Never A Bride (23/27)

Título: Noiva Jamais

Resumo: Quando um jornal publica uma falsa notícia de noivado entre Oliver Queen e Chloe Sullivan, e todos os seus amigos ficam animados, Chloe e Oliver decidem fingir um falso noivado e terminar, para provar a seus amigos o quão errados eles são um para o outro. Porque eles vão terminar, certo?

Autora: the_bluesuede

Classificação: NC-17

Categoria: Romance/Humor.

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Nota: Esta tradução foi sugerida pela Ciça. 

Chloe se mexeu no assento e gemeu. Ela vinha tentando se concentrar em encontrar um título para a matéria em sua frente, mas deixando o fingimento de lado, ela enterrou o rosto nos braços sobre a mesa. Seu corpo estava sibilando e suas coxas estavam doendo como lembrete da noite anterior com Oliver. Toda a manhã, lembranças voltavam a sua mente, colorindo suas bochechas e tornando impossível se concentrar.

O interfone soou e a voz de Mia preencheu o escritório. "Srta. Sullivan..." ela perguntou hesitante, observando Chloe através das paredes de vidro do escritório, "...mais café?"

Seria o quarto copo desde sua chegada ao trabalho, duas horas antes. Chloe suspirou e apontou os polegares para cima. Abençoada Mia por ir trabalhar no dia de Ano Novo. Era opcional, e ela estava pagando dobrado pelo dia, mas ela e Edward foram uns dos poucos que aceitaram.

"Eu não entendo", Edward disse quando apareceu com o café momentos depois e colocou em suas mãos. "Por que vir trabalhar se você está de ressaca?" ele perguntou, deduzindo que ela havia bebido durante o réveillon.

"Eu não estou de ressaca", ela grunhiu.

"Certo", ele disse incrédulo. "Então, o que aconteceu?"

Eu estou me escondendo do meu noivo. Ela se encolheu. Falso noivo. Eu estou me escondendo do meu falso noivo, ela corrigiu seus pensamentos. Ignorando o assistente bisbilhoteiro, ela abriu o e-mail. Havia uma carta de demissão de Louise, que Chloe vinha esperando. Louise pensava que Chloe não sabia sobre a proposta de trabalho que recebera de um dos competidores da Whistle, mas Chloe sabia há algum tempo.

Indiferente, ela tomou outro gole do café antes de apertar o interfone. "Mia, estou promovendo você", ela disse calmamente. Houve uma série de barulhos do outro lado do vidro, quando Mia acidentalmente deixou cair vários pares de sapatos.

Edward, que também já esperava por aquilo, riu, mas então ergueu uma sobrancelha a Chloe. Ele se inclinou por sobre o ombro dela e viu o artigo que lhe dava tanto trabalho. "Faça algo simples. Estúpido."

Chloe engasgou. "Como é?" ela olhou para ele, chocada.

"O título. F.A.S.E. Faça Algo Simples, Estúpido. O artigo é sobre como as pessoas de mais sucesso são as que sabem como priorizar, e então as coisas que os assistentes usam para ajudá-las a se manterem organizadas e focadas em seus objetivos, das tablets aos notebooks. É sensual, vai direto ao ponto... Acho que funciona."

Chloe ergueu uma sobrancelha, pensativamente. "Sem mencionar que podemos colocar um anúncio da tablet da QI numa página lateral. O slogan da nova campanha deles é Elegância Simples. Se isso não vender o produto, não sei o que venderá." Ela olhou para Edward. "Algumas vezes, acho que podemos apenas colocar uma peruca loira em você, e você fará um trabalho melhor do que eu faço."

"Acho que deve haver algumas outras diferenças. Mas ei", ele sorriu, "tem um entregador lá embaixo que acho que vai te animar. Posso mandá-lo subir?"

Chloe franziu a testa. "De onde é?"

Edward sorriu. "É uma surpresa."

"Não é de Oliver, é?"

"Nãoooo", Edward deu um risinho. "Eu imagino que ele sabe o que você acha de presentes surpresa."

Choe forçou uma risada. "Certo. Bem, agora estou curiosa. Claro, mande subir. É grande?"

"Sim, na verdade é."

Chloe o observou pensativamente. Ele saiu e colocou uma mão no ombro de Mia. Ela ainda parecia zonza e confusa. Chloe sorriu enquanto Edward dizia alguma coisa a ela antes de mandá-la entrar no escritório de Chloe.

Chloe discutiu com Mia como ela se sentia assumindo o cargo de Louise, enquanto esperavam por Edward. Alguns minutos depois ele e um dos estilistas apareceram no elevador, arrastando um manequim adornado com um lindo vestido branco, atravessando a sala e indo para dentro do escritório de Chloe. Gentilmente, eles o posicionaram ali.

Chloe olhou para o vestido horrorizada. Seu rosto ficou completamente sem cor. "O que--" ela engoliu em seco. "O que é isto?"

Mia sorriu. "É um vestido de casamento, duh!" Ela se recompôs e rapidamente acrescentou, "Srta. Sullivan."

Chloe acenou com a mão. "Mas... para quem é?" ela perguntou cuidadosamente, temendo a resposta.

Edward deu risada enquanto o estilista entregava a ele um envelope que viera junto ao vestido. "Bem, deduzimos, que como única candidata nesta sala a um vestido de noiva, é para você." Ele passou a ela o envelope. "Mas você nos diz."

Chloe abriu o envelope creme e viu o familiar papel de carta.

Minha Querida Chloe:

Minha boa amiga, eu sei que você não decidiu quem você vai vestir para o casamento, e você de maneira alguma deve se sentir obrigada, mas eu estava inspirada e não pude resistir. Este vestido é para você, um símbolo da nossa amizade, para que você faça com ele o que quiser. Minha linha de primavera não só está a sua disposição, como também foi dedicada a você. Minhas sinceras congratulações às núpcias iminentes.

Com Amor, 

Vera

Chloe levantou os olhos lentamente para o vestido diante dela, como se ele soubesse que ela havia pecado e preparado a alma para o inferno. Vera a conhecia muito bem. Tudo sobre seu gosto, o estilo simplista que apenas Vera poderia criar. Marfim, em vez de branco puro, alças finas em vez de grossas, decote coração, um corpete em linha, no qual seria difícil respirar -- seria quase sufocante -- e uma saia rodada da mais fina seda e chiffon, girando sua teia de mentiras, caindo até o chão.

"Ela está bem?" A voz de Mia entrou em sua consciência. "Parece que ela vai desmaiar."

"Srta. Sullivan? Srta. Sullivan, está tudo bem?"

Alguém estava correndo até seu lado, provavelmente Edward, para garantir que ela não caísse. Ela deveria realmente parecer doente.

E então, como se o universo estivesse lhe mandando arrumar a bagunça, Oliver apareceu.

"Ei, espero não estar interrompendo nada. Eu vim te buscar para almoçar--" ele parou, vendo o estado em que Chloe estava. Ela encontrou o olhar dele, quase tremendo de pânico, então virou o rosto para o vestido de noiva. Oliver seguiu seu olhar e viu o vestido. A expressão dele ficou neutra, lábios apertando.

"Sai todo mundo", Chloe murmurou.

"O quê?" Edward perguntou. "Srta. Sullivan--"

"Sai", ela arfou, "todo mundo. Eu preciso conversar com Oliver."

Todo mundo permaneceu onde estava até Chloe gritar.

"SAI! TODO! MUNDO! Levem o vestido, por favor", ela acrescentou desesperada.

Oliver se recusou a se mover e se recusou a tirar os olhos de Chloe enquanto as outras três pessoas corriam para pegar o vestido, tirando-o rapidamente dali. Edward e Mia mandaram alguns olhares de preocupação na direção de Chloe, mas não disseram nada. Chloe não os viu, ela ainda estava olhando para o vestido, como se ele estivesse tentando matá-la.

A porta foi fechada e todos sumiram de vista, deixando Chloe e Oliver com o silêncio zumbindo em seu ouvido.

"Chloe--" ele começou, mas Chloe o interrompeu.

"Deixamos ir longe demais", ela disse, ainda olhando para o local onde o vestido estivera.

"Chloe--"

"Oliver, não!" Chloe disse, lágrimas começando a queimar seus olhos. Ela piscou furiosamente para segurá-las, não querendo que seu emocional fosse comprometido. "O que estávamos pensando? Olha o que está acontecendo. Aquele vestido... foi um presente pra mim. Vera Wang dedicou a coleção de vestidos de noiva de primavera a mim. A um casamento falso", ela sibilou, fechando os olhos em horror.

Oliver engoliu com dificuldade.

"Oliver", Chloe sussurrou seu nome, "estamos tão afundados nisso tudo que nem sei como vamos chegar à superfície. Fomos mais longe do que consigo sequer imaginar", ela abriu os olhos e olhou para ele em súplica.

Oliver deu um passo adiante, mas ela deu um passo atrás. Ele parou. "Chloe... eu sei que isso saiu do controle. Eu sei que saiu, mas--"

"Temos que terminar. Hoje. Agora. Antes que machuquemos alguém."

Oliver pareceu ter sido atingido por uma flecha. "Chloe, por favor, eu--"

"Não diga", ela ergueu a mão, balançando a cabeça. "Eu estou te implorando, não diga."

"Chloe, estou apaixonado por você."

"Oh. Deus. Oliver!" ela disse, e as lágrimas começaram a descer incontrolavelmente. Ela agarrou a cabeça. "Oliver, você não pode dizer isso. Você não pode."

"Eu estou dizendo, Chloe."

"Não!" ela gritou. "Não! Você não vê? Não sabemos mais a diferença entre ficção e realidade! Isso foi tão longe que saiu de controle, Oliver. Começou como uma piada, você não vê? Estamos brincando com as pessoas. Com nossos amigos e famílias, e somos culpados por isso. Eu me recuso... eu não vou continuar mentindo para as pessoas que eu gosto."

Oliver balançou a cabeça, caminhando na direção dela, não se importando quando ela se afastou. Ele colocou as mãos nos braços dela. "Chloe, diz pra mim que você não sente nada. Eu não me importo que você esteja assustada. Eu não me importo que você queira mudar tudo, se você quer contar tudo, eu entendo, de verdade. Mas não me diz que você não me ama também."

Lágrimas corriam pelo rosto dela enquanto olhava pra ele. "Oliver, eu não sei mais de nada. Tudo que temos é baseado em mentiras. Isto tudo é um engano tão grande, que nunca achei ser possível. Não", ela balançou a cabeça, fechando os olhos novamente. "Nem eu achava que este tipo de farsa fosse possível", ela se corrigiu. "Qualquer coisa que eu sinta por você... eu não sei se é real."

"É real, Chloe", Oliver insistiu, qualquer coisa para convencê-la. "Sempre foi real quando estamos um com o outro. Desde o primeiro dia. Eu sei que você sabe disso, Chloe. No fundo, você sabe."

Chloe apenas soluçou, afastando-se dele. Ele parou-a e a beijou, com força. Seus lábios se moldaram aos dela, desesperado para provar que o que havia entre eles não era uma mentira. Chloe soluçou enquanto o beijava, e um momento depois se afastou. "Oliver, não."

Ferido, devastado, Oliver também deu um passo atrás, tentando respeitar a necessidade dela de espaço.

"Por favor", ela sussurrou. "Se você se importa comigo pelo menos um pouco, então vamos terminar isto. É errado. Esta coisa toda é errada. Por favor", ela olhou para ele fervorosamente. "Deixe isto terminar."

Oliver parecia destruído, como se quisesse tomá-la em seus braços e beijá-la até ela mudar de ideia, mas por mais que quisesse abraçá-la, não sabia se conseguiria soltá-la. Então, silenciosamente, ele se virou e saiu.

Ele encontrou Edward enquanto saía, e disse simplesmente, "Ela precisa de um amigo. Entra lá."

Edward instruiu Mia a ligar para Lois Lane e Dinah Curry imediatamente, correndo até o escritório onde encontrou Chloe sentada no chão, agarrando as laterais do corpo enquanto chorava. "Ei, ei", ele passou os braços ao redor dela. "Calma, calma, Chloe", ele disse, era a primeira vez que Chloe se lembrava dele a chamando pelo primeiro nome, "vai dar tudo certo."

Mia apareceu momentos depois. "Eu não sabia o que dizer a elas. Disse apenas que Chloe estava passando mal e precisava de alguém. Era isso mesmo? Ela está bem? O que aconteceu? Onde--" ela parou, prestes a perguntar para onde Oliver fora, mas de repente percebendo que ele saíra. "É melhor levá-la para casa?" ela perguntou baixinho, enquanto Edward continuava a abraçar Chloe.

Edward balançou a cabeça. "Ela chamaria atenção neste estado. Chloe?" ele perguntou gentilmente. "Vamos para a cozinha. Vamos pegar alguma coisa para você beber que não seja cafeinado, e quando você estiver um pouco mais calma, decidimos o que fazer, ok?"

Chloe assentiu, mal conseguindo controlar o choro enquanto Edward e Mia a ajudavam a se levantar.

__________

"Eu não entendo", Lois disse exausta ao telefone para Dinah. "Eles estavam bem no Dia de Ação de Graças. Muito bem."

"E no Natal", Dinah disse, igualmente cansada, olhos correndo pela porta fechada de seu quarto de hóspedes, onde Chloe dormia.

"E você não conseguiu descobrir porque terminou?"

"Nem uma palavra sobre o assunto."

"E Oliver?"

"AC está tentando falar com ele, mas ele não atende o telefone. Ele ficou furioso até Chloe insistir que Oliver não fizera nada de errado. Ela disse apenas que o problema estava nela. Ela quase ficou histérica novamente, então eu disse que ela não precisava falar, e que podia dormir, e então teríamos uma noite de garotas como nos velhos tempos, com um garrafa de vinho e um filme."

Lois tamborilou os dedos sobre a mesa de sua casa, olhando para o anel de noivado em seu dedo e se perguntando o que elas iriam fazer. "E o apartamento dela?"

"Você sabia que ela manteve o apartamento? Eu achei que ela tivesse encerrado o aluguel quando foi morar com Oliver, e que as coisas dela estivessem em um depósito. Eu me pergunto se..." mas Dinah parou, balançando a cabeça. Não havia razão em especular. Claro, Chloe -- cuidadosa, cautelosa, prática -- teria seus medos e dúvidas em ficar noiva. Ela não ficaria surpresa se parte de Chloe tivesse sempre esperado que fosse terminar.

Lois xingou do outro lado. "E o casamento do Luthor? É dentro de um mês."

"Eu não quero que ela tenha que se preocupar com isso agora."

"Você está certa, está certa, eu só não consigo... Deus. Não consigo imaginar o que pode ter acontecido. Quer dizer, você imaginava que isso pudesse acontecer?"

Dinah balançou a cabeça. "Não. Eu não imaginava." Ela ouviu sons vindo do outro quarto. "Acho que ela acordou. Escute", ela sussurrou. "Eu te ligo mais tarde e conto o que mais conseguir descobrir, mas acho que no momento é melhor dar espaço a ela. Ela vai falar quando estiver pronta."

Pensando em como se sentiria se fosse com ela e Clark, Lois concordou prontamente. "Absolutamente. Cuide dela. Queria poder estar aí, mas não sei quando poderei sair de Metrópolis. Vou começar a pedir uma licença ao Perry."

"Ok, tchau Lois. Cuide-se."

"Você, também. E cuide da minha prima, ok?"

"Claro", Dinah disse antes de desligar.

Ela foi para a cozinha e preparou duas xícaras de chá, colocando-as em seus pires antes de ir para o quarto de hóspedes e bater na porta. "Chloe?" ela chamou suavemente. "Você está acordada? Eu te trouxe um pouco de chá."

Houve barulhos de choro antes de ouvir um choramingo, "Sim", através da porta.

Dinah deixou uma xícara sobre o aparador antes de abrir a porta, entrando com as duas xícaras nas mãos.

Chloe estava sentada na cama, ainda em suas roupas de trabalho, embora parecessem amassadas. Seus olhos estavam vermelhos de chorar e seus lábios pareciam brancos e inchados. Ela estava olhando para o anel de noivado em seu dedo. Dinah deixou sua xícara sobre a cômoda antes de entregar a outra a Chloe. "Oh, querida", Dinah disse, alisando o cabelo de Chloe. "Tome isto, você vai se sentir melhor."

Mas Chloe não conseguia parar de olhar para o anel. Ela respirou tremulamente. "Eu tenho que devolver isto a Laura... a Sra. Queen", ela emendou. "Eu tenho que devolver a ela, mas eu..." sua voz a deixou.

"Querida, você não acha que dá para esperar alguns dias? O que quer que seja, talvez você e Ollie precisem apenas respirar um pouco e--"

Mas Chloe estava balançando a cabeça. "Não", ela disse firmemente. "Não, está feito. Graças a Deus não mandamos nenhum convite ainda", ela murmurou.

O coração de Dinah doía, olhando para a amiga naquele estado. "Ok, querida. Sabe do que mais? Você quer que eu cuide disso? Eu posso garantir que seja devolvido a ela."

Chloe olhou para Dinah, repleta de gratidão. "Você faria isso? Eu sei que é covardia, mas depois... depois de tudo, não consigo encará-la."

Dinah assentiu simpaticamente, apertando a mão de Chloe ternamente. "Dê o anel pra mim quando estiver pronta."

Chloe olhou para o lindo anel em seu dedo, brilhando friamente para ela, dizendo que sempre soube que ela não era digna de usá-lo, e ela respirou fundo. "Estou pronta agora", ela disse. Com algum esforço, Chloe se forçou a deslizar o anel pela mão trêmula, removendo-o pela primeira vez desde que tudo começara. Ela o colocou na mão de Dinah e fechou os dedos ao redor. "Obrigada, Dinah", ela arfou, perguntando-se porque não se sentia mais aliviada agora que tirara o anel.

"Claro, querida", Dinah guardou o anel no bolso. "Agora tome um gole do chá antes que o troquemos por vinho", ela piscou, arrancando uma risada de Chloe. O som deixando as duas aliviadas.

__________

"Você... fez... O QUÊ?" Hal gritou pela webcam.

"Eu... ah, Deus, não me faça dizer tudo de novo, Hal", Oliver enterrou o rosto nas mãos, sentindo como se fosse a pior pessoa do mundo.

"Eu só.. oh, meu Deus, que porra você estava pensando Oliver?" Hal exigiu.

"Nunca pensamos que as coisas fossem sair de controle."

"Nunca... ah, pelo... Ollie, no momento em que vocês inventaram esse plano idiota, já estava fora de controle. E então você DORMIU COM ELA!" ele gritou, andando de um lado para o outro no escritório de sua casa, mexendo as mãos como se a única coisa o impedindo de estrangular seu velho amigo fosse o fato de literalmente estarem em cidades separadas. "Quer dizer, porra, Ollie."

"Você não pode contar a Carol sobre isso."

"Contar a C... você está brincando? Você está tirando uma comigo, cara? Eu jamais contaria a Carol nem se minha vida dependesse disso. Ninguém pode saber sobre isso cara, ouviu? Ninguém pode saber que vocês dois inventaram tudo isso. Vocês seriam atormentados para sempre, porra."

Oliver gemeu. "Eu sei, Hal. Eu só... o que eu faço, cara?"

"O que você... que diabos você quer dizer com essa pergunta? Você mantém seu traseiro idiota fora de vista até tudo explodir e você reza para Cristo para que você um dia mereça as pessoas que te amam. O que você faz", ele repetiu em desdém, mandando um olhar feio para a câmera.

"Hal... não é isso. É..." ele murmurou algo ininteligível.

"O quê?"

"Eu estou apaixonado por ela, Hal! Eu me apaixonei por ela, droga!"

Hal olhou pra ele. Então começou a rir, uma risada profunda, estrondosa e indiferente.

"Não é engraçado."

"Oh, eu acho que é muito engraçado, Oliver. Deixe eu ver se entendi: Vocês dois estavam tão cansados de todo mundo tentando juntar vocês que decidiram dizer a todo mundo que já estavam juntos, apenas para que pudessem terminar e provar que estavam todos errados. Mas então, neste meio tempo, você de fato se apaixonou por ela, provando que todo mundo estava certo o tempo todo?"

Oliver olhou feio e Hal gargalhou de novo.

"Cara, você está realmente ferrado."

Oliver fechou os olhos. "Eu sei."

"Bem, o que você vai fazer?"

"Eu acabei de te perguntar isso."

"Oh, diabos, quem dera eu soubesse. Eu jamais faria algo tão estúpido."

Oliver fez uma careta.

"Bem, escuta, cara. Como eu disse, eu acho que você deve ir devagar e não atrair muita atenção para você, porque não importa o que tenha acontecido, a porra da cidade vai te crucificar."

"O que, por quê?"

"Porque todos vão ver o lobo mau Oliver Queen que partiu o coração de Chloe Sullivan, a Queridinha de Star City. Você vai ser um dos homens mais odiados da atualidade."

Oliver gemeu. O que quer que acontecesse, Hal estava certo. Era o que as pessoas iam deduzir. Mas depois de tudo, ele merecia. A coisa toda fora ideia sua. "E Chloe?"

"Se você a ama, você vai descobrir o que fazer. Mas com base no que você me contou, é melhor você dar um tempo por enquanto. Ela precisa se recuperar. Vocês dois precisam. Como você sabe que ela não está certa? Que vocês dois se perderam nas mentiras e nem sabem mais soletrar a palavra 'verdade' agora, muito menos reconhecê-la?"

"Não é ilusão, Hal. Eu a amo. E acho que ela me ama. Só estragamos as coisas." Ele balançou a cabeça, seu corpo inteiro pesado de tristeza.

"Bem, então, se for verdade, você ainda a amará daqui a algumas semanas, quando os dois tiverem clareado um pouco a cabeça. E então você começa a lutar por ela."

"Como?"

"Quem dera eu soubesse. Você é o herói aqui, Ollie. Você vai pensar em alguma coisa. Mas enquanto isso, é melhor você ser muito legal com ela..." ele balançou a cabeça. "Tudo que estou dizendo é que você faça o que ela quer. Quando Curry for buscar as coisas dela amanhã, ajude-o. Seja humilde, desculpe-se e fique longe de qualquer porra de confusão."

"Acho que nunca te ouvi falar a palavra 'porra' tantas vezes."

"Acho que nunca ouvi nada tão estúpido quanto essa porra toda antes. Eu tenho que ir. Estou atrasado para o trabalho." Hal terminou a chamada em vídeo e Oliver fechou a tela do laptop.

"O que eu vou fazer?" ele murmurou pela centésima vez nos últimos dias, desabando contra a cadeira.

__________

Seis semanas depois, Chloe arrumava o vestido e segura a bolsa com mais força antes de sair do carro e entrar na igreja. Fora um grande esforço ir até lá. Lois insistiu uma centena de vezes que Chloe levasse um acompanhante, nem que fosse Clark ou Bart, para que não tivesse que ir sozinha, mas parecia errado. Então, quando seu convite chegou pelo correio no começo de janeiro, para Chloe Sullivan e seu convidado, Chloe respondeu que iria sozinha.

"Chloe!" um dos antigos colegas de trabalho de Chloe acenou para ela no estacionamento. Chloe forçou um sorriso e acenou de volta, mas continuou andando. Ela puxou o casaco contra o corpo até chegar à porta, entregando o convite antes de entrar.

A igreja estava bonita, toda em lavanda e branco, tudo grandioso e imponente. Isso dizia muito sobre Lex, mas o estilo elegante de Lana se sobressaía.

Chloe ouviu outra voz chamar seu nome e sentiu o aperto em seu coração diminuir consideravelmente quando viu Diana e Bruce acenando para ela.

"Chloe, como você está?" Diana perguntou, apertando as mãos de Chloe e beijando seu rosto. "Feliz Dia dos Namorados."

"Eu estou bem, Diana", Chloe retornou o aperto, tentando não se encolher ao ser relembrada do feriado. "Bruce, oi", ela falou, sua voz muito alegre, de um modo exagerado, como se estivesse se esforçando. Ela se ordenou a se controlar enquanto abraçava Bruce. "Eu não achei que vocês conseguiriam vir."

"Voltamos semana passada", Bruce explicou. "E eu realmente odiaria perder o terceiro casamento de Lex, afinal. Este é um evento único", ele brincou e Diana o acotovelou.

Chloe deu uma pequena risada, mas também o censurou. "Bruce."

"Comporte-se", Diana o instruiu, e Bruce sorriu timidamente, passando um braço ao redor da cintura de Diana.

"Bem, senhoritas", ele disse, oferecendo um braço a Chloe. "Posso?"

Agradecida, Chloe pegou o braço de Bruce e o permitiu conduzi-la para dentro. Eles tomaram seus assentos do lado da noiva e Chloe perguntou sobre a lua-de-mel até a música começar a tocar, e a noiva entrar na igreja.

Quando Lana entrou, Chloe ficou sem ar e algo a atingiu. Ela esquecera de colocar lenços na bolsa. Mesmo agora já se sentia soluçando, e não havia Oliver ali para lhe oferecer um lenço. O pensamento fez com que suas lágrimas começassem a correr.

Ela enxugou os olhos com o casaco e ficou consternada ao ver máscara no tecido. Fechando os olhos e suspirando, ela enxugou os lágrimas e se ordenou a se controlar.

Ela observou Lana Lang tomar Lex Luthor como seu marido e se perguntou se o casamento duraria. Ela sempre sentiu que Lana fizesse de Lex uma pessoa melhor, mas conhecendo Lex há tanto tempo, nunca teve a impressão de que ele fosse um homem confiável. E sem confiança, sem honestidade, como poderia haver um relacionamento? Como poderia haver qualquer coisa?

Não poderia. Ela desejava que Lana soubesse o que estava fazendo.

Na recepção, Chloe declinou vários convites para dançar, recusou se levantar para tentar pegar o buquê, e finalmente pediu licença para ir ao banheiro. Ela se trancou em um cubículo e se recostou contra a porta, avassalada de emoções enquanto começava a chorar. Ela vinha se sentindo bem nas últimas semanas. Disse a si mesma que sentia menos falta dele a cada dia, mas não era verdade. Ela estava epenas lidando melhor a cada dia. Não sabia o que faria se não fossem seus amigos, sem Dinah, Lois e Edward. Mesmo Mia era uma bênção cada dia no escritório. Com ela e Edward, Chloe mal ouvira menção ao nome de Oliver ou ao noivado. Edward a informou que ele cuidaria dos cancelamentos referentes ao casamento, que ela não precisava se preocupar com nada. Ela não sabia como teria feito tudo sozinha.

Laura Queen aparecera em seu escritório uma semana depois do Ano Novo. Chloe quis morrer quando Laura a tratou com tanto carinho.

"Eu não sei o que aconteceu, Chloe", ela dissera, "mas eu gostaria que você ficasse com o anel. É seu agora, verdadeiramente."

Chloe começou a recusar, e Laura pressionou.

"Por favor, eu não estou tentando fazer você voltar com meu filho, mas eu quero que você fique como lembrança. Eu gosto muito de você, querida, e desejo que você sempre pense em mim como alguém com quem pode contar a qualquer hora."

Mas Chloe recusou, e para não incomodá-la mais, Laura desistiu da ideia, mas as duas se despediram numa boa.

Ela fora cercada por tabloides algumas vezes do lado de fora de seu apartamento, tentando perguntar sobre seu relacionamento com Oliver. De alguma maneira, a notícia do fim do noivado se espalhara. Eles queriam saber quem tinha terminado com quem, se Oliver tinha lhe traído, se ela tivera dúvidas etc. Um dia ela explodiu e gritou que a vida dela não era da conta de ninguém, que Oliver não fizera nada errado, mas que tinham escolhido seguir caminhos diferentes. No dia seguinte, um guarda-costas que ela não havia contratado, estava esperando por ela quando ela deixou o prédio da Whistle. Quando ela exigiu saber quem o mandara, ele a informou que fora Oliver. Ela tentou mandar o homem para casa, mas ele insistiu, finalmente pontuando. "Escute, eu só preciso garantir que você chegue em casa sem que ninguém a incomode pelos próximos dias. Acho que o cara só está tentando lhe fazer uma gentileza, senhora." Então Chloe concordou.

Ela não ligou para Oliver, não agradeceu. Ela não ouviu uma palavra dele, de fato, desde o dia em que ele deixou seu escritório, depois de dizer que a amava. No fundo, ela não podia deixar de se perguntar por que. Era porque ele estava tentando respeitar suas vontades, ou agora que tudo estava terminado, ele finalmente percebera que não a amava? Percebera que só estava confuso, do mesmo jeito que ela?

A ideia era devastadora, mas de qualquer maneira não fazia diferença. Estava tudo terminado agora. Tudo voltaria lentamente ao normal... o mais normal que pudesse ser. Ela tinha mais dois casamentos para aguentar, e um era o de Lois e Clark. Então tudo estaria terminado. Ela soluçou tremulamente antes de respirar fundo e sair do cubículo. No balcão, ela molhou algumas toalhas de papel com água e limpou o rosto antes de voltar para a recepção. Ela precisava se acostumar com aquilo. Aquela era sua vida, afinal. Sua vida real.

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VINTE E QUATRO

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