Resumo: Todos nós sabemos e amamos como Chloe salvou Oliver - o homem e o mito. Teria funcionado se os papéis fossem inversos?
Autora: pompeypearly
Classificação: PG-13
Banner: purple_moon123
Assim que chegaram a Ísis, demorou dez minutos para Chloe conseguir se equilibrar, e só cinco para superar a sensação de que estava prestes a vomitar nos pés de Bart.
Ele a ajudou a tirar os lençóis que cobriam os consoles e monitores, que instantaneamente voltaram a vida assim que ela entrou.
Isso a fez sentir-se enjoada de novo ao pensar em como aqueles computadores tinham lhe ajudado a se sentir no controle. Ela resistiu ao desejo de dar uma risada amarga.
Ela nunca esteve no controle. Era tudo uma ilusão.
Agora ela ali novamente, brincando com as máquinas que tinha jurado nunca mais tocar. Foi uma questão de minutos até começar a análise das impressões digitais no disco, e ainda menos tempo para começar o programa de reconhecimento facial.
Bart sentou-se ao lado dela, colocando os pés ao lado do teclado. "Eu não sabia que pesquisar precisava de todo esse tempo de espera."
Ele começou a balançar os pés e com os nervos dela já em frangalhos, o movimento era tanto distrativo quanto irritante.
Abrindo uma gaveta à sua esquerda, ela pegou uma pequena caixa de madeira. Dentro havia um comunicador extra, que ela colocou na mão de Bart.
"Eu quero que você investigue a cena do sequestro. Talvez tenha algo que você possa ver que eu perdi na gravação."
Bart colocou o comunicador enquanto Chloe checava as atividades em andamento. Fazia muito tempo desde que o sistema fora usado.
"Isso vai levar uns dois minutos."
"Cheque duas vezes a área. Precisamos do máximo possível."
Bart deu um risinho antes de subir o capuz. "Quatro minutos então."
Ele saiu da sala, a aceleração fazendo-a dar dois passos atrás.
Ela suspirou aliviada. Com a energia nervosa de Bart longe dela, ela tentou se concentrar nas telas em sua frente, tentando não notar o quanto tinha sido fácil voltar a seu prévio papel.
Enquanto o programa de reconhecimento facial continuava seu trabalho, ela tentou verificar todas as impressões digitais que retirou do que fora deixado em seu apartamento. Era uma chance muito pequena, mas sempre havia uma possibilidade de que não importasse quão organizado fosse o crime, houvesse um deslize em algum lugar.
As únicas impressões que encontrou foram as suas. Chloe grunhiu frustrada, feliz que não houvesse ninguém por perto para ouvir.
"Watchtower, consegui alguma coisa." Chloe ouviu em seu comunicador. Ela se encolheu ao codinome, realmente não querendo ser associada mais a ele. Não era como se fosse reclamar - não havia como usar seus nomes reais numa transmissão.
"O que você descobriu?"
"Encontrei o telefone dele. Jogado na sarjeta perto de onde ele foi pego."
"Certo, volte para a base." Chloe disse antes de cortar a comunicação.
O telefone provavelmente caiu durante a luta para colocar Oliver dentro do veículo, mas ela desejava que houvesse uma pequena pista no aparelho.
Bart entrou na sala ao mesmo tempo que seus computadores emitiram alertas. Chloe sentiu uma ponta de triunfo pelo programa ter conseguido identificar as três pessoas no disco.
Não havia nada surpreendente sobre as pessoas contratadas para pegar Oliver e levá-lo embora. Suas fichas criminais eram o que ela tinha esperado - assalto, fraude, posse ilegal de armas. Eram as coisas pelas quais tinham sido presos, então suas carreiras certamente eram mais extensas. Era a ligação da terceira pessoa a eles que os tornava interessantes.
"Victoria Sinclair." Chloe disse.
"Quem?" Bart perguntou enquanto colocava o telefone de Oliver ao lado de seu teclado.
Chloe digitou alguma coisa antes de clicar em uma imagem de Victoria.
"A mulher que está no disco." Bart disse, sentando-se novamente no banco.
"Parece que a rotina de vítima chorando no disco era só teatro. Ela também atende pelo nome de Roulette, e fez carreira com grandes apostas. Há casos em que ela pega tudo que a pessoa possui."
"Mas ela não pediu toda a fortuna de Oliver." Bart disse inclinando-se perto das telas.
"Não faz sentindo." Chloe disse, mais para si mesma do que para Bart.
"Então o que fazemos agora?" Ele perguntou.
"Agora, eu preciso ir pra casa." Só a sensação de estar de volta já a deixava ansiosa. Se ela pudesse acessar os computadores remotamente de casa, ela conseguiria acessar a informação que precisava em arredores mais confortáveis. "Bart, eu não consigo mais trabalhar aqui."
Ele assentiu solenemente. "Tem alguma coisa que você quer que eu leve para sua casa antes? Enquanto você termina aqui, quero dizer. Eu não gosto de ficar parado muito tempo no mesmo lugar."
Parecia que ela não era a única tendo dificuldade com a proximidade de Metrópolis.
-----
Chloe mal terminou de programar os computadores da Ísis para que pudessem ser acessados remotamente quando Bart voltou. Assim que deu sinal verde, ele a pegou nos braços e correu com ela direto para seu pequeno apartamento.
Ela ligou seu computador e o equipamento no balcão da cozinha e se arrumou no banco para analisar as informações reunidas.
Bart se fez confortável no sofá, ligando a televisão com o volume bem baixo.
Chloe tinha que admitir que ter alguém por perto, mesmo que não estivessem conversando, era bom. Era solitário viver ali. Claro, ela via pessoas no trabalho o tempo todo, mas não era a mesma coisa de ter companhia de verdade. Amigos de verdade.
Balançando a cabeça, ela se concentrou na tela em sua frente. Estava demorando, mas eventualmente ela estava conseguindo todo tipo de informação sobre Victoria Sinclair. Verificações de crédito, compras, contas bancárias, endereços anteriores. Muitos levavam a pistas falsas, e os resultados eram similares aos dos dois lacaios.
Ela só precisava de alguma coisa - aquela pequena informação que seria a chave para destravar os segredos de Sinclair.
Suas frustrações deveriam estar aparentes porque Bart deixou o sofá e se sentou ao seu lado. Ele gentilmente removeu suas mãos do teclado e olhou dentro de seus olhos.
"Mais força e seus dedos vão socar o teclado."
"Estou tentando, realmente estou, mas não estou conseguindo nada!"
Bart colocou as mãos nos ombros dela e sorriu. "Respira fundo e relaxa. Você vai conseguir, eu sei que vai. Neste meio tempo, vou correr e buscar comida, além de um café decente pra você."
"Ok", ela disse, cedendo um pouco.
"Creme e dois cubos de açúcar, certo?"
Ela assentiu concordando antes dele sair da sala.
"Chloe!"
A voz de Bart a fez pular, e ela quase acertou o laptop.
"Deus, Bart! Isso foi rápido, mesmo pra você." Ela disse, mão contra o peito, numa tentativa de acalmar as batidas em seu coração.
"Pensei em checar sua caixa de correio antes de sair. Tinha isto dentro."
Bart entregou a ela um envelope, igual ao que ela encontrara antes. Cuidadosamente abrindo-o, Chloe removeu uma única folha de papel de dentro. Nela estava escrito o número de uma conta bancária e uma espécie de código.
"Só tem isso?" Bart perguntou.
Chloe imediatamente começou a digitar a informação no computador. Não demorou muito para os resultados surgirem.
"É uma conta num banco da Suíça, sob o nome de uma das identidades alternativas de Sinclair. Sem dúvida o dinheiro seria movido para esta conta pouco depois da transferência. Só foi criada dois dias atrás."
"Podemos conseguir algo mais útil com essa informação?"
"Provavelmente não. Eu posso rever a gravação da minha vizinhança para ver se tem algum sinal de quem deixou isso aqui, mas não tenho muita esperança. As únicas câmeras mais perto ficam nos caixas eletrônicos e em lojas da rua principal."
"Vou dar uma olhada ao redor antes de pegar a comida."
Chloe estava prestes a retornar às telas quando Bart a surpreendeu passando os braços ao seu redor, e dando a ela um abraço apertado. "Você vai conseguir, Chloe, eu sei que vai." Ele sussurrou em seu cabelo.
Era difícil não dar a ele um pequeno sorriso em retorno. "Obrigada."
Ela estava feliz que ele tivesse tanta fé, apesar de tudo que tinha acontecido nos últimos meses. Tudo que ela precisava fazer agora era encontrar a mesma fé em si mesma.
-----
Os olhos de Chloe estavam secos e irritados enquanto continuava a olhar para a tela, tentando ignorar o nascer do sol que se refletia em sua janela. Bart roncava no sofá e fazia isso há quatro horas. Ele estava tão exausto quanto ela, mas precisariam da velocidade dele. Impulse era sua única chance de tirar Oliver dessa vivo, tudo que ela precisava era sua localização.
Usando o sistema de vigilância e o programa de reconhecimento facial, ela conseguiu ligar os números de cartão de crédito que sabia que tinham usado recentemente e conseguiu encontrar três transações dos dois homens que pegaram Oliver dentro do clube. As três transações tinham acontecido num raio de quinze quilômetros de onde Oliver fora pego dentro dos últimos dois dias.
Só com aqueles resultados, Chloe deduziu que Victoria tinha que estar por perto. Ela provavelmente estava usando outro método de pagamento.
Ela começou a compilar listas de aluguéis de apartamentos, hotéis e motéis dentro daquela área. A lista totalizou trinta locais e cada um precisava ser vistoriado.
Tentando não se sentir desanimada, Chloe começou a invadir os sistemas de segurança dos hotéis maiores primeiro. Depois de assistir a mulher bem arrumada no disco algumas vezes, e analisado seus registros de gastos caros, era inteligente assumir que Sinclair não estava economizando.
Nenhum dos hotéis possuía registros de identidades que fossem uma das usadas por Victoria, mas isso não significava que ela não pudesse ter passado por eles. Isso só significava que ela e Bart assistiriam horas e mais horas de filmagem, esperando um lampejo de alguém que parecesse com ela ou com seus lacaios.
Chloe estendeu os braços sobre a cabeça e contemplou ir comprar café. Enquanto descia os braços ela olhou para o relógio e quase xingou.
Eram seis da manhã e ela tinha que sair para trabalhar em trinta minutos. Chloe olhou para o telefone e então para o computador. Ela desesperadamente precisava ir trabalhar, mas se o fizesse, não havia garantia de que Bart encontraria as respostas que precisava.
Preparando-se para tudo que estava prestes a ouvir, ela pegou o telefone e ligou para seu chefe.
Um funcionário ligando de última hora com problemas estomacais era provavelmente a desculpa que ele mais ouvia, e ele certamente a deixou saber disso, mas era uma que não podia ignorar. Bem, não sem colocar seus clientes em risco, enfim.
Chloe ouviu os xingamentos e ameaças, implorou que seu chefe acreditasse nela e acrescentou a promessa de que compensaria as horas na mesma semana.
Ela gemeu enquanto desligava. Parece que ia comer alimentos mais básicos na semana seguinte.
"Você deveria ter dito a ele para enfiar o trabalho." Veio a voz do sofá.
Ela olhou para o velocista, bocejando e correndo uma mão pelo cabelo. Era legal Bart defendê-la, mas diferente dele, Oliver não lhe entregava pagamentos. Assim que Oliver estivesse em casa, ela ainda precisaria do trabalho para pagar suas contas.
"Desculpe ter te acordado." Ela disse a ele.
"Eu não deveria ter adormecido. Você encontrou alguma coisa?" Bart perguntou enquanto se levantava e se espreguiçava.
"Temos muita filmagem para assistir. O computador não consegue fazer todas as buscas sozinho. Talvez se eu tivesse mais oito monitores, e um sistema que ocupasse minha cozinha, as coisas fossem mais rápidas."
"Precisamos voltar a Ísis?"
Chloe balançou a cabeça. "Eles estão checando as filmagens remotamente, mas não são suficientes. Aqueles computadores foram montados por Lana, para espionar Lex basicamente. Eles não estão acostumados a este tipo de trabalho e certamente não foram construídos para isto. Vocês terão que fazer sérias atualizações se ainda precisarem dos computadores da Ísis."
"Então, parece que vou ter que ajudar. O que posso fazer?"
"Acho que a primeira coisa que você precisa fazer é pegar café pra gente, porque temos uma longa manhã pela frente. Que tal assistir as gravações?"
"Parece que vou precisar de café." Bart disse.
Chloe deu um sorriso ao ver a expressão miserável que ele estava exibindo. "Talvez seja bom pegar alguma coisa pra comer. Não tenho muita coisa aqui."
"Ok." Ele começou a calçar os tênis. "Sabe, senti falta de ter você por perto, Chloe."
Ela olhou para o laptop, desejando poder mudar o assunto.
"Eu sei que você não quer ouvir, mas quero que você saiba. Eu sinto falta de ter você por perto, e me sinto mal por não estar por perto quando você precisou. Você sempre cuidou de mim. Bem, de todos nós."
"Eu não preciso que cuidem de mim, Bart." Chloe disse.
Ela queria bloquear todos os pensamentos de como se sentiu após a morte de Jimmy. Ainda doía, saber que todo mundo partiu, deixando-a sem escolhas a não ser fazer o mesmo. A dor da solidão parada no apartamento que Jimmy comprou para eles ainda voltava à sua mente, fazendo-a agarrar o estômago para tentar aliviar a dor.
"Todos nós precisamos de alguém, e deveríamos cuidar uns dos outros. Quem mais entenderia?"
Chloe tentou segurar as lágrimas. Ela não queria tocar no assunto, então olhou com mais força para o monitor em sua frente.
"Prometa-me que quando tudo isso terminar, você ainda vai ficar por perto. Eu não quero que você desapareça de novo. Todos temos culpa por aquele dia, e todos precisamos carregar a responsabilidade. Ter amigos é cada vez mais difícil. Não posso perder os que já tenho."
Havia tanta tristeza na voz dele, ela sentiu as bochechas molhadas das lágrimas. Rapidamente ela as enxugou e tentou manter a voz normal.
"Sempre serei sua amiga, Bart."
Ainda assim, ela sentiu os braços de Bart a envolverem num forte abraço.
"Se vale de alguma coisa, sinto muito por Jimmy, 'licious. Preciso que você saiba disso."
Ela assentiu algumas vezes antes de ter certeza que os soluços não deixariam sua boca em vez de palavras.
"Obrigada." Ela disse, cobrindo a mão dele com a sua.
"Vou pegar o café."
Chloe se sentiu quase aliviada quando ele deixou o apartamento. Ela sentiu falta do conforto de seu abraço, mas estava finalmente livre para deixar as lágrimas que vinha segurando durante meses caírem. Ela não chorava desde o funeral de Jimmy, não se permitindo o luxo do luto. Em sua mente, ela não merecia, e isso era parte de sua punição.
As palavras de Bart abriram uma ferida que ela vinha tentando fechar há algum tempo. Sabendo que não tinha que viver tão isolada e sozinha, carregando toda a culpa a fez se sentir um pouco melhor. Ela tinha tanta certeza de que o time a culpava pelas ações de Davis e a morte de Jimmy, e com razão em sua mente. Era bom saber que nem todo mundo a culpava, que talvez houvesse um jeito de sobreviver a tudo.
_________
QUATRO
_____________________________________________________________________________
Ele a ajudou a tirar os lençóis que cobriam os consoles e monitores, que instantaneamente voltaram a vida assim que ela entrou.
Isso a fez sentir-se enjoada de novo ao pensar em como aqueles computadores tinham lhe ajudado a se sentir no controle. Ela resistiu ao desejo de dar uma risada amarga.
Ela nunca esteve no controle. Era tudo uma ilusão.
Agora ela ali novamente, brincando com as máquinas que tinha jurado nunca mais tocar. Foi uma questão de minutos até começar a análise das impressões digitais no disco, e ainda menos tempo para começar o programa de reconhecimento facial.
Bart sentou-se ao lado dela, colocando os pés ao lado do teclado. "Eu não sabia que pesquisar precisava de todo esse tempo de espera."
Ele começou a balançar os pés e com os nervos dela já em frangalhos, o movimento era tanto distrativo quanto irritante.
Abrindo uma gaveta à sua esquerda, ela pegou uma pequena caixa de madeira. Dentro havia um comunicador extra, que ela colocou na mão de Bart.
"Eu quero que você investigue a cena do sequestro. Talvez tenha algo que você possa ver que eu perdi na gravação."
Bart colocou o comunicador enquanto Chloe checava as atividades em andamento. Fazia muito tempo desde que o sistema fora usado.
"Isso vai levar uns dois minutos."
"Cheque duas vezes a área. Precisamos do máximo possível."
Bart deu um risinho antes de subir o capuz. "Quatro minutos então."
Ele saiu da sala, a aceleração fazendo-a dar dois passos atrás.
Ela suspirou aliviada. Com a energia nervosa de Bart longe dela, ela tentou se concentrar nas telas em sua frente, tentando não notar o quanto tinha sido fácil voltar a seu prévio papel.
Enquanto o programa de reconhecimento facial continuava seu trabalho, ela tentou verificar todas as impressões digitais que retirou do que fora deixado em seu apartamento. Era uma chance muito pequena, mas sempre havia uma possibilidade de que não importasse quão organizado fosse o crime, houvesse um deslize em algum lugar.
As únicas impressões que encontrou foram as suas. Chloe grunhiu frustrada, feliz que não houvesse ninguém por perto para ouvir.
"Watchtower, consegui alguma coisa." Chloe ouviu em seu comunicador. Ela se encolheu ao codinome, realmente não querendo ser associada mais a ele. Não era como se fosse reclamar - não havia como usar seus nomes reais numa transmissão.
"O que você descobriu?"
"Encontrei o telefone dele. Jogado na sarjeta perto de onde ele foi pego."
"Certo, volte para a base." Chloe disse antes de cortar a comunicação.
O telefone provavelmente caiu durante a luta para colocar Oliver dentro do veículo, mas ela desejava que houvesse uma pequena pista no aparelho.
Bart entrou na sala ao mesmo tempo que seus computadores emitiram alertas. Chloe sentiu uma ponta de triunfo pelo programa ter conseguido identificar as três pessoas no disco.
Não havia nada surpreendente sobre as pessoas contratadas para pegar Oliver e levá-lo embora. Suas fichas criminais eram o que ela tinha esperado - assalto, fraude, posse ilegal de armas. Eram as coisas pelas quais tinham sido presos, então suas carreiras certamente eram mais extensas. Era a ligação da terceira pessoa a eles que os tornava interessantes.
"Victoria Sinclair." Chloe disse.
"Quem?" Bart perguntou enquanto colocava o telefone de Oliver ao lado de seu teclado.
Chloe digitou alguma coisa antes de clicar em uma imagem de Victoria.
"A mulher que está no disco." Bart disse, sentando-se novamente no banco.
"Parece que a rotina de vítima chorando no disco era só teatro. Ela também atende pelo nome de Roulette, e fez carreira com grandes apostas. Há casos em que ela pega tudo que a pessoa possui."
"Mas ela não pediu toda a fortuna de Oliver." Bart disse inclinando-se perto das telas.
"Não faz sentindo." Chloe disse, mais para si mesma do que para Bart.
"Então o que fazemos agora?" Ele perguntou.
"Agora, eu preciso ir pra casa." Só a sensação de estar de volta já a deixava ansiosa. Se ela pudesse acessar os computadores remotamente de casa, ela conseguiria acessar a informação que precisava em arredores mais confortáveis. "Bart, eu não consigo mais trabalhar aqui."
Ele assentiu solenemente. "Tem alguma coisa que você quer que eu leve para sua casa antes? Enquanto você termina aqui, quero dizer. Eu não gosto de ficar parado muito tempo no mesmo lugar."
Parecia que ela não era a única tendo dificuldade com a proximidade de Metrópolis.
-----
Chloe mal terminou de programar os computadores da Ísis para que pudessem ser acessados remotamente quando Bart voltou. Assim que deu sinal verde, ele a pegou nos braços e correu com ela direto para seu pequeno apartamento.
Ela ligou seu computador e o equipamento no balcão da cozinha e se arrumou no banco para analisar as informações reunidas.
Bart se fez confortável no sofá, ligando a televisão com o volume bem baixo.
Chloe tinha que admitir que ter alguém por perto, mesmo que não estivessem conversando, era bom. Era solitário viver ali. Claro, ela via pessoas no trabalho o tempo todo, mas não era a mesma coisa de ter companhia de verdade. Amigos de verdade.
Balançando a cabeça, ela se concentrou na tela em sua frente. Estava demorando, mas eventualmente ela estava conseguindo todo tipo de informação sobre Victoria Sinclair. Verificações de crédito, compras, contas bancárias, endereços anteriores. Muitos levavam a pistas falsas, e os resultados eram similares aos dos dois lacaios.
Ela só precisava de alguma coisa - aquela pequena informação que seria a chave para destravar os segredos de Sinclair.
Suas frustrações deveriam estar aparentes porque Bart deixou o sofá e se sentou ao seu lado. Ele gentilmente removeu suas mãos do teclado e olhou dentro de seus olhos.
"Mais força e seus dedos vão socar o teclado."
"Estou tentando, realmente estou, mas não estou conseguindo nada!"
Bart colocou as mãos nos ombros dela e sorriu. "Respira fundo e relaxa. Você vai conseguir, eu sei que vai. Neste meio tempo, vou correr e buscar comida, além de um café decente pra você."
"Ok", ela disse, cedendo um pouco.
"Creme e dois cubos de açúcar, certo?"
Ela assentiu concordando antes dele sair da sala.
"Chloe!"
A voz de Bart a fez pular, e ela quase acertou o laptop.
"Deus, Bart! Isso foi rápido, mesmo pra você." Ela disse, mão contra o peito, numa tentativa de acalmar as batidas em seu coração.
"Pensei em checar sua caixa de correio antes de sair. Tinha isto dentro."
Bart entregou a ela um envelope, igual ao que ela encontrara antes. Cuidadosamente abrindo-o, Chloe removeu uma única folha de papel de dentro. Nela estava escrito o número de uma conta bancária e uma espécie de código.
"Só tem isso?" Bart perguntou.
Chloe imediatamente começou a digitar a informação no computador. Não demorou muito para os resultados surgirem.
"É uma conta num banco da Suíça, sob o nome de uma das identidades alternativas de Sinclair. Sem dúvida o dinheiro seria movido para esta conta pouco depois da transferência. Só foi criada dois dias atrás."
"Podemos conseguir algo mais útil com essa informação?"
"Provavelmente não. Eu posso rever a gravação da minha vizinhança para ver se tem algum sinal de quem deixou isso aqui, mas não tenho muita esperança. As únicas câmeras mais perto ficam nos caixas eletrônicos e em lojas da rua principal."
"Vou dar uma olhada ao redor antes de pegar a comida."
Chloe estava prestes a retornar às telas quando Bart a surpreendeu passando os braços ao seu redor, e dando a ela um abraço apertado. "Você vai conseguir, Chloe, eu sei que vai." Ele sussurrou em seu cabelo.
Era difícil não dar a ele um pequeno sorriso em retorno. "Obrigada."
Ela estava feliz que ele tivesse tanta fé, apesar de tudo que tinha acontecido nos últimos meses. Tudo que ela precisava fazer agora era encontrar a mesma fé em si mesma.
-----
Os olhos de Chloe estavam secos e irritados enquanto continuava a olhar para a tela, tentando ignorar o nascer do sol que se refletia em sua janela. Bart roncava no sofá e fazia isso há quatro horas. Ele estava tão exausto quanto ela, mas precisariam da velocidade dele. Impulse era sua única chance de tirar Oliver dessa vivo, tudo que ela precisava era sua localização.
Usando o sistema de vigilância e o programa de reconhecimento facial, ela conseguiu ligar os números de cartão de crédito que sabia que tinham usado recentemente e conseguiu encontrar três transações dos dois homens que pegaram Oliver dentro do clube. As três transações tinham acontecido num raio de quinze quilômetros de onde Oliver fora pego dentro dos últimos dois dias.
Só com aqueles resultados, Chloe deduziu que Victoria tinha que estar por perto. Ela provavelmente estava usando outro método de pagamento.
Ela começou a compilar listas de aluguéis de apartamentos, hotéis e motéis dentro daquela área. A lista totalizou trinta locais e cada um precisava ser vistoriado.
Tentando não se sentir desanimada, Chloe começou a invadir os sistemas de segurança dos hotéis maiores primeiro. Depois de assistir a mulher bem arrumada no disco algumas vezes, e analisado seus registros de gastos caros, era inteligente assumir que Sinclair não estava economizando.
Nenhum dos hotéis possuía registros de identidades que fossem uma das usadas por Victoria, mas isso não significava que ela não pudesse ter passado por eles. Isso só significava que ela e Bart assistiriam horas e mais horas de filmagem, esperando um lampejo de alguém que parecesse com ela ou com seus lacaios.
Chloe estendeu os braços sobre a cabeça e contemplou ir comprar café. Enquanto descia os braços ela olhou para o relógio e quase xingou.
Eram seis da manhã e ela tinha que sair para trabalhar em trinta minutos. Chloe olhou para o telefone e então para o computador. Ela desesperadamente precisava ir trabalhar, mas se o fizesse, não havia garantia de que Bart encontraria as respostas que precisava.
Preparando-se para tudo que estava prestes a ouvir, ela pegou o telefone e ligou para seu chefe.
Um funcionário ligando de última hora com problemas estomacais era provavelmente a desculpa que ele mais ouvia, e ele certamente a deixou saber disso, mas era uma que não podia ignorar. Bem, não sem colocar seus clientes em risco, enfim.
Chloe ouviu os xingamentos e ameaças, implorou que seu chefe acreditasse nela e acrescentou a promessa de que compensaria as horas na mesma semana.
Ela gemeu enquanto desligava. Parece que ia comer alimentos mais básicos na semana seguinte.
"Você deveria ter dito a ele para enfiar o trabalho." Veio a voz do sofá.
Ela olhou para o velocista, bocejando e correndo uma mão pelo cabelo. Era legal Bart defendê-la, mas diferente dele, Oliver não lhe entregava pagamentos. Assim que Oliver estivesse em casa, ela ainda precisaria do trabalho para pagar suas contas.
"Desculpe ter te acordado." Ela disse a ele.
"Eu não deveria ter adormecido. Você encontrou alguma coisa?" Bart perguntou enquanto se levantava e se espreguiçava.
"Temos muita filmagem para assistir. O computador não consegue fazer todas as buscas sozinho. Talvez se eu tivesse mais oito monitores, e um sistema que ocupasse minha cozinha, as coisas fossem mais rápidas."
"Precisamos voltar a Ísis?"
Chloe balançou a cabeça. "Eles estão checando as filmagens remotamente, mas não são suficientes. Aqueles computadores foram montados por Lana, para espionar Lex basicamente. Eles não estão acostumados a este tipo de trabalho e certamente não foram construídos para isto. Vocês terão que fazer sérias atualizações se ainda precisarem dos computadores da Ísis."
"Então, parece que vou ter que ajudar. O que posso fazer?"
"Acho que a primeira coisa que você precisa fazer é pegar café pra gente, porque temos uma longa manhã pela frente. Que tal assistir as gravações?"
"Parece que vou precisar de café." Bart disse.
Chloe deu um sorriso ao ver a expressão miserável que ele estava exibindo. "Talvez seja bom pegar alguma coisa pra comer. Não tenho muita coisa aqui."
"Ok." Ele começou a calçar os tênis. "Sabe, senti falta de ter você por perto, Chloe."
Ela olhou para o laptop, desejando poder mudar o assunto.
"Eu sei que você não quer ouvir, mas quero que você saiba. Eu sinto falta de ter você por perto, e me sinto mal por não estar por perto quando você precisou. Você sempre cuidou de mim. Bem, de todos nós."
"Eu não preciso que cuidem de mim, Bart." Chloe disse.
Ela queria bloquear todos os pensamentos de como se sentiu após a morte de Jimmy. Ainda doía, saber que todo mundo partiu, deixando-a sem escolhas a não ser fazer o mesmo. A dor da solidão parada no apartamento que Jimmy comprou para eles ainda voltava à sua mente, fazendo-a agarrar o estômago para tentar aliviar a dor.
"Todos nós precisamos de alguém, e deveríamos cuidar uns dos outros. Quem mais entenderia?"
Chloe tentou segurar as lágrimas. Ela não queria tocar no assunto, então olhou com mais força para o monitor em sua frente.
"Prometa-me que quando tudo isso terminar, você ainda vai ficar por perto. Eu não quero que você desapareça de novo. Todos temos culpa por aquele dia, e todos precisamos carregar a responsabilidade. Ter amigos é cada vez mais difícil. Não posso perder os que já tenho."
Havia tanta tristeza na voz dele, ela sentiu as bochechas molhadas das lágrimas. Rapidamente ela as enxugou e tentou manter a voz normal.
"Sempre serei sua amiga, Bart."
Ainda assim, ela sentiu os braços de Bart a envolverem num forte abraço.
"Se vale de alguma coisa, sinto muito por Jimmy, 'licious. Preciso que você saiba disso."
Ela assentiu algumas vezes antes de ter certeza que os soluços não deixariam sua boca em vez de palavras.
"Obrigada." Ela disse, cobrindo a mão dele com a sua.
"Vou pegar o café."
Chloe se sentiu quase aliviada quando ele deixou o apartamento. Ela sentiu falta do conforto de seu abraço, mas estava finalmente livre para deixar as lágrimas que vinha segurando durante meses caírem. Ela não chorava desde o funeral de Jimmy, não se permitindo o luxo do luto. Em sua mente, ela não merecia, e isso era parte de sua punição.
As palavras de Bart abriram uma ferida que ela vinha tentando fechar há algum tempo. Sabendo que não tinha que viver tão isolada e sozinha, carregando toda a culpa a fez se sentir um pouco melhor. Ela tinha tanta certeza de que o time a culpava pelas ações de Davis e a morte de Jimmy, e com razão em sua mente. Era bom saber que nem todo mundo a culpava, que talvez houvesse um jeito de sobreviver a tudo.
_________
QUATRO
_____________________________________________________________________________
O Oliver foi mesmo um gênio, a Chloe nunca conseguiria ficar longe de tudo isso, só precisava de um empurrãozinho... rsrs
ResponderExcluirEu já disse que amo o Bart?! Ah, eu amo!!
GIL
Oliver é mesmo um gênio... e o Bart... como não amar? :D
ExcluirConcordo Oliver foi um genio, nao consigo ver Chloe fazendo outra coisa nesse momento, ainda nao chegou o momento.
ResponderExcluire Bart é so amor.
Juliana
Verdade, a Chloe pertence ao mundo dos heróis, não tem jeito... :D
ExcluirSempre que leio como a Chloe ficou depois do Jimmy me lembro que fiquei p da vida com o time...
ResponderExcluirPor mais triste que a Chloe não se divertia como garotas da sua idade, ela realmente pertence a liga, e Bart é muito fofo!
Ah, nossa... foi uma grande mancada né? Ela pertence mesmo...
ExcluirPobre Chloe!!! Ela carregou muita coisa nesse período - culpa, medo, abandono... O Bart reafirmando a amizade deles foi o melhor momento do capítulo!!!
ResponderExcluirAh, o Bart... Sempre um fofo!!!
Excluir