Resumo: Aparentemente, a única coisa que unia Chloe Sullivan e Oliver Queen era uma história. Mas por trás das portas fechadas era um relacionamento acidental que sem nenhuma intenção acabou mudando tudo.
Autora: serafina19
Classificação: NC-17
Atravessando as portas do elevador, os saltos de Chloe ecoaram através do corredor enquanto se aproximava do que deduzia ser o escritório de Oliver. Não havia ninguém por perto, nem mesmo sua assistente, já que a mesa na frente do escritório estava vazia.
Sem perder tempo o próprio Oliver saiu do escritório e a avistou. "Srta. Sullivan, por favor... por aqui."
Era errado que ela se sentisse um pouco nervosa? Ela tentou esconder, mas Chloe sabia que ele percebeu quando ela engoliu seco ao se aproximar. "Recepção pessoal... você deve estar falando sério sobre o artigo."
"Minha assistente está de folga." Ele a percebeu parar na porta, mas insistiu que ela entrasse primeiro. Assim que ela entrou, Chloe se virou para olhar pra ele, sua expressão puramente profissional, o que era exatamente o que ele queria. "Eu fiquei surpreso quando Lauren me disse que você já tinha agendado."
Mas enfim, ele também deduziu que Chloe ligaria em seu celular, lhe daria uma bronca, talvez até enchesse sua cabeça por um tempo. Mas ao invés, ela ligou para sua assistente, aparentemente querendo falar com a pessoa que cuidava de sua agenda. Então marcou a entrevista pra três dias depois do Natal, um fato que não pareceu abalá-la nenhum pouco, já que ela agia como se fosse a coisa mais normal no mundo.
"E ainda assim estamos aqui." Afinal, se Chloe era uma mulher de apostas, deduziu que Oliver Queen gostava dos feriados tanto quanto ela, então ele provavelmente apreciaria a distração. Ao mesmo tempo, tiraria o artigo de sua cabeça antes dos sinos do Ano Novo e ela deixaria esse estranho senso de coincidência pra trás. Era uma situação em que todos ganhavam.
"Neste caso", Oliver disse antes de caminhar novamente na direção dela. "Eu queria te agradecer por aceitar minha oferta."
Ele estendeu a mão para Chloe apertá-la, um gesto simples, mas Chloe demorou mais do que deveria para aceitar. Mesmo estando ali, não significava que ela estivesse muito confortável com sua proximidade. "Não precisa, é uma grande oportunidade pra mim." Soltando a mão dele, Chloe deu alguns passos calculados pra trás, estabelecendo uma distância confortável. "Sua assistente foi bem detalhista sobre o artigo."
Aquilo era algo em que Oliver tinha insistido, já que estava longe de cumprir o protocolo normal para a mídia. "Eu queria que você estivesse preparada."
Chloe assentiu antes de abrir seu bloco de anotações para fazer as perguntas, tomando nota de como ele caminhou até sua mesa e se recostou ali. Não era a coisa mais confortável pra se apoiar, já que havia cadeiras ao redor da sala, provavelmente umas que custavam mais do que seu contra-cheque, mas nenhuma vez ele ofereceu um assento, nem se sentou também. Por alguma razão, ele parecia estar um pouco agitado, seus dedos tamborilando na mesa, não muito tempo depois de se afastar de novo, o tempo todo os olhos focados em nada específico.
Estreitando os olhos, Chloe tentou deduzir o que se passava na cabeça dele. "Você... você sabe que eu ainda me firmando como escritora freelance. Eu sou só um nome."
Oliver bufou, talvez ela não abrilhantasse jornais pelo país, mas entre as razões para querer que Chloe Sullivan escrevesse aquele artigo estava o fato de que ela tinha mais talento do que imaginava. "Bem, é um nome que apareceu na primeira página do Planeta Diário em múltiplas ocasiões, sem mencionar que você escreveu vários artigos freelance pelo estado e recebeu uma recomendação pessoal de Perry White... embora ele nunca tenha trabalhado com você."
Claro, seu trabalho andava devagar ultimamente, algo ligado a crise que experimentou desde que deixou o Planeta Diário, mas Chloe fazia parte de um seleto grupo de jornalistas. Um que escrevia a verdade a qualquer custo, um que não se importava com quem estava irritando e fazia o trabalho. Oliver a admirava por isso.
Ele finalmente olhou em sua direção, a tempo de vê-la fechando a boca. Era claro que ela não esperava que ele soubesse tanto sobre ela, o que era esperado, mas se ele ia levar tudo a sério com ela, especialmente depois da última vez em que estiveram juntos sozinhos no mesmo quarto, ele tinha que igualar um pouco o campo de jogo.
Clareando a garganta, Chloe disse secamente. "Vejo que você fez sua lição de casa." Embora a declaração não fosse completamente precisa, estava bem perto. A recomendação de Perry não tinha nada a ver com seu trabalho, mas ele não ia lhe contar isso.
"Eu não menti quando disse que esperava ver você de novo." Oliver sorriu quando ela levantou a cabeça das notas, mas ele apenas sorriu, dando de ombros. Ele sabia que ela iria deduzir que suas intenções com aquele comentário estavam relacionadas a um assunto completamente diferente, mas estava tudo bem pra ele. "Sua prima teria sido uma boa substituta, mas... eu tive a sensação que podia confiar mais em você."
Franzindo a testa, Chloe inconscientemente deu um passo na direção dele. "Confiança é uma interessante escolha de palavra."
Oliver respondeu também dando alguns passos. "Eu ouvi dizer que se você quiser convencer o mundo, deve começar com seu maior crítico."
Ela deu uma risada seca ao comentário. "Eu?" Àquela altura, ele estava perto o suficiente para Chloe ter que inclinar o pescoço, mas ela estava acostumada a ser mais baixa e há muito tempo altura não lhe intimidava. Então ela manteve a postura e respondeu. "Sr. Queen, deixe-me assegurá-lo, eu posso ser uma crítica, mas estou longe de ser sua pior. E nenhum artigo vai diminuir o ódio que você e Lex Luthor têm um pelo outro."
Abaixando a cabeça, Oliver deu um risinho, tomando nota de que no momento certo, ela era tão ardente sóbria quanto depois de algumas bebidas. Não que isso o surpreendesse, mas a percepção veio com algumas infelizes consequências, como o fato de isto estar lhe excitando um pouco e o fato de seu rosto estar a centímetros do dela não ajudava. "Acho que só o tempo poderá dizer."
Chloe não estava muito melhor, as palavras dele tinham feito sua respiração desacelerar imediatamente. Ele era quase muito bom nisso, o que era patético para ela pensar, mas não podia evitar de se lembrar daquela noite e do quanto ele a satisfez. Sem mencionar que estavam num andar vazio e...
E o que ela estava pensando? Aquela não era hora de não ser profissional. De algum jeito, Chloe conseguiu calmamente passar por Oliver, olhando firmemente para seu bloco de notas enquanto seus saltos clicavam no chão mais uma vez. "Então, podemos começar?"
"Estou pronto quando você estiver."
"Ok... qual sua cor preferida?" Vendo a desaprovação no rosto dele, Chloe mordeu o lábio inferior pra segurar a risada antes de fazer a pergunta que realmente queria. "Que tal começarmos com sua última tecnologia em satélites? No último ano, seus satélites foram um dos poucos a continuar funcionando durante o blecaute e agora você está dizendo que eles foram incrementados. Importa-se em explicar melhor o potencial para esta tecnologia e o que faz os satélites da Queen Industries funcionarem tão bem?"
Depois de uma curta pausa, Oliver respondeu. "Você sabe que eu não posso revelar a propriedade intelectual."
Claro que Chloe sabia, mas isso não a impediu de levar a entrevista a sério. Era o que ele queria afinal. "Você evitou essa pergunta antes e me disse que eu poderia fazer dez perguntas, então o que você pode me contar?"
"Que minha cor preferida é verde." Ele podia vê-la compreensivamente prestes a protestar, mas ergueu um dedo para impedi-la. "E não, não tem nada a ver com dinheiro, nem é uma resposta conveniente sobre o fato de o mundo caminhar numa direção mais amiga do meio-ambiente, embora a natureza seja parte da razão." Oliver caminhou até a janela, colocando os dedos delicadamente contra o vidro. "Minha mãe... sempre ficava feliz quando os primeiros sinais da primavera apareciam."
"Você cresceu na Califórnia", ele a ouviu comentar, sendo mais sutil do que ele esperava.
Ele estava tentado a responder o comentário, dizer a ela o quanto tinha testemunhado a mudança das estações em sua vida, mas não era a hora. "Verde representa uma nova vida, um senso de esperança na escuridão enquanto a grama e a erva-leão crescem entre as rachaduras nas calçadas. É um lembrete de onde viemos, do que somos feitos."
Virando-se, ele sorriu para Chloe antes de terminar. "E isso nos deixa agradecidos por tudo que temos, relembrando a todos que devemos nos agarrar a tudo que importa, porque nunca sabemos quando vamos perdê-las."
Chloe abriu a boca, mas esperou por ele caso ainda não tivesse terminado. Não era como se ela esperasse que Oliver levasse a pergunta tão a sério... ou respondesse tão seriamente... enfim. Batendo a caneta no bloco de anotações, ela escreveu alguns poucos pontos essenciais. "Isso... isso não responde minha pergunta."
"Não responde a sua mais recente, mas responde uma de suas perguntas." Ele viu os olhos dela arregalarem, mas Oliver sabia que tinha deixado bem claro a quantidade de perguntas. Se ela se perdesse, era culpa dela. "Agora sobre os satélites..."
O resto da entrevista correu calmamente, já que Chloe encontrou um jeito de conseguir o que queria com oito de muitas perguntas que tinha imaginado. A questão sobre a cor não deveria contar, mas ele lhe deu uma boa resposta, então ela deixou passar.
Isso lhe deixava mais uma pergunta, uma que Chloe estava debatendo sobre perguntar porque parecia tão trivial. Mas no final... era sobre o homem tanto quanto a empresa. "Eu sei que isso oscila para o território pessoal, mas com você, este lugar tem um envolvimento pessoal. As pessoas constantemente lhe comparam aos seus pais, pesando as expectativas deles contra você enquanto você administra a empresa que eles deixaram pra trás."
"Onde está a pergunta?"
Chloe assentiu enquanto se sentava no braço de uma das cadeiras, seus pés começando a incomodar depois de ficar em pé por tanto tempo. "Pouquíssimas pessoas podem imaginar o que é perder os dois pais e tomar a frente de uma empresa aos dez anos de idade. Mas você fez isso e a empresa ainda continua num bom lugar desde que seus pais morreram."
Não era um fato que Chloe tinha percebido até preparar aquela entrevista. As pessoas, incluindo ela mesma, pensavam que ele era um cabeça-oca, mas os números não mentiam e era claro que Oliver estava por trás da maior parte, não importa o quanto escondesse a publicidade real. "Isso soa clichê, eu sei, mas estou curiosa... se você pudesse dizer alguma coisa aos seus pais agora... o que seria?"
Oliver parou enquanto a pergunta era finalizada em sua cabeça, um sorriso formando-se em seus lábios. "É engraçado, porque já me perguntaram isso antes, e toda vez eu dei uma resposta diferente. No entanto, acho que eu não diria nada daquilo."
Antes, ninguém de fato se importava com seu relacionamento com seus pais, só com o legado. A mídia queria as despedidas sentimentais, as palavras de amor, mas a vida tinha lhe ensinado algo que ele percebeu ser sua verdadeira resposta.
"No fim, o verdadeiro arrependimento que as pessoas querem que eu tenha é de não termos nos despedido." Verdade, sua última lembrança dos pais era uma positiva, mas ainda doía saber que ele foi dormir uma noite com seus pais por perto e na noite seguinte... eles tinham partido.
"Olhando pra eles, mesmo que eles pudessem apenas ouvir minha voz... o fato que eu os amo estaria muito claro, o fato de que estou nervoso pra ver se serei o que eles esperavam seria óbvio e eles saberiam que eu jamais os esquecerei."
Parecia errado resumir tantos sentimentos em uma única frase, mas Oliver também era realista. Ele sabia que não era possível, então não havia razão pra enrolar. "Quer dizer, eu só posso esperar que eles estejam orgulhosos de mim." Dando de ombros, Oliver virou a cabeça por sobre o ombro pra encontrar o olhar de Chloe. "Então no fim... eu gostaria apenas de me despedir."
Do momento em que ele falou, Chloe ficou em silêncio, ouvindo sua resposta. Quando escreveu aquela pergunta, era pra ser um jeito suave de terminar a entrevista e só se ela tivesse mais uma pergunta pra queimar, mas a cada pergunta, Chloe queria saber aquela resposta. Era um propósito egoísta, ela não tinha orgulho disso, já que havia pouco dessa resposta que Chloe pudesse usar, mas isso não a impediu de gelar momentaneamente enquanto as palavras se repetiam em sua cabeça.
No entanto, estava claro que ele tinha terminado, então Chloe recolocou sua expressão de trabalho. Levantando-se, Chloe fechou o bloco de anotações e o guardou na bolsa. "Isso é tudo. Entrarei em contato assim que o artigo estiver pronto."
Enquanto Chloe caminhava na direção da porta, Oliver a acompanhou, segurando a porta aberta pra ela sair. "Espero ansioso pela sua ligação."
Recostando-se contra a cadeira, Chloe juntou suas anotações, as frases e o conteúdo geral e sorriu. Ela sabia que ele tinha se oferecido para pagá-la, mas ia fazer isso do jeito dela, especialmente com a conexão que podia usar neste caso.
Segurando o cartão dele, Chloe tamborilou na base de seu laptop. A última vez que teve notícias dele fazia alguns meses, dizendo que ele não tinha espaço para um artigo que ela tinha lhe mandado. Era compreensível que ele não pudesse sempre apoiá-la; afinal, ele recebia histórias de todo lugar.
Mesmo na Universidade de Metrópolis, Matt Wallace era o assunto antes de Oliver aparecer. Embora ele fosse herdeiro do império de uma revista, Matt deixou Chicago porque estava determinado a trilhar seu próprio caminho no mundo. Foi de fato o Planeta Diário que o trouxe ao Kansas, mas sua mãe faleceu com câncer dois anos atrás, e porque ele não conseguia confiar em ninguém pra se comprometer com o mesmo esforço de sua mãe, Matt pegou a tocha e não olhou mais pra trás.
Quanto a razão pra ela ter seu cartão, a resposta era bem simples. Eles tinham compartilhado uma amigável e ainda assim competitiva camaradagem na Met U, sendo os números um e dois nas classes, mas no final, Chloe não se importava em perder pra ele. Afinal, Matt era provavelmente a pessoa que vinha do dinheiro que ela conseguia aguentar.
Então ela ligou pra ele, sabendo que o artigo ainda estava em seu primeiro rascunho, mas tinha que agir rápido ou ia acabar perdendo a oportunidade. Felizmente ela não era a única evitando o feriado de Natal, já que Matt atendeu no segundo toque. "Chloe, você mudou de ideia sobre vir trabalhar aqui?"
Chloe balançou a cabeça antes de responder. "Ainda não." Toda vez ele perguntava isso, mesmo quando ela estava trabalhando no Planeta Diário, mas a resposta era sempre a mesma.
Sorrindo enquanto se levantava, Chloe fechou os olhos, querendo dar um tempo no computador. "Não foi meu melhor trabalho, então não estou chateada por você ter mudado de ideia... embora minha carteira se sinta diferente." Olhando de volta para a tela, ela podia ver o documento olhando de volta. "Eu tenho um novo artigo que pode ser sua próxima capa."
"Ah é?"
Recostando-se contra o sofá, Chloe sorriu. "Seu próximo número é sobre tecnologia, o que significa que você pode querer um material novo. Que tal uma entrevista exclusiva com Oliver Queen sobre as mais recentes inovações de sua empresa com um pequeno aparte sobre o homem por trás de tudo?"
Matt estreitou os olhos imediatamente, quase incrédulo. "Você está me dizendo que a mulher que sentava ao meu lado na universidade tem uma entrevista exclusiva com o homem que não dá entrevistas exclusivas?"
Chloe deu risada, apesar de saber que o que ele tinha dito era completamente válido. Era uma ocorrência estranha, mas não era impossível, certo? Além do mais, não era como se seu amigo estivesse reclamando. "Diz o editor de revista mais jovem dos Estados Unidos."
"É um pouco diferente quando se recebe tudo como herança", Matt argumentou imediatamente, sabendo que fazer Oliver Queen responder algumas perguntas ultimamente era incrível. O homem dava coletivas, claro, mas uma exclusiva assim não era comum de acontecer.
"Sim, bem, você sabe o que fazer", Matt disse enquanto deletava alguns e-mails, feliz em saber que tinha uma nova capa. "Mande o artigo pra mim e nos falamos em seguida." Porque ele conhecia Chloe Sullivan bem o suficiente pra saber quando ela acreditava em alguma coisa, ouvi-la nunca lhe desapontou.
Não importava o que acontecesse, era tradição. A fazenda Kent, eles três, algumas vezes com a Sra. Kent se ela tivesse um tempo, mas não naquele ano. Namorados e namoradas não são permitidos, o que era provavelmente errado considerando o clichê de ano novo, mas para eles três, era sobre família. Era um lembrete de que não importa o que acontecesse, sempre teriam um ao outro. E enquanto tivessem um ao outro, haveria sempre um senso de esperança, mesmo quando Clark e Lois fossem provavelmente se beijar à meia-noite, deixando Chloe sozinha. Mas estava tudo bem, ela estava feliz por eles... e a felicidade deles lhe dava esperança.
Porque aquele era um ano que Chloe estava pronta para deixar pra trás. Não tinha sido seu melhor, nem seu pior, mas depois de meses se punindo, Chloe voltou a ter um senso de normalidade, então ela estava pronta pra dar uns passos a frente.
Era pra isso que servia o ano novo, certo? Para apagar o desespero, a frustração do ano anterior. Ela supunha que deveria haver uma essência de celebração ao ano que se foi, mas não era o caso pra ela. No ano anterior, ela tivera os braços de alguém ao seu redor durante os fogos, mas os braços sumiram alguns meses depois, enquanto sua vida profissional desabava nos meses que se seguiram.
Ela sabia que havia um emprego em Chicago se quisesse deixar aquele lugar para trás, e era altamente tentador. Mas não conseguia deixar Metrópolis, não ainda. Ainda havia família ali, um senso de lar, e isso era algo que Chloe não ia deixar pra trás.
E daí se o ano anterior tinha sido uma droga? Aquele ano seria diferente, e ia começar na direção certa com a publicação de um dos maiores artigos que já tinha escrito. Ela havia mandado para Matt horas atrás, e Chloe tinha que admitir, parecia uma boa história de capa pra ela.
Soava errado em sua cabeça, mas ela queria fazer justiça. Oliver Queen de todas as pessoas a escolheu, ele confiou nela, e por alguma razão, viu em Chloe mais do que ela mesma via. Sem mencionar que ele pareceu satisfeito com o primeiro rascunho que ela mandou pra ele no dia anterior, o que Chloe tinha rasgado apenas horas antes da última versão ser finalizada.
Mas então, quem sabia se ele tinha lido, mas isso não importava pra ela, porque estava orgulhosa do produto final. Não era como se estivesse apegada ao que ele pensava. Tudo que ele lhe fez foi dar uma oportunidade, nada mais. Claro, não foi tão doloroso quanto ela imaginou, mas ela estava preparada para cortar a ligação.
Mas aquele pensamento não a impediu de sorrir aos fogos iluminando o céu em vários tons de dourado, verde e vermelho. Chloe fechou os olhos momentaneamente, desfrutando do barulho das explosões no céu. Alheia ao beijo acontecendo do outro lado do campo, ela respirou fundo e aproveitou o espetáculo, sabendo que a única razão pra estar sorrindo era a esperança que ele tinha lhe dado.
Quem imaginava que ela encontraria um milagre de Natal em Oliver Queen?
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QUATRO
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Sem perder tempo o próprio Oliver saiu do escritório e a avistou. "Srta. Sullivan, por favor... por aqui."
Era errado que ela se sentisse um pouco nervosa? Ela tentou esconder, mas Chloe sabia que ele percebeu quando ela engoliu seco ao se aproximar. "Recepção pessoal... você deve estar falando sério sobre o artigo."
"Minha assistente está de folga." Ele a percebeu parar na porta, mas insistiu que ela entrasse primeiro. Assim que ela entrou, Chloe se virou para olhar pra ele, sua expressão puramente profissional, o que era exatamente o que ele queria. "Eu fiquei surpreso quando Lauren me disse que você já tinha agendado."
Mas enfim, ele também deduziu que Chloe ligaria em seu celular, lhe daria uma bronca, talvez até enchesse sua cabeça por um tempo. Mas ao invés, ela ligou para sua assistente, aparentemente querendo falar com a pessoa que cuidava de sua agenda. Então marcou a entrevista pra três dias depois do Natal, um fato que não pareceu abalá-la nenhum pouco, já que ela agia como se fosse a coisa mais normal no mundo.
"E ainda assim estamos aqui." Afinal, se Chloe era uma mulher de apostas, deduziu que Oliver Queen gostava dos feriados tanto quanto ela, então ele provavelmente apreciaria a distração. Ao mesmo tempo, tiraria o artigo de sua cabeça antes dos sinos do Ano Novo e ela deixaria esse estranho senso de coincidência pra trás. Era uma situação em que todos ganhavam.
"Neste caso", Oliver disse antes de caminhar novamente na direção dela. "Eu queria te agradecer por aceitar minha oferta."
Ele estendeu a mão para Chloe apertá-la, um gesto simples, mas Chloe demorou mais do que deveria para aceitar. Mesmo estando ali, não significava que ela estivesse muito confortável com sua proximidade. "Não precisa, é uma grande oportunidade pra mim." Soltando a mão dele, Chloe deu alguns passos calculados pra trás, estabelecendo uma distância confortável. "Sua assistente foi bem detalhista sobre o artigo."
Aquilo era algo em que Oliver tinha insistido, já que estava longe de cumprir o protocolo normal para a mídia. "Eu queria que você estivesse preparada."
Chloe assentiu antes de abrir seu bloco de anotações para fazer as perguntas, tomando nota de como ele caminhou até sua mesa e se recostou ali. Não era a coisa mais confortável pra se apoiar, já que havia cadeiras ao redor da sala, provavelmente umas que custavam mais do que seu contra-cheque, mas nenhuma vez ele ofereceu um assento, nem se sentou também. Por alguma razão, ele parecia estar um pouco agitado, seus dedos tamborilando na mesa, não muito tempo depois de se afastar de novo, o tempo todo os olhos focados em nada específico.
Estreitando os olhos, Chloe tentou deduzir o que se passava na cabeça dele. "Você... você sabe que eu ainda me firmando como escritora freelance. Eu sou só um nome."
Oliver bufou, talvez ela não abrilhantasse jornais pelo país, mas entre as razões para querer que Chloe Sullivan escrevesse aquele artigo estava o fato de que ela tinha mais talento do que imaginava. "Bem, é um nome que apareceu na primeira página do Planeta Diário em múltiplas ocasiões, sem mencionar que você escreveu vários artigos freelance pelo estado e recebeu uma recomendação pessoal de Perry White... embora ele nunca tenha trabalhado com você."
Claro, seu trabalho andava devagar ultimamente, algo ligado a crise que experimentou desde que deixou o Planeta Diário, mas Chloe fazia parte de um seleto grupo de jornalistas. Um que escrevia a verdade a qualquer custo, um que não se importava com quem estava irritando e fazia o trabalho. Oliver a admirava por isso.
Ele finalmente olhou em sua direção, a tempo de vê-la fechando a boca. Era claro que ela não esperava que ele soubesse tanto sobre ela, o que era esperado, mas se ele ia levar tudo a sério com ela, especialmente depois da última vez em que estiveram juntos sozinhos no mesmo quarto, ele tinha que igualar um pouco o campo de jogo.
Clareando a garganta, Chloe disse secamente. "Vejo que você fez sua lição de casa." Embora a declaração não fosse completamente precisa, estava bem perto. A recomendação de Perry não tinha nada a ver com seu trabalho, mas ele não ia lhe contar isso.
"Eu não menti quando disse que esperava ver você de novo." Oliver sorriu quando ela levantou a cabeça das notas, mas ele apenas sorriu, dando de ombros. Ele sabia que ela iria deduzir que suas intenções com aquele comentário estavam relacionadas a um assunto completamente diferente, mas estava tudo bem pra ele. "Sua prima teria sido uma boa substituta, mas... eu tive a sensação que podia confiar mais em você."
Franzindo a testa, Chloe inconscientemente deu um passo na direção dele. "Confiança é uma interessante escolha de palavra."
Oliver respondeu também dando alguns passos. "Eu ouvi dizer que se você quiser convencer o mundo, deve começar com seu maior crítico."
Ela deu uma risada seca ao comentário. "Eu?" Àquela altura, ele estava perto o suficiente para Chloe ter que inclinar o pescoço, mas ela estava acostumada a ser mais baixa e há muito tempo altura não lhe intimidava. Então ela manteve a postura e respondeu. "Sr. Queen, deixe-me assegurá-lo, eu posso ser uma crítica, mas estou longe de ser sua pior. E nenhum artigo vai diminuir o ódio que você e Lex Luthor têm um pelo outro."
Abaixando a cabeça, Oliver deu um risinho, tomando nota de que no momento certo, ela era tão ardente sóbria quanto depois de algumas bebidas. Não que isso o surpreendesse, mas a percepção veio com algumas infelizes consequências, como o fato de isto estar lhe excitando um pouco e o fato de seu rosto estar a centímetros do dela não ajudava. "Acho que só o tempo poderá dizer."
Chloe não estava muito melhor, as palavras dele tinham feito sua respiração desacelerar imediatamente. Ele era quase muito bom nisso, o que era patético para ela pensar, mas não podia evitar de se lembrar daquela noite e do quanto ele a satisfez. Sem mencionar que estavam num andar vazio e...
E o que ela estava pensando? Aquela não era hora de não ser profissional. De algum jeito, Chloe conseguiu calmamente passar por Oliver, olhando firmemente para seu bloco de notas enquanto seus saltos clicavam no chão mais uma vez. "Então, podemos começar?"
"Estou pronto quando você estiver."
"Ok... qual sua cor preferida?" Vendo a desaprovação no rosto dele, Chloe mordeu o lábio inferior pra segurar a risada antes de fazer a pergunta que realmente queria. "Que tal começarmos com sua última tecnologia em satélites? No último ano, seus satélites foram um dos poucos a continuar funcionando durante o blecaute e agora você está dizendo que eles foram incrementados. Importa-se em explicar melhor o potencial para esta tecnologia e o que faz os satélites da Queen Industries funcionarem tão bem?"
Depois de uma curta pausa, Oliver respondeu. "Você sabe que eu não posso revelar a propriedade intelectual."
Claro que Chloe sabia, mas isso não a impediu de levar a entrevista a sério. Era o que ele queria afinal. "Você evitou essa pergunta antes e me disse que eu poderia fazer dez perguntas, então o que você pode me contar?"
"Que minha cor preferida é verde." Ele podia vê-la compreensivamente prestes a protestar, mas ergueu um dedo para impedi-la. "E não, não tem nada a ver com dinheiro, nem é uma resposta conveniente sobre o fato de o mundo caminhar numa direção mais amiga do meio-ambiente, embora a natureza seja parte da razão." Oliver caminhou até a janela, colocando os dedos delicadamente contra o vidro. "Minha mãe... sempre ficava feliz quando os primeiros sinais da primavera apareciam."
"Você cresceu na Califórnia", ele a ouviu comentar, sendo mais sutil do que ele esperava.
Ele estava tentado a responder o comentário, dizer a ela o quanto tinha testemunhado a mudança das estações em sua vida, mas não era a hora. "Verde representa uma nova vida, um senso de esperança na escuridão enquanto a grama e a erva-leão crescem entre as rachaduras nas calçadas. É um lembrete de onde viemos, do que somos feitos."
Virando-se, ele sorriu para Chloe antes de terminar. "E isso nos deixa agradecidos por tudo que temos, relembrando a todos que devemos nos agarrar a tudo que importa, porque nunca sabemos quando vamos perdê-las."
Chloe abriu a boca, mas esperou por ele caso ainda não tivesse terminado. Não era como se ela esperasse que Oliver levasse a pergunta tão a sério... ou respondesse tão seriamente... enfim. Batendo a caneta no bloco de anotações, ela escreveu alguns poucos pontos essenciais. "Isso... isso não responde minha pergunta."
"Não responde a sua mais recente, mas responde uma de suas perguntas." Ele viu os olhos dela arregalarem, mas Oliver sabia que tinha deixado bem claro a quantidade de perguntas. Se ela se perdesse, era culpa dela. "Agora sobre os satélites..."
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O resto da entrevista correu calmamente, já que Chloe encontrou um jeito de conseguir o que queria com oito de muitas perguntas que tinha imaginado. A questão sobre a cor não deveria contar, mas ele lhe deu uma boa resposta, então ela deixou passar.
Isso lhe deixava mais uma pergunta, uma que Chloe estava debatendo sobre perguntar porque parecia tão trivial. Mas no final... era sobre o homem tanto quanto a empresa. "Eu sei que isso oscila para o território pessoal, mas com você, este lugar tem um envolvimento pessoal. As pessoas constantemente lhe comparam aos seus pais, pesando as expectativas deles contra você enquanto você administra a empresa que eles deixaram pra trás."
"Onde está a pergunta?"
Chloe assentiu enquanto se sentava no braço de uma das cadeiras, seus pés começando a incomodar depois de ficar em pé por tanto tempo. "Pouquíssimas pessoas podem imaginar o que é perder os dois pais e tomar a frente de uma empresa aos dez anos de idade. Mas você fez isso e a empresa ainda continua num bom lugar desde que seus pais morreram."
Não era um fato que Chloe tinha percebido até preparar aquela entrevista. As pessoas, incluindo ela mesma, pensavam que ele era um cabeça-oca, mas os números não mentiam e era claro que Oliver estava por trás da maior parte, não importa o quanto escondesse a publicidade real. "Isso soa clichê, eu sei, mas estou curiosa... se você pudesse dizer alguma coisa aos seus pais agora... o que seria?"
Oliver parou enquanto a pergunta era finalizada em sua cabeça, um sorriso formando-se em seus lábios. "É engraçado, porque já me perguntaram isso antes, e toda vez eu dei uma resposta diferente. No entanto, acho que eu não diria nada daquilo."
Antes, ninguém de fato se importava com seu relacionamento com seus pais, só com o legado. A mídia queria as despedidas sentimentais, as palavras de amor, mas a vida tinha lhe ensinado algo que ele percebeu ser sua verdadeira resposta.
"No fim, o verdadeiro arrependimento que as pessoas querem que eu tenha é de não termos nos despedido." Verdade, sua última lembrança dos pais era uma positiva, mas ainda doía saber que ele foi dormir uma noite com seus pais por perto e na noite seguinte... eles tinham partido.
"Olhando pra eles, mesmo que eles pudessem apenas ouvir minha voz... o fato que eu os amo estaria muito claro, o fato de que estou nervoso pra ver se serei o que eles esperavam seria óbvio e eles saberiam que eu jamais os esquecerei."
Parecia errado resumir tantos sentimentos em uma única frase, mas Oliver também era realista. Ele sabia que não era possível, então não havia razão pra enrolar. "Quer dizer, eu só posso esperar que eles estejam orgulhosos de mim." Dando de ombros, Oliver virou a cabeça por sobre o ombro pra encontrar o olhar de Chloe. "Então no fim... eu gostaria apenas de me despedir."
Do momento em que ele falou, Chloe ficou em silêncio, ouvindo sua resposta. Quando escreveu aquela pergunta, era pra ser um jeito suave de terminar a entrevista e só se ela tivesse mais uma pergunta pra queimar, mas a cada pergunta, Chloe queria saber aquela resposta. Era um propósito egoísta, ela não tinha orgulho disso, já que havia pouco dessa resposta que Chloe pudesse usar, mas isso não a impediu de gelar momentaneamente enquanto as palavras se repetiam em sua cabeça.
No entanto, estava claro que ele tinha terminado, então Chloe recolocou sua expressão de trabalho. Levantando-se, Chloe fechou o bloco de anotações e o guardou na bolsa. "Isso é tudo. Entrarei em contato assim que o artigo estiver pronto."
Enquanto Chloe caminhava na direção da porta, Oliver a acompanhou, segurando a porta aberta pra ela sair. "Espero ansioso pela sua ligação."
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Recostando-se contra a cadeira, Chloe juntou suas anotações, as frases e o conteúdo geral e sorriu. Ela sabia que ele tinha se oferecido para pagá-la, mas ia fazer isso do jeito dela, especialmente com a conexão que podia usar neste caso.
Segurando o cartão dele, Chloe tamborilou na base de seu laptop. A última vez que teve notícias dele fazia alguns meses, dizendo que ele não tinha espaço para um artigo que ela tinha lhe mandado. Era compreensível que ele não pudesse sempre apoiá-la; afinal, ele recebia histórias de todo lugar.
Mesmo na Universidade de Metrópolis, Matt Wallace era o assunto antes de Oliver aparecer. Embora ele fosse herdeiro do império de uma revista, Matt deixou Chicago porque estava determinado a trilhar seu próprio caminho no mundo. Foi de fato o Planeta Diário que o trouxe ao Kansas, mas sua mãe faleceu com câncer dois anos atrás, e porque ele não conseguia confiar em ninguém pra se comprometer com o mesmo esforço de sua mãe, Matt pegou a tocha e não olhou mais pra trás.
Quanto a razão pra ela ter seu cartão, a resposta era bem simples. Eles tinham compartilhado uma amigável e ainda assim competitiva camaradagem na Met U, sendo os números um e dois nas classes, mas no final, Chloe não se importava em perder pra ele. Afinal, Matt era provavelmente a pessoa que vinha do dinheiro que ela conseguia aguentar.
Então ela ligou pra ele, sabendo que o artigo ainda estava em seu primeiro rascunho, mas tinha que agir rápido ou ia acabar perdendo a oportunidade. Felizmente ela não era a única evitando o feriado de Natal, já que Matt atendeu no segundo toque. "Chloe, você mudou de ideia sobre vir trabalhar aqui?"
Chloe balançou a cabeça antes de responder. "Ainda não." Toda vez ele perguntava isso, mesmo quando ela estava trabalhando no Planeta Diário, mas a resposta era sempre a mesma.
Sorrindo enquanto se levantava, Chloe fechou os olhos, querendo dar um tempo no computador. "Não foi meu melhor trabalho, então não estou chateada por você ter mudado de ideia... embora minha carteira se sinta diferente." Olhando de volta para a tela, ela podia ver o documento olhando de volta. "Eu tenho um novo artigo que pode ser sua próxima capa."
"Ah é?"
Recostando-se contra o sofá, Chloe sorriu. "Seu próximo número é sobre tecnologia, o que significa que você pode querer um material novo. Que tal uma entrevista exclusiva com Oliver Queen sobre as mais recentes inovações de sua empresa com um pequeno aparte sobre o homem por trás de tudo?"
Matt estreitou os olhos imediatamente, quase incrédulo. "Você está me dizendo que a mulher que sentava ao meu lado na universidade tem uma entrevista exclusiva com o homem que não dá entrevistas exclusivas?"
Chloe deu risada, apesar de saber que o que ele tinha dito era completamente válido. Era uma ocorrência estranha, mas não era impossível, certo? Além do mais, não era como se seu amigo estivesse reclamando. "Diz o editor de revista mais jovem dos Estados Unidos."
"É um pouco diferente quando se recebe tudo como herança", Matt argumentou imediatamente, sabendo que fazer Oliver Queen responder algumas perguntas ultimamente era incrível. O homem dava coletivas, claro, mas uma exclusiva assim não era comum de acontecer.
"Sim, bem, você sabe o que fazer", Matt disse enquanto deletava alguns e-mails, feliz em saber que tinha uma nova capa. "Mande o artigo pra mim e nos falamos em seguida." Porque ele conhecia Chloe Sullivan bem o suficiente pra saber quando ela acreditava em alguma coisa, ouvi-la nunca lhe desapontou.
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Não importava o que acontecesse, era tradição. A fazenda Kent, eles três, algumas vezes com a Sra. Kent se ela tivesse um tempo, mas não naquele ano. Namorados e namoradas não são permitidos, o que era provavelmente errado considerando o clichê de ano novo, mas para eles três, era sobre família. Era um lembrete de que não importa o que acontecesse, sempre teriam um ao outro. E enquanto tivessem um ao outro, haveria sempre um senso de esperança, mesmo quando Clark e Lois fossem provavelmente se beijar à meia-noite, deixando Chloe sozinha. Mas estava tudo bem, ela estava feliz por eles... e a felicidade deles lhe dava esperança.
Porque aquele era um ano que Chloe estava pronta para deixar pra trás. Não tinha sido seu melhor, nem seu pior, mas depois de meses se punindo, Chloe voltou a ter um senso de normalidade, então ela estava pronta pra dar uns passos a frente.
Era pra isso que servia o ano novo, certo? Para apagar o desespero, a frustração do ano anterior. Ela supunha que deveria haver uma essência de celebração ao ano que se foi, mas não era o caso pra ela. No ano anterior, ela tivera os braços de alguém ao seu redor durante os fogos, mas os braços sumiram alguns meses depois, enquanto sua vida profissional desabava nos meses que se seguiram.
Ela sabia que havia um emprego em Chicago se quisesse deixar aquele lugar para trás, e era altamente tentador. Mas não conseguia deixar Metrópolis, não ainda. Ainda havia família ali, um senso de lar, e isso era algo que Chloe não ia deixar pra trás.
E daí se o ano anterior tinha sido uma droga? Aquele ano seria diferente, e ia começar na direção certa com a publicação de um dos maiores artigos que já tinha escrito. Ela havia mandado para Matt horas atrás, e Chloe tinha que admitir, parecia uma boa história de capa pra ela.
Soava errado em sua cabeça, mas ela queria fazer justiça. Oliver Queen de todas as pessoas a escolheu, ele confiou nela, e por alguma razão, viu em Chloe mais do que ela mesma via. Sem mencionar que ele pareceu satisfeito com o primeiro rascunho que ela mandou pra ele no dia anterior, o que Chloe tinha rasgado apenas horas antes da última versão ser finalizada.
Mas então, quem sabia se ele tinha lido, mas isso não importava pra ela, porque estava orgulhosa do produto final. Não era como se estivesse apegada ao que ele pensava. Tudo que ele lhe fez foi dar uma oportunidade, nada mais. Claro, não foi tão doloroso quanto ela imaginou, mas ela estava preparada para cortar a ligação.
Mas aquele pensamento não a impediu de sorrir aos fogos iluminando o céu em vários tons de dourado, verde e vermelho. Chloe fechou os olhos momentaneamente, desfrutando do barulho das explosões no céu. Alheia ao beijo acontecendo do outro lado do campo, ela respirou fundo e aproveitou o espetáculo, sabendo que a única razão pra estar sorrindo era a esperança que ele tinha lhe dado.
Quem imaginava que ela encontraria um milagre de Natal em Oliver Queen?
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QUATRO
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Ok, eles estão começando a se conhecer realmente, principalmente a Chloe em relação à Oliver, afinal o que ela comece de Oliver Queen é que ele não passa de um playboy, prova disso foi seu primeiro encontro... Então diante, este é novo começo...
ResponderExcluirAnsiosa por mais!!
GIL
*o que ela Conhece...
Excluir*diante Disto...
Ah, esse corretor... :|
GIL
Verdade, GIL, ela está começando a ver o homem por trás da fama... Vamos ver como o relacionamento deles vai se desenvolver...
ExcluirProfunda a entrevista... A parte em que ele fala dos pais, uh,fiquei arrepiada!
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