Never A Bride (13/27)

Título: Noiva Jamais

Resumo: Quando um jornal publica uma falsa notícia de noivado entre Oliver Queen e Chloe Sullivan, e todos os seus amigos ficam animados, Chloe e Oliver decidem fingir um falso noivado e terminar, para provar a seus amigos o quão errados eles são um para o outro. Porque eles vão terminar, certo?

Autora: the_bluesuede

Classificação: NC-17

Categoria: Romance/Humor.

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Nota: Esta tradução foi sugerida pela Ciça. 

Chloe estava valentemente tentando não demonstrar o quanto não queria estar ali. Afinal, ela disse a si mesma, isto é pior para Oliver, comigo invadindo sua casa deste jeito.

Oliver, enquanto isso, estava valentemente tentando não demonstrar o quanto não a queria ali. Afinal, ele pensou firmemente, deveria ser muito pior pra ela, não poder ir para casa e sua própria cama.

Oliver acendeu as luzes e os dois hesitaram por um momento.

"Uau."

"Edward e Mia fizeram um bom trabalho", Chloe disse.

"Sim. Eles fizeram."

O apartamento de Oliver ainda estava reconhecível como sendo dele, apesar de suas visões no caminho para casa de um apartamento cheio de franjas e estampas florais. Mas estava mais suave. Chloe estava certa quando disse que sua casa era muito organizada e um pouco de almofadas laranjas e amarelas e um lenço marrom jogado no sofá suavizou sua sala. No sistema de entretenimento, eles pegaram algumas de suas fotos de família e as emolduraram e as arrumaram com fotos de Chloe e sua família também. No centro, acrescentaram uma foto bonita de Chloe e Oliver juntos publicada pela imprensa e emolduraram. Por um momento mesmo eles tiveram que admitir que formavam um belo casal para se olhar.

Na geladeira havia uma lista com três colunas, escrita na letra de Mia. A da esquerda várias coisas a serem feitas e mensagens para Oliver, a da direita era de Chloe, e no meio havia os nomes dos dois com vários itens abaixo. Aparentemente a mãe de Oliver os esperava para jantar na noite seguinte e vários organizadores de casamento e estilistas queria discutir ideias com eles. Chloe suspirou, tirando a lista da geladeira para uma inspeção melhor enquanto Oliver explorava o resto de seu apartamento. Em sua sala de ginástica, uma esteira fora acrescentada a um canto. Seu escritório estava relativamente intocado, mas havia cortinas chocolate na janela que ele tinha que admitir tinha deixado o lugar mais bonito, e sobre a mesa havia um pequeno portarretrato de Chloe sorrindo como se ela tivesse sido pega de surpresa. Ele o pegou e examinou brevemente antes de seguir em frente. Ele se perguntou o que Chloe faria para trabalhar enquanto estivesse ali. A maior diferença notável até o momento tinha acontecido no banheiro, onde uma segunda escova verde-lima estava ao lado da sua e vários outros produtos femininos-- secador, produtos para cabelo, hidratantes, batons -- tinham sido acrescentados ao lado de sua pia dupla.

Ele encontrou Chloe no quarto tentando não dar risada. "O q--oh Deus." Oliver riu. Sua cama parecia mais ou menos a mesma, exceto por um cobertor verde jogado sobre ela. Dois cobertores dobrados. Algumas velas apagadas tinham sido distribuídas pelo quarto e ele viu a porta aberta em que as roupas de Chloe foram acrescentadas em seu armário, e as joias dela estavam expostas em sua cômoda. O que estava fazendo Chloe dar risada, porém, se apresentou imediatamente.

Claramente era uma piada, um par de pijamas que combinavam tinham sido deixados na cama: um par de calça de seda com corações verdes e uma camiseta branca para Oliver e uma camiseta longa combinando que chegaria até a metade da coxa de Chloe.

"Isso tem a cara de Mia", Oliver riu.

"Oh, eu não sei", Chloe disse, ainda rindo, "Edward acharia isso hilário."

"Por falar nisso, suas coisas estão no banheiro. Vamos ter que levar para o quarto de hóspedes."

Chloe mordeu o lábio. "Sim, eu estava pensando nisso quando encontrei minhas roupas no seu armário. Acho que não podemos tirar nada."

Oliver franziu a testa.

"Você não acha que seria estranho se alguém chegasse e quisesse usar o segundo banheiro e encontrasse todas as minhas coisas lá? Quer dizer, obviamente eu vou dormir lá, mas vamos ter que fazer parecer que estou ficando no seu quarto."

Oliver suspirou e correu a mão pelo cabelo cansadamente. "Eu acho que sim. Vá em frente e pegue o que precisar. Acho que vou deixar pra tomar banho amanhã. Estou muito cansado. Enfim, fique à vontade. Sirva-se do que quiser na cozinha."

Chloe assentiu distraidamente, pegando sua parte do pijama e indo para a porta. "Obrigada."

Oliver ergueu a sobrancelha. "Você vai mesmo dormir nisso?"

Ela sorriu e piscou da porta do quarto. "Você não?"

__________

A manhã seguinte encontrou Oliver fazendo seu treino matinal bem cedo. Em algum momento ele ouviu o som do chuveiro no segundo banheiro, significando que sua nova colega estava de pé. Meia hora depois ele estava no meio de uma saudação ao sol quando algo tirou sua concentração. Um cheiro que só podia ser descrito como suntuoso o atingiu e ele abriu um olho, parado em sua pose cobra, tentando decidir o que era.

E então ele percebeu. Era comida. Café e bacon. 

Ele abandonou seu treino e foi até a cozinha, esquecendo que ia tomar banho assim que terminasse de treinar. Claro, lá estava Chloe andando por sua cozinha, café em uma mão enquanto mexia a mistura de panqueca em uma bacia. Ela estava vestida e pronta para o dia, cabelo arrumado e vestido protegido por uma toalha de mão que amarrou na cintura. Era estranho. Ele não esperava... aquilo.

Ela olhou pra cima quando o ouviu entrar. "Eu sei que você não toma café, mas eu fiz um pouco mais. Eu notei que você comprou creme pra mim também. Obrigada. Panquecas?" ela perguntou. "Eu estou fazendo bastante."

"Você está... cozinhando", foi tudo que ele conseguiu dizer.

Ela ergueu uma sobrancelha pra ele. "Simmm", ela respondeu lentamente.

"Eu só... não achei que você fosse do tipo que cozinhava."

Ela riu. "Eu cozinho um pouco. Mais ou menos. Basicamente coisas para o café da manhã. E coisas que são congeladas e podem ser aquecidas no micro-ondas em menos de dez minutos."

Ele riu. "Agora eu vejo porque você não tem um namorado", ele disse. "Você não sabia que o caminho para nossos corações é pelo estômago?"

Chloe riu, mas lhe deu um olhar feio. "Ei. Não pense que não consigo comer todas estas panquecas sozinha." Na verdade, porém, ela ficaria chateada se ele não pegasse. O café era sua forma de agradecê-lo por recebê-la em sua casa.

Em resposta, Oliver pegou uma das panquecas no topo da pilha que ela estava formando e deu uma mordida.

__________

"--não esqueça que você tem um jantar com os pais de seu noivo esta noite, então você não vai querer deixar sair tarde do escritório."

Eles estavam saindo do elevador no trabalho e Edward estava terminando de lhe passar a agenda do dia. Chloe revirou os olhos e grunhiu em desgosto. Edward riu.

"Vai se acostumando, querida. Isso se chama ter uma vida."

"Oh, por isso eu sempre evitei uma durante todos esses anos", Chloe disse sarcasticamente. Ela estava se arrumando na cadeira quando outro pensamento lhe ocorreu. "Por falar nisso, como foram as compras com Mia?"

Pela expressão presunçosa no rosto de Edward, parecia que ele já esperava aquela pergunta. "Foi um pesadelo. Eu nunca vi ninguém tão determinado a não usar roupas de grife. Eu tive que lutar com ela com unhas e dentes o tempo todo."

Chloe se recostou na cadeira e cruzou os braços, sobrancelha erguida. Ela não era boba. "E?"

"Bem... Eu tive que lutar o tempo todo até conseguir fazê-la experimentar um blazer Ralph Lauren." Ele deu um risinho. "Depois foi fácil."

Chloe sorriu. "Excelente."

"Apenas aguarde."

E com certeza, meia hora depois, Mia apareceu e, à princípio, nem Louise nem Vivan perceberam que era ela. Chloe cuidadosamente abriu um pouco a porta do escritório para presenciar o momento. Ela tomava o café para esconder o sorriso, olhos fixos em Mia, que parou perto da água. Ela estava impecavelmente vestida. Não era o que Chloe chamava de casual chique, mas era inegavelmente Mia. Uma saia de couro carvão agarrava suas coxas até um pouco acima do joelho, e suas pernas atraentes estava adornadas com uma meia-calça preta com um detalhe atrás. A blusa de botões era de seda escarlate e com um decote coração. O colar amarelo e prata era uma escolha ousada, mas combinava bem com os saltos plataforma amarelos que ela estava usando. Chloe tentou não pensar em como alguém como Mia poderia ter tanta prática em andar em altos tão alto. A transformação foi finalizada com um batom vermelho e o cabelo preso num coque francês, com algumas mechas soltas emoldurando seu rosto.

Ela terminou de arrumar o sapato e entrou no escritório de Chloe, mas a voz de Louise a interrompeu a meio caminho da porta. "Você tem que agendar uma hora."

Mia olhou confusa. "Edward disse que eu deveria falar com Chloe assim que chegasse."

Louise e Vivian olharam para cima, surpresas. "Puta merda", Louise soltou.

Mia estava obviamente controlando suas expressões faciais. Ela ergueu uma, agora bem feita sobrancelha, como se não pudesse entender a reação das duas.

"O que aconteceu com você?" Vivian disse. "Você parece... decente."

Mia bufou. "Certo. Enfim." E ela foi até o escritório de Chloe deixando as duas.

Chloe apressadamente olhou para as páginas em sua mesa, para fingir que não estava observando. A porta se fechou e Mia clareou a garganta cuidadosamente, fazendo Chloe olhar para cima e sorrir. "Bem, olhe pra você", ela a cumprimentou.

Mia sorriu, girando para Chloe apreciar sua roupa. "Eu não estava muito segura, mas me sinto bem agora, de verdade."

"O couro foi um toque interessante."

Mia riu. "Sim, é minha parte favorita. Espere até você ver a calça de couro. Vou usar amanhã."

Chloe pressionou os lábios por um momento. "Excelente. Então você comprou mais do que uma peça então?"

"Sim, Edward jogou fora praticamente todo meu guarda-roupa! Eu tive que esconder meu tênis na casa do Oliver!"

A isso, Chloe deu risada. "Oh, Edward."

"Por falar nisso, como foi o fim de semana com Ollie? Vocês se divertiram?"

Chloe assentiu. "Sim, foi bom. Eu senti falta do trabalho, porém", ela sorriu.

Mia zombou. "Você e ele são idênticos. Vocês são casados com seus trabalhos. Sem querer ofender", ela acrescentou rapidamente, percebendo que talvez pudesse estar um pouco a vontade demais com sua chefe. Chloe apenas riu. "Enfim, fico feliz que você e ele tenham tirado um fim de semana para descansar. Ele até consegue tirar uma folga de algumas horas, mas quando se trata de conseguir fazê-lo tirar um dia inteiro, ainda mais um fim de semana, é um verdadeiro milagre. Mas acho que é isso que acontece quando as pessoas se apaixonam", ela deu de ombros, como se estivesse falando a coisa mais óbvia do mundo.

Chloe, que estava tomando outro gole de seu café, engasgou e tossiu violentamente por um momento. Mia correu até sua mesa e lhe de tapinhas leves nas costas para ajudar.

"Woah! Você está bem?"

Chloe assentiu, ainda tossindo um pouco.

__________

Oliver estava debruçado sobre uma lista de números que estavam lhe deixando vesgo. De um jeito ou de outro ele ia ter que resolver aquilo.

"Tentando decidir como cortar custos da fábrica de Oakland?" Uma voz disse da porta.

Oliver esfregou os olhos. "Oi, Pai."

Seu pai deu risada. "Bom dia, filho." Robert Queen era um homem alto e bonito, muito parecido com seu filho. Mas seu filho herdara os belos traços de Laura, não o cabelo castanho de Robert (agora quase inteiramente grisalho) e nem os olhos acinzentados. Eles compartilhavam da altura e estrutura óssea no entanto, e Oliver era claramente igual ao pais em tantos outros jeitos.

Oliver se recostou na cadeira para olhar para seu pai. "O que foi?"

"Nada demais. Só estou me preparando para as inevitáveis demissões e a repercussão que virá junto", ele respondeu secamente, infeliz com a situação.

"Na verdade", e agora Oliver se inclinou para a frente na direção de seu pai. "Eu acho que encontrei um jeito. A resposta estava praticamente em nossa cara", ele gesticulou para sua mesa, onde os papeis estavam espalhados ao lado de seu computador, e um notebook e uma tablet estavam no canto.

Robert ergueu uma sobrancelha. "É?"

"Bem..." Oliver mexeu nos papeis até encontrar o que estava procurando. "Olha isso", ele entregou o papel a seu pai, que colocou os óculos para examinar melhor. "A fábrica gasta milhões anualmente imprimindo manuais para os funcionários, o que", ele pegou algo embaixo de sua mesa, "parece com isso." Ele jogou uma pasta em sua mesa com um baque, as páginas dentro empilhadas numa altura de quatro centímetros. "Toda vez que eles atualizam um equipamento, os funcionários precisam de um novo suplemento. Eles vasculham centenas de páginas para encontrar algo referente a alguma máquina e substituem por novas páginas. Medidas de segurança são atualizadas; a mesma coisa acontece. As responsabilidades dos empregados e procedimentos mudam; a mesma coisa acontece. Qualquer atualização, e centenas de páginas são impressas e entregues, e os funcionários têm que substituir e jogar fora a mesma quantidade. É um aborrecimento e um pé no saco. Eu tentei  fazer uma atualização eu mesmo e é tedioso. E--" ele estava claramente chegando aos pontos mais importantes "--é caro. Sem mencionar o dano à natureza."

"Então você está sugerindo--"

"Substituir os manuais por tablets", Oliver pegou a que estava no canto de sua mesa. "Mesmo com o custo de contratar mais algumas pessoas da área de Tecnologia e treinar os funcionários em como usá-las, não será mais alto do que o gasto com os papeis e tinta. E mais, estaria criando empregos em vez de eliminá-los, e tornaria a fábrica amiga da natureza."

"Você está esquecendo o preço das tablets, sem mencionar conseguir que o governo aprove a mudança da cópia em papel para o software."

"Eu já estou conversando com o governo sobre a possibilidade de conseguir essa aprovação, e estou em contato com a QI Tech sobre o novo modelo teste da 'Quipe', a nova tablet que estão produzindo. Eles amaram a ideia e estão dispostos a trabalhar com uma oferta onde oferecem descontos a empresas dispostas a fazer a troca, e eles ajudam com o treinamento. É uma grande propaganda para o novo produto, sem mencionar que será ótimo para eles a preocupação com o meio-ambiente. As pessoas vão gostar."

Robert Queen não se esforçou em esconder o quanto estava maravilhado. "Você já está organizando a troca, não está?"

Oliver sorriu. "Aprendi com você, não foi?"

Robert assentiu enquanto analisava os números e as notas de Oliver sobre os custos para comprar as tablets. Ele olhou para o dispositivo em sua mão, que era leve e bonito, claramente algo do futuro. "Você deveria falar com sua noiva sobre isso", ele disse.

"Eu... o quê?" Oliver olhou surpreso.

"Srta. Sullivan. Ela dirige uma revista, não é? Eu li alguns números antigos de sua mãe. Seus leitores ficariam interessados nesta tecnologia, especialmente pelo fato da diretora da QI Tech ser uma mulher -- Felicity Smoak. Os leitores gostariam. Veja se sua melhor metade estaria disposta a escrever um artigo -- talvez até uma reportagem maior -- para a revista. Tenho certeza que você conseguiria persuadi-la", ele acrescentou com uma piscadela para seu filho.

Oliver olhava como se seu pai fosse um alienígena.

Interpretando completamente errado, Robert deu um tapinha no ombro de Oliver. "Ah, qual é, está tudo bem misturar negócios com prazer de vez em quando. Tenho certeza que ela não ficará ofendida. Mas se você realmente tem um problema com isso, eu falo com ela esta noite."

"Esta noite?" Oliver disse, ainda voltando ao normal. Aquela deveria ser a conversa mais estranha que já tivera com seu pai. Robert nem tinha conhecido Chloe e já estava falando como se ela já fosse parte da família. Oliver nunca viu seu pai tão ciente da existência de uma mulher na vida de Oliver, com uma leve exceção de Tess, que ele tratava com relutante aceitação. "Eu... ok. O que vai ter esta noite mesmo?"

"Jantar. Com sua mãe e eu. Agora escuta", Robert disse. "Eu especificamente pedi para sua assistente cancelar seus compromissos para esta noite, e o assistente de Chloe prometeu a sua mãe que Chloe podia vir. É melhor você não esquecer. Eu quero conhecê-la!" ele disse animado. "E de qualquer forma sua mãe está contando com o jantar. E você sabe como ela fica."

"Certo", Oliver disse disperso. Então acordando em seguida. "Certo, não vamos esquecer."

"Excelente. Vamos esperar vocês dois em casa a tempo para o coquetel então."

Oliver engoliu seco. "Certo. Nós dois. Sem problema."

__________

"Você está fazendo errado."

"Como é?"

Chloe apareceu no banheiro de Oliver usando um robe, devolvendo sua maquiagem ao balcão. "Sua gravata. Você está fazendo errado. E isso está me enlouquecendo há dias."

"Do que você está falando?" Oliver disse defensivamente, as mãos congeladas no ar, o nó na gravata pela metade.

"Você deveria fazer um nó meio-Windsor. Seria muito mais elegante."

Oliver revirou os olhos. "Olha, Sullivan, meu pai me ensinou como fazer um nó. Eu sempre fiz desse jeito."

"Bem, você sempre fez errado", Chloe disse, afastando as mãos dele e desfazendo seu progresso. "O nó de quatro voltas fica bom, mas o meio-Windsor ficaria melhor em você. Assim", ela disse, mordendo o lábio brevemente enquanto se concentrava em dar o nó na gravata dele. Ela puxou com força,  então arrumou o colarinho, alisando-o com as pontas dos dedos. Ela olhou pra ele com um sorriso, mas que logo sumiu. Eles estavam perto.

Muito perto.

Afaste as mãos, Chloe. Agora. Tire suas mãos de Oliver Queen e se afaste. Imediatamente. Exceto que seu corpo simplesmente não estava se comportando. Os dois estavam paralisados e excepcionalmente cientes da proximidade um do outro.

Oliver correu os olhos pelo robe de seda amarelo de Chloe. Espontaneamente, ideias que estavam guardadas foram se apresentando. Ele podia ver os seios dela levemente através do fino tecido. Ele engoliu seco. Seria fácil, tão fácil, deslizar as mãos por dentro do robe e segurá-los em suas palmas. Os olhos dela se fechariam e ela se inclinaria contra ele e suspiraria de prazer enquanto ele corria os polegares sobre eles, as mãos dela o procurando como apoio.

...ou ela te daria um tapa e cortaria fora sua masculinidade. Seu lado sensível parecia ter retornado para impedi-lo de fazer algo estúpido, mas isso não impediu a repentina corrente sanguínea para sua virilha, e ele ainda estava tendo dificuldade para se afastar dela.

Chloe não estava melhor. Ela ainda não tinha conseguido tirar as mãos do colarinho dele. Ela estava dolorosamente ciente do músculo tonificado sob seus dedos. Imagens do torso nu de Oliver, tonificado e brilhando de suor enquanto pairava sobre ela na cama do quarto ao lado invadiam sua mente. Sua boca estava ficando seca.

Ele nunca deixaria você viver em paz se soubesse o que você está pensando, Chloe Sullivan. Mas sua consciência do fato não impediu a formação de uma dor entre suas coxas.

Um bipe quebrou o encanto. O alarme do relógio de Oliver soou. Ele tossiu e Chloe engoliu em seco enquanto se afastavam simultaneamente alguns passos um do outro.

"Certo, precisamos sair em cinco minutos", Oliver disse bruscamente, pressionando um botão em seu relógio para parar o alarme.

"Certo."

"Certo."

"Certo."

"Você está quase pronta?"

"Certo. O quê?"

"Você está nua. Quer dizer, não vestida. Quer dizer, para esta noite."

"Oh, certo!" Chloe olhou para seu robe surpresa. "Não, eu só... preciso colocar o vestido", ela disse desconcertada, virando-se e indo para o closet dele, onde suas roupas e sapatos estavam.

Oliver se inclinou sobre a pia e olhou para si no espelho, seu reflexo claramente lhe dizendo para acordar.

"Pronta!" Chloe gritou momentos depois, parecendo ter se acalmado novamente, mas com um leve tremor em sua voz quando disse, "Só preciso de ajuda com o zíper."

Oliver se deu outro olhar firme no espelho antes de ir ajudá-la. Ele tinha ajudado tantas mulheres com o zíper do vestido, tanto para vestir quanto para tirar. Ele nunca foi tão cuidadoso em desempenhar a tarefa o menos íntimo e sugestivo possível. Não tocando a pele nua. Sem roçar a mão em sua bunda. Sem respirar contra seu pescoço ou correr os lábios contra seu ouvido. Absolutamente nenhuma pressão contra ela.

Chloe suspirou aliviada quando ele se afastou. Viu. Nada com o que se preocupar. Absolutamente tudo certo.

"Bem", ela disse virando-se de frente pra ele e sorrindo. "Pronto, então?"

Oliver assentiu, sorrindo em resposta ao sorriso dela. "Sim."

"Você acha que vamos precisar de casacos?" Chloe franziu a testa, olhando pela janela do quarto de Oliver.

"Provavelmente. Está esfriando." Para outono estava de fato mais frio. O casamento de Victor e Katherine foi marcado para o fim do verão, e o outono estava trazendo uma nova temporada de obrigações sociais. Tinha o Dia de Ação de Graças e onde todo mundo ia passar, também a iminente festa de noivado de Hal Jordan e sua noiva Carol, pois ele tinha finalmente conseguido fazer o pedido na semana anterior. O inverno chegaria com o casamento de Bruce e Diana, no qual os dois, Chloe e Oliver, estariam ao lado de seus amigos.

Oh, as complicações de um falso noivado.

Retornando com seus casacos, Oliver ajudou Chloe a vestir o dela e então a levou até a garagem, os dois excepcionalmente silenciosos depois da estranha interação no banheiro. Chloe tinha outras coisas em mente quando os viu chegar na mansão Queen. A construção de pedra era bonita e intimidadora. De repente o prospecto de passar uma noite inteira com os pais de Oliver se apresentou em escala total e ela se encontrou nervosamente endireitando o vestido. Ela olhou para Oliver, que parecia menos preocupado que ela, certamente, mas também não totalmente confiante.

"Como isso vai ser?" ela perguntou, um pouco ansiosa. "Quer dizer... seus pais, eles vão gostar de mim?" Ela não sabia porque se importava tanto, pois não importava de verdade. Mas ela não podia evitar. Ela gostava que as pessoas gostassem dela e acreditava profundamente em primeiras impressões.

Oliver tirou os olhos da estrada por um breve momento para olhar para ela, então imediatamente voltou para a estrada enquanto se aproximavam do portão de entrada. Ele sorriu, porém. "Não se preocupe, meu pai já te ama aparentemente. Então acho que minha mãe deve ter feito um bom relatório de você."

Ela não parecia muito confiante, então sem pensar, ele cobriu a mão dela com a dele e apertou para encorajá-la. "Acredite. Eles te amam mais do que eu."

Chloe riu. "Isso não seria muito difícil", brincou.

Oliver sorriu, parando brevemente quando sentiu os dedos correrem o anel de noivado no dedo dela. Ele afastou a mãos, de repente consciente do quão o toque fora íntimo.

Dentro de momentos eles estavam estacionando na frente da porta e atravessando-as, onde foram recebidos por um mordomo que pegou seus casacos.

"Você vai encontrar seus pais no salão, Sr. Oliver, Srta. Sullivan", ele disse, assentindo com a cabeça levemente antes de deixá-los.

"Oliver", Chloe sibilou, parecendo surpresa. "Você tem um mordomo."

"Eu não tenho um mordomo. Meus pais têm."

"Oliver. Você tem. Um mordomo."

Oliver revirou os olhos e segurou seu cotovelo, gentilmente a conduzindo na direção do salão onde ele sabia que seus pais estariam esperando com os coquetéis. Ele percebeu Chloe mexendo no cabelo pelo canto dos olhos e sorriu. "Relaxa", ele disse em seu ouvido enquanto alcançavam a porta. "Você está bonita."

Chloe lhe deu um olhar surpreso que ele não percebeu enquanto abria a porta. Ela tinha acabado de abrir a boca para dizer alguma coisa, quando--

"SURPRESA!"

Chloe levou a mão ao coração e Oliver deu um passo pra trás levemente chocado enquanto olhavam para a sala cheia de pessoas e uma enorme faixa pendurada sobre a lareira que dizia: PARABÉNS, OLIVER E CHLOE!"

"Oh, meu--"

"--Deus."

Era uma festa de noivado. Pessoas estavam se aproximando deles. A mãe e o pai de Chloe correram para abraçar a filha e foram despejando cumprimentos. Pessoas que eram colegas da empresa estavam dando tapinhas nas costas de Oliver e apertando sua mão.

"Bem, Chloe, nos apresente!" Gabe Sullivan estava dizendo, o braço ao redor dos ombros de sua garotinha. Gabe era um homem agradável, de rosto redondo e bochechas levemente vermelhas, além de ter uma expressão amigável. Sua mulher, Moira, parecia uma mulher elegante e que ficaria completamente a vontade em qualquer ambiente. Oliver se perguntou de onde Chloe tirou seus traços, pois seus pais tinham cabelos e olhos escuros.

"Agora, todo mundo, deixem os noivos respirarem", Laura Queen estava dizendo, dispersando as pessoas de volta ao coquetel e ao bufê. "Eles conversarão com todo mundo mais tarde."

Chloe mandou a Laura um olhar de agradecimento. Ela era claramente uma anfitriã perfeita, facilmente capaz de controlar o local ao seu redor.

"Oliver?" ela disse ao filho, "você nos daria a honra?"

Oliver ainda parecia chocado. "Claro. Mãe, você já conheceu Chloe, mas Chloe este é meu pai, Robert Queen--"

"Pode me chamar de Pai assim que estiver pronta, Chloe", Robert disse, inclinando-se para beijar a bochecha de Chloe. Ela ficou vermelha.

"E Chloe?" Oliver olhou para ela em dúvida.

Ela se recompôs. "Mãe, Pai, este é Oliver." Eles o cumprimentaram calorosamente. Gabe apertando sua mão e Moira comentando o quanto ele era bonito. "E seus pais", ela acrescentou um momento depois.

"Oh, já nos apresentamos", Moira disse, tomando um gole de sua taça de champanhe. "Chloe, eu nunca vou te perdoar por ter mantido tudo em segredo. Laura e eu somos almas gêmeas", ela piscou para Laura que riu em concordância. Claramente as duas mulheres já tinham se tornado amigas.

"Há quanto tempo vocês estão planejando isto?" Oliver perguntou, olhando diretamente para sua mãe.

Laura tocou o peito defensivamente. "Você já está deduzindo que fui eu."

Um sorriso finalmente cruzou o rosto de Oliver. "Mãe, isto tem a sua cara."

"Certo, eu confesso!" ela riu. Eu entrei em contato com Moira pouco depois de nosso lanche, Chloe. Eu só não consegui esperar para conhecê-la. E ela estava morrendo de vontade de saber tudo sobre Oliver."

"Claro!" Moira disse. "A coisa mais difícil é fazer esta aqui falar comigo!" ela cutucou sua filha.

"Oliver é do mesmo jeito algumas vezes", Robert concordou, balançando a cabeça.

"Ele/Ela trabalha muito!" as duas mães disseram ao mesmo tempo. Gabe e Robert riram.

"Dois pombinhos", Gabe sorriu.

"Também acho", Laura concordou. 

Oliver e Chloe ficaram apenas parados ali.

"Bem, não fiquem nos olhando", Robert disse, empurrando Oliver na direção de Chloe. "Vocês terão muito tempo para conversar conosco. Vão circular pela sala. Todo mundo quer parabenizá-los. Teremos um brinde decente daqui a pouco. E eu tenho um anúncio a fazer", ele acrescentou misteriosamente, sorrindo para todos.

Oliver franziu a testa. "Que anúncio?"

"Não se preocupe", Laura disse. "Você vai descobrir logo. Agora, Moira--" ela passou o braço pelo da mãe de Chloe. "--eu quero ouvir o resto daquela história que você estava me contando..." sua voz sumindo enquanto levava Moira na direção de uma bandeja de champanhe.

"Acho que é melhor termos certeza de que todo mundo está sendo servido, Gabe -- e você tem que me contar sobre os esforços da sua fábrica em serem mais verdes."

"Agora, Robert, eu não posso contar os segredos da LuthorCorp, você sabe", Gabe deu risada enquanto seguia Robert.

Chloe e Oliver se entreolharam.

"Minha mãe." Foi tudo que Oliver disse, o rosto emburrado.

Mas Chloe sorriu. "Não se preocupe." Ela deslizou a mão no braço dele. "Vai ser divertido. Vamos impressionar seus colegas com a minha inteligência", ela brincou.

Oliver estreitou os olhos. "O que você está planejando?"

Ela deu um risinho. "Acho que você deveria ganhar alguma coisa com isso. Como mostrar a todo mundo o lado comprometido e estável de Oliver Queen. Acho que eles talvez tenham uma visão um pouco diferente de você?" ela acrescentou.

Oliver não pôde deixar de sorrir em resposta. "Bem, quando você coloca desta maneira... vamos pegar champanhe, querida?"

O sorriso dela aumentou e ocorreu a ele o quanto ela ficava bonita quando sorria de verdade.

Dez minutos depois os dois estavam conversando com um senhor do conselho diretor da Queen Industries que tinha seus cinquenta anos, e de quem Oliver nunca gostou muito. Ele ficava constantemente dando a entender que Oliver nunca se igualaria ao pai. Ele tinha uma expressão amarga enquanto Chloe o inundava com elogios sobre a confiabilidade em Oliver e seu charme em geral. Oliver estava na verdade começando a ficar vermelho.

Eles foram interrompidos pelo som de um leve tilintar de vidro e viu Robert tentando chamar a atenção de todo mundo. Todo mundo parou de falar ao mesmo tempo.

Olhando ao redor da sala, Robert parecia estar explodindo de orgulho. "Todo mundo tem uma taça de champanhe?"

Houve um murmúrio geral de afirmações, alguns erguendo suas taças para confirmar.

"Bom, bom. Bem, neste caso, eu tenho algumas coisas a dizer. Antes de mais nada, eu gostaria de propor um brinde. Eu ainda não tive a oportunidade de conhecer melhor a Srta. Sullivan, mas tenho ouvido coisas ótimas de todo mundo. Eu conheço minha esposa bem o suficiente para saber que ela jamais elogiaria em vão, e ninguém com quem eu tenha conversado que conhece Chloe a deixou sem elogios. A maior parte de vocês aqui conhece meu filho Oliver e sabe o quanto é incrível que ele deixe alguém entrar em sua vida como ele claramente deixou Chloe--"

Oliver se mexeu desconfortavelmente e Chloe sentiu o rosto esquentar.

"--e eu posso dizer a todos vocês, estou tão feliz por meu filho que é avassalador. E estou muito feliz que ele tenha encontrado o amor de sua vida. Acho que falo por Laura -- e pelos Sullivans também -- que eu não poderia estar mais feliz em receber esse raio de sol em minha vida. Chloe, eu espero que você esteja tão feliz quanto eu estou em tê-la como filha, e saiba o quanto estou agradecido pelo amor que você está trazendo para a vida do meu filho. A Chloe e Oliver." Ele ergueu a taça e todo mundo na sala fez o mesmo, repetindo as palavras antes de tomarem um gole. Todo mundo bateu palmas enquanto Chloe e Oliver ficavam vermelhos.

"Beijo! Beijo!"

"Beije-a, Ollie!"

"Beije a noiva!"

O olhar em pânico de Chloe encontrou o de Oliver.

"Vai, Oliver!" Robert disse, rindo à aparente timidez do casal.

Bem, Queen, Chloe decidiu, pegando sua gravata e puxando-o mais perto, eu topo se você topar. "Faça parecer bom", ela sussurrou em seu ouvido, ficando na ponta dos pés e piscando quando voltou.

A incerteza se partiu e Oliver sorriu maliciosamente. Certo, Sullivan. Prepare-se. Ele segurou a mão dela e passou o outro braço ao redor de sua cintura, girando-a para o  lado e abaixando-a, fazendo-a emitir um grito de surpresa para o deleite de toda a sala. Depois de uma breve pausa, Oliver pressionou os lábios nos dela.

A sala inteira desapareceu num repentino silêncio. Chloe sentiu o corpo ser inundado por algo completamente incomum e inesperado, seus ouvidos zumbindo e o coração disparado com adrenalina. Ela arfou baixinho.

A mente de Oliver estava correndo, e ele a apertou com mais força. Os lábios dela se partiram em surpresa e ele gentilmente chupou seu lábio inferior enquanto subia para deixá-la novamente de pé. Ele não a soltou, no entanto, ainda a segurava com força contra o peito e os dois estavam se encarando, peitos subindo e descendo, mentes confusas. Lentamente o som dos aplausos e cumprimentos voltou às suas consciências. Os dois se afastaram e olharam ao redor da sala, completamente em silêncio.

"Agora, eu tenho outro anúncio a fazer!" Robert falou alto, redirecionado a atenção das pessoas. "É um anúncio que venho querendo fazer há algum tempo", ele continuou enquanto as pessoas se aquietavam, "esperando pelo momento certo. E eu realmente não consigo pensar numa ocasião melhor para fazer isso do que na noite de celebração do futuro. Eu quero que vocês sejam os primeiros a saber que ao final deste ano, estarei me aposentando da função de diretor administrativo da Queen Industries e deixando meu mais do que capaz filho no comando. Eu não poderia estar mais orgulhoso do homem que ele é hoje, e eu sei que confio completamente meu legado em suas mãos. Farei o anúncio formal à empresa esta semana."

Houve uma reação mais acalorada desta vez, membros da diretoria se juntando para discutir seus sentimentos sobre o anúncio, outros aproximando-se para parabenizar Robert, e ainda outros dizendo a Oliver o quanto ele seria brilhante.

Chloe observou Oliver cuidadosamente. A notícia claramente foi um choque desagradável pra ele, e ele estava fazendo o melhor para esconder. Seu rosto estava bem pálido porém, e seus olhos continuavam correndo a sala até seu pai.

Impulsivamente, Chloe segurou a mão dele e a apertou. Ele se agarrou a ela como se fosse a salvação de sua vida, apertando-a quase dolorosamente, mas claramente agradecido pelo gesto.

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Eles voltaram para o apartamento de Oliver em completo silêncio. Oliver entrou em seu quarto e apenas se sentou na beira da cama, gravata solta e punhos desabotoados. Ele correu uma mão pelo cabelo e exibia um olhar distante, como se tivesse perdido algo valioso. Chloe foi até ele e o estudou da porta antes de hesitantemente entrar no quarto.

"Oliver? Você está -- está tudo bem?"

"Não faço ideia." Ele balançou a cabeça, sem olhar pra ela, sua mente claramente muito distante.

"Eu posso ver."

"Eu só, eu não fazia ideia do que ele estava planejando. E -- eu não sei se estou pronto. E eu não gosto de pensar em meu pai envelhecendo, mas isso só faz ele parecer mais velho." Ele balançou a cabeça novamente, desespero em sua voz.

Chloe mordeu o lábio inferior indecisamente antes de se aproximar dele e sentar-se ao seu lado. Ela colocou a mão em seu ombro. "Ollie, você está pronto. Eu só conheço seu pai há algumas horas e posso dizer que ele não daria este passo se não tivesse certeza de que você está pronto. Ele ama aquela empresa. Quase tanto quanto ama você. Ele jamais faria algo para ferir um de vocês. Confie nele." Ela o cutucou levemente. "Ele sabe o que está fazendo. E de qualquer jeito, ele me falou sobre a ideia da tablet que você teve, e Ollie, é realmente impressionante. Quer dizer, é... brilhante. Se você lidar com os negócios assim diariamente, então nem eu terei mais o que criticar. E nós dois sabemos como isso é raro", ela brincou.

O corpo de Oliver relaxou notavelmente às palavras, mas seus olhos ainda pareciam incertos, então Chloe permaneceu ao lado dele. Ele virou a cabeça para dizer alguma coisa quando, pelo que deve ter sido a vigésima vez naquele dia, se encontrou inquietantemente perto dela. Involuntariamente seus olhos foram para os lábios dela e ele pensou no beijo de mais cedo. Então ele pensou em beijá-la naquele momento. Ele precisava de sexo e precisava de contato humano e ela era o mais perto para isso. Seria bom esquecer de tudo e se aproveitar de algo puramente físico. Ela o deixaria? Dificilmente. Parecia tão fácil, ela sentada ao lado dele na cama. Seria necessário apenas um pouco de persuasão. Uma mão em sua coxa por baixo da saia, os lábios chupando seu pescoço, tirar o vestido dela rapidamente. Ele podia tirar a roupa dos dois e se enterrar nela, abandonar todas as ansiedades pelo canal do prazer.

Mas era errado. Ela poderia estar ali, mas não estava oferecendo. Não aquilo, pelo menos. Ela se moveu para dizer boa noite e ele decidiu aceitar o que ela estava oferecendo. Bem. Talvez um pouco mais. A mão dele segurou o braço dela, sem força, mas impedindo-a de sair. "Você--?" Mas ele não tinha certeza de como dizer o que queria.

Ela pareceu saber intuitivamente. Ela sorriu gentilmente e o deixou puxá-la na direção dos travesseiros da cama. Os dois compartilharam a cama todo o fim de semana, então não pareceu completamente estranho, mas ainda não tinha como negar que era a primeira vez que faziam isso sóbrios. Era estranho, mas ele era um amigo que precisava de conforto, algo que ela podia lhe dar. Ele se deitou e ela se aconchegou ao seu lado, os dois ignorando o fato de ainda estarem completamente vestidos. Ela vagamente se lembrou do quanto virou de um lado para o outro em sua cama na noite anterior e estava feliz pelo que prometia ser uma noite de sono bem melhor enquanto deitava a cabeça em seu peito.

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CATORZE

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