Finding Her Heart

Para encerrar nosso mês de aniversário resgatei essa série do fundo do baú. Espero que gostem! Boa leitura! :D

Série: Her Heart
Título: Encontrando Seu Coração
Resumo: Quando tudo foi dito e feito, seu coração está em outro lugar.
Autora: calie15
Classificação: PG-13
Episódio: Conspiracy

Nota da Autora: Embora eu tenha ficado bastante preocupada com Chlollie ao final de Conspiracy, esta história é mais sobre Chloe, concentrando-se não apenas em justificar suas ações e a conspiração, mas dando-lhe algum tipo de redenção. 

Chloe olhou para a morena, sua mão tremendo, ainda segurando a arma. A bala continuava ecoando em seus ouvidos, mesmo depois do tiro, e seu estômago continuava revirando, ameaçando expulsar seu conteúdo por uma razão diferente do que a de mais cedo naquele dia.

Lentamente, ela abaixou a mão, respirando fundo enquanto o fazia, e se forçou a olhar por mais um momento para o corpo no chão.

Os olhos de Tess encaravam o teto, ainda em choque, mas mortos para o mundo. 

Por um breve momento Chloe se sentiu desabando, seu mundo se desintegrando, mas ela ergueu o queixo, olhou para o corpo imóvel de Tess, e passou por cima, afastando-se da mulher que era tão distorcida quanto ela, fechando a porta atrás de si.

Quando ela entrou na Watchtower, tudo estava com havia deixado, como sempre fora. Claro, houve alguns vidros quebrados de vez em quando, monitores tombados, e um mergulho num mundo de firewalls em certo momento, mas tudo sempre voltava ao normal, sempre permanecia constante. Aquele lugar fora seu conforto, seu escudo do mundo. Sempre a permitiu dar um passo atrás e ainda permanecer conectada. Ainda assim, agora, não tinha propósito algum.

Plano C estava em ação. O Plano A era sempre o plano de Clark, o plano ideal, o plano onde ninguém se feria. Plano B era o dela, incluindo um arsenal de armas, pelas costas de Clark, e tomando as decisões em suas mãos. No final, a decisão engoliu os dois.

Ela se desculpou com ele quando tudo terminou. Na escuridão de sua Watchtower, o resultado do confronto final, ela tentou explicar tudo a ele. Ela falou de seus medos e preocupações, admitindo que não havia confiado nele para tomar a decisão certa e também admitindo que ela também não tomara.

O coração de Clark estava sempre no lugar certo, e ele poderia perdoá-la, mas ele não conseguia entendê-la, não mais. E seu coração estava perdido, já há algum tempo. Eles não combinavam como antes, duas peças de um quebra-cabeça que se encaixavam perfeitamente, trabalhando lado a lado. Agora ele tinha um destino, um grandioso destino, honrado, e ela, bem, ela estava comprometida, nervosa, e um pouco partida. Esses dois tipos de peças não combinam. Você pode forçá-las por um tempo, até que uma se dobra à pressão. Ela era a que estava dobrando.

Ele partiu, prometendo que iriam resolver tudo. Que no futuro tudo ficaria bem. Esse era ele, sempre pensando no futuro, vendo o lado positivo, e era o que ela esperava dele, era o que ela queria ver nele, sempre. Não nela, porém. Quando ele partiu, ela foi deixada no escuro, franzindo a testa à partida. O sumiço de Zod não acalmou em nada seu coração desconfiado.

E ela estava certa em desconfiar. Porque enquanto tentava fazer a torre voltar a funcionar, a última peça se encaixou. Tess. Ela contatou Chloe, altivamente declarando que finalmente a tinha na palma da mão. Chloe negou, mas foi o tom da voz de Tess que a deixou alerta, mandou um arrepio por sua espinha, ela estava confiante demais na opinião de Chloe. Então, com sua arma, foi atrás dela.

E menos de uma hora depois Tess estava morta, Chloe cometendo o ato final. Parecia apropriado por alguma razão enquanto ela olhava para o corpo de Tess. Algo que ficou inacabado, mesmo quando Zod e os Kandorianos foram enfrentados e Clark saiu vitorioso.

Tess parou diante dela quando Chloe negou, listando todos os seus crimes, suas decisões duvidosas, suas mentiras, sua falta de coração, dizendo com um risinho que Chloe não era muito diferente dela, além do fato de que ela não ainda não tinha matado ninguém. Então, ela deu o último golpe, expondo o único segredo que Chloe guardara no coração que havia perdido. A única coisa que tinha conseguido encontrar seu coração. E era porque isto estava em seu coração que ela olhou dentro dos olhos de Tess, sem medo...

"Você está certa." Chloe admitiu pensativamente e assentiu com a cabeça, apertando os lábios em contemplação, e ainda sem tirar as mãos dos bolsos de sua jaqueta. "Somos parecidas, nunca achei que eu fosse admitir isso."

Tess deu um risinho de desdém, satisfeita com a admissão de Chloe e quase como se estivesse aliviada.

"Mas você está errada em uma coisa. Eu tenho um coração, e", ela tirou a arma do bolso e apontou para Tess, "é por isso que estou matando alguém agora."

Então agora Chloe estava colocando o Plano C em ação. O Plano C era originalmente seu último plano de ação, fugir. A fuga era pra ser dos Kandorianos, não de sua decisão de se tornar uma assassina, não por causa dos outros erros e acidentes.

Agora ela estava desligando tudo, apagando tudo. Mandando as informações que Clark e Oliver precisariam para o computador de Oliver, mas só o mínimo necessário. Ela precisava de tempo para fugir, e não ia dar a eles habilidades de encontrá-la. Ela daria apenas o que eles precisariam para continuar, para lutar pelo bem, mas não muita coisa. Ela os carregara por um longo tempo, era hora de eles começarem a andar com as próprias pernas.

Tudo estava planejado há muito tempo, assim o Plano C entrou em ação sem muitos problemas. Os computadores desligaram, dando seus últimos suspiros, relembrando-a de Tess. Parece que aquele era mesmo seu dia de assassina. Não só havia matado Tess, mas estava matando sua torre, e não podia deixar de se sentir mais culpada por isso do que com a mulher morta em sua própria casa. Sua torre a servira muito bem. Os equipamentos fizeram mais bem a ela do que a mulher gelada, morta na mansão de Lex Luthor. E tudo aquilo era por causa de Jimmy, o presente dele pra ela.

Ela sorriu ao pensar nele, agradecendo-o silenciosamente por lhe dar a oportunidade de fazer as coisas que sempre quis. Ele nunca a conheceu de fato, ainda assim lhe deu o melhor presente de todos, pelo menos até recentemente.

Os monitores estavam apagados agora, e as luzes baixas. Ela parou no centro da torre apenas com o que podia carregar. Duas malas, um laptop e sua bolsa. Ela seguiu seu caminho. Oliver ficaria furioso, mas ela pegou alguns dólares da conta dele. Ela deu um risinho enquanto transferia o dinheiro, pensando que era o mínimo que ele podia fazer.

Eles ficariam bravos, eles a odiariam, a culpariam. E estava tudo bem pra ela. Porque ela estaria longe, seria melhor culpar alguém que não estivesse mais envolvido na luta, culpar a pessoa que não era o herói. Era melhor que a culpa recaísse completamente sobre ela. Se recaísse sobre Clark ou Oliver, eles não teriam como lidar, não poderiam ser os heróis que o mundo precisava. Ela pensou, ela podia cruzar aquela linha, e as pessoas que precisassem seriam salvas.

E talvez eles tivessem o direito de culpá-la, sabia disso agora. Suas ações nem sempre foram honestas, ou do lado certo. Ela se sacrificara demais, mas alguém tinha que fazê-lo, e quando se tratava disso, do bem maior, ela era dispensável, eles não.

O coração de Clark estava no lugar certo, e o de Oliver estava chegando lá, lenta mas continuamente. Ela não pode deixar de sorrir suavemente ao pensar nele, no jeito como ele voltou, se tornou uma pessoa melhor, melhor que ela. Era assim que deveria ser. E pelos poucos momentos que tivera com ele, ela era grata. Ele conseguiu ajudá-la a esquecer a escuridão que sempre parecia se arrastar perto dela. E no final, ela tinha que agradecer a ele por isso.

Mas Chloe fizera o que tinha que fazer. Estava terminado. Eles podiam seguir sem ela. Clark encontrou seu caminho, encontrou Lois. Oliver encontrou o herói dentro dele, e continuaria fazendo da Liga da Justiça ainda melhor do que já era. Ela não era necessária. Em algum momento de sua vida ela temeu aquilo, não ser necessária. Agora estava agradecida, porque era hora de partir, não apenas por causa da morte de Tess, mas porque seu coração estava em outro lugar. Não estava mais na luta.

Olhando para baixo, ela correu a mão pela barriga, sentindo a leve saliência e pela primeira vez sentiu o medo que Tess lhe trouxe. Tess não a conhecia bem o suficiente, embora achasse que sim. De alguma maneira ela achou que ameaçar Chloe com a vida que crescia dentro dela a faria fazer o que a outra queria, mas só fez com que fosse morta.

Havia muitas coisas que Chloe fizera para proteger o mundo, mas ela nunca matara ninguém.

Ainda assim ela puxou o gatilho, depois de tantos anos dizendo a si mesma que jamais seria esse tipo de pessoa. No final acabou que havia coisas mais importantes do que melhores amigos com um destino, primas que amava, saudades que sentia de um pai, amigos que cruzavam a linha com ela e aqueciam seu coração e a faziam se sentir bonita, mesmo que só por alguns momentos. Havia coisas mais importantes do que salvar Metrópolis, salvar o mundo. Para esses ela havia jurado não se tornar uma assassina. Mas ela não sabia que havia um bebê dentro dela que seria a coisa mais importante de sua vida. Por esta vida ela puxaria o gatilho, contra qualquer um.

Então eles podiam odiá-la, podiam amaldiçoá-la, não importava. 

Chloe começou a se afastar da torre, sentindo como se Jimmy a estivesse abençoando, ajudando-a a se mover pela porta, talvez não necessariamente concordando com suas ações, mas feliz que seu coração tivesse encontrado um novo lar.

As portas se fecharam atrás dela, e ela sentiu a perda, mas fez o melhor para não tomar conhecimento. Em vez disso se concentrou em sua nova missão, uma que nunca estaria completa. Era inesperado, e nada ideal. Mas não era indesejada, e ela faria o melhor que pudesse. Chloe sempre fez o melhor que pode, superando cada desafio posto em sua frente. Maternidade era um desafio que ela não antecipara, mas ela ia fazer direito. Mesmo que isso significasse deixar sua vida para trás e colocar uma bala em Tess para proteger a vida crescendo dentro de si.

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Próxima história: LEAVING HER HEART

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