Resumo: Quando um jornal publica uma falsa notícia de noivado entre Oliver Queen e Chloe Sullivan, e todos os seus amigos ficam animados, Chloe e Oliver decidem fingir um falso noivado e terminar, para provar a seus amigos o quão errados eles são um para o outro. Porque eles vão terminar, certo?
Autora: the_bluesuede
Classificação: NC-17
Categoria: Romance/Humor.
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Nota: Esta tradução foi sugerida pela Ciça.
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Nota: Esta tradução foi sugerida pela Ciça.
"Oi, querida", Moira Sullivan disse, apertando sua filha com força. "Como você está, docinho? Você parece um pouco agitada. Está tudo bem?"
"Onde Oliver está?" Gabe perguntou, puxando uma cadeira para Chloe, para que pudesse se sentar.
"Ele está trabalhando, pai, e eu estou bem, mãe", Chloe disse simplesmente.
"Bem, eu tenho certeza que ele está sob muita pressão agora que Robert fez o anúncio sobre ele comandar a empresa."
A mente de Chloe voltou para a noite da festa de noivado, quando dormiu nos braços de Oliver e se esgueirou para fora do quarto enquanto ele ainda dormia. "Ele está sob muito estresse", foi sua única resposta.
"Isto é tão estranho", Moira comentou, olhando ao redor da sala. "Nós realmente precisamos ficar tão isolados?"
Chloe apenas olhou o cardápio. "Eu normalmente peço algo privado para as pessoas não me incomodarem enquanto almoço."
"Você esquece que nossa filha é famosa", Gabe brincou com sua mulher.
Chloe suspirou, parecendo exausta. "Normalmente é pouca coisa. Sou uma editora. Não é como se eu fosse uma celebridade. Mas agora que estou noiva de Oliver está ficando pior. As pessoas estão sempre tentando me pegar fazendo algo indiscreto, ou tentando tirar fotos minhas com Oliver. Enfim, está ficando pior." Ela tomou um gole de sua água, parecendo um pouco distraída. Ela e Oliver não conversavam há uma semana. Quando ela saiu da cama dele naquela manhã, desapareceu para o trabalho antes dele levantar. Os dois não conversaram sobre a noite. As coisas voltaram ao normal por um tempo, com os dois conversando sobre coisas do trabalho, desfrutando de ter uma companhia após o fim do expediente, embora tivessem voltado a dormir em camas separadas. Mas os dois não se viam nos últimos dias. O trabalho estava uma loucura, e seus pais estando na cidade era realmente uma bagunça em sua agenda. Gabe e Moira não entendiam o quanto um almoço precisava ser marcado com antecedência.
"Isso é verdade, uma amiga minha do trabalho disse que algum tabloide está oferecendo dois milhões de dólares para quem conseguir uma foto de vocês dois se beijando."
"Gabe", Moira falou. "Não conte isso a ela! Você não vê o quanto ela está chateada?"
Chloe olhou para sua mãe, confusa. "Eu não estou chateada. Quem disse que estou chateada?"
Moira cobriu a mão da filha sobre a mesa. "Sinto muito, querida. Eu só quis dizer que você parece um pouco distraída. É alguma coisa no trabalho? Está tudo bem com você e Oliver?"
"Eu--" Chloe hesitou. Ali estava um ótimo momento para seguir seu plano com Oliver, mas naquele momento ela estava pensando no beijo de Oliver na outra noite. Um beijo de dois milhões de dólares, aparentemente. A oportunidade passou por Chloe sem ela perceber. "Estamos bem. As coisas estão bem. Eu só estou cansada. Vamos lançar uma edição dupla e um dos meus designers teve um colapso criativo... Eu não sei bem porque. Artistas são assim", ela balançou a cabeça.
"Tenho certeza que vai dar tudo certo, querida", Gabe disse, parando quando o garçom chegou para anotar seus pedidos.
"Falando nisso", Moira comentou no momento seguinte. "Estamos discutindo coisas com os Queens, e Laura concordou que vocês dois passem o Dia de Ação de Graças conosco e o Natal aqui. Eu achei que você não se importaria pois normalmente você não vai para casa no Natal mesmo."
Chloe não deixou de notar o tom de acusação na voz de sua mãe. Ela olhou com carinho para Moira. "Você sabe como é, mãe. O Natal é a época mais trabalhosa pra mim. Eu não posso desaparecer."
"Eu não diria que ir para 'Smallville' é desaparecer", Moira fungou.
"Não?" Gabe brincou, piscando para Chloe, que riu.
"Bem, tudo que eu sei é que quero minha filha e seu noivo em casa pelo menos em um feriado!" Moira pressionou. "Não vemos você o suficiente, e eu quero conhecer melhor meu futuro genro. Ele parece ser um cara legal."
Chloe bufou em sua água, rindo um pouco. "Sim, Oliver é um anjo", ela brincou.
Moira riu. "Bem, ele parece cavalheiro, pelo menos."
Chloe pensou que aquilo um pouco exagerado, mas achou prudente não argumentar.
"Eu gosto dele pra você", Gabe disse, recostando-se na cadeira. "Eu falei com ele um pouco no outro dia. Ele parece surpreendentemente pé no chão para alguém que cresceu como cresceu. E eu gosto do jeito que ele fala de você."
Chloe ergueu as sobrancelhas curiosamente. "O que você quer dizer?"
"Você escolheu um rapaz bom, Chloe. Ele realmente te respeita. Ele fala com você como igual. Eu gosto disso."
Chloe não tinha certeza de como responder a isso.
"Eu quero vocês dois no Dia de Ação de Graças, Chloe-Ann", Moira cantarolou. "Nada de 'se' ou 'mas'."
Chloe tomou mais água, seu rosto ficando quente por alguma razão.
__________
"Edward! Eu preciso saber minha agenda de novembro."
Edward pulou, parecendo culpado. Chloe não percebeu. Passando por ele a caminho de sua mesa, ela se sentou e começou a ver seus compromissos da tarde no computador.
"N-novembro?" Edward perguntou distraidamente. "Certo, ok!"
"Oh e Edward! Mande Mia aqui. Eu quero falar com ela sobre o baile de arrecadação de fundos de amanhã à noite. Eu acho que vai ser bom ela ajudar com a preparação. Você a ajudou a encontrar um vestido para o mês que vem?"
"Vestido de casamento? Quer dizer, vestido de gala! Sim, claro, estou cuidando disso!"
Chloe olhou para cima a tempo de vê-lo desaparecendo da sala e franziu a testa. "O que foi isso?" ela se perguntou, momentaneamente preocupada.
Ela foi quase imediatamente distraída do assunto com um e-mail de Vera Wang, dando a entender dramaticamente que estava na hora de Chloe dar uma olhada no vestido de noiva, seguido por um quase idêntico de Laura Queen. Chloe pensou brevemente no almoço com seus pais, inconscientemente chupando a tampa de uma caneta. Ela teria que falar com Oliver sobre os feriados. Eles estavam afundando cada vez mais naquela mentira, e isso precisava ser discutido.
Do lado de fora, sem que Chloe soubesse, Edward e Mia estavam numa discussão frenética, bem longe dos ouvidos atentos de Vivian e Louise.
"Você tem que esconder!" Edward disse com urgência.
"Esconder?" Mia sussurrou, incrédula. "Como neste mundo eu vou esconder?"
"Bem, eu ia fazer isso, mas ela entrou!"
"Onde você quer que eu coloque?" O tom de Mia era de incredulidade.
"Até onde sei pode ser debaixo de sua saia, eu não me importo, mulher! Você tem que tirar de lá antes que ela veja!"
"Tem certeza que é grande coisa assim? Quer dizer, foi há anos atrás."
"Acredite em mim. Você não a conhecia naquela época. É grande coisa." E antes que Mia pudesse protestar ou questionar a sanidade de Edward, ele estava empurrando-a pela porta. "Vai! Ela vai se perguntar porque está demorando tanto!" com isso ele a forçou pelas portas.
Alheia, Chloe olhou para cima. "Oh, oi, Mia. Só um segundo... Como você está?"
"Eu--bem", Mia disse muito alto. Seus olhos correram nervosamente pela pilha de correspondências na bandeja de entrada. Chloe já estava olhando novamente para o computador, rapidamente digitando um e-mail para um fotógrafo bem conhecido que estava lhe prometendo uma entrevista exclusiva. Mia foi lentamente até a bandeja, tentando não atrair muita atenção. Ela olhou para Chloe. Chloe estava franzindo a testa a alguma coisa no computador, murmurando algo enquanto relia o e-mail do fotógrafo. Ela não estava prestando atenção em Mia. Lentamente, com muito cuidado, Mia olhou a pilha de correspondência na bandeja. Ela não viu o que estava procurando. Em vez de tentar vasculhar, ela silenciosamente levantou a pilha e começou a escondê-la atrás de suas costas. Ela estava prestes a dizer que Chloe parecia ocupada, quando Chloe enviou o e-mail e olhou para Mia. Ela viu os papeis na mão dela. "Oh, bom! É a correspondência? Chegou tarde hoje, não é?" ela acrescentou, pegando-a das mãos relutantes de Mia, antes que esta pudesse pensar em alguma coisa para atrasá-la.
"Então, eu queria conversar com você sobre o baile de amanhã", Chloe disse, vendo a correspondência enquanto falava. Ela olhou para uma nota de agradecimento de Katherine e Victor pelo presente de casamento com um sorriso. "Você realmente não vai ter muito o que fazer. Eu quero que você se divirta, que você fique com Edward durante a primeira metade do evento, assim você vê o que geralmente fazemos nessas ocasiões." Ela jogou de lado uma carta de Bruce Wayne para ler depois. "Eu já disse a ele que você vai ajudar. Como vou como representante da empresa em vez de uma doadora privada, têm muitos detalhes que são importantes para que tudo dê certo." Havia uma carta da Ópera Metropolitana de Star City. Ela a deixou de lado para ver se era algo importante que precisasse de um agendamento. "Enfim, vai ser um dia mais longo que o normal para vocês dois. Então vocês podem sair mais ce--" ela parou, olhando para um envelope pardo, todo o sangue sumindo de seu rosto, a segunda sílaba de 'cedo' perdida em sua língua.
Mia a observou nervosamente.
"Mia?" Chloe disse, depois do que pareceu uma eternidade.
"Sim?"
Chloe se levantou, olhando ao redor confusa. "Eu vou -- eu vou pra casa."
"O quê?" Aquele era um comportamento inédito. Chloe nunca saía mais cedo. Especialmente quando tinha passado um tempo a mais almoçando com os pais. Ela tinha reuniões!
"Eu estou indo embora", Chloe repetiu, procurando pela bolsa e o casaco.
"Eu -- você está bem?"
Chloe pareceu não tê-la ouvido.
__________
Oliver correu uma mão pelo rosto. Tinha sido um dia lento e cansativo no escritório de seu pai. As pessoas estavam puxando seu saco ainda mais agora que seu pai estava se aposentando, e isso era irritante. Ele estava cruzando os dedos para que Chloe chegasse em casa cedo. Estava com vontade de vê-la. Uma coisa que ele gostava em Chloe era que ela falava com ele como com qualquer outra pessoa, sem segundas intenções, sem seduções... ela não queria nada dele. Era bom ter isso.
Suas esperanças não estavam altas, porém. Ela vinha trabalhando até tarde ultimamente, e ele sabia que tinha um grande baile para arrecadação de fundos no dia seguinte, então ela provavelmente ficaria até mais tarde cuidando dos preparativos, pois ela seria a anfitriã.
Com isso em mente, Oliver ficou compreensivelmente surpreso quando se encontrou tropeçando no casaco, bolsa e sapatos de Chloe jogados no meio da sala quando abriu a porta. Era como se ela os tivesse deixado ali e esquecido.
Franzindo a testa, ele pegou os itens e os empurrou de lado, ainda mais surpreso quando sentiu o telefone dela vibrando na bolsa. Ele estava sempre grudado em suas mãos, especialmente no começo da noite. Perguntando-se o quanto ela ficaria nervosa se descobrisse, ele vasculhou cuidadosamente a bolsa até encontrar o objeto. Ele parou e viu que havia doze chamadas não atendidas. Antes que pudesse ver de quem eram, o nome de Edward brilhou na tela tentando novamente falar com ela.
Por instinto, Oliver atendeu. "Alô?" ele disse curiosamente.
"Oh, graças a Deus! Sr. Queen!" A voz de Edward surgiu do outro lado. "Ela está com o senhor? Estamos malucos aqui. Ela está bem?"
Oliver franziu ainda mais a testa. Vendo o casaco e os sapatos, ele disse. "Sim, ela está comigo. Ela está em casa."
"Como ela está?"
Ele ia perguntar do que ele estava falando, mas pareceu estranhamente invasivo. Algo pessoal obviamente estava acontecendo, e ele não tinha certeza se Chloe ficaria confortável sabendo que ele estava fofocando sobre ela com seu assistente. "Ela está bem, Edward. Obrigado por se preocupar."
Edward suspirou aliviado. "Eu estou feliz que ela tenha você agora. Eu não consigo imaginar como ela ficaria se estivesse sozinha. Honestamente, eu deduzi que ela estivesse encarado as coisas de um jeito pior do que realmente ela está levando. Só ficamos assustados com o jeito que ela saiu daqui. Tudo bem então, cuide dela. Eu tenho que comprar roupas para amanhã. Vejo o senhor amanhã à noite, com certeza. Tchau!" Ele desligou, deixando Oliver ainda mais confuso.
Pra começar, ocorreu a Oliver pela primeira vez que ele teria que acompanhá-la. Obviamente, isto não ocorreu a Chloe também, porque ela não tinha tocado no assunto ainda.
Então tinha o fato de ela ter saído mais cedo sem avisar. A ideia era totalmente nova desde que a conhecera. Um descanso? Claro, contanto que ela tivesse planejado semanas antes. Preferivelmente meses. E ela não tinha agendado de último minuto um almoço com os pais hoje? Isso já era o máximo de coisas de última hora que ela aceitaria.
E com o que ela estava lidando com tanta dificuldade, que Oliver pudesse aliviar pra ela? Seus pais a chatearam? Era algo relacionado ao trabalho? Ou era algo totalmente diferente?
Bem, ele decidiu, só tinha um jeito de descobrir.
"Chloe?" ele chamou, desejando que ela não ficasse muito infeliz em vê-lo. Não houve resposta. Ele atravessou o corredor até o quarto de hóspedes, pensando que talvez ela não estivesse se sentindo bem e tinha ido dormir. Mas enquanto chegava perto, ele ouviu barulho do quarto e então um alto som de uma garrafa quebrando. Chloe gritou e de repente se tornou evidente que seja o que estivesse fazendo, ela estava chorando.
Oliver correu até a porta e a abriu, com medo de que ela tivesse se ferido de alguma maneira. O que ele encontrou foi provavelmente o pior cenário que poderia imaginar. Chloe estava em sua roupa de trabalho, mas de alguma maneira elas estavam bagunçadas. Alguns dos primeiros botões da blusa de seda lilás estavam desabotoados, revelando a renda do sutiã. Seu cabelo estava uma bagunça, havia um rasgo em sua meia-calça e mais importante, havia marcas de máscara em seu rosto por ter chorado. A mão dela estava sangrando do vidro quebrado e no chão havia uma garrafa de vinho barato, quebrado em alguns pedaços, uma poça da bebida ao redor como se fosse sangue.
Em um movimento, Oliver estava ao lado de Chloe. Ele a levou para longe do vidro e a colocou sobre a cama, onde ela não se moveu, silenciosamente soluçando e claramente em choque pela mão ferida, para qual ela apenas olhava, como se não tivesse certeza de porque ela estava sangrando.
Ele foi até a cozinha onde pegou alguns panos, um ele usou para recolher o vidro, e os outros, jogou sobre o chão para secar o vinho. Então ele correu até o quarto principal e mexeu em suas coisas até encontrar o kit de primeiros socorros. Quando voltou até Chloe, ela estava exatamente onde a tinha deixado, ele sentiu o forte cheiro de vinho vindo dela em ondas. Evidentemente aquela não era a primeira garrafa.
"Aqui", ele disse com doçura, "deixa eu ver sua mão." Ele pegou a pequena mão em sua com surpreendente gentileza, ajoelhando-se na frente dela, e Chloe olhou para suas mãos, transfixada, ainda tremendo muito. Delicadamente, ele removeu alguns pedaços de vidro e os jogou de lado. Então pegou o pequeno vidro de álcool do kit de primeiros socorros e gentilmente passou no ferimento. Ela deu um grito de dor quando queimou, encolhendo-se e tentando puxar a mão, mas Oliver segurou com firmeza. "Está tudo bem", ele garantiu. "Está tudo bem, estou aqui com você. Só mais um pouquinho." Ele terminou de limpar o corte e guardou o álcool. Então ele pegou algumas gazes e as pressionou contra sua mão até parar de ver sangue escorrendo. Ele sentiu a mão de Chloe parar de tremer, e a respiração dela mudar enquanto ele continuava a pressionar o corte. Ele desejava que aquilo significasse que ela estava se acalmando. Ele mesmo estava nervoso de preocupação. Finalmente, começou a envolver a mão dela em uma faixa. Ele olhou para ela, não percebendo que não havia soltado sua mão. "Aqui. Nada demais. Agora o que no mundo está acontecendo, Chloe? Você está bem?"
Chloe abriu a boca para dizer alguma coisa, mas tudo que conseguiu foi soltar um soluço de exaustão. Ela tentou de novo e não conseguiu. Finalmente, ela entregou a Oliver um cartão amarelo que estava na outra mão. Ele não o tinha notado até aquele momento, pois estava muito ansioso.
Ele olhou para o envelope e viu que era um convite de casamento.
Jimmy Olsen e Kara Ellis
Gostariam de convidá-la com um acompanhante
Para celebrar seu casamento
Oliver não leu a informação sobre a data e o local. Ele estava tentando entender qual o problema com o convite. Antes que pudesse perguntar, no entanto, ela soluçou alto e disse, "Eles vão se casar! Não é maravilho? Casar! Quer dizer, eles estão juntos há anos. Está na hora, não é?"
Oliver não tinha certeza sobre como deveria responder, mas ele de repente lembrou que Chloe tinha lhe dito, naquela primeira noite daquela zona toda, quando se conheceram através de algumas garrafas de vodca, que ela tinha um ex-namorado chamado Jimmy.
Então ela ainda gosta dele? ele pensou com um onda de irritação. Era isso? Ela nunca superou o primeiro namorado e agora estava uma bagunça porque ele estava se casando com outra pessoa. Ele sentiu raiva, embora não pudesse explicar o que estava lhe deixando nervoso. Ele não fazia ideia que ela ficaria tão chateada porque outro homem estava se casando. Quem era aquele cara afinal? Oliver nunca tinha ouvido falar dele, então provavelmente não era socialite. Ele era provavelmente um cara qualquer que ela namorara no colégio e que não soube dar valor ao que tinha. E agora estava se casando com alguém que lembrava Chloe. E talvez fossem viver infelizes para sempre, ele concluiu com rancor.
Mas algo mais lhe incomodava. De repente ele se lembrou o que era: Lois, parada no corredor do hotel, pedindo que ele conversasse com Chloe sobre o passado dela. Ele percebeu que havia mais do que ele imaginava.
"Eu não entendo", ele disse lentamente, observando-a se acalmar. "Jimmy... ele é seu ex?"
Aquilo não ajudou em nada. Ela começou a chorar de novo e puxou a mão para que pudesse enterrar o rosto nas duas mãos.
Não gostando daquilo nenhum pouco, Oliver se levantou. "Ok", ele disse. "Cozinha, agora." Sem aviso, ele a pegou no colo e, evitando o kit de primeiros socorros no chão, ele a carregou até a cozinha, onde a sentou no balcão. Então ele serviu a ela um copo com água e procurou algo na geladeira para ela comer. Ele encontrou sobras de frango assado e levou pra ela com a água.
Ela evitou o frango de início, mas depois de tomar toda a água - que ele prontamente voltou a servir outro copo, ela começou a comer devagar. Depois de outro copo d'água ele tentou novamente. "Então me conte o que aconteceu", ele disse, olhando pra ela, encorajando-a a confiar nele.
A comida e a água pareceram tê-la acalmado, e ela respirou fundo e tremulamente. "Jimmy e eu nos conhecemos no colégio, no verão do último ano. E então nos reencontramos na faculdade e todos os sentimentos do romance de verão voltaram. Namoramos durante a maior parte da faculdade. Era..." ela lutou para encontrar a palavra certa. "sério. Conversamos sobre nos casarmos depois da faculdade. Eu esperava um pedido logo. Ele foi meu primeiro amor verdadeiro."
Ela parou, tomando outro gole de água antes de seguir com a história.
"Mas ele não estava tão feliz quanto eu. Ele não gostava do quanto eu era ambiciosa e... e eu... o negligenciava."
Oliver podia dizer que era doloroso para ela admitir aquilo. "Eu estava tão ocupada com cursos extras e estágios e empregos de meio-período - eu já estava trabalhando na Whistle naquela época - que eu tinha cada vez menos tempo pra ele. E ele era um cara legal e tão bom e doce e um homem tão melhor e não era justo com ele.
"E então apareceu a prima de Clark, Kara. E eu sabia que ela tinha se encantado por Jimmy, mas pensei que era uma paixão inocente e eu confiava nele, então nunca me preocupei."
Ela não tinha que continuar. Oliver podia ver onde a história estava indo, mas ela continuou, as palavras saindo numa onda de emoções.
"No começo não era nada real. Eles só passavam algum tempo juntos. Isso me deixava desconfortável, mas eu me relembrava que meu melhor amigo era Clark. Ele podia ter amizades femininas. Eu nunca vou saber se eles de fato fizeram alguma coisa. Eu não quero saber. Mas eu suspeito... tenho certeza... depois de um certo momento, era mais do que simplesmente passarem tempo juntos." Ela fechou os olhos como se estivesse tentando represar o horror de todas as pistas que a assombravam - cabelos despenteados, camisas abotoadas de modo errado, expressões culpadas. "Eles não esconderam por muito tempo. Ela não é uma má pessoa e ele definitivamente também não. Então ele me deixou por ela." Ela parou, a tragédia se tornando presente mais uma vez. "E ele partiu meu coração!" ela gritou, soluçando e agarrando Oliver que já tinha os braços ao seu redor. "E agora eles tiveram coragem de me convidar para o casamento, como se não fosse um tapa na minha cara!" ela choramingou em seu ombro. "Eu tenho que ir e assisti-los se casando! Porque se eu não for, todo mundo vai falar e todo mundo vai saber que ele me magoou, e eu vou causar uma cena só de não estar lá!"
Oliver a balançou gentilmente enquanto ela continuava a soluçar em seu ombro, esfregando as costas dela. "Está tudo bem, Chloe."
"Mas não está!" ela disse de repente, afastando-se dele com olhos histéricos. "Eu namorei uma pessoa depois de Jimmy Olsen, e foi um completo fiasco! Ele era... era..." ela não conseguiu terminar a frase, "E agora eu tenho que ir ao casamento deles, sozinha e patética para todo mundo ver."
Tentado a perguntar sobre o segundo namorado 'fiasco', Oliver optou por outro assunto. "Ei, ei, ei! Você não está sozinha ou é patética e miserável! Droga, Sullivan! O que eu sou? Um insignificante?"
Chloe riu com amargura à piada. "Oh, qual é, Oliver? Não podemos manter essa mentira até a próxima primavera. Seria ridículo. Eu ia te ligar hoje para discutir o término antes da Ação de Graças. Eu não quero meus pais muito apegados a você, senão vai ser muito difícil quando terminarmos. Eu tenho certeza que agora já vai ser difícil para os nossos pais."
Oliver não soube o que dizer. Ele não tinha antecipado aquele assunto. Antes do Dia de Ação de Graças? Faltava apenas uma semana. Em outros tempos ele ficaria aliviado em ter sua vida de volta. Agora ele já se sentiu amargando a ausência de Chloe em sua vida. Era bom chegar em casa e encontrá-la ali, tomar café com ela, ter alguém por perto que suportasse os eventos sociais. Ele passara a gostar da companhia dela e de sua amizade, e ele não tinha certeza sobre como lidaria com a notícia da aposentadoria de seu pai sem ela, mesmo que ele tivesse suspeitado que ela vinha lhe evitando há alguns dias, desde que compartilharam uma cama.
Afastando os pensamentos egoístas, ele novamente voltou sua atenção para ela. "Chloe, comigo ou não, você é uma mulher completamente incrível. Todo mundo nesta cidade que te conhece, te respeita. E seus amigos te amam. As pessoas que trabalham com você estão convencidas de que possuem o melhor emprego do mundo -- o que eu garanto, é uma grande conquista. Você é formidável e incrivelmente atraente. Os homens babam por você o tempo todo e você nem nota--"
Ela bufou e Oliver soube que ela não acreditava nele. Ele revirou os olhos.
"Sério, Sullivan. Você sabe quantos caras me perguntaram se você tem uma irmã ou uma amiga para apresentar? Ou melhor ainda, se podem pedir seu número para quando eu estragar tudo? E Harvey Dent? Não ache que ele não vai te ligar quando isso entre nós acabar!" Ele disse para encorajá-la, tentando não pensar no fato de que aquela ideia o irritava muito. Ele se perguntou mais de uma vez o que ela teria dito a Dent para explicar o repentino noivado.
"Não seja ridículo", Chloe balançou a cabeça. "Harvey é só um bom amigo. Eu não namoro ninguém há anos. Eu não transo há anos", ela gemeu miseravelmente, deitando a cabeça e olhando para o teto.
Oliver ficou apenas olhando. Ele sabia que fazia um tempo, mas... não. Claro que não. "O que você está falando?"
"Faz anos. E é uma drooooga", ela gemeu, agora voltando a cabeça para a frente de maneira petulante.
"Espera aí. Eu não acredito nisso. Uma mulher como você?"
"Caso você não tenha notado, Queen, eu nunca fui atraente."
Oliver balançou a cabeça. "De jeito nenhum. Você tem que ter recebido ofertas. Se você não transa há anos, então é definitivamente por opção."
Um olhar estranho atravessou o rosto de Chloe e ela olhou para Oliver. Ela abriu a boca para tentar explicar, mas sua cabeça estava girando de todo o vinho que tomara, e agora ela estava cansada também. Sua visão estava ficando embaçada.
"Claro que tive ofertas. Eu só... tenho algumas questões." Ele ficou olhando para ela sem entender, então ela completou. "Questões sobre confiança."
Oliver franziu a testa. Não que ele não tivesse entendido. Ele respeitava que alguém dissesse não ou escolhesse esperar para transar. Mas havia algo no jeito como ela falou que o incomodou, era mais do que lidar com alguém que tinha lhe traído. Então ele perguntou. "Como assim?"
"Tudo com Davis me assustou", ela confessou, esquecendo que Oliver não sabia o que aquilo significava. "Eu só... desde então eu só... eu não consigo... estar num relacionamento."
Oliver estava ficando exausto de tentar entender. Ela estava triste por Jimmy ou pelo tal Davis? "O que aconteceu com Davis?" ele perguntou. Claramente havia algo ali.
A postura de Chloe mudou, braços cruzados e encolhida. "Eu quero dormir", ela disse. "Eu não quero mais falar nisso."
"O que ele fez?" Oliver perguntou, instintos protetores surgindo. Ele não queria perguntar. Por mais que ela estivesse chateada, ela claramente precisava ir pra cama e ter uma boa noite de sono, e ele não tinha nada a ver com isso. Mas ele queria saber o que o tal Davis tinha feito com ela. Ela tinha um olhar vitimado no rosto que não pertencia a visão que ele tinha dela. Chloe era muitas coisas, mas vítima definitivamente não era uma delas.
Chloe se abraçou com mais força, agora se recusando a encontrar o olhar de Oliver enquanto falava baixinho, cuspindo as palavras que nunca se permitiria dizer sóbria. "Começou tudo bem. Eu o conheci no fim do meu relacionamento com Jimmy. Eu sabia que ele gostava de mim, mas ele respeitava meu relacionamento com Jimmy. Ele nunca cruzou nenhum limite. Quando as coisas terminaram com Jimmy, acho que eu me reconectei com ele. Ele era bonito e heroico -- um paramédico -- e charmoso. Ele me arrebatou e a princípio tudo bem porque era bom ter alguém de novo e não sentir o coração partido. Mas eu fiquei com medo de ignorá-lo como fiz com Jimmy. Então eu deixei ele me convencer de muitas coisas. Eu comecei a passar menos tempo no trabalho e isso atrasou muito meu progresso na revista. Eu fazia o mínimo e voltava pra casa, pra ele. Fomos morar juntos. E então tudo começou... a mudar. Não era só negligenciar o trabalho. Eu estava evitando meus amigos e familiares. Ele tinha... um lado ciumento. Ele tinha problemas especialmente com Clark e Jimmy. Jimmy ainda se importava comigo e ele não gostava de Davis. Embora ele tenha sido ruim pra mim. Davis odiava Jimmy e eu ainda conversava com ele, e ele estava convencido de que havia algo acontecendo entre Clark e eu. E então ele começou a me manter longe de minha família... Lois, meus pais, até dos Kents. Eu mal saía do apartamento, exceto para ir às aulas, e quando me formei, para ir ao trabalho. Ele foi se tornando cada vez mais controlador em cada área do nosso relacionamento. Ele nunca... ele nunca me bateu, mas era--" ela engoliu seco. "Era definitivamente abusivo. Eu estava sempre me sentindo culpada, e eu--" ela arrancava as palavras, como se estivessem alojadas em sua garganta há anos. "Eu queria deixá-lo, mas tinha muito medo, acho que ele sentia porque ele se tornou mais e mais poderoso. Sexo se tornou... era um jeito de mostrar quem mandava." Ela estava tremendo de novo e Oliver tocou seu ombro, incerto de como mais acalmá-la. "Isso aconteceu por mais de um ano até Lois entrar em cena. Ela suspeitava que havia algo errado, e finalmente, me confrontou. Ela sempre foi como uma irmã pra mim, então eu não pude mentir pra ela. Eu contei tudo e ela me ajudou a sair. Usou as conexões do pai dela para prender Davis. Então depois ela trabalhou o sistema para que ele pudesse ser forçado a receber ajuda. Eu perguntei a ela uma vez e... acho que ele acabou ficando bem no fim. Ele tinha alguns problemas, mas nunca foi de fato uma má pessoa. Quanto a mim... eu só..." Ela respirou tremulamente. "Eu não tenho um relacionamento desde então... qualquer tipo de relacionamento. Parte de mim ainda tem medo. A outra parte assume que ninguém vai entender meu estilo de vida. Jimmy e Davis não entenderam. Por que alguém seria diferente? Eu sou egoísta no fim do dia. Eu sempre coloco o trabalho em primeiro lugar."
Oliver estava em choque. Havia tantas coisas que ele queria falar. Tantas coisas que o perturbavam e entristeciam, mas sua última frase não disse muito. "Isso é ridículo!" ele exclamou. "Você sempre coloca seus amigos em primeiro lugar. Não foi você quem ficou furiosa por eu ter quase perdido o casamento de AC? E você contratou Mia, mesmo ela sendo provavelmente uma das candidatas menos qualificadas que você tinha. E você saiu do trabalho hoje só para ver seus pais, embora fosse inconveniente pra você. Bom Deus, Chloe, eu nunca conheci ninguém tão altruísta quanto você!"
Em vez disso fazê-la sorrir, ouvir algo tão doce só fez Chloe chorar de novo, e ela enterrou o rosto no peito de Oliver, agarrando-se a ele como se sua vida dependesse disso.
"Ok, Sullivan", Oliver disse, correndo a mão por suas costas. "Está tudo bem. Você passou pelo inferno em sua vida. Você só precisa por pra fora." Ele suspeitava que ela nunca se permitira fazer isso antes. Era provavelmente saudável. Ele se encontrou maravilhado com o quanto isso mudou a percepção que tinha dela. Ele nunca a vira tão vulnerável ou pequena. Ela era sempre confiante e segura de si, comandando uma sala inteira. Ele não conseguia imaginar ninguém a manipular do jeito que o tal Davis fizera. Mas eu estou vendo o produto final, ele se relembrou. Esta é quem ela se tornou por causa daquele cara. Quem sabe como ela era antes?
Então era aquilo que Lois se referira quando pediu que Oliver conversasse com Chloe sobre seu passado. Ele podia ver o porquê. Chloe carregava muita bagagem. Dois relacionamentos reais e no primeiro foi traída e no segundo, abusada. Não era de se admirar que ela fosse conhecida na mídia por ser introspectiva e chamada de 'rainha gelada'. Ele vinha se perguntando sobre o apelido há algum tempo. Às vezes, combinava com ela, mas entre os amigos e familiares, ela era a pessoa mais verdadeira e calorosa que já conhecera. Só o sorriso dela era suficiente para iluminar uma sala. Mas aquelas pessoas tinham conquistado sua confiança. Para os demais ela era distante e fechada. Era como ela se protegia do resto do mundo. E de mim, ele acrescentou, pensando em como ela agiu quando se conheceram. Sem risos, sem sorrisos, apenas respostas sarcásticas e diretas. Isso fez seu coração despencar um pouco, sabendo que ela o considerava um estranho. Ele amaria ter aquele sorriso caloroso dirigido a ele algum dia.
Ele a abraçou por um longo tempo enquanto ela continuava chorando, sua camisa ficando encharcada das lágrimas. Ele não se importava. Ele amaria sair e fazer algo para ajudá-la, mas um falso-noivo não saía por aí esmurrando ex-namorados. E como exatamente você protege alguém de seu passado? Ele não podia lutar com fantasmas.
Silenciosamente, uma pequena descoberta surgiu na mente de Oliver sobre como toda aquela informação tinha lhe atingido, e sua reação a ela. Algo tinha definitivamente mudado entre ele e Chloe, mas ele não estava pronto para admitir ainda. Ele não tinha coragem. Então sua mente deixou para pensar nela depois, guardando a informação em um pequeno canto do coração de Oliver, para ser retomado quando se tornasse mais relevante.
Quando Chloe parou, finalmente enxugando o que deve ter sido a última lágrima, Oliver a carregou até seu banheiro. Novamente ele a sentou no balcão, então correu uma toalha molhada em água morna em seu rosto para limpar o sal e a máscara, deixando a toalha sobre seus olhos por um momento para acalmar a vermelhidão. Chloe se permitiu ser cuidada, incapaz de resistir ou se incomodar que alguém estivesse tomando conta dela. Ele a forçou a tomar outro copo de água, então pegou seu pijama e a ajudou a se trocar. Ela se segurou nele para não cair e o permitiu carregá-la até a cama dele, onde ele a deitou sob os lençóis. Momentos depois ele se juntou a ela, puxando-a contra seu peito e passando um braço ao seu redor. Só então sua cabeça parou de girar e ela se permitiu dormir.
Duas vezes na noite ela acordou com ânsia de vômito, e vagamente percebeu a presença dele ali também, ajudando a segurar seu cabelo, ajudando-a a lavar a boca e forçando-a a tomar mais água antes de dormir de novo, para que não ficasse desidratada.
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Quando Chloe acordou na manhã seguinte, no entanto, ele não estava lá, e apesar de sua cabeça latejando e estômago revirando, ela estava ligeiramente desapontada. Ela gemeu miseravelmente e girou para o outro lado.
"Espera um pouco, Edward, acho que ela está acordada", disse uma voz. As palavras não faziam sentido. Seu cérebro não conseguia processar quem estava falando e sobre o quê. "Sim, sim, está ótimo." Uma pausa. "Bem, ela vai ter que aceitar. Não, não se preocupe, eu vou cuidar dela."
Cuidar de quem? Dela? Ela fechou os olhos com força, irracionalmente pensando que alguém estava planejando matá-la. Bom. Talvez assim o quarto parasse de girar.
"Ei, Raio-de-Sol", a voz disse, muito mais próxima e dirigida a ela agora. Chloe choramingou e escondeu o rosto no travesseiro, saboreando a fria escuridão. "Você deveria comer alguma coisa", a voz encorajou. "E beber." Sem resposta. "Eu também trouxe analgésico e antiácidos", cantou tentadoramente.
Chloe inclinou a cabeça para o lado e olhou para a pessoa. Era Oliver, segurando uma bandeja com ovos mexidos, torrada, água, suco, e sim, remédios. Ela aceitou a bandeja agradecida, muito de ressaca para ficar envergonhada por estar na cama dele.
Espera.
Ela estava na cama dele. O que ela estava fazendo na cama dele? E de pijama. Uma breve imagem de Oliver a ajudando a se trocar voltou à sua mente. Seu rosto inteiro ficou vermelho. Aparentemente ela não estava tão de ressaca para ficar envergonhada. O que aconteceu na noite anterior? Tudo era um branco. Ela se lembrava de ter ido pra casa com uma sacola de vinho e então pouco depois vieram as primeiras garrafas. Sua mão doía. Ela olho e viu o curativo. Como aquilo tinha acontecido? Uma imagem de uma garrafa quebrada voltou e mais nada.
E então ela se lembrou do convite de casamento. Seu corpo inteiro afundou na cama em humilhação. "Oh, meu Deus", ela gemeu. O que ele deveria estar pensando dela?
Ele ainda a observava. Ela olhou pra ele nervosamente, mas não havia julgamento em seus olhos. Ele estava apenas esperando para garantir que ela fosse comer. "Eu... não acho que 'sinto muito' seria suficiente?" ela disse timidamente.
Oliver riu. "Sinto muito pelo quê? Ficar bêbada?"
"Por ficar bêbada, derramar vinho no seu chão e de algum jeito acabar em sua cama. E eu não me lembro muito mais, então acho que foi algo inacreditavelmente nada atraente para lidar. Eu sinto muito." Ela gemeu e recostou a cabeça contra a cabeceira da cama.
"Coma alguma coisa", Oliver disse. "E você não tem nada pelo que se desculpar. Você teve um dia ruim e bebeu. Todos fazemos isso. Mas só lembre-se da próxima vez que você não tem que comprar vinho barato, minha adega é sua adega", ele brincou. Chloe não pareceu convencida, então ele repetiu. "Coma alguma coisa. Você vai se sentir melhor."
Humildemente, ela se serviu de uma pequena quantidade de ovo e sentiu cair em seu estômago. Comer era bom. Garantia sustância. Ela comeu mais um pouco, então pegou o suco e tomou uma aspirina. Depois comeu mais ovo e uma torrada.
"Então, eu fiquei no telefone com seu assistente a manhã toda. Eu disse a ele que você foi dormir tarde e que precisava dormir um pouco mais, mas não se preocupe, eu o convenci que não tinha nada a ver com você ter saído mais cedo ontem. Você só estava trabalhando muito ultimamente. Suas reuniões matinais foram remarcadas, e a última prova do vestido vai acontecer aqui em vez de seu escritório. Mia e Edward estão cuidando do resto."
Chloe olhou pra ele boquiaberta. A aspirina não estava funcionando rápido o suficiente. Ela não conseguia processar o que ele estava lhe dizendo. Ela esfregou as têmporas e fechou os olhos. "Devagar e com menos palavras", ela suplicou.
Ele riu de novo e se sentou na cadeira perto da cama. "Tudo sendo resolvido no trabalho. Vestido estará aqui em duas horas."
Ela assentiu em compreensão, mas rapidamente parou quando aquilo fez sua cabeça doer mais. "Obrigada. O que... o que aconteceu ontem? Como eu acabei aqui?"
Oliver franziu a testa. Ele não tinha percebido que ela estava tão bêbada a ponto de esquecer da noite anterior. "Do que você se lembra?"
"Partes e pedaços... eu derrubei uma garrafa de vinho. Você limpou. Acho que você me fez comer alguma coisa... e..." seu rosto ficou vermelho de novo quando se lembrou dele ajudando-a a se trocar. "Basicamente isso", ela se apressou, pulando aquele detalhe. O que ela estava pensando? Como ela podia se comportar daquele jeito na casa de outra pessoa?
"Ah." Oliver não sabia bem o que dizer. Ela não se lembrava de ter desabafado. Ele deveria dizer a ela? Ou ela ficaria ainda mais envergonhada por ter lhe contado algo tão íntimo do passado? Ele tinha certeza que sim. Então deu de ombros. "Parece que seu ex-namorado está se casando e você estava chateada. Nada demais. Comemos frango e conversamos sobre como ele é estúpido por deixar alguém como você ir embora. Você quis assistir comédias românticas e tomar sorvete, mas eu exigi que você fosse pra cama."
Chloe franziu a testa. Ela sinceramente duvidava que aquilo tivesse acontecido. Exceto claramente pela parte onde ele a ajudou a ir pra cama. Ele parecia cansado. Ela se lembrava de ter vomitado à noite e fechou os olhos de vergonha. Ele tinha se levantado para ajuda-la. O que ela tinha feito com o pobre homem?
"Escuta", ele disse, "eu quero conversar sobre o que estamos fazendo."
A isso, Chloe olhou para cima. Ele ia encerrar o trato depois daquilo e ela não o culpava. Ela tentou não pensar em porque se sentia amargamente desapontada que tivesse conseguido arruinar seu falso-noivado com alguém.
"Eu sei que você estava pensando em terminar tudo antes dos feriados, mas estive pensando sobre isso a manhã toda, e qual a razão de um falso-noivado com um bilionário se você não pode exibi-lo no casamento de seu ex-namorado?"
Ela precisou de um momento para entender o que ele estava dizendo. E então compreendeu. "Espera... sério? Você quer estender?"
Ele deu de ombros, os olhos brilhando. "Eu não sei você, mas eu estou até me divertindo com isso, eu pessoalmente acho que fazer seu ex se arrepender por ter te deixado seria incrivelmente divertido."
Chloe não podia se importar menos com o que Jimmy pensava dela. Eles estavam numa boca tanto que ele sentiu necessidade de convidá-la para seu casamento, obviamente. Fazia muito tempo que não pensava em porque ela e Jimmy não ficaram juntos. Ela não era certa pra ele, e era bem possível que ele também não fosse certo pra ela. O que a entristecera na noite anterior foi a convicção de que ia morrer sozinha. Os únicos relacionamentos que tivera depois de Jimmy foram completamente insalubres. Davis, e agora um noivado falso com Oliver Queen. Mas o que Oliver estava se oferecendo para fazer era incrivelmente gentil. Ela não teria que ir ao casamento sozinha. E embora quisesse recusar a oferta, não conseguia fazê-lo.
"Tem certeza?" ela conseguiu perguntar. "É na próxima primavera. É um tempo longo para manter o disfarce. E têm os feriados no meio."
Claramente ele esperava sua resposta. "Como eu disse, tem sido meio que divertido até agora. E meus pais estão apaixonados por você. O que é insano porque eles nunca gostaram de nenhuma mulher com quem de fato namorei. Então eu deduzi que quando terminarmos, vamos fazer de um jeito amigável. De um jeito que ninguém saia muito ferido. Além do mais, eu não me importaria muito se você ficasse por perto quando isso acabar." Ele estudou a reação dela às suas palavras cuidadosamente. "Quer dizer, eu definitivamente consideraria você uma amiga a este ponto. Acho que seria uma pena perder isso."
Chloe assentiu. Talvez ela estivesse apenas muito bêbada para pensar, mas o que ele estava dizendo soava bom. Oliver era um amigo àquela altura. Definitivamente. Você não pode passar por isso com alguém e não ficar amigo de um jeito ou de outro. Ela não gostava da ideia dele sair completamente de sua vida quando terminassem as coisas. E se fosse honesta, não estava muito ansiosa para terminarem. Seria bom ter alguém por perto nos feriados. Era normalmente a época mais solitária do ano pra ela. Só ter uma razão para evitar todos os comentários sobre sua condição de solteira seria um progresso em relação aos anos anteriores.
"Ok", ela disse. "Então vamos manter até depois do casamento de Jimmy e Kara."
Oliver sorriu. "Ótimo. Agora é melhor você terminar de comer e ir tomar banho. Nós temos que estar prontos para a festa de hoje à noite." Ele foi para a porta. "Vou trazer café quando seu estômago estiver melhor."
Ela assentiu e então um segundo depois o chamou. "Espera! Como assim 'nós' temos que estar prontos?"
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QUINZE
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Caramba!! Que passado... pobre Chloe ser traída pelo Jimmy e então manipulada pelo Davis... aliás, essa história do Davis me lembrou de uma fic da Clara (cadê a Clara, hein??)...
ResponderExcluirMas, o bom é que agora tivemos o Ollie cuidando da Chloe, e já percebendo que as coisas mudaram!! =DD
GIL
Oi, GIL, bem que a Clara podia voltar mesmo...
ExcluirSim, agora o Ollie sabe um pouco mais da história dela, ou seja, as coisas começam a mudar... Bom pra nós :D
Esse capítulo, pra mim, é um divisor de águas... Entender os motivos da Chloe ser como é, e enxergá-los do ponto de vista do Oliver, as impressões dele, os sentimentos dele [o ciúme do Jimmy, a raiva pelo que Davis fizera a ela, a proteção e o carinho com a Chloe]... A partir de agora tudo vai mudar!!!!!!!
ResponderExcluirDefiniu bem, Ciça. Esse capítulo marca a mudança na relação dos dois, vamos então nos preparar para os momentos que estamos esperando...
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