Never A Bride (25/27)

Título: Noiva Jamais

Resumo: Quando um jornal publica uma falsa notícia de noivado entre Oliver Queen e Chloe Sullivan, e todos os seus amigos ficam animados, Chloe e Oliver decidem fingir um falso noivado e terminar, para provar a seus amigos o quão errados eles são um para o outro. Porque eles vão terminar, certo?

Autora: the_bluesuede

Classificação: NC-17

Categoria: Romance/Humor.

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Nota: Esta tradução foi sugerida pela Ciça. 

Já são cinco horas? Chloe se perguntou esperançosa. Ela olhou para o relógio. Ainda eram 4:45 da tarde. Ela nunca viu o tempo passar tão devagar. Ela debateu sair mais cedo, mas nunca saía cedo do trabalho a não ser que fosse uma emergência. Como terminar seu falso-noivado, por exemplo. Ela balançou a cabeça. Não queria ninguém pensando que o 'término' estava afetando seu trabalho. Ela ficaria até tarde como sempre fazia. Não era como se não tivesse muita coisa para fazer.

...apenas seu coração não estava ali.

Edward apareceu um momento depois com uma xícara de café nas mãos e entregou gentilmente a ela. Ela olhou para ele e lhe deu um sorriso agradecido. "O que eu faria sem você?"

Ele deu de ombros. "Seria um desastre?"

Ela riu.

"Então, como vão as coisas?" ele perguntou casualmente. Um pouco casualmente demais.

Ela estreitou os olhos. "Bem", mentiu.

Ele balançou a cabeça. "Ah, qual é, Srta. Sullivan? Nós dois sabemos que você mal está conseguindo respirar. Qual é o problema?"

Ela suspirou. "Acho que estou sentindo falta da Lois. Ela está em lua-de-mel e eu não tive mais notícias."

Edward ergueu a sobrancelha, obviamente suspeitando que Lois não fosse a única pessoa de quem Chloe sentia falta, mas ele mordeu a língua. "Bem, por que você não pega o telefone? Não existe nenhuma lei que proíba ligações."

Chloe se encolheu internamente. Diversas vezes por dia ela pegava o telefone, querendo ligar para Oliver, conversar com ele, ouvir sua voz. Mas ela não o fazia. Ela não sabia se isso significava que era forte ou fraca. Ela deduziu que tudo dependia da perspectiva. "Eu não quero ser irritante."

"Eu duvido que alguém fosse se irritar."

Oliver ficaria chateado se ela ligasse? Ele deixara bem claro que a queria de volta em sua vida, insistira que os sentimentos de um pelo outro eram reais. Como ele entenderia se ela ligasse apenas para conversar, embora ainda não tivesse decidido o que sentia? Ela tinha a sensação de que só machucaria os dois ainda mais. "Talvez."

"Sério. Você deveria ligar pra ela."

"Ela?" Chloe piscou. "Ah! Certo! Lois." Ela assentiu distraidamente. "Sim, você está certo. Vou ver se consigo falar com ela em casa."

"Permissão para falar livremente?" Edward perguntou em tom de brincadeira.

Chloe deu um risinho. "Concedida."

"Sua prima não é a única pessoa que gostaria de ter notícias suas."

Os olhos dele se encontraram momentaneamente, sinalizando a Edward que Chloe sabia de quem ele estava falando, mas ela não estava com vontade de discutir.

"Você já contou para alguém?" ele perguntou, já esperando que ela o mandasse embora.

Ela franziu a testa. "Contou o quê?"

"Bem, eu imaginei que agora que você está separada, que talvez tivesse admitido a Sra. Curry ou a Sra. Kent que você fingiu o noivado."

Chloe soltou a xícara de café em surpresa. "Ai!" ela gritou, pulando para evitar que o café manchasse sua roupa. "Oh, meu Deus!" ela olhou para Edward pasma, que apenas suspirou e interfonou para Mia trazer mais toalhas de papel.

"Há quanto tempo você sabe?" Chloe sibilou quando ele soltou o botão do interfone.

Ele deu de ombros. "Bem, eu suspeitei desde o começo que havia algo estranho quando você tentava controlar a imprensa. Você continuava insistindo que o odiava e então do nada vocês estavam noivos. Foi realmente bem estranho. Mas eu tive certeza depois de alguns dias."

"Dias?" Chloe repetiu incrédula.

Ele assentiu enquanto Mia aparecia com algumas toalhas de papel.

"Obrigado, querida", Edward disse, pegando-as da mão dela antes de ela sair novamente. Ele começou a limpar a mesa de Chloe, enquanto ela parecia surpresa demais para se mover.

"Dias?" Chloe disse de novo, ainda incapaz de aceitar.

"Quando estávamos arrumando suas coisas para a viagem até o casamento dos Stone. E depois disso algumas coisas foram confirmando minhas suspeitas, como o fato de que vocês tinham versões diferentes sobre o noivado. Eu fingi que acreditava pelo seu próprio bem."

"Casamento de Victor e Katherine?" ela perguntou, horrorizada. "Isso foi uma semana depois que começamos!"

Ele deu de ombros. "Eu estou perto de você o tempo todo. Eu sei quando você está enganando as pessoas, e eu sei quando você está triste com alguma coisa."

Tudo que ela conseguiu fazer foi olhar pra ele. "Meu Deus... e você não disse nada?"

"Bem", ele disse, jogando fora as toalhas de papel e finalmente se sentando de frente para ela. "Eu não achei que fosse da minha conta. Além do mais, eu tinha a sensação de que se você precisasse contar a alguém, você contaria. Claramente eu estava errado."

"Eu... eu..."

"Posso perguntar qual era o seu plano? E o dele?"

Ela engoliu em seco, esperando um momento antes de responder. "Nós... queríamos provar a todo mundo o quanto estavam errados em relação a sermos certos um para o outro, então eles parariam de tentar nos juntar."

Edward não conseguiu evitar, ele riu, segurando a barriga. "Oh, Deus", ele enxugou uma lágrima do olho. "Isso é exatamente como eu imaginei que fosse."

Chloe revirou os olhos. Bem, pelo menos alguém estava se divertindo.

"Então me diga", ele disse alegremente, "como isso funcionou para vocês dois? A coisa toda de 'provar para todo mundo que vocês não serviam um para  outro'?"

"Edward, você está querendo chegar a algum lugar com isso?"

"Você me diz. Onde vocês querem chegar terminando um com o outro, quando obviamente estão apaixonados um pelo outro? Mesmo sendo algo não convencional?"

Ela ergueu uma sobrancelha para ele, silenciosamente.

Ele bufou. "Por favor, eu já te disse, eu te conheço muito bem. Igual como você sempre soube quando Darren e eu estávamos brigando, ou quando as coisas estavam indo bem. Quer dizer, você pode ser minha chefe, mas eu também te considero uma amiga."

Sua expressão se suavizou. "Eu te considero um bom amigo também, Edward. E eu tenho que admitir, se você descobriu, estou surpresa que ninguém mais tenha conseguido."

Ele ergueu um ombro. "Sua família, seus amigos mais próximos... eles estavam cegos de felicidade por vocês. Eles todos só queriam acreditar, então viram o que precisavam ver. Se algum deles tivesse ouvido o jeito como você falava dele... teriam juntado as peças também." Ele riu nostalgicamente. "Mas realmente, de um amigo para o outro... Eu não sei o que vocês estão tentando provar com este término."

Chloe suspirou, desejando que ainda tivesse café para se acalmar. "Eu não sei, Edward... não é sobre provar nada. É só que nosso relacionamento estava baseado em uma mentira. Mesmo que tivesse se tornado real - o que eu não tenho certeza que aconteceu - como podemos basear um relacionamento nisso?"

Edward franziu a testa, formando um T com as mãos. "Tempo. 'Ainda não tenho certeza'? Do que você está falando?"

"Eu nem sei onde as mentiras terminam e a verdade começa!" Chloe insistiu. "Eu não faço ideia--"

"Você está me dizendo que acha que existe a mínima chance de você não estar apaixonada por ele e vice-versa?" ele perguntou incrédulo.

A hesitação dela foi a confirmação.

"Oh, meu Deus", ele revirou os olhos. "É pior do que eu pensei. Escute, Srta. Sullivan... Chloe, eu trabalho com você há anos, e você nunca foi tão feliz quanto nos últimos meses. Nunca. Você pode honestamente me dizer que já sentiu por alguém o que sente por ele?"

Chloe arregalou os olhos enquanto processava o que ouvia. Ela pensou em Jimmy, em Davis, até mesmo em Harvey Dent. Nenhum deles chegava perto. Nenhum deles a fez se sentir como Oliver fazia. "Eu..." ela parou de falar, incerta do que dizer.

"Exatamente", ele suspirou, feliz que ela não estivesse negando. "Então, o que está te impedindo?"

Ah sim, ali estava o nó. "Eu vou te dizer exatamente o que está me segurando, Edward: O que nós fizemos... foi errado. Foi errado em tantos níveis. Você já viu algumas da consequências! Aquele vestido!" ela gemeu, lembrando do vestido de casamento que a assombrava pelos últimos dois meses.

"Aham, aham... e quais as consequências se vocês deixarem isso continuar? E a felicidade de vocês? Porque me parece que para alguém tão determinada a não deixar alguém lhe dizer como viver, você está se martirizando sem razão."

Ela balançou a cabeça. "Não é isso... Eu não consigo imaginar como podemos construir algo de verdade depois de tudo. E daí se nos apaixonamos um pelo outro? Não há nada saudável nisso! Quer dizer, pelo amor de Deus! Imagine se tivéssemos filhos! O que contaríamos a eles? Ou continuaríamos mentindo para todo mundo que conhecemos pelo resto de nossas vidas?"

Ele deu a ela um olhar piedoso. "Eu não sei. Honestamente, eu não sei como vocês devem agir. Tudo que eu sei é que eu não acho que vocês deveriam estar separados." Ele sorriu suavemente, tirando algo do bolso do casaco. "Eu sei que isso vai parecer insensível, mas eu ainda queria te dar isto." Ele colocou um envelope azul pálido na frente dela.

"O que é isto?" ela perguntou curiosamente, pegando-o.

"Um convite. Darren e eu vamos nos casar em agosto. Estamos sendo bem discretos, mas eu insisti que deveríamos ter pelo menos uma pequena celebração." Ele piscou.

"Oh, meu Deus, Edward!" ela disse, dando a volta na mesa para abraçá-lo. "Eu estou tão feliz por vocês dois", ela disse, olhos marejados. "Parabéns."

Ele a abraçou calorosamente. "Obrigado, chefe."

__________

"Oliver? Oliver! Precisamos conversar!" Laura Queen anunciou, adentrando a sala sem ser convidada.

Oliver olhou para cima, da mesa de seu escritório na Queen Industries, erguendo as sobrancelhas para sua mãe. "Mãe? O que você está fazendo aqui?"

"Oliver, isto já foi longe demais. Eu quero que você faça alguma coisa."

"Espere, o quê?"

"Chloe, Oliver! O que você está fazendo?" ela exigiu saber.

"Mãe", Oliver disse, correndo a mão pelo rosto. "Você precisa ser mais específica. O que tem a Chloe? Alguma coisa aconteceu?"

Ela plantou as mãos nos quadris. "Bem, é exatamente isto que eu gostaria de saber, Ollie. Faz semanas. O que aconteceu? Tudo que eu arranco de você são desculpas ambíguas e coisas sem sentido sobre ela ter ficado com medo. Eu quero saber porque meu filho não está com a mulher por quem ele está claramente apaixonado e que claramente o ama também."

Porque não há nada 'claro' nesta história, Oliver pensou azedamente.

"Filho, você pode-- Laura?" Robert Queen olhou surpreso ao encontrar sua esposa parada no meio do escritório. "Quando você chegou aqui?"

"Robert, faça alguma coisa com seu filho!"

"Eu... fazer o quê?"

Oliver suspirou.

"Eu não sei!" Laura jogou as mãos para o alto em frustração. "Mas é melhor um de vocês fazer alguma coisa ou eu vou deserdar os dois!"

"Agora, só um minuto--" Robert começou.

"Como você pode não fazer nada enquanto ele estraga a própria vida?" ela queria saber. "Você o está encorajando!" ela acusou, apontando o dedo para o marido.

"Querida, isto é entre as crianças. Não podemos controlá-las."

"Eu não aceito isto!" ela insistiu. Oliver percebeu que aquela devia ser a primeira vez que ele via sua mãe tão... sem-pose. Mesmo durante seus dias mais difíceis, ela sempre lidou com as piores coisas que ele já fizera com um ar de dignidade. Ela estava realmente desequilibrada com a situação. "Eu não entendo, Robert! Eu quero saber porque estou sendo privada de ter netos!" ela disse insensata.

"Bem, Ollie", Robert disse, cruzando os braços, "para ser honesto, eu realmente gostaria de saber o que aconteceu." Ele se virou para o filho, que estava se sentindo cercado de repente.

"Pai, não há nada para explicar. Só... não deu certo."

"Isto é ridículo!" Laura disse. "Eu vi vocês dois juntos dias antes de vocês de repente terminarem. Vocês estavam tão contentes como nunca vi antes. Eu nunca vi duas pessoas tão apaixonadas!"

"Por que você não nos conta o que foi dito, Ollie?", Robert disse gentilmente. "Talvez possamos ajudar a juntar as peças do que aconteceu. Pra dizer a verdade eu estou cansando de ver você triste pelo escritório", ele acrescentou.

Oliver segurou a ponte do nariz. "Não há peças para juntar."

"Tudo que eu quero saber é se você ainda a ama?" Robert perguntou. Laura olhou para o marido como se ele estivesse maluco.

"Claro que ele a ama, Robert! Você está em que planeta? Eles são perfeitos um para o outro!"

Robert acenou uma mão para ela. "Eu quero ouvi-lo dizer", ele disse, olhando diretamente para Oliver, esperando.

"Eu..." Oliver tentou ganhar tempo.

"Bem?" Robert perguntou. "Você ama?"

"Bem... sim, se vocês realmente querem saber. Claro que eu a amo."

"Bem, então qual é o problema? Seja lá o que a chateou, você precisa consertar."

"Finalmente!" Laura disse. "Alguém com a cabeça no lugar."

"Não é tão simples assim!" Oliver protestou.

"Eu te digo o que é simples", Laura disse. "Você", ela apontou um dedo para o filho, que se recostou na cadeira nervosamente, "não é bem-vindo em casa até provar que tentou todas as possibilidades de reconquistá-la, entendeu?"

"Mãe!"

"Foi isso que eu vim dizer. Eu não vou ver você arruinar sua vida desse jeito, Oliver. Eu não aceito isso", ela anunciou antes de sair.

Os Queen a observaram desaparecer com expressões estupefatas. Oliver assobiou. "Uau. Ela está... uau, ela está realmente chateada", ele comentou.

Robert ergueu uma sobrancelha para o filho. "Ela não está errada, sabe? Eu espero que você não tenha jogado a toalha, Oliver", ele disse severamente. "Se você a ama, então faça alguma coisa. Porque eu também não estou interessado em te ver desse jeito pelo resto de sua vida", ele disse secamente, mandando um olhar de desapontamento para Oliver, que o fez se mexer no assento desconfortavelmente. Se ao menos seus pais soubessem da história toda.

__________

"Lado no noivo ou da noiva?"

Chloe olhou para o porteiro. Agora aquela era uma pergunta fascinante. De que lado você se senta no casamento de seu ex com a prima de seu amigo por quem ele te deixou? "Eu... uh..." ela olhou ao redor, desesperada por um rosto amigo, mas não reconheceu nenhum. "Hum..." Ex ou destruidora de lares? Ex ou destruidora de lares? ela debateu mentalmente. Ela se perguntou qual deles a convidara? Provavelmente Kara, porque Chloe era muito próxima da família Kent.

"Da noiva", ela disse desconfortavelmente, e ele a conduziu a um assento do lado esquerdo. Era um casamento externo e fazia um lindo dia de sol no Kansas. Chloe desejava ter conseguido enfiar uma bebida em sua bolsa. Vodca... vodca seria de grande ajuda naquele momento. Deus, como eu posso não conhecer uma única pessoa aqui? Chloe se perguntou. Ela ao menos esperava ver um ou dois de seus amigos do Planeta Diário, mas não viu um único rosto. E Lois provavelmente declinara o convite quando o recebera meses atrás, incapaz de se afastar do trabalho mais uma vez naquele ano. Embora Chloe suspeitasse fortemente que ela simplesmente não quisera ir.

Ótimo, Chloe pensou, lentamente percebendo que não só não conhecia ninguém, como também era a única pessoa sozinha. E quanto mais pessoas chegavam, mais ela mantinha os olhos adiante, escaneando o local com sua visão periférica, na esperança de encontrar alguém solteiro com quem pudesse se juntar na recepção. Mas não havia ninguém.

Finalmente, todo mundo se sentou e a música começou, cabeças virando enquanto as famílias entravam. Ali. Pelo menos ela conhecia o Sr. e a Sra. Kent, que Deus os abençoasse. Ela tentou encontrar o olhar deles, mas eles não a viram enquanto passavam. As madrinhas de Kara, vestidas em magenta brilhante, começaram a atravessar o corredor em direção ao altar, junto aos padrinhos. Viu, é assim que se faz, Chloe pensou amargamente. Subir ao altar separados. Não formando pares sem sentido. Ela pensou no casamento de Lois e sua terrível caminhada com Oliver. Ela balançou a cabeça. O destino estava contra ela. Era simples assim. Ela sorriu quando viu Clark entrar, estranho na roupa magenta que Kara selecionou para os padrinhos. Chloe sorriu com ironia. Ela amava aquela cor quando estava no colégio, mas deixou de gostar com o passar dos anos. Ela realmente começara a gostar do dourado para ser a cor de seu casamento. E talvez um pouco de verde peridoto. Ela se chacoalhou. O que ela estava pensando? Ela estava pensando em 'seu casamento' como se fosse um evento que de fato fosse acontecer? Para, Chloe, ela disse a si mesma firmemente, desejando novamente que pudesse ter acesso a uma bebida.

A cerimônia começou, e uma das madrinhas de Kara deu um passo a frente para fazer uma leitura do livro dos Eclesiastes.

"Melhor é serem dois do que um", ela leu, "porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro--"

Chloe ficou boquiaberta ao perceber onde o texto levava. Sério?

"--Mas ai do que estiver só, pois caindo não há outro que o levante--"

Sério?

"--Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará?--"

Um grito agudo e indignado surgiu baixinho na garganta de Chloe antes que ela pudesse impedir, e rapidamente cobriu a boca com a mão, desejando que ninguém tivesse ouvido.

"--E se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão. E o cordão de três dobras não se quebra tão depressa." A madrinha finalizou, e Chloe voltou a se endireitar, incerta de quando tinha se inclinado pra frente. Uau, ela pensou. Uau, que versículo adorável e romântico para se escolher. Deve ser ótimo TER ALGUÉM! ela mentalmente explodiu. 'Mas ai do que estiver só?' Inacreditável! Deus, estamos nos casando, por que não ofendemos quem veio apoiar nossa união que não está em um relacionamento? Sim, maravilhoso. 

Ela lutou para manter a expressão neutra, não querendo que sua expressão fosse percebida.

As coisas se tornaram mais previsíveis a partir dali, incluindo o fato de na metade da cerimônia, Chloe se encontrar chorando. Tola, ela se xingou, procurando um lenço na bolsa enquanto fungava. Depois de todo esse tempo, você ainda não se lembra de trazer lenços. Você nunca vai aprender?

De repente uma mão apareceu de trás dela e Chloe ficou surpresa ao ver uma pessoa lhe oferecendo um limpo lenço branco. Em surpresa, ela olhou por sobre o ombro ao pequeno senhor com cabelo branco e murmurou "Obrigada!", aceitando o lenço. Ele assentiu, e Chloe se virou, enxugando as lágrimas e arruinando a máscara em seus olhos, mas ela se encontrou mais chorosa, pois o gesto gentil a fez se lembrar de Oliver.

Ela franziu a testa. Na verdade... ela estudou o lenço... e ele combinava perfeitamente com os outros que ele usava. Era o mesmo tipo de material.

De repente, ela se lembrou da primeira vez que encontrou Oliver, quando ele enfiou o primeiro lenço em sua mão, caminhando com ela durante o casamento de Dinah e AC, deixando o lenço em sua palma e piscando para ela. Como ela o odiara! Ela deu uma pequena risada entre os soluços. As coisas acabaram saindo de controle. Ela só desejava que houvesse uma maneira de consertar tudo.

__________

O termo 'solitária' não servia nem para começar a descrever a situação de Chloe. Sentada no fundo e no canto do salão durante a recepção, Chloe verdadeiramente queria dar um tiro em si mesma. As únicas pessoas que ela conhecia ali eram os Kents, e eles estavam na mesa da família, Clark preso em seus deveres de padrinho e cuidando da prima.

A dança começara e Chloe se encontrou vagamente desejando que alguém a tirasse para dançar, apenas para não ter que se sentar ali parecendo patética no casamento de seu ex-namorado. Mas ninguém a convidou. Ela esvaziou a taça de vinho que pegou de uma bandeja, e olhando para o copo, determinou que ela precisava de algo mais forte.

Ela alisou o vestido - azul miosótis - e debateu consigo mesma. Ficar bêbada ou não ficar bêbada. Por um lado, ficar bêbada atrairia atenção para si mesma e fazia parecer mais patética ainda em meio a tantos estranhos. Por outro, a noite passaria mais rapidamente se ela estivesse bêbada. E então ela poderia ir embora o mais rápido possível.

Ela foi até o bar e olhou para o atendente. "Você tem algum bourbon aí atrás?"

Ele sorriu, assentindo.

"Ótimo. Com gelo, por favor."

Ele ergueu uma sobrancelha, um pouco surpreso, mas então deu de ombros, pegando a garrafa de uísque e servindo um copo com gelo a ela.

"Obrigada", ela disse, levando o copo aos lábios e desfrutando a sensação de queimor enquanto jogava a cabeça para trás. Foi naquele momento, quando ela menos esperava, que uma voz familiar demais sussurrou em seu ouvido.

"Você deveria usar tons de azul mais vezes, sabia? Você está deslumbrante."

Ela arfou, quase não se atrevendo a acreditar quando se virou e viu Oliver parado diante dela. Ele lhe dava um sorriso vencedor, mas até ela percebeu a incerteza nos olhos dele, como se não ele não tivesse certeza da reação dela.

Se ela soubesse que ele planejava aparecer, ela teria dito a ele que não fosse e rezado para que ele atendesse seu pedido. Mas, ao vê-lo, bem no momento em que se sentia mais sozinha, Chloe não pode evitar, ela jogou os braços ao redor do pescoço dele e o abraçou. "Ollie!" ela murmurou em seu ombro, o coração batendo erraticamente dentro do peito ao sentir os braços dele a envolverem com força. "O que você está fazendo aqui?" ela perguntou finalmente, afastando-se para olhar pra ele, sem soltá-lo.

"Eu estava na lista de convidados, lembra?" ele brincou.

Ela balançou a cabeça, rindo. "Sim, bem, tecnicamente o convite era pra mim."

"E um convidado", ele a relembrou. "Em pensei que você quisesse não estar sozinha neste momento. Eu sinto muito não ter me aproximado durante a cerimônia", ele acrescentou. "Você recebeu meu lenço?"

"Era seu?" ela perguntou, incrédula. "Oh, eu odeio você", ela suspirou, completamente duvidosa enquanto deitava a cabeça no ombro dele, não querendo olhar pra ele naquele momento.

Oliver suspirou também, descansando o queixo no alto da cabeça dela. "Eu pensei que você estivesse cansada de mentir, Sullivan", ele a relembrou em tom brincalhão.

Chloe deu uma risada fraca, mas não respondeu.

"Então, que tal? Você quer sair daqui? Ou quer ficar e se mostrar primeiro?" ele sussurrou para que ninguém pudesse ouvir.

Finalmente o soltando, Chloe pegou a bebida novamente e ergueu as sobrancelhas para ele, tomando um gole. "No que você está pensando?"

"Bem", ele disse, tirando a bebida das mãos dela e deixando-a sobre o balcão. "Eu acho", ele pegou a mão dela e a puxou na direção da pista, "que podemos dançar. Afinal," ele acrescentou discretamente, "nada diz 'eu segui em frente' mais do que dançar no casamento de seu ex."

Chloe deu risada, balançando a cabeça enquanto ela o permitia levá-la para a pista. Ela queria lutar contra, desencorajá-lo, mas era tão bom vê-lo, sentir a mão na dele novamente. Ela era uma mulher forte, mas mesmo ela tinha limites. Oliver Queen era sua fraqueza.

Oliver estava aliviado, para dizer o mínimo. Ele vinha pensando no casamento há dias desde o casamento dos Kent. Tudo que ele conseguia pensar era na noite em que encontrou Chloe com uma garrafa de vinho quebrada, tão miserável ao pensamento de ficar sozinha.

E então, malditos fossem seus pais e Mia e todo mundo que estava determinado a fazê-lo se sentir culpado por deixá-la sozinha. Como se a escolha tivesse sido dele. Ele estava apenas tentando respeitar os desejos dela. Mas não vinha conseguindo suportar a ideia dela sozinha naquele casamento. Por fim, ele decidira mandar tudo para o inferno, ele estaria lá por ela, quer ela quisesse ou não.

Vendo o sorriso no rosto dela, embora receoso, ele soube que tomara a decisão certa, então fez o que qualquer homem em sua posição faria: puxo-a para seus braços para uma dança, e fez o melhor para mantê-la sorrindo.

"Então, o que você acha, Chloe? Os tabloides vão surtar com isso e ficarão histéricos tentando descobrir o que há entre nós?" ele piscou.

Ela deu uma risada hesitante, e ele percebeu que ela já estava pensando naquilo.

"Ei, isso tudo começou porque alguns auto-intitulados repórteres não conseguiram manter seus narizes fora de nossas vidas", ele disse, girando-a ao redor e envolvendo-a em seus braços enquanto dançavam ao ritmo da música. "É justo que tiremos uma com a cara deles."

"Então, ainda estamos dando um show?" Chloe suspirou, mas não pareceu chateada.

Ele encolheu os ombros, virando-a de frente para ele e seguindo em frente. "Não. Eu acho que atingimos oficialmente o último nível de não se importar com o que os outros pensam."

Ela estreitou os olhos astutamente. "Você nunca se importou com o que os outros pensam. Fui eu quem implicou com as fotos do casamento de Dinah."

"Isso não é inteiramente verdade. Eu nunca me importei com o que a mídia pensa. Eu me importo muito com o que nossos amigos e familiares pensam. E você."

"Eu o quê?"

"Eu me importo com o que você pensa."

Ela bufou, dando risada.

"É verdade!" ele protestou. "Eu nunca consegui descobrir porque você me odiava com tanta facilidade." Ela riu de novo. "Acontece que eu sou uma pessoa bem gostável, Chloe", ele a informou com seriedade, humor em seus olhos. Ele sentiu o coração disparar quando seus olhos encontraram os dela, e daria tudo para saber o que ela estava pensando naquele momento, mas não se atreveu a perguntar.

"Então, você tem certeza de que não estamos apenas dando um show agora?" ela perguntou maliciosamente.

"Se mostrar não é a mesma coisa", Oliver disse, igualando o tom ao dela antes de dramaticamente deitá-la. Enquanto ele a puxava de volta, Chloe percebeu alguns olhares, incluindo os de Jimmy e Kara. Ela estava prestes a responder quando se virou para olhar para Oliver e percebeu seus rostos muito juntos. Ela prendeu a respiração, perguntando-se se ele também estava pensando em beijá-la. Seus corpos se lembraram muito bem da sensação, mesmo depois de meses afastados. Mas ela não tinha certeza se estava pronta para aquilo. Seu coração e sua mente estavam em páginas completamente diferentes... embora ela começasse a suspeitar que estavam chegando à mesma.

Ainda assim... não era o momento para decidir, não quando estava tão emocionalmente vulnerável, então ela deu um passo atrás, e Oliver a soltou. Ele ainda mantinha os olhos em sua boca, mas depois de um momento eles se afastaram, e ela soube que ele também sentira o que quer que tivesse acontecido.

Antes que qualquer um dos dois pudesse dizer alguma coisa, Jonathan Kent apareceu, dando um tapinha nas costas de Oliver e Chloe. "Oliver!" ele cumprimentou jovialmente, apertando a mão de Oliver. "É bom vê-lo de novo, filho. Martha e eu estávamos conversando sobre você e Chloe outro dia. É bom ver vocês juntos." Ele se inclinou e beijou Chloe na bochecha, dando a ela um abraço paternal, que Chloe retribuiu com rubor, observando quando ele piscou para ela depois.

"Nós estamos, hum..."

"Não estamos juntos", Oliver a ajudou, respondendo a pergunta casualmente e sem nenhum embaraço. "Apenas no mesmo lugar, no mesmo momento." Chloe o observou levemente maravilhada. Ele era sempre bom em lidar com coisas como aquela, sem mencionar em ajudá-la. Ela pensou no lenço guardado em sua bolsa com uma onda de gratidão, e foi tomada pelo desejo de pegar a mão dele, mas resistiu, em vez disso, assentindo em concordância para o Sr. Kent, que parecia nada convencido.

"Bem", ele disse mesmo assim. "De qualquer maneira, espero que não seja a última vez que o vejamos, Oliver. Não importa o que aconteça. E você, Chloe. Não suma, ok, querida?" ele perguntou ternamente, apertando sua mão.

"Não vou", Chloe prometeu, pensando que talvez, depois de tanto temo, fosse hora de começar a fazer visitas mais regulares a sua casa e família em Smallville.

"O que você diz?" Oliver perguntou quando o Sr. Kent os deixou. "Você acha que já ficou aqui tempo suficiente?"

Chloe sorriu. "Sabe, acho que sim. Só tem uma coisa que preciso fazer antes de sair."

"O quê?"

"Me despedir", ela disse, virando-se para seu passado e indo diretamente até ele.

Oliver ficou ali, sorrindo enquanto ela cumprimentava Jimmy e Kara com um sorriso e um abraço verdadeiros, sinceramente desejando o melhor para eles antes de sair.

Observando Jimmy abraçá-la de volta e beijar sua bochecha, agradecendo que ela tivesse ido, Oliver decidiu que talvez aquele Olsen não fosse tão ruim afinal. Ele simplesmente não parecia o tipo certo para Chloe. Era provavelmente isso que os fizera terminar. Estar com Chloe era como estar amarrado a um cometa. Nem todos estavam prontos para a viagem.

Kara e Jimmy observaram Chloe retornar até Oliver, e por um breve momento os olhos de Jimmy e Oliver se encontraram, e uma troca silenciosa passou entre os dois homens, na qual Oliver sentiu Jimmy perguntando a Oliver se ele sabia o que estava fazendo.

Oliver assentiu quase imperceptivelmente. Não se preocupe, cara. Eu não vou desistir dela sem lutar desta vez.

Jimmy deu um suave sorrido em compreensão, como se estivesse dando sua aprovação. Desde que você saiba que não é você que tem que se preocupar com ela. Com isso Jimmy finalmente desviou o olhar, seu sorriso aumentando enquanto olhava para sua bela noiva, inclinando-se para dizer algo a ela. Sua mulher jogou a cabeça para trás e riu antes de puxá-lo para a pista de dança.

Oliver olhou para Chloe que lhe dava um sorriso indecifrável. "Bem, Queen", ela disse. "Leve-me para comer um hambúrguer e fritas?" ela perguntou. Com isso ela queria dizer, Amigos, então?

Ele sorriu. "Claro que sim, Sullivan. Só preciso mandar uma mensagem para uma pessoa." Amigos. Por enquanto, ele pensou.

"Ok", ela disse. "Vou pegar minha bolsa."

Observando-a se afastar, e sentindo esperança pela primeira vez desde o dia daquele maldito vestido de casamento que estava em seu escritório, Oliver pegou o celular de dentro do casaco.

>>>> ei. preciso de um favor.

Um segundo depois veio a resposta.

>>>> É melhor ser por uma boa razão.

Ele sorriu antes de responder rapidamente, então guardou o telefone de volta no bolso e seguiu Chloe.

>>>> E é. Ligo depois.

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VINTE E SEIS

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