All In (2/5)

Título: Por Inteiro

Resumo: Todos nós sabemos e amamos como Chloe salvou Oliver - o homem e o mito. Teria funcionado se os papéis fossem inversos?

Autora: pompeypearly

Classificação: PG-13

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Linha de tempo: 9ª temporada. Roulette.
Anterior: 01

Fazia uma semana da visita surpresa de Oliver, e a vida voltara ao normal. Nos primeiros dois dias ela olhava a todo instante por sobre o ombro, esperando mais uma visita inesperada. Para seu alívio nada aconteceu.

Oliver ligou pra ela conforme prometido e marcou um encontro para a semana seguinte. Ele se desculpou novamente por pegá-la de surpresa, mas insistiu que Lois transformou sua vida num inferno como consequência. Para compensá-la, haveria um expresso triplo com seu nome, mas só se ela ligasse para a prima.

Chloe abriu a porta do apartamento, segurando a correspondência, a bolsa e os sapatos nos braços. Ela acabara de completar um turno duplo e seus pés estavam prestes a começar uma rebelião. Gostando ou não, ela ia comprar calçados mais adequados no dia seguinte.

Ela jogou os papeis e a bolsa sobre o balcão antes de se virar para jogar os sapatos no lixo.

"Malditos." Ela murmurou, antes de pegar a gorjeta dos bolsos do vestido.

Seis dólares e trinta e cinco centavos.

'Dia ruim' era o mínimo que ela podia dizer.

Pelo menos, assim que a venda do apartamento que Jimmy comprou para os dois fosse fechada, a vida ficaria mais confortável.

Sentando-se no balcão, ela pegou o jornal local da pilha de correspondência, com a intenção de ver a página de empregos. Quando abriu a primeira página, um pequeno envelope branco caiu em seu colo. Não havia marcas de postagem ou selos, mas mesmo assim, não havia razão para estar escondido dentro do jornal. Pegando-o, ela notou a escrita à mão na frente. Seu verdadeiro nome.

Talvez fosse de Oliver, pensando que contatá-la via correspondência não violaria o acordo sobre pedir que voltasse ao time. Abrindo o envelope, tudo que ela encontrou foi um disco sem identificação. Se Oliver o tivesse mandado, haveria algum tipo de bilhete.

Não parecia com os CDs de propaganda que ela encontrava ocasionalmente, e o jornal local certamente não tinha recursos para esse tipo de promoção. Depois de debater por alguns minutos, ela decidiu ver do que se tratava antes de jogar no lixo, juntamente com os malditos sapatos.

Abrindo seu velho e empoeirado laptop, ela inseriu o disco e esperou. Em vez de uma abertura cheia de propagandas e tentativas de instalar um spyware em seu sistema, ela estava assistindo ao que parecia ser a cópia de uma gravação de uma câmera de segurança.

Ela instantaneamente reconheceu a área e as luzes de neon do lado de fora do prédio exibido. Aquela gravação era de uma das câmeras situadas do lado de fora do Ace of Clubs em Metrópolis.

Chloe ia pegar o telefone e ligar para Oliver para perguntar se aquela era sua maneira de tentar fazê-la sentir saudades de casa, quando o homem em questão apareceu na tela.

Uma sensação estranha se instalou em seu estômago enquanto assistia o loiro cambalear da porta lateral até uma fila de carros estacionados. Ele estava claramente bêbado, ou pelo menos presumia-se que estivesse assim por causa de bebida.

Ela sabia tudo sobre seu passado de playboy quando ainda trabalha no Planeta Diário. Oliver Queen não era estranho a drogas desde a juventude, e com tudo que tinha acontecido nas últimas semanas, ela não se surpreenderia se ele sentisse a necessidade de retornar a elas novamente. Só Deus sabia que ela teria pago por um jeito de escapar de sua mente por algumas horas.

Chloe observou enquanto ele rapidamente cambaleava em direção ao carro, e mordeu o lábio para se impedir de chamá-lo de idiota. Se machucar era uma coisa, mas entrar num carro?

Oliver tentou abrir a porta, mas em vez de conseguir entrar, simplesmente deslizou pela porta até o chão.

A porta se abriu novamente, e desta vez dois caras grandes usando terno entraram no beco. Eles viram Oliver praticamente caído na lama, mas não havia surpresa em seus rostos. O que estava de costas para a câmera simplesmente colocou um dedo sobre o ouvido e falou ao vento.

Dez segundos depois uma van preta e sem marcas estacionou na frente do beco, efetivamente bloqueando a visão de Chloe. Não demorou muito até ela ver as portas de trás sendo abertas e os dois homens carregando Oliver para dentro do veículo.

Toda a gravação não durava mais do que dois minutos. Chloe sabia que deveria reagir, mas estava presa na cadeira. Ela realmente tinha acabado de ver Oliver Queen ser sequestrado?

Ela pegou o envelope, desejando encontrar alguma pista, mas não havia nada além de seu nome.

A gravação mudou para outra tela e ela voltou sua atenção para o laptop novamente. A visão de um beco vazio foi substituída pela imagem de uma bela mulher. Pelo menos ela deveria ter sido bela, se não fosse pelas bochechas marcadas por lágrimas e os olhares horrorizados que ela dava para alguém fora da câmera.

Como se estivesse lendo uma mensagem, a mulher começou a falar.

"Pouco depois da cena que você acabou de ver, os pertences pessoais do Sr. Queen foram procurados. Se você está vendo isto, então você está listado como o parente mais próximo de Oliver Queen. Isso também significa que você deve participar d'O Jogo'."

Chloe olhava para a tela incrédula. Ela não tinha ideia de que Oliver a tinha listado como um parente, especialmente depois de tudo que tinha acontecido recentemente. Ela sempre assumiu que ele listaria Lois, ou talvez alguém dentro da Queen Industries. Chloe jamais teria acreditado que ele confiaria essa posição a ela.

Mas mesmo assim, o que aquelas pessoas esperavam que ela fizesse?

"Sua parte no Jogo é muito simples. Você tem que arranjar a transferência de um bilhão de dólares para uma conta designada dentro de quarenta e oito horas. O número da conta será providenciado posteriormente."

Como diabos ela colocaria as mãos em um bilhão de dólares? Ela era o parente mais próximo! Mesmo que ele tivesse lhe nomeado a Grande Princesa Fada de Tudo, ainda assim ela não conseguiria acessar seu dinheiro.

"Você encontrará uma maneira. Cada minuto que passar após o prazo final, partes de Oliver Queen serão rotineiramente entregues a você... em pedaços. Envolver as autoridades resultarão no mesmo."

O vídeo terminou e deixou o apartamento de Chloe assustadoramente silencioso. Um arrepio correu por sua espinha e com dedos trêmulos ela pegou o telefone e fez uma ligação.

Primeiro ela tentou Clark na esperança que ele fosse atender, mas tudo que recebeu foram toques intermináveis. Na ordem de seus contatos ela tentou ligar para o time - AC, Bart e Victor. Seus telefones pareciam estar desligados, mas pelo menos ela conseguiu deixar uma mensagem para Bart.

Pulando do assento ela começou a andar pelo apartamento enquanto o pânico tomava conta. Ela não sabia o que fazer. Não havia nada que pudesse fazer, e a única pessoa que podia ajudar Oliver e bolar um plano para resgatá-lo não estava nem atendendo suas ligações.

A polícia não era uma opção, não se quisesse manter Oliver vivo e inteiro. Enquanto continuava tentando os mesmo cinco números de telefone sem parar, ela encontrou um bloquinho e uma caneta e começou a fazer anotações.

Era contra sua natureza ficar parada e não fazer nada. Além do mais, no minuto que algum de seus antigos colegas entrasse em contato, as anotações ajudariam a ter algo com que trabalhar além do disco.

Escrevendo, ela fez nota de tudo que tinha visto. A hora e local do sequestro de Oliver, uma descrição dos que o levaram, até mesmo a descrição da mulher.

Depois de uma hora ela ainda não tinha resposta das mensagens que havia deixado. Enquanto continuava a fazer anotações, novamente ligou o laptop para acessar mais informações. Ela começou pesquisando o local e a imprensa nacional, procurando por alguma menção a ausência de Oliver e qualquer atividade recente. Ela até invadiu o computador dos últimos arquivos da Polícia de Metrópolis.

A pessoa mais fácil para pedir alguma coisa era a que ela mais relutava em envolver. Lois. A prima não iria parar, e embora Chloe fosse apreciar a ajuda, ela sabia que Lois não deixaria o assunto para lá, e insistiria em se envolver em cada passo. Os Super Heróis que tomassem cuidado.

Chloe tentou não suspirar. Parecia que estava destinada a sempre esconder coisas e mentir para aqueles que amava.

"Maldição, Oliver!" Ela gritou no apartamento vazio.

Era injusto, ela sabia disso, mas ele estava finalmente conseguindo o que queria. Ela estava de volta a seu computador fazendo coisas que jurou nunca mais fazer, e tudo porque ele conseguiu ser arrastado de um beco para a parte traseira de uma van.

Ela viu o disco de novo, desejando pegar alguma coisa nova, algo que fosse útil. Era a primeira vez desde que saiu de Metrópolis que ela desejava ter levado o equipamento da Ísis junto.

Seu telefone vibrou e em seguida começou a tocar. Chloe atendeu antes do segundo toque, mal olhando para o visor.

"Bart!" Ela praticamente gritou o nome dele ao telefone, aliviada em finalmente estar em contato com alguém que podia tirar isso de suas mãos e encontrar Oliver.

"Uh... oi, Chloe."

O sorriso dela sumiu à falta do apelido. Ela nunca era Chloe para Bart. Chloelicious, Bonita, Maravilhosa, até mesmo Loira, mas nunca apenas Chloe.

"Então, você recebeu minha mensagem?"

"Você está falando sério? Oliver foi sequestrado?"

"Sim. Um disco anônimo apareceu na minha correspondência, e parece ser verdadeiro pra mim. Eu realmente preciso da sua ajuda, Bart; Eu não sei o que fazer."

Houve uma pequena pausa do outro lado da linha, "Onde você está morando agora, Chloe?"

"Vou te mandar o endereço."

Literalmente três segundos depois de ter digitado a mensagem no telefone, e enviado, houve uma batida na porta.

Assim que a abrisse, tudo mudaria. Ela trabalhou muito para ter uma vida normal nos últimos meses, resistindo a todas as tentações para voltar a Metrópolis e as pessoas que costumava conhecer. Atrás daquele pedaço de madeira estava Bart Allen, e com ele a possibilidade de sua vida mais uma vez virar de cabeça para baixo. Sua única chance era convencê-lo a pegar o caso e levar ao time, mantendo seu envolvimento ao mínimo.

Chloe respirou fundo e foi para a porta.

Observando pelo olho mágico, ela sentiu o estômago apertar ao perceber a aparência dele. Ele estava do mesmo jeito que na noite em que tentaram derrubar Doomsday.

Ela não tinha certeza de porque esperava alguma mudança; talvez fosse porque suas vidas tinham mudado drasticamente naquela noite, e ela não queria ser a única afetada.

Exceto que não era. Jimmy pagou mais do que qualquer um deles naquela noite.

Se ela pensasse muito sobre seu ex-marido, desabaria. Com esse pensamento, ela abriu a porta.

Ele não disse nada, ou fez qualquer movimento; simplesmente ficou ali olhando pra ela.

"Obrigada por vir." Ela disse e deu um passo para o lado para ele poder entrar.

"Sim, bem... Eu não tive muita escolha."

Chloe foi até o computador e extraiu o disco, antes de colocá-lo sobre o bloquinho e entregar a ele.

"Isto é tudo que eu tenho."

Bart aceitou os itens, mas olhou para ela confuso. "Eu... Chloe, eu não tenho ideia do que fazer com isso tudo. Eu nunca trabalhei sozinho em algo tão grande. Normalmente é trabalho para a equipe, sabe?"

"Ligue para o time - eles vão te ouvir!"

"Você acha que eles me ligam convidando para um café? Eu não tenho notícias de ninguém desde Doomsday; ninguém está falando comigo, ou respondendo minhas ligações."

Chloe foi até a cozinha, procurando algo para limpar para que não tivesse que olhar pra ele. "Eu não posso fazer isso, eu só pioro as coisas. Este problema precisa ser resolvido por um herói de verdade, e hoje, este herói é você."

"Por favor. Eu preciso da sua ajuda nisso, 'licious. Meus pés são rápidos, mas quando se trata de solucionar problemas, eu sou um cara comum." Bart colocou as anotações e o disco sobre o balcão, antes de se sentar em um banco.

Chloe ignorou os itens, em vez, ela se ocupou em encontrar um bule para que pudesse fazer um pouco de café instantâneo.

"Você é esperto o bastante para fazer isso, Bart. Eu sei que você consegue."

"Eu não faço ideia de por onde começar! E se não encontrarmos Oliver rápido, eu não sei o que pode acontecer com ele."

Ela finalmente encontrou seu olhar. "Eu deixei tudo isso pra trás, e por um bom motivo. Você de todas as pessoas sabe porque não posso me envolver. Eu não posso mais bancar a sidekick."

"Eu preciso de você. Sem sua ajuda, não sei se consigo encontrá-lo a tempo."

"Eu não posso... Eu-"

Bart foi até ela, parando em sua frente e segurando suas mãos. "Por favor."

Sua voz era suave, mas seus olhos sérios. Precisava de muita coisa para tirar os sorrisos e piadinhas de Bart. Se ela dissesse não a ele agora, sentiria como se estivesse chutando um filhote ferido.

"Certo; mas você não pode dizer a ninguém onde eu estou, ou que estou envolvida nisto."

"Eu juro que não vou contar a ninguém, a não ser que você me peça."

Chloe ignorou a parte sobre a possibilidade de ela querer que mais alguém soubesse de seu paradeiro, e simplesmente acenou com a cabeça na direção do disco.

"Seu primeiro passo deveria checar o disco por impressões digitais. Foi entregue pessoalmente; há uma pequena chance, mas vale a tentativa."

"Meu primeiro passo?" Bart ergueu uma sobrancelha a ela. "Não, você quis dizer nosso."

"Nosso?"

"Sim. Então que tal agora subir no Expresso Allen? Eu garanto a viagem de sua vida." Bart estendeu os braços pra ela. "Estaremos na Fundação Ísis antes que você possa piscar."

"Bart... Eu não- Eu não quero voltar."

"Ninguém precisa saber. Sou mais rápido que o Grandão, você não será pega."

"Nosso segredo?" Ela perguntou parando na frente dele.

Bart a pegou em seus braços. "Nosso segredo."

Chloe mal teve tempo de respirar antes de eles passarem pela porta e irem para Metrópolis.

_____
TRÊS

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