Book or Cover (2/4)

Título: O Livro ou a Capa

Resumo: Oliver fica no Talon após levar Chloe até lá depois da festa de aniversário. Quando a manhã chega, eles trabalham juntos para solucionar o desejo que Chloe não antecipou que se tornaria realidade.

Autora: serafina19
Classificação: PG-13
Linha de Tempo: Hex
Banner: aradira
Anterior: 01

O Planeta Diário. Durante anos, foi seu sonho trabalhar ali. Por um tempo, ela trabalhou ali. Durante sua vida, ela acumulara muitas memórias dali, tanto boas quanto más, mas ela não tinha certeza de onde aquela se encaixaria. Suspirando enquanto olhava para o prédio, Chloe disse, "Bem, vamos ver o que acontece."

"Acabe com eles, Lois Lane", Oliver brincou do assento do motorista. Ela estava quieta demais durante o caminho, algo que ele tentou consertar com conversa fiada, mas a mente de Chloe estava no trabalho, então ele não teve uma resposta dela. "Se precisar de alguma coisa, estou a um telefonema de distância."

"Obrigada, Ollie", Chloe respondeu, apreciando a ajuda até o momento e a carona. Saindo do carro, ela acenou para ele antes de entrar. A primeira parte foi simples, pois ainda lembrava de sua experiência de trabalhar ali, então sabia onde estava indo, para o lugar onde ficava a mesa de Lois.

Claro, Chloe não tinha um estagiário cuidando de sua lavanderia, mas a agitação não tinha mudado. Era provavelmente uma coisa boa, pois quando se sentou, Chloe imediatamente se arrependeu do que escolheu para vestir enquanto estava no corpo de Lois. Teria ajudado se Lois tivesse uma coisa decente que Chloe se sentisse confortável em usar, especialmente com Oliver lhe dando uma carona para o 'trabalho', mas sem sorte. Em vez, ela decidiu por suas próprias roupas, esquecendo do busto ligeiramente maior de sua prima, entre outras coisas.

Olhando de volta para cima, Chloe tentou decidir por onde começar, mas Clark entrando na sala de redação a fez esquecer tudo e se concentrar no que precisava acontecer.

"Clark, ei", Chloe disse, empurrando a cadeira para se levantar, um pouco desconcertada tentando se adaptar aos calçados de Lois. "Eu tenho que falar com você."

"Como levou menos de um dia para ser deportada do México?" Clark deu risada enquanto colocava a maleta sobre a mesa e pegava algumas coisas de sua mesa. "Eu estou surpreso que você tenha esperado até agora para me falar, especialmente considerando o quanto conversamos ontem à noite."

Chloe piscou, não acreditando no que estava acontecendo. "O quê?"

Ela esperou por uma resposta ou duas, mas no verdadeiro jeito Clark de ser, em vez de notar a surpresa em seu rosto, ele simplesmente continuou falando. "Eu acho que seis ligações foi um pouco demais, mas você não pareceu se importar."

Sério?

Ela deduziu que de todo mundo, Clark teria sentido que havia algo estranho, mas então ela percebeu que havia certas vantagens em ele ser tão cego. "Você não poderia estar muito ocupado se teve tempo de atendê-las. Quer dizer, se você quisesse, poderia ter deixado uma das minhas ligações ir para uma caixa de mensagens para que pudesse ligar para Chloe em seu aniversário."

Sentando-se em sua cadeira, o foco de Clark se manteve em seu computador enquanto respondia. "Chloe sabe que eu fico ocupado na fazenda. Você, por outro lado, não entende uma deixa."

Bem, pelo menos ele tinha uma desculpa, mesmo que fosse uma mentira. "Clark-"

"Olha, podemos falar disso depois?"  Clark pegou o casaco e jogou por sobre os ombros. "Temos uma história para cobrir na Principal com a Quinta."

Depois de um suspiro, Chloe percebeu que a conversa não ia continuar naquele momento. "Ótimo, vamos lá... Smallville."

A saída foi a viagem de elevador mais estranha de todos os tempos. Clark ficava... encarando e embora normalmente fosse algo bem-vindo, não era agora. Mesmo que não fosse um problema pra ela, pois Chloe sabia que havia algo crescendo entre Clark e Lois, mas ver acontecer era completamente estranho.

Pelo lado bom, seu monólogo interno parecia ser sua salvação, pois ela não tinha ideia do que dizer a Clark. O que ele e Lois conversavam no trabalho? O que Chloe falaria com Clark além do trabalho de herói e sua vida amorosa?

Enquanto o elevador se abria, ela percebeu que conhecendo sua prima, Lois provavelmente dominaria a conversa, mas Chloe não ia confirmar a história da deportação já que sua prima de fato estava no México.

"Lois", ele disse, quebrando o silêncio, fazendo Chloe desejar que tivesse uma café para se esconder atrás.

"Sim", ela respondeu, tentando viver seu personagem, porque se ela deveria viver aquela vida, Chloe não queria estragar nada.

"Por que você está tão quieta hoje?" Ele ergueu as sobrancelhas antes de olhar pra ela. "Eu achei que com sua tarefa recente, estaria ouvindo uma cascata de palavrões."

"Acredite em mim, eu já xinguei o suficiente para uma vida inteira." Era uma resposta péssima, mas Chloe não resistiu a uma risada, o que a levou a receber um olhar de seu amigo como se a considerasse maluca. "Sério, Clark?"

"O quê?"

Incapaz de aguentar, Chloe revirou os olhos. De jeito nenhum ela conseguiria passar o dia com Clark alheio ao que estava acontecendo. No mínimo, ela estava louca por ele já não ter percebido. "Eu não sei o que é mais surpreendente. Que eu tenha que te dizer que sou eu ou que Oliver tenha descoberto em segundos."

"Lois, o que você--"

"Chloe", ela falou. "Não Lois."

Clark bufou antes de dar um passo atrás, tentando vender confiança no olhar. "Eu acho que eu--"

"Lois está no México agora. Se você não acredita em mim, ligue para o número de Chloe agora." Estendendo o telefone, ela observou enquanto Clark ligava, mesmo com o rosto dele aparecendo em seu telefone, Chloe podia ver que Clark ainda não acreditava nela.

Então ela tentou um ângulo diferente, um que ela sabia que ia funcionar. "Embora eu tenha apreciado seu presente, você podia ter ligado de Keystone. Mas eu acho que deveria estar acostumada, com você salvando Lana no baile da primavera e outros incontáveis cenários. Quer dizer, Jor-El não te salvou da explosão daquele planeta para ir a festas de aniversário, certo?"

Ela precisou se segurar para não rir ao olhar no rosto de Clark. "Chloe, eu--"

"Desculpe por não ter conseguido me ligar. Nem ao menos me deixar uma mensagem?" Revirando os olhos novamente, Chloe começou a caminhar pela rua, pois não admitia nada daquilo como pedido de desculpas. No fundo, era provavelmente porque suas desculpas estavam ficando velhas. "Não se preocupe, Clark, eu entendo. Eu sempre entendo."

"Isso é--"

Virando-se, Chloe interpôs. "Você pode certamente ter mais liberdade comigo do que tem com Lois. Eu sei a razão para você estar longe, ela não, então você não tinha que me dar explicações." Vendo a derrota no rosto dele, Chloe deu de ombros antes de dizer, "Sério, Clark, está tudo bem."

Em outras palavras, era engolível, mas Chloe já tinha aceitado a situação.

Finalmente sentindo que ela não queria falar sobre a ausência dele em seu aniversário, Clark perguntou, "Então... o que aconteceu?"

"Eu tive um momento de ciúmes e desejei algo que foi tomado mais literalmente do que era minha intenção." Chloe suspirou enquanto viravam a esquina. "Voos de primeira classe, matérias de capa... era a vida que eu quis por tanto tempo, mas por alguma razão, foi isto que eu recebi."

"Espera", Clark disse, parando no meio da rua ao perceber alguma coisa. "Então isto foi feito pela ilusionista que estava na sua festa?"

Inicialmente, ela se sentiu tentada a perguntar de que outra maneira ele esperava que aquilo pudesse acontecer, mas baseada na expressão no rosto dele, Chloe percebeu que aquela não era a razão para ele ter feito a pergunta. "Você sabe de alguma coisa?"

"Sim, eu ouvi Lois a contratando para sua festa há um tempo atrás. Eu acho que o panfleto pode estar na mesa dela." Sem aviso, Clark desapareceu e voltou um segundo depois com o panfleto na mão. "Esta é ela?"

Balançando a cabeça, Chloe não podia acreditar que ela mesma não tivesse pensado naquilo. Era possível que ela estivesse de fato imergindo em sua realidade alternativa. "É sim."

Colocando a mão no ombro dela, Clark tentou tranquilizar sua amiga. "Então vamos fazer uma visita depois da matéria. Que tal?"

"Pra mim tudo bem." Guardando o panfleto na bolsa, Chloe olhou para cima e sorriu para Clark antes de continuar a caminhar na direção da história. Pelo menos, ela tinha isso para fazer valer o dia.

~0~

Entrando no escritório, Oliver foi direto para seu computador verificar suas finanças. Ele se sentiu levemente mal por ter mentido para Chloe, mas ele não queria que ela tivesse falsas esperanças até ele saber com certeza que ele tinha pago a ilusionista. Além do mais, tecnicamente ele não tinha mentido, pois foi Lois quem a contratou, mas claro, ele pagou por seus serviços. Não era muito, mas era um começo.

Um começo que ele não precisava, pois a mulher que ele estava procurando estava parada na porta de seu escritório. "Ei", Oliver disse, levantando-se para ir até sua convidada. "Zatanna, certo?"

"Uau, sua reputação realmente é verdadeira", ela respondeu enquanto apertava a mão dele. "Lembrar o nome de uma mulher a quem não foi apresentado."

"Bem, eu gosto de saber o nome das pessoas que eu pago." Dando a ela um sorriso, Oliver gesticulou para que ela entrasse em seu escritório. "Agora, estou tentado a dizer que é uma feliz coincidência, mas o fato de você ter vindo até mim pode significar que você tinha um outro motivo para trabalhar na festa."

Zatanna assentiu, feliz que pudesse pular as formalidades. "Lois Lane me falou seu nome por acaso. Eu esperava que você pudesse me fazer um favor."

"Isso não requer que eu me transforme em outra pessoa, certo?" O comentário fez com que os olhos de Zatanna se estreitassem, então Oliver logo esclareceu. "Chloe, a aniversariante de ontem, levou um choque esta manhã."

Ela sorriu antes de fechar a porta. "Magia sempre tem consequências, mas não é por isso que estou aqui."

"Certo, qual é o favor?" Dando alguns passos, Oliver voltou para trás de sua mesa. "Algo me diz que dinheiro não era o motivo para você trabalhar pra mim."

"Você está certo. Do mesmo jeito são as vantagens de meu pai ter me deixado uma propriedade em ShadowCrest." Foi a vez de Oliver ficar surpreso, uma expressão que ela percebeu. "Eu estou assumindo que, com base na expressão em seu rosto, você só viu meu primeiro nome."

"Em minha defesa, era o único nome no cartão." Depois de olhar para suas finanças novamente para confirmar a informação, ele as fechou. "Então... você é filha de John Zatara."

Ela assentiu novamente. "Depois que meu pai morreu, eu perdi algo muito importante pra ele, importante pra minha família. Lex Luthor comprou um livro em um leilão e eu me pergunto se há alguma chance de você consegui-lo pra mim."

"Você está me dizendo que não consegue simplesmente tirar algo do chapéu ou algo parecido?"

Zatanna suspirou à péssima piada, mas não podia culpar o homem pela pergunta. "Infelizmente, meu pai só me ensinou o básico."

Recostando-se na parede, Oliver cruzou os braços. "Tem certeza? Porque o que aconteceu com Chloe ontem não pareceu básico pra mim."

"Ok", Zatanna respondeu, percebendo que ele não abandonaria o assunto. "Eu não posso fazer nada por sua amiga, mas se você fizer isso pra mim, eu posso lhe dar um desejo e você pode aprender com os erros dela."

"Os erros dela?" Oliver se afastou da parede, confusão crescendo enquanto se aproximava dela. "Você sabe o que fez a ela?"

"Você quer dizer o que ela fez a si mesma?" Zatanna corrigiu, feliz que tivesse a atenção dele tempo suficiente para explicar. "Naquele momento, era o que ela queria."

"E isso quer dizer..."

"Quer dizer que no momento que ela não quiser mais, o feitiço desaparece. Mas depende dela." Quando aquilo só transformou a agitação dele em desapontamento, Zatanna rapidamente mudou o foco, não querendo perder a chance de conseguir o livro de seu pai de volta. "Não tem que ser desse jeito com você, porém. Quer dizer, vamos encarar, você tem uma vida boa teoricamente. Mas não existe algo que você deseje? Ou algo que gostaria de ter de volta?"

Vendo os olhos dele brilharem com a última pergunta, Zatanna apontou o dedo pra ele. "Aí, bem aí. Eu posso ajudar."

Oliver sabia que deveria dizer não, mas quanto mais pensava, mais percebia que podia ser uma coisa boa. Não era um erro que muitas pessoas tinham conhecimento, era uma pessoa que a maioria das pessoas pensava que estivesse morta. Não faria mal a ninguém... certo?

Abaixando a cabeça, Oliver estendeu a mão. "Os advogados de Lex não me permitem acesso à sua coleção privada, mas vou ver o que posso fazer."

"É só o que eu peço", ela respondeu, feliz em vê-lo aceitando sua proposta. "Que tal eu passar em seu escritório amanhã este mesmo horário?"

______
TRÊS

______________________________________________________________________________