos, ligados a dor muito real quando estava à beira da morte. Quando você morre em seus sonhos, você morre. E então -- "Não, Lex. Não era ele."

E ela podia sentir os frios olhos azuis de Lex queimando, mas ainda assim ela manteve o olhar na janela, nas luzes e nos prédios que passavam. Era uma vizinhança agradável, mas longe de ser o lugar onde viviam. Definitivamente muito longe da estrada que levava a Smallville, longe de sua prima que não estaria em casa, longe de casa.

Mais importante de tudo -- "Este é um lugar onde meu pai não vai te encontrar."

E no final, não importa o quanto ele se importava, era o fim de tudo, daquele único objetivo. 

Ela se endireitou no assento, e percebeu que o dia do acerto de contas tinha chegado. Por muito tempo eles falaram vagamente, em termos indefinidos de quando seria o dia que o mundo desabaria ao redor de Lionel Luthor. Acima de tudo, ela sabia, Lex queria ficar livre do homem. E por muito tempo esse objetivo foi uma ideia, uma que nunca se concretizou. Lex parou o carro do lado de fora de um prédio alto e quando ela correu os olhos pela grande janela vitral soube que tinha chegado a hora.

No final da rua havia uma banca de jornais, com um carrinho de café ao lado. Ela visitaria o carrinho nas raras ocasiões em que saísse para o mundo que existia do lado de fora.

Então ela saiu do carro e o seguiu para dentro do prédio, entrou no elevador que a refletiu imediatamente. Chloe olhou para o reflexo, se perguntou se o rubor em suas bochechas estava ali antes, e se maravilhou com o jeito que seus olhos brilhavam. 

Naquela noite ela estava brilhando, como se o mundo estivesse pálido em comparação a ela, como se o mundo estivesse muito mais escuro, como se ela brilhasse cada vez mais. Mesmo o corredor escuro iluminou seus olhos--

Seus lábios latejavam, seu coração trovejava. 

E meu Deus, como seu mundo inteiro tinha mudado com um beijo.

"Chloe, vem cá."

E ela se perguntou se Lex percebeu a culpa que a invadia quando ela voltou para a realidade e o seguiu até uma sala enorme, vazia a não ser por uma escada em espiral que levava a um loft. Ele parou no centro da sala e Chloe entrou. Seu olhar moveu-se para os vitrais arredondados, e por um momento ela se encolheu ao ser invadida pela imagem de um corpo os atravessando.

Ela se assustou e percebeu que era Lex agarrando seu braço. Testa franzida em preocupação. "O que foi?" E então ele xingou. "É aquele pesadelo? Se você não consegue se concentrar, não podemos fazer isso."

"Eu estou bem", ela respondeu, fortalecendo sua voz, afirmando sua convicção. "Eu posso fazer isso." Porque Lionel Luthor, não importa o que dissessem, era o homem responsável pelas mortes dos funcionários da LuthorCorp que incluíam seu pai. E se fosse apenas uma aposta, então ela podia culpá-lo pela morte dos próprios pais. Ela importava. Naquele caso ela importava. Ela dava as cartas.

"Bom. Porque eu não consigo fazer sem você, Chloe", Lex disse a ela, e era música para seus ouvidos. "Este será seu esconderijo. Quando eu disse que você precisava se mudar para Metrópolis, eu estava falando sério. Nada de se comunicar com Smallville. Não posso deixar você tão perto do meu pai. Isso é algum problema para você?"

Lois já tinha se despedido. 

"Não."

"Bom. Tem um cômodo que está mobiliado. Use-o até encontrarmos como dar início a uma investigação aqui."

"Certo."

"Eu quero que isso termine, Chloe. Quanto mais cedo ele cair, mais cedo podemos seguir em frente."

O desejo estava no rosto dele, a fome tão forte e clara. Quando Lionel caísse, e Lex ressurgisse, então a missão estaria completa. E ela não seria necessária. Então, ela temeu. E ela seria largada, mais uma vez. "Para onde você vai?"

Finalmente havia paz na expressão dele, paz que nunca teve antes. Para Chloe ele nunca parecia tão jovem, contente, como parecia quando imaginava a queda de seu pai. Estava tudo em suas mãos, aquela paz. Todas as evidências que ela mantinha junto ao peito, seguras onde só ela sabia como acessar.

Ele quase pareceu vibrante enquanto ela olhava para seu próprio reflexo, enquanto seus lábios formigavam com o beijo de Oliver Queen.

"Eu não sei", e em seu rosto ela reconheceu a mesma aceitação que Lois teve quando se despediu. "E eu não me importo. Mas eu sei que temos que derrubá-lo."

Chloe engoliu seco, e então ela prometeu, "Ok." Porque ela não ia negar a Lex Luthor o prospecto de algo que o fazia brilhar daquele jeito. "O que for necessário."

Ela importava agora, mesmo que depois fosse apenas servir a um propósito -- pelo menos uma vez.

"Obrigado." Antes de partir, ele se virou para ela e disse, "Eu não estou brincando, Chloe. Diga-me o que está te assustando. Diga-me quem é e eu vou acabar com ele." Ele parou, e naquela pausa pesada, Chloe pensou ter visto uma parte de Lex que ele reservava apenas para o pai. "Mesmo que seja Queen."

Um lampejo de medo, de pânico. Ela segurou o pulso dele, e negou, "E eu disse que não é ele. Ouça o que eu digo, Lex. Fique longe de Oliver Queen." Devia ser sua imaginação. Sua voz não poderia ter realmente soado como uma ameaça. Não para Lex. Não para aquele homem. "Prometa-me."

Um curto aceno de cabeça em confirmação.

E então Chloe estava sozinha, parada no centro do espaço. Ela ouvia um arranhar em seus ouvidos. Ela fechou os olhos e escutou. Pensou ser impossível. Mas estava ali, forte, firme, bem em seu ouvido, como se estivesse pressionada contra um coração.

Ela olhou ao redor do enorme espaço, o vazio, e se perguntou porque ainda estava ouvindo alguma coisa. E estava tudo em silêncio. Mas era o som que balançava seu mundo. Cada respiração, cada segundo que esteve perto dele.

Naquela noite ela sonhou, e em seus sonhos ela estava sentada em uma cama -- macia como seda. Ela viu o rosto imóvel ao seu lado e correu os dedos pela pele de seu peito. Ela sentiu os lábios curvarem, e Chloe naquele sonho, via o rosto dele com clareza. Ele tinha os olhos fechados, e seu coração batia forte contra o peito e ela bebia os traços do rosto dele.

"Oliver", o nome voou de seus lábios como um suspiro. 

E foi quando ele abriu os olhos, e aqueles olhos castanhos a amedrontaram por um segundo antes de enrugarem quando ele respondeu, "Bom dia."

E era como se fosse apenas mais uma de muitas manhãs juntos. Seu corpo se moveu sozinho quando ela alinhou-se ao corpo dele e ele disse, "Eu te amo."

Ela arfou, como se a declaração fosse parte do ar e ela pudesse respirar e prender as palavras dentro dela. Chloe descansou a cabeça no peito dele, seu ouvido sobre o coração, e disse em retorno. "Eu te amo."

O coração dele batia firme em seu ouvido. 

Quando ela acordou, se perguntou se tinha sido um pesadelo. Deveria ter sido. A pele, a respiração dele, os batimentos. Nenhuma vez ela importou tanto quanto importava naqueles poucos segundos. Era o mais lindo pesadelo do mundo, só porque ela sabia que enquanto dizia aquelas palavras tudo era um sonho. 

Ela caminhou pelos corredores da universidade enquanto procurava suas aulas - uma curva aqui, alguns passos naquela direção, alguns segundos de um andar para o outro. Ela chegou a sua sala alguns minutos mais cedo e a atenção de Chloe se dispersou para um jornal que uma colega segurava.

Ela deveria estar lendo a página de esportes, porque a seção social estava visível. Chloe olhou para a foto colorida. Preto e branco teria tirado a vida dos olhos dele, e naquela foto Oliver Queen parecia tão vivo. Claro que o rosto dele agraciaria as páginas sociais. Depois do baile da noite anterior, Oliver Queen provou ser um ícone.

Ela o invejou por um segundo, invejou seu propósito, perguntou-se como seria ter o controle de seu próprio destino, como ele parecia ter.

A classe antes deles foi dispensada e os estudantes começaram a sair, por um tempo obstruindo sua visão do rosto dele no jornal. Chloe olhou para o chão. Quando o corredor ficou vazio um olhar cortante chamou sua atenção. Chloe encontrou o olhar curioso de uma mulher que lhe oferecia o jornal.

"Você quer?"

Ela nunca a tinha visto na sala e perguntou-se se o professor estava permitindo ouvintes no semestre. Mas Chloe aceitou o jornal e agradeceu. O jornal embaixo do seu braço causava calor, quase como se tocar a imagem dele no papel fosse o mesmo que tocar sua pele. A mulher sentou-se ao seu lado na sala. Chloe correu os olhos pelo artigo que dizia o que ela já deduzira na noite anterior.

Apesar do financiamento, da escavação, da contribuição, ninguém o chamava de herói.

Talvez eu seja um herói apenas para você.

Era uma pena que ninguém mais conseguisse ver. Ele parecia existir para ser um herói, combinava com tudo que um herói tinha que ser. Ainda assim, ninguém mais além dela parecia perceber. Mesmo que seus pesadelos se tornassem realidade, e ele a matasse, ela não era tão importante quando todo o bem que ele podia fazer.

Ela balançou a cabeça.  Quanta estupidez, quanta insanidade.

"Oi, Chloe."

O som de seu nome a surpreendeu. Era uma voz estranha, a mulher que ela não conhecia, a não ser pelo gesto de lhe entregar seu jornal. Chloe olhou de volta para a mulher que estava sentada a seu lado. A mulher sorriu, de um jeito afetuoso, e fez com que Chloe sorrisse em retorno.

"Não fique assustada", ela disse, como se isso funcionasse em alguém que estivesse com medo. "Meu nome é Zatanna." E ela até conseguiu encontrar humor para dar um pequeno sorriso ao dizer o nome. Ao som do nome, o coração de Chloe acelerou, como se ela devesse sentir alguma coisa, e então descobriu que sentia gratidão. Por uma estranha. O que ela fez?

Talvez por causa do jornal. Mas a sensação indescritível tomou conta, como se devesse a Zatanna muito mais. E de repente, ela não sentia mais medo.

"Eu vim para falar sobre os seus sonhos."

Chloe congelou no assento. O mundo empalideceu ao seu redor, como se Zatanna tivesse tomado todas as cores até a única coisa vibrante nos olhos de Chloe ser a própria Zatanna. Os sons desapareceram e Chloe sentiu as duas serem encapsuladas, isoladas do resto da classe.

"Estou aqui para consertar um pequeno erro." Zatanna estendeu a mão, e apesar de seu melhor julgamento, Chloe segurou a mão dela. "Eu vim para mandar os pesadelos embora."

A intensa dor que se seguiu foi insuportável.

O sonho daquela manhã quando pela primeira vez ela importava para alguém o bastante para ser amada, quando alguém importava tanto que ela o amava também.

Morte em oposição ao amor. Com aqueles mesmos olhos castanhos os dois pareciam ser um só, inseparáveis.

"Você não deveria estar tendo aqueles pesadelos", foi a simples explicação, "e eu posso mandá-los embora." Essa era a razão. Por isso era fácil falar com ela, porque Zatanna podia apagar as lembranças, mesmo aqueles poucos minutos. "Eu posso mandar tudo embora." Aqueles olhos claros estreitaram e Zatanna sentou um pouco mais para a frente. "Eu não sei o que deu errado, mas se você disser sim, então você não vai mais ter medo."

"O sonho de quando eu morri", Chloe disse incerta.

"Eu vou fazer desaparecer", Zatanna jurou. "E você não vai sonhar de novo. Tudo que vem junto com--"

"Os olhos dele--"

"Tudo", Zatanna garantiu. "Você não deveria sonhar com nada disso. Mas você está trazendo coisas para este mundo que você não deveria." E ela murmurou. "Você está quebrando fronteiras, convidando fantasmas, e eu preciso garantir que esteja tudo bloqueado."

Chloe estreitou os olhos. "Do que você está falando?" ela exigiu.

"Esta é outra chance, não uma continuação de alguma coisa que você perdeu." Zatanna sibilou, como se tivesse sido traída. "E é assim que seus fantasmas tem tratado a situação."

Zatanna deve ter sido a princesa do papai, Chloe pensou, pelas reações que ela tinha -- ofendida pela ideia de ter sido passada para trás. As palavras a fizeram lembrar de Lois, da noite, do momento em que ela se despediu.

"Por que não?"

O ar escapou de seus pulmões rapidamente. O mundo girou, rápido e mais rápido até perceber que seria o fim das lembranças. Em pânico, Chloe agarrou o pulso de Zatanna e quebrou o contato.

"Escuta", Zatanna insistiu. "Se você não deixar esse passado para trás, então vai acontecer de novo. E eu não tenho poder suficiente para conjurar outro round como este!"

Ela se levantou abruptamente do assento, e a fina barreira que parecia isolá-las do resto da classe se quebrou. As cores mudaram, e Zatanna não era mais tão vívida, o mundo não era mais tão pálido em comparação a ela.

"Se você não deixar para trás, vai acontecer de novo", Zatanna sussurrou.

O professor clareou a garganta, chamando a atenção delas pela interrupção que tinham causado.

"Tudo que você tem que fazer é dizer sim, e você recomeça."

Ela esqueceria a dor, esta era a promessa de Zatanna. Chloe esqueceria do dia que morreu, e como ele a matou. Mas então, ela esqueceria dos olhos dele. Os olhos dele, que quando se abriam em seu sonho lhe diziam que a amava antes de ele professar as palavras. Ela esqueceria sua pele, esqueceria o universo de beijos pintado sobre os dois.

E ela respirou fundo, então disse, "Não."

Chloe se virou e ignorou os xingamentos numa língua que ela sabia ser mais velha que o tempo. As palavras de Zatanna um alerta em sua mente, quase sem sentido agora, incrédula ela se perguntou se a mulher tinha perdido a sanidade. Ela saiu da sala e enquanto se afastava de Zatanna, seu coração parecia ficar mais leve. 

"Chloe, precisamos conversar sobre isso."

E bem ali, seguindo-a, estava a bela mulher que tinha feito sua cabeça girar.

Mas ela não queria esquecer. Ela suportaria sonhar com a dor, se isso significasse que poderia sonhar com ele também.

Quando ela passou pelos corredores e saiu pelas portas do prédio, sentiu o ar gelado como uma mordida. Chloe olhou de volta para onde Zatanna estava parada. E ela estava atrás dela, observando-a, esperando. E por um segundo, Chloe ficou aliviada pela mulher não se mover em sua direção.

"Acredite ou não, estou fazendo isso por você." E então, Chloe ouviu o sibilar em sua respiração. Houve uma segunda pausa. "Por Oliver."

Ela sabia demais, sabia tudo que era impossível de se saber. Seu mundo, sua família, seu lugar -- tudo de repente era tão incompreensível.

"Você sabe que eu estou certa. Você sabe que pode acreditar em mim", foi o gentil lembrete, a ênfase teimosa em algo que Chloe não queria aceitar. Mas apesar de sua recusa em acreditar, o mundo ao seu redor desmoronava por causa daquelas palavras.

"Isso não é real", Chloe percebeu.

E pela ridícula possibilidade de sua estupidez e incredulidade ter tornado tudo real.

Por um breve momento ela se lembrou da tristeza de sua prima quando Lois prometeu que Chloe seria a dama de honra em seu casamento.

Eu só queria ter certeza que você ficaria bem. Agora você está aqui esta noite e eu sei que você vai ficar.  

"Não", Zatanna respondeu. "E nunca será real enquanto você se agarrar àquelas lembranças."

Lembranças, ela disse. Lembranças agora, não pesadelos, não sonhos.

A realidade foi percebida devagar, dolorosamente devagar. Seu mundo inteiro desabou.

E então aquela mão estendida novamente. "Eu deveria ter esperado sua teimosia. Apenas pegue minha mão. Assim que você esquecer, este mundo será muito mais real do que você pode imaginar."

A mão estendida não a tentou nenhum pouco. Chloe olhou para a mão, então de volta para Zatanna. O ar ao redor dela ficou mais gelado, e ela se perguntou se era porque tinha entristecido a outra mulher ainda mais. Se ela tinha parte nisso, então a cabeça de Chloe girou ao pensar no poder que ela tinha naquela mão.

Chloe piscou uma vez e então estava parada sozinha nos degraus do lado de fora do prédio. Ela estremeceu com cada passo que dava em direção a rua. Havia escuridão sob seus pés, e ela desceu os degraus com mais rapidez. E então ela estava correndo, correndo pelas ruas enquanto começava a chover, pesadas gotas de água a encharcando, o ar frio por um momento bloqueando as chamas escaldantes que a traziam para a consciência. 

Por quanto tempo correu, ela não sabia. Para onde estava indo, ela não podia controlar. Mas ela pegou a rua tão rapidamente e com tanta determinação que a próxima coisa que ela soube foi que passou pelos guardas que ficaram pasmos ao ver a jovem atravessar o saguão. Chloe entrou no elevador, olhando para o seu reflexo, pálida do frio e molhada da chuva. Ela saiu do elevador sem saber onde estava, e então Chloe abriu as portas.

E ela parou, congelou, imobilizada. Ela olhou para cima e o viu, calorosos olhos castanhos familiares e intrigados ao vê-la.

"Chloe", ele disse em surpresa, e o jeito que o nome dela brincou em sua língua mandou um arrepio até sua barriga.

Chloe olhou para cima e ergueu a mão, como se ela tivesse vontade própria. Ela tocou o rosto dele e então disse honestamente, "Você vai me destruir." Ele ficou com o ar preso na garganta, mas ela continuou, "E eu vou deixar."

"Por quê?"

Ela engoliu seco o nó em sua garganta. Chloe agarrou a jaqueta dele e o puxou, murmurando baixo em sua garganta a sensação dos lábios dele acariciando os dela. Quando o beijo terminou, ela se afundou em seus braços sem hesitar, e Chloe pressionou a bochecha no peito dele, seu ouvido bem onde o coração dele batia.

Era o batimento exato de seu sonho.

A morte rondava, certeira, próxima do jeito que Zatanna alertara. Mas nos olhos dele ela importava. E isso -- o que quer que fosse, seja lá onde fosse -- podia ser sua salvação.

_______
CINCO

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16 comentários:

  1. Ai Chloe!!!! Eu não sabia se era melhor ela aceitar ter aquelas memórias apagadas ou não, mas agora estou nervosa pelo que pode acontecer.

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    1. Não posso comentar para não entregar nada... :D Calma, aguarde e confie!

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  2. Simplismente amei essa Chloe que nao liga para oque pode acontecer...
    Ass: Juliana

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  3. Ainda me intriga esta questão deles (Lois, Clark, Lex) não saberem pra onde vão!! Então deixa eu ver se estou entendendo: quando conseguem o que desejavam, eles lembram do motivo de estarem neste mundo, e claro, percebem que os demais também estão lá pelo mesmo propósito, certo?! Ou não?! Agora, o que acontece depois, como eles não sabem pra onde vão? Estou super intrigada!! É muita pergunta num comentário só!! Hahahahaha

    Agora, é simplesmente impressionante como um capítulo consegue ser mais espetacular que o outro!!

    Espero que as lembranças da Chloe não acabe atrapalhando essa segunda chance...

    GIL

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    1. Talvez eles também vão apertar a mão da Zatanna e esquecer tudo? GIL, compartilho da sua teoria, quando conseguem o que queriam com esta segunda chance, eles lembram do motivo de estarem ali, e segundo minha teoria, assim que se lembram apertam a mão da Zatanna e por isso não sabem dizer para onde vão, o que vai acontecer... depois de consertar os erros do passado podem finalmente recomeçar? Penso que seja isso...

      Quanto a Chloe e Oliver aguarde e confie, não posso comentar para não entregar nada... Beijos.

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  4. Dá pra entender porque a Chloe não quer esquecer nada... A lembrança do Oliver, do amor deles, faz a vida dela mais 'viva'...
    Só quero ver como essa história da vingança do Lex vai atrapalhar [ou se encaixar] no reencontro deles!

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    1. Sim, faz ela se sentir importante como ela quer, e na vida que tem não é assim, ela é importante no momento para ajudar o Lex, mas depois será descartada e aos olhos dele não, ela será importante sempre... é uma dúvida cruel, eu também não saberia o que escolher... Quanto ao Lex, aguarde... :D

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  5. OMG!
    Amando essa fic... Difícil agüentar a próxima ser postada! Hahaha
    Os comentários me ajudarm muito a entender algumas coisas, tive que voltar e ler de novo algumas partes...
    Mais to amando!!!
    Magia e mistério no ar...
    Enquanto isso to correndo contra o tempo perdido e lendo todas as fics que eu consigo aqui do blog!
    Amooooooo! Todos está de parabéns!
    Beijo

    AlineF

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    1. Estão *

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    2. Oi, Aline! O próximo sai amanhã, mas entendo a ansiedade!!! :D Essa história tem uma escrita bem diferente e deixa a gente confusa mesmo, mas que bom que estamos conseguindo esclarecer melhor aqui por meio dos comentários. Fico muito feliz que você esteja amando!!!! \o/ Opa, aproveite e leia tudo que puder, tem história que não acaba mais... Beijos! :D

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  6. Eu não estou entendendo nada, deve ser a água oxigenada derretendo meus neurônios,kkkkkkk, mas adoro Oliver e Chloe.

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    1. Kkkk... Ah., Michelle, rs... Dê uma lidinha nos comentários que estamos esclarecendo algumas coisas por aqui, qualquer coisa pode perguntar... Beijos! :D

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  7. o blog tá estranho tá muito dificil de entrar ......

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    1. Olá... Se você puder dar mais detalhes eu posso tentar ver o que está acontecendo... No meu navegador, consigo entrar normalmente...

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  8. Ai Chloe!!!! Eu não sabia se era melhor ela aceitar ter aquelas memórias apagadas ou não, mas agora estou nervosa pelo que pode acontecer.(2)

    E o Lex? Será q ele vai ser problema nessa nova realidade?

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