Resumo: Aparentemente, a única coisa que unia Chloe Sullivan e Oliver Queen era uma história. Mas por trás das portas fechadas era um relacionamento acidental que sem nenhuma intenção acabou mudando tudo.
Autora: serafina19
Classificação: NC-17
Depois de alguns dias em Star City, Oliver estava num avião de volta a Metrópolis, sentindo um grande alívio. Demorou meses até conseguir finalizar o negócio, mas agora que estava feito, podia finalmente relaxar. Recostando-se em seu carro, ele imediatamente mandou uma mensagem para Chloe, desejando que não tivesse que esperar muito por ela assim que chegasse a Torre do Relógio.
Ele não podia admitir em voz alta pra ela, mas sentira falta de Chloe em Star City. Quando ele saía, as garotas de sempre se jogavam em cima dele, esperando a usual noite de diversão, mas isso não parecia mais certo. Não era só o fato de elas serem fáceis, elas não tinham o mesmo senso de luta. Não havia uma relação, reciprocidade, era simplesmente... vazio.
Durante anos, essa foi sua rotina, sua fuga da frustração, mas tinha perdido o efeito desde que começaram o arranjo. Desde o primeiro dia ela não quis ser uma parceira silenciosa, levando Oliver a agir da mesma forma. Como Hal disse, ele estava vivendo o sonho, então Oliver não via razão em diluir a experiência.
É por isso que um sorriso familiar surgiu quando a mensagem dela chegou enquanto o carro estava a meio caminho da Torre do Relógio. Vendo as chamadas perdidas, ele ouviu a curta mensagem dela na caixa-postal, relembrando-o da conversa que se seguiu.
Havia uma parte de Oliver que imaginava que Chloe nunca fosse gastar seu dinheiro, mas ele estava feliz que ela finalmente o tivesse feito. Parecia que a sorte não tinha sido muito legal com ela e ele queria ajudar como pudesse. E mesmo que ela não quisesse, dinheiro e conexões eram o único jeito dele ajudar porque eram as poucas coisas genuínas que Oliver tinha em sua vida.
Todo mundo sabia a história de como ele tinha perdido seus pais muito jovem e era raro encontrar alguém que pudesse chamar de amigo. Privacidade tinha sido jogada pela janela muito cedo, já que o normal para ele era olhar por sobre o ombro, perguntando-se que foto sua seria publicada em seguida. Oliver se lembrava do dia em que decidiu dizer foda-se e deixar que tirassem quantas fotos quisessem. Durante muito tempo, ele se sentava e deixava que eles capturassem a persona que quisessem ver para vender jornais. Da maneira como ele via, isso durava o mesmo tempo em que a reputação da empresa permanecia intacta e Oliver nunca se perdeu no processo, ele podia lidar com mídia ruim e a reputação de playboy.
Afinal, ele nunca seria um cidadão modelo, então não via razão em fingir ser seus pais. Oliver imaginava o que seus pais pensariam dele algumas vezes, mas era algo que jamais saberia com certeza, já que fazer parte de uma família, saber qual era essa sensação, era algo reservado a outras pessoas.
Claro, houve algumas garotas em sua vida, umas com quem se importou, mas ele sempre estragava tudo. Parecia quase como um relógio, só que quando elas iam embora, Oliver não sentia falta por mais do que uma semana. E embora não soubesse quase nada sobre o amor, sabia que isso não era certo. E era por isso que seu arranjo com Chloe era perfeito. Quando eles estivessem prontos, poderiam ir embora, sem desculpas, sem despedidas estranhas. Apenas cortar os laços e continuar vivendo.
Continuar vivendo... sem ela.
Ele conseguiria fazer isso?
"Sr. Queen?"
Acordando de seu transe, Oliver olhou para o motorista, que apontou com a cabeça na direção da janela, pontuando que tinham chegado. "Obrigado, Sam", Oliver disse antes de sair do carro. "Diga oi a Arlene e às crianças por mim."
Sam assentiu e partiu, então Oliver se virou e entrou no prédio, sorrindo para o porteiro enquanto entrava. Apertando o botão do elevador, ele se deixou gelar quando sentiu o telefone vibrar.
Ela tinha mudado de ideia? Tinha acontecido alguma coisa?
Balançando a cabeça, Oliver disse a si mesmo. "Controle-se." Claro, quando ele abriu o telefone, havia uma mensagem dela esperando por ele.
Estou um pouco atrasada, mas acredite em mim, vai valer a pena.
Mais uma vez, Oliver balançou a cabeça, perguntando-se com que diabos ele estava tão preocupado. Mesmo que ela não fosse aparecer naquela noite, ainda era uma noite para celebrar. Mas isso não impediu aquela pequena voz em sua cabeça de relembrá-lo de que Chloe era toda a razão para ele estar de volta um dia antes.
Saindo do elevador, Oliver deixou a maleta no chão, sem nenhuma intenção de olhar para trabalho por pelo menos vinte e quatro horas. Ele sabia que não era como se ela fosse tirar um dia de folga, mas Oliver deduziu que ele podia conseguir convencê-la aquela noite.
Depois de pegar uma garrafa de champanhe, ele contemplou pegar duas taças, mas achou melhor não. Abrindo a garrafa, encheu seu copo e já estava pronto para beber quando ouviu o sistema de som do elevador, fazendo-o repensar sua recente decisão.
Era só uma bebida e não era como se não tivessem bebido juntos antes. Uma taça, alguns minutos para sentir o momento... que mal haveria naquilo?
Depois de encher a segunda taça, ele ativou o elevador, sorrindo com o timing perfeito dela. Voltando para o elevador, ele teve tempo suficiente para colocar a garrafa na mesinha antes de Chloe aparecer, olhando pra ele curiosa assim que viu a taça de champanhe.
Até houve uma hesitação, mas isso não impediu Chloe de pegar a taça assim que saiu do elevador. "Você sabe que não precisa me deixar bêbada, certo?"
Oliver voltou para onde tinha deixado seu copo. "Eu sei que champanhe não te deixa bêbada."
Parando seu gole, Chloe tomou um segundo para apreciar o quanto a bebida era boa. Ela também considerou que aquilo era champanhe de verdade, diferente da coisa cintilante com que tinha se acostumado. Claro, ela sempre seria parcial a bebida cara e forte, mas os espumantes também não eram ruins.
Isso a levou a se perguntar porque ele tinha aberto uma garrafa aquela noite, porque ele voltou um dia mais cedo e porque tinha insistido em vê-la. Então ela percebeu. "O negócio com Schullman... você conseguiu fechar, não foi?" Quando o sorriso dele aumentou, Chloe deu risada. "Lex vai ficar puto."
Ele deveria ter imaginado que ela saberia a razão imediatamente, junto ao fato de que a LuthorCorp era sua maior competidora para começar a produzir no Pacífico, mas no final, deixar Lex puto era só uma vantagem. Não estava nem perto da lista de razões para ele se sentir maravilhoso aquela noite, mas isso não o impediu de dizer, "Acho que podemos concordar que a felicidade de Lex está longe de ser nosso objetivo."
Chloe deu risada enquanto olhava ao redor, notando a falta de uma pessoa em particular na celebração. Embora ela tenha deduzido que eles estariam sozinhos, ouvir sobre sua recente vitória mudava tudo. "Hal vai se juntar a nós?"
Oliver balançou a cabeça. "Ele me parabenizou, mas está ocupado no trabalho. Quer dizer, não é como se ele pudesse voar pra cá de última hora." Não era completamente verdade, mas aquela era uma noite em que Oliver queria ter privacidade com ela.
Ela não pôde deixar de ficar um pouco surpresa. "Então... de todo mundo... você vai celebrar comigo?" Eles podiam estar conversando mais e ele mencionou que queria vê-la, mas eram águas novas pra eles. Era uma vitória importante para Oliver, então deveria haver alguém em algum lugar que ele pudesse ter chamado.
Certo?
Sentindo a confusão dela, Oliver colocou a taça sobre a mesa. "Vamos ver, eu poderia sair, ser fotografado, voltar para casa com uma mulher qualquer." Uma opção que obviamente não tinha nenhum apelo pra ele, mas logo ele perdeu as palavras enquanto olhava dentro dos olhos dela, reconhecendo como o verde refletia na luz suave. Então ele emaranhou os dedos no cabelo dela e se inclinou até sua testa colidir com a dela, tomando tudo. Seus olhos, seus lábios, até o leve cheiro do café que ela tinha consumido recentemente. Foi este momento que o levou a levantar a cabeça de volta, finalmente encontrando as palavras que queria dizer. "Ou eu posso ficar aqui com a mulher que de fato entende porque estou celebrando."
Chloe engoliu seco enquanto a verdade era revelada, tentando esconder sua surpresa enquanto se inclinava ao toque dele. Era errado ter sentido tanta falta disso? Partindo os lábios, ela tentou dizer alguma coisa, qualquer coisa, mas a felicidade no rosto dele a calou. Estendendo a mão, ela pegou a dele, entrelaçou seus dedos. A tempo todo eles se encararam, um momento de bem-vindo silêncio em meio ao caos que viviam todo dia.
Mas Oliver logo acordou, dando um passo para trás, sua mão deslizando da dela. Ele não tinha certeza do que estava acontecendo ali, no entanto, a parte estranha era que... ele pareceu não se incomodar com a proximidade dela. Havia sido um ato tão inocente, mas enquanto pegava sua taça, ele olhou de volta para onde estiveram parados antes, percebendo que ele deve ter se deixado levar, e nem percebeu que ela ainda estava vestindo um casaco.
"Você sabe que pode tirá-lo, certo?" ele disse, quase desesperado para quebrar o silêncio na sala.
Momentaneamente se olhando, Chloe suspirou, tendo esquecido do casaco. "Não se vamos ficar bêbados primeiro", ela respondeu lentamente, ouvindo Oliver quase engasgar com a bebida no processo. Depois de terminar sua taça, Chloe deu um risinho enquanto puxava o cinto do casaco. "Porque corrija-me se eu estiver errada", ela disse, meticulosamente abrindo os botões, "mas da última vez que chequei sua cor preferida era verde."
O casaco caiu aos seus pés e Chloe teve que admitir, foi melhor do que ela esperava. Antes de sair de seu apartamento, pareceu uma ideia maluca. De fato, foi preciso muito tempo para se convencer de que podia fazer aquilo. Afinal, ela nunca tinha feito nada assim antes, mas o olhar no rosto dele fez valer cada passo. Enquanto outros caras a deixariam muito apreensiva com o corpo, desde o primeiro dia, Oliver a fazia se sentir orgulhosa.
Desta vez não foi exceção, enquanto a garganta dele ficava seca ao ver a lingerie que mal cobria seu corpo. Abandonando a taça na mesa, ele sorriu enquanto tomava a visão em sua frente. "E bem quando eu não achei que fosse possível... meu dia acabou de melhorar."
O jeito que ele olhava para ela agora, o silêncio confiante no jeito que ele caminhou na direção dela, cimentou o fato de que ela não teria escolhido momento melhor se tivesse tentado. Então quando ele chegou perto o suficiente, Chloe puxou a camisa dele, com força suficiente para arrancar alguns botões, o que isso só deixou seu trabalho mais fácil.
"Você teve um dia produtivo, Sr. Queen, por que não se senta e deixa que eu faço o trabalho?"
Oliver sorriu de volta antes de descer os lábios até os dela, perdendo pouco tempo para abrir o sutiã dela enquanto caminhavam de costas, com Chloe tendo tempo apenas para tirar o cinto e a calça dele antes de caírem no sofá.
Tirando o sutiã, Chloe o jogou de lado, quase agradecida em poder vesti-lo de novo. Embora ela não se importasse quando Oliver era selvagem, ele tinha arruinado mais lingeries do que ela queria admitir. Mas isso não estava em sua mente enquanto sentava no colo dele, batendo-se contra ele calculadamente, sabendo que ele ainda estava na boxer e tomando nota do gemido que o escapou.
Segurando a camisa dele mais uma vez, Chloe desfez os outros botões, desta vez um por um. Era um ato que fazia a impaciência dele crescer, um detalhe que ela pôde sentir quando se inclinou para passar a camisa pelos braços dele.
"Provocadora", ele sussurrou antes de beijar o lado do pescoço dela, seus lábios chupando a pele dela.
Chloe estava tentada a rir, já que foi o único comentário dele, mas o contato a fez arfar. No entanto, ela insistiu em manter o ritmo lento. "Você quer que isso acabe em alguns minutos?"
"No ritmo que você está indo, pode ser que acabe."
"Engraçadinho", Chloe respondeu enquanto tirava a calcinha, fazendo a vontade dele agora porque ela podia sentir o quanto estava molhada. "Achei que seu controle fosse melhor que isso." Enquanto ela apertava os lábios, deduziu que deveria haver uma consequência por dizer isso, e com certeza, Oliver logo segurou seus braços e os moveu para que ele estivesse em cima dela no sofá.
"Por que... você está falando?"
"Você começou..." Chloe disse, seus pensamentos interrompidos quando ele moveu as mãos para segurar seus seios. "Com uma mentira." Ela tinha toda intenção de continuar, mas era claro que Oliver tinha outro plano. Aparentemente ao invés de relaxar, ele ia mostrar a ela o quanto estava satisfeito. E Chloe estava longe de não cooperar nesse assunto, já que tinha certeza que estava murmurando algum tipo de bobagem enquanto as mãos dele mantinham o aperto e a língua dele deslizava por seu mamilo ereto.
"Ollie..." ela sussurrou, arqueando as costas para que ele pudesse tomá-la mais em sua boca.
Oliver a satisfez, mas ao mesmo tempo, ele abriu os olhos, enquanto quase gozava ao assistir a euforia na expressão dela. No entanto, ele não queria deixar o trabalho pela metade, então se afastou para terminar de tirar a calcinha pelas pernas dela, jogando a boxer na mesa direção em seguida. Ela tinha aberto os olhos quando ele subiu as mãos pelas pernas dela, e quando ele chegou ao seu destino, era aparente o quanto ela estava molhada.
Espertamente traçando o dedo ao redor de sua abertura, ele a ouviu murmurar, mas decidiu provar que ela estava errada e mostrou a ela o quanto conseguia se controlar. Afastando o dedo, ele a saboreou com sua língua e pôde vê-la mover o corpo em antecipação. Satisfeito, ele disse, "Você sentiu minha falta, sentiu falta disto."
Houve um tremor enquanto ele se aproximava, mas ela logo o escondeu com um risinho. "Disto com certeza... mas de você..." O tom de dúvida foi suficiente para Oliver tomar os lábios dela mais uma vez, sua língua providenciando a satisfação verbal que ele precisava quando ela gemeu profundamente.
Isso era errado... não era? Chloe queria pensar que era, considerando que nunca tinham feito isso antes. Mas ela permaneceu onde estava, a mão no peito dele, a cabeça em seu ombro. Havia algo relaxante em estar ali, fosse por alguns minutos, ou pela noite inteira, os problemas desapareciam... e a vida não parecia tão fodida como normalmente era.
Mas mesmo em seus melhores momentos, era puro escapismo. Chloe sabia que não podia ficar ali até o nascer do sol, ou pelo menos... ela não podia gostar da ideia. Ela tinha ficado uma vez antes, mas foi diferente. Ela mal tinha dormido na outra situação e aquilo estava bem longe de ser igual.
Olhando pra ele, ele parecia... pacífico. Era uma observação que tornava mais difícil ir embora, mas ela não podia deixar de ir. Afastando-se da cama lentamente, ela girou o corpo, tentando não perturbá-lo, mas todo o trabalho não serviu de nada.
"Chloe?" ele chamou, os olhos ainda fechados quando ela virou a cabeça na direção dele.
"Volte a dormir", ela disse embora soubesse que ele não lhe daria ouvidos. Ele abriu os olhos, então Chloe parou de se mover, reconhecendo o leve desapontamento em seus olhos. "Eu... eu tenho que ir."
"Eu sei", ele disse suavemente. "É só que tem uma coisa me incomodando. Por que você me fez aquela pergunta sobre meus pais?" Ele sabia que era um momento estranho para perguntar isso, mas tinha que fazer antes que fosse muito tarde. De volta a quando ela fez aquela pergunta durante a entrevista, havia uma sensação de que ela queria saber mais do que deixou transparecer e Oliver queria saber se estava certo.
Chloe olhou para a frente enquanto continuava a se sentar na cama. Depois de um momento, ela achou melhor responder. "Eu achei que servia como uma declaração, um jeito de compreender o homem."
"Achou?"
Respirando fundo, Chloe deveria saber que ele ia insistir. Ele mal a conhecia, ainda assim a lia melhor do que a maioria. O único problema era que a verdade não era algo que ela planejava contar, mas no final, não havia muita razão em mentir agora. "Honestamente, serviu para um propósito egoísta porque eu... eu sei como você se sente."
"O acidente", ele disse, sabendo que teria que dar alguma explicação quando a cabeça de Chloe virou em sua direção.
"Como... como você sabe sobre isso?" Chloe sabia que ela nunca tinha contado a ele, Oliver não conhecia ninguém em sua vida, além de talvez Matt, mas ele não tinha razão para trair sua confiança. No entanto, isso realmente não importava porque enquanto olhava para ele agora, não se sentia mais nua, se sentia transparente.
"Resposta curta - eu pesquisei sobre você antes de oferecer o artigo." Não era bem uma resposta, não a que ela queria ouvir, mas ele continuou, tentando racionalizar. "Minha vida está praticamente numa vitrine, então eu considerei igualar o campo de jogo."
Porque não era como se ele esperasse conhecê-la fora do artigo. Antes, ele nunca esperou que ela fosse significar nada pra ele, mas ela merecia a verdade, não importa quanto difícil fosse ver a expressão no rosto dela agora.
"Eu nunca pedi para conhecer sua vida", foi a resposta silenciosa que ela deu, os nervos ainda tensos. Não era como se ela lesse tabloides; a única razão para saber sobre Oliver antes do artigo foi porque ele facilitava muito a vida dos tabloides.
"Bem, quando se está na minha posição, você percebe que não existe 'ser cuidadoso'." Sentando-se, ele tentou encontrar os olhos dela mais uma vez, mas ao invés ela se afastou ainda mais dele. Ele queria pará-la, mas sabia que se ela partisse, ele podia compreender sua decisão. "Eu adoraria me desculpar, mas não posso." Nem ele se arrependia, porque foi essa pesquisa que o convenceu a ir atrás dela para escrever o artigo. Se ele não tivesse feito talvez... talvez não tivesse chegado a conhecê-la como agora.
Engolindo seco, Chloe disse. "Eu não gosto, mas entendo." Era difícil admitir, mas ela se colocou no lugar dele, e não podia culpá-lo por tentar encontrar alguém em quem pudesse confiar. "Eu só... existem coisas que eu prefiro que as pessoas não saibam sobre mim."
As pessoas olhavam pra ela de um jeito diferente assim que descobriam sobre seus pais. Havia muitos sentimentos, nenhum dos quais Chloe queria ver ou ouvir. Pena e condolências não mudavam a verdade, nem a ajudariam agora. Ao invés, só lhe trazia lembranças indesejáveis.
Ela percebeu a mão dele aproximando-se, mas Oliver logo a recolheu. "Eu pensei em nunca te contar isso, mas não seria justo com você." Finalmente olhando de volta pra ele, ela percebeu que ele estava de costas pra ela. Ele tinha até lhe dado mais espaço. "Eu entendo como é ter seu mundo virado de cabeça para baixo em uma noite. Eu não desejaria isso a ninguém."
Foi essa resposta que fez Chloe perceber porque ele tinha tocado no assunto. Ele sabia o tempo todo, mas contou agora porque entendeu que ela estivesse pronta para ouvir. Sem mencionar o fato de que ele entendia completamente cada centímetro daquela dor. Mesmo que esse arranjo tivesse despertado sua percepção para o Oliver Queen em questão, a única coisa que Chloe sabia sobre ele com certeza era que ele tinha crescido sozinho. O mundo estava ao alcance de seus dedos, mas à noite, era só ele, querendo trocar o mundo por algo que a maioria das crianças não dava valor.
"Eu era adolescente quando aconteceu, e minha mãe... bem, ela ainda está viva." Ela soltou o aperto no colchão e se moveu na direção dele, enquanto Oliver parecia congelar onde estava. "Eu encontrei um jeito de superar os anos estranhos com a companhia de Lois. Não é como se eu tivesse crescido sem meus pais."
"Ainda assim... não deve ser fácil."
"Quem disse que a vida é?" Chloe bufou enquanto colocava a mão no braço dele, resultando com ele olhando pra ela por sobre o ombro. "O melhor que podemos fazer é trabalhar duro para fazer o melhor possível diante do que aconteceu, certo?"
"Certo." Virando o corpo de volta, Oliver passou um braço ao redor dos ombros dela, os dois encostando a cabeça um no outro antes da cabeça dela cair novamente em seu ombro.
"Então quando você me ofereceu o artigo, realmente não tinha nada a ver com isto?" Chloe perguntou, gesticulando entre seus corpos nus.
"Eu posso entender como é difícil acreditar nisso vindo de mim", Oliver admitiu, embora isso tivesse de alguma forma sido um fator. Ela manteve o encontro deles em segredo, significando que pra ela era só negócio, que ela não viria com um monte de baboseiras. Mas quando soube sobre a infância dela, Oliver percebeu que tinham mais em comum do que ele imaginava. "Eu queria alguém que tivesse a chance de me compreender. Alguém que pudesse ser construtiva embora crítica, alguém que pudesse enxergar a verdade."
Baseado no que ele tinha visto, Oliver suspeitava que se alguém pudesse entender, que se ele tivesse a chance da verdade ser publicada... a mensagem teria que passar por ela. Ele achou que ela fosse aceitar? Não. Mas tinha toda a intenção de descobrir por si mesmo depois de entrar em contato com sua prima, porque ele não tinha outra forma de entrar em contato com Chloe. Ou pelo menos, não até o destino intervir no melhor momento possível.
"E?"
"Foi uma das melhores decisões que eu já tomei." Embora não tivesse sido muito uma decisão, e sim uma esperança... uma que se realizou pra variar.
Chloe queria sorrir, mas algo passou a fazer muito mais sentido agora. "Então os vários cheques..."
"Deduzi que você tinha pagamentos a fazer", Oliver respondeu, rápido em finalizar o pensamento dela. Não era normal Oliver distribuir cheques assim. Uma pessoa de menor valor poderia fingir não gastá-los, capitalizar dizendo ser generosidade, mas com Chloe, ele sabia que levaria algum tempo para ela reconsiderar que ele tinha boa intenção. "Quando você finalmente o depositou, eu..." Oliver não conseguia expressar o alívio que sentiu. "Quando você não pode fazer nada para ajudar sua família, você tenta o melhor para permitir que alguém ajude a dela."
"Você sabia", ela disse, sua cabeça descendo até o travesseiro que ela pensou em abandonar. Mas ela não se focou nisso no entanto, enquanto outro 'presente' dele voltava a sua mente. "E as flores?"
Oliver sorriu culpadamente antes de responder. "Na época, eu deduzi que se não podia ajudar, então pelo menos podia ser menos egoísta e oferecer a chance de um segundo round." Dando de ombros, ele lhe deu um sorriso rápido. "Não era como se eu fosse me opor a ideia de te ver nua novamente."
Chloe balançou a cabeça, uma pequena risada lhe escapando. "Eu não acredito que mudei de ideia."
"Claro que não acredita", Oliver respondeu sarcasticamente, movendo o corpo sobre o dela. "Me diz de novo que eu sou adequado nesta área."
"Uau", Chloe disse, sobrancelhas erguidas, "ego ferido é um saco."
"Não quando é uma mentira", ele retornou.
Chloe estalou a língua, empurrando o corpo pra cima momentaneamente para sussurrar, "É?"
Descendo a cabeça, Oliver olhou dentro dos olhos dela. "Vou fazer você se arrepender disso."
Enquanto as mãos de Oliver a envolviam, pronto para provar que tinha razão, Chloe não pôde deixar de rir de novo. "Por alguma razão, eu duvido."
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ONZE
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Ele não podia admitir em voz alta pra ela, mas sentira falta de Chloe em Star City. Quando ele saía, as garotas de sempre se jogavam em cima dele, esperando a usual noite de diversão, mas isso não parecia mais certo. Não era só o fato de elas serem fáceis, elas não tinham o mesmo senso de luta. Não havia uma relação, reciprocidade, era simplesmente... vazio.
Durante anos, essa foi sua rotina, sua fuga da frustração, mas tinha perdido o efeito desde que começaram o arranjo. Desde o primeiro dia ela não quis ser uma parceira silenciosa, levando Oliver a agir da mesma forma. Como Hal disse, ele estava vivendo o sonho, então Oliver não via razão em diluir a experiência.
É por isso que um sorriso familiar surgiu quando a mensagem dela chegou enquanto o carro estava a meio caminho da Torre do Relógio. Vendo as chamadas perdidas, ele ouviu a curta mensagem dela na caixa-postal, relembrando-o da conversa que se seguiu.
Havia uma parte de Oliver que imaginava que Chloe nunca fosse gastar seu dinheiro, mas ele estava feliz que ela finalmente o tivesse feito. Parecia que a sorte não tinha sido muito legal com ela e ele queria ajudar como pudesse. E mesmo que ela não quisesse, dinheiro e conexões eram o único jeito dele ajudar porque eram as poucas coisas genuínas que Oliver tinha em sua vida.
Todo mundo sabia a história de como ele tinha perdido seus pais muito jovem e era raro encontrar alguém que pudesse chamar de amigo. Privacidade tinha sido jogada pela janela muito cedo, já que o normal para ele era olhar por sobre o ombro, perguntando-se que foto sua seria publicada em seguida. Oliver se lembrava do dia em que decidiu dizer foda-se e deixar que tirassem quantas fotos quisessem. Durante muito tempo, ele se sentava e deixava que eles capturassem a persona que quisessem ver para vender jornais. Da maneira como ele via, isso durava o mesmo tempo em que a reputação da empresa permanecia intacta e Oliver nunca se perdeu no processo, ele podia lidar com mídia ruim e a reputação de playboy.
Afinal, ele nunca seria um cidadão modelo, então não via razão em fingir ser seus pais. Oliver imaginava o que seus pais pensariam dele algumas vezes, mas era algo que jamais saberia com certeza, já que fazer parte de uma família, saber qual era essa sensação, era algo reservado a outras pessoas.
Claro, houve algumas garotas em sua vida, umas com quem se importou, mas ele sempre estragava tudo. Parecia quase como um relógio, só que quando elas iam embora, Oliver não sentia falta por mais do que uma semana. E embora não soubesse quase nada sobre o amor, sabia que isso não era certo. E era por isso que seu arranjo com Chloe era perfeito. Quando eles estivessem prontos, poderiam ir embora, sem desculpas, sem despedidas estranhas. Apenas cortar os laços e continuar vivendo.
Continuar vivendo... sem ela.
Ele conseguiria fazer isso?
"Sr. Queen?"
Acordando de seu transe, Oliver olhou para o motorista, que apontou com a cabeça na direção da janela, pontuando que tinham chegado. "Obrigado, Sam", Oliver disse antes de sair do carro. "Diga oi a Arlene e às crianças por mim."
Sam assentiu e partiu, então Oliver se virou e entrou no prédio, sorrindo para o porteiro enquanto entrava. Apertando o botão do elevador, ele se deixou gelar quando sentiu o telefone vibrar.
Ela tinha mudado de ideia? Tinha acontecido alguma coisa?
Balançando a cabeça, Oliver disse a si mesmo. "Controle-se." Claro, quando ele abriu o telefone, havia uma mensagem dela esperando por ele.
Estou um pouco atrasada, mas acredite em mim, vai valer a pena.
Mais uma vez, Oliver balançou a cabeça, perguntando-se com que diabos ele estava tão preocupado. Mesmo que ela não fosse aparecer naquela noite, ainda era uma noite para celebrar. Mas isso não impediu aquela pequena voz em sua cabeça de relembrá-lo de que Chloe era toda a razão para ele estar de volta um dia antes.
Saindo do elevador, Oliver deixou a maleta no chão, sem nenhuma intenção de olhar para trabalho por pelo menos vinte e quatro horas. Ele sabia que não era como se ela fosse tirar um dia de folga, mas Oliver deduziu que ele podia conseguir convencê-la aquela noite.
Depois de pegar uma garrafa de champanhe, ele contemplou pegar duas taças, mas achou melhor não. Abrindo a garrafa, encheu seu copo e já estava pronto para beber quando ouviu o sistema de som do elevador, fazendo-o repensar sua recente decisão.
Era só uma bebida e não era como se não tivessem bebido juntos antes. Uma taça, alguns minutos para sentir o momento... que mal haveria naquilo?
Depois de encher a segunda taça, ele ativou o elevador, sorrindo com o timing perfeito dela. Voltando para o elevador, ele teve tempo suficiente para colocar a garrafa na mesinha antes de Chloe aparecer, olhando pra ele curiosa assim que viu a taça de champanhe.
Até houve uma hesitação, mas isso não impediu Chloe de pegar a taça assim que saiu do elevador. "Você sabe que não precisa me deixar bêbada, certo?"
Oliver voltou para onde tinha deixado seu copo. "Eu sei que champanhe não te deixa bêbada."
Parando seu gole, Chloe tomou um segundo para apreciar o quanto a bebida era boa. Ela também considerou que aquilo era champanhe de verdade, diferente da coisa cintilante com que tinha se acostumado. Claro, ela sempre seria parcial a bebida cara e forte, mas os espumantes também não eram ruins.
Isso a levou a se perguntar porque ele tinha aberto uma garrafa aquela noite, porque ele voltou um dia mais cedo e porque tinha insistido em vê-la. Então ela percebeu. "O negócio com Schullman... você conseguiu fechar, não foi?" Quando o sorriso dele aumentou, Chloe deu risada. "Lex vai ficar puto."
Ele deveria ter imaginado que ela saberia a razão imediatamente, junto ao fato de que a LuthorCorp era sua maior competidora para começar a produzir no Pacífico, mas no final, deixar Lex puto era só uma vantagem. Não estava nem perto da lista de razões para ele se sentir maravilhoso aquela noite, mas isso não o impediu de dizer, "Acho que podemos concordar que a felicidade de Lex está longe de ser nosso objetivo."
Chloe deu risada enquanto olhava ao redor, notando a falta de uma pessoa em particular na celebração. Embora ela tenha deduzido que eles estariam sozinhos, ouvir sobre sua recente vitória mudava tudo. "Hal vai se juntar a nós?"
Oliver balançou a cabeça. "Ele me parabenizou, mas está ocupado no trabalho. Quer dizer, não é como se ele pudesse voar pra cá de última hora." Não era completamente verdade, mas aquela era uma noite em que Oliver queria ter privacidade com ela.
Ela não pôde deixar de ficar um pouco surpresa. "Então... de todo mundo... você vai celebrar comigo?" Eles podiam estar conversando mais e ele mencionou que queria vê-la, mas eram águas novas pra eles. Era uma vitória importante para Oliver, então deveria haver alguém em algum lugar que ele pudesse ter chamado.
Certo?
Sentindo a confusão dela, Oliver colocou a taça sobre a mesa. "Vamos ver, eu poderia sair, ser fotografado, voltar para casa com uma mulher qualquer." Uma opção que obviamente não tinha nenhum apelo pra ele, mas logo ele perdeu as palavras enquanto olhava dentro dos olhos dela, reconhecendo como o verde refletia na luz suave. Então ele emaranhou os dedos no cabelo dela e se inclinou até sua testa colidir com a dela, tomando tudo. Seus olhos, seus lábios, até o leve cheiro do café que ela tinha consumido recentemente. Foi este momento que o levou a levantar a cabeça de volta, finalmente encontrando as palavras que queria dizer. "Ou eu posso ficar aqui com a mulher que de fato entende porque estou celebrando."
Chloe engoliu seco enquanto a verdade era revelada, tentando esconder sua surpresa enquanto se inclinava ao toque dele. Era errado ter sentido tanta falta disso? Partindo os lábios, ela tentou dizer alguma coisa, qualquer coisa, mas a felicidade no rosto dele a calou. Estendendo a mão, ela pegou a dele, entrelaçou seus dedos. A tempo todo eles se encararam, um momento de bem-vindo silêncio em meio ao caos que viviam todo dia.
Mas Oliver logo acordou, dando um passo para trás, sua mão deslizando da dela. Ele não tinha certeza do que estava acontecendo ali, no entanto, a parte estranha era que... ele pareceu não se incomodar com a proximidade dela. Havia sido um ato tão inocente, mas enquanto pegava sua taça, ele olhou de volta para onde estiveram parados antes, percebendo que ele deve ter se deixado levar, e nem percebeu que ela ainda estava vestindo um casaco.
"Você sabe que pode tirá-lo, certo?" ele disse, quase desesperado para quebrar o silêncio na sala.
Momentaneamente se olhando, Chloe suspirou, tendo esquecido do casaco. "Não se vamos ficar bêbados primeiro", ela respondeu lentamente, ouvindo Oliver quase engasgar com a bebida no processo. Depois de terminar sua taça, Chloe deu um risinho enquanto puxava o cinto do casaco. "Porque corrija-me se eu estiver errada", ela disse, meticulosamente abrindo os botões, "mas da última vez que chequei sua cor preferida era verde."
O casaco caiu aos seus pés e Chloe teve que admitir, foi melhor do que ela esperava. Antes de sair de seu apartamento, pareceu uma ideia maluca. De fato, foi preciso muito tempo para se convencer de que podia fazer aquilo. Afinal, ela nunca tinha feito nada assim antes, mas o olhar no rosto dele fez valer cada passo. Enquanto outros caras a deixariam muito apreensiva com o corpo, desde o primeiro dia, Oliver a fazia se sentir orgulhosa.
Desta vez não foi exceção, enquanto a garganta dele ficava seca ao ver a lingerie que mal cobria seu corpo. Abandonando a taça na mesa, ele sorriu enquanto tomava a visão em sua frente. "E bem quando eu não achei que fosse possível... meu dia acabou de melhorar."
O jeito que ele olhava para ela agora, o silêncio confiante no jeito que ele caminhou na direção dela, cimentou o fato de que ela não teria escolhido momento melhor se tivesse tentado. Então quando ele chegou perto o suficiente, Chloe puxou a camisa dele, com força suficiente para arrancar alguns botões, o que isso só deixou seu trabalho mais fácil.
"Você teve um dia produtivo, Sr. Queen, por que não se senta e deixa que eu faço o trabalho?"
Oliver sorriu de volta antes de descer os lábios até os dela, perdendo pouco tempo para abrir o sutiã dela enquanto caminhavam de costas, com Chloe tendo tempo apenas para tirar o cinto e a calça dele antes de caírem no sofá.
Tirando o sutiã, Chloe o jogou de lado, quase agradecida em poder vesti-lo de novo. Embora ela não se importasse quando Oliver era selvagem, ele tinha arruinado mais lingeries do que ela queria admitir. Mas isso não estava em sua mente enquanto sentava no colo dele, batendo-se contra ele calculadamente, sabendo que ele ainda estava na boxer e tomando nota do gemido que o escapou.
Segurando a camisa dele mais uma vez, Chloe desfez os outros botões, desta vez um por um. Era um ato que fazia a impaciência dele crescer, um detalhe que ela pôde sentir quando se inclinou para passar a camisa pelos braços dele.
"Provocadora", ele sussurrou antes de beijar o lado do pescoço dela, seus lábios chupando a pele dela.
Chloe estava tentada a rir, já que foi o único comentário dele, mas o contato a fez arfar. No entanto, ela insistiu em manter o ritmo lento. "Você quer que isso acabe em alguns minutos?"
"No ritmo que você está indo, pode ser que acabe."
"Engraçadinho", Chloe respondeu enquanto tirava a calcinha, fazendo a vontade dele agora porque ela podia sentir o quanto estava molhada. "Achei que seu controle fosse melhor que isso." Enquanto ela apertava os lábios, deduziu que deveria haver uma consequência por dizer isso, e com certeza, Oliver logo segurou seus braços e os moveu para que ele estivesse em cima dela no sofá.
"Por que... você está falando?"
"Você começou..." Chloe disse, seus pensamentos interrompidos quando ele moveu as mãos para segurar seus seios. "Com uma mentira." Ela tinha toda intenção de continuar, mas era claro que Oliver tinha outro plano. Aparentemente ao invés de relaxar, ele ia mostrar a ela o quanto estava satisfeito. E Chloe estava longe de não cooperar nesse assunto, já que tinha certeza que estava murmurando algum tipo de bobagem enquanto as mãos dele mantinham o aperto e a língua dele deslizava por seu mamilo ereto.
"Ollie..." ela sussurrou, arqueando as costas para que ele pudesse tomá-la mais em sua boca.
Oliver a satisfez, mas ao mesmo tempo, ele abriu os olhos, enquanto quase gozava ao assistir a euforia na expressão dela. No entanto, ele não queria deixar o trabalho pela metade, então se afastou para terminar de tirar a calcinha pelas pernas dela, jogando a boxer na mesa direção em seguida. Ela tinha aberto os olhos quando ele subiu as mãos pelas pernas dela, e quando ele chegou ao seu destino, era aparente o quanto ela estava molhada.
Espertamente traçando o dedo ao redor de sua abertura, ele a ouviu murmurar, mas decidiu provar que ela estava errada e mostrou a ela o quanto conseguia se controlar. Afastando o dedo, ele a saboreou com sua língua e pôde vê-la mover o corpo em antecipação. Satisfeito, ele disse, "Você sentiu minha falta, sentiu falta disto."
Houve um tremor enquanto ele se aproximava, mas ela logo o escondeu com um risinho. "Disto com certeza... mas de você..." O tom de dúvida foi suficiente para Oliver tomar os lábios dela mais uma vez, sua língua providenciando a satisfação verbal que ele precisava quando ela gemeu profundamente.
~0~
Isso era errado... não era? Chloe queria pensar que era, considerando que nunca tinham feito isso antes. Mas ela permaneceu onde estava, a mão no peito dele, a cabeça em seu ombro. Havia algo relaxante em estar ali, fosse por alguns minutos, ou pela noite inteira, os problemas desapareciam... e a vida não parecia tão fodida como normalmente era.
Mas mesmo em seus melhores momentos, era puro escapismo. Chloe sabia que não podia ficar ali até o nascer do sol, ou pelo menos... ela não podia gostar da ideia. Ela tinha ficado uma vez antes, mas foi diferente. Ela mal tinha dormido na outra situação e aquilo estava bem longe de ser igual.
Olhando pra ele, ele parecia... pacífico. Era uma observação que tornava mais difícil ir embora, mas ela não podia deixar de ir. Afastando-se da cama lentamente, ela girou o corpo, tentando não perturbá-lo, mas todo o trabalho não serviu de nada.
"Chloe?" ele chamou, os olhos ainda fechados quando ela virou a cabeça na direção dele.
"Volte a dormir", ela disse embora soubesse que ele não lhe daria ouvidos. Ele abriu os olhos, então Chloe parou de se mover, reconhecendo o leve desapontamento em seus olhos. "Eu... eu tenho que ir."
"Eu sei", ele disse suavemente. "É só que tem uma coisa me incomodando. Por que você me fez aquela pergunta sobre meus pais?" Ele sabia que era um momento estranho para perguntar isso, mas tinha que fazer antes que fosse muito tarde. De volta a quando ela fez aquela pergunta durante a entrevista, havia uma sensação de que ela queria saber mais do que deixou transparecer e Oliver queria saber se estava certo.
Chloe olhou para a frente enquanto continuava a se sentar na cama. Depois de um momento, ela achou melhor responder. "Eu achei que servia como uma declaração, um jeito de compreender o homem."
"Achou?"
Respirando fundo, Chloe deveria saber que ele ia insistir. Ele mal a conhecia, ainda assim a lia melhor do que a maioria. O único problema era que a verdade não era algo que ela planejava contar, mas no final, não havia muita razão em mentir agora. "Honestamente, serviu para um propósito egoísta porque eu... eu sei como você se sente."
"O acidente", ele disse, sabendo que teria que dar alguma explicação quando a cabeça de Chloe virou em sua direção.
"Como... como você sabe sobre isso?" Chloe sabia que ela nunca tinha contado a ele, Oliver não conhecia ninguém em sua vida, além de talvez Matt, mas ele não tinha razão para trair sua confiança. No entanto, isso realmente não importava porque enquanto olhava para ele agora, não se sentia mais nua, se sentia transparente.
"Resposta curta - eu pesquisei sobre você antes de oferecer o artigo." Não era bem uma resposta, não a que ela queria ouvir, mas ele continuou, tentando racionalizar. "Minha vida está praticamente numa vitrine, então eu considerei igualar o campo de jogo."
Porque não era como se ele esperasse conhecê-la fora do artigo. Antes, ele nunca esperou que ela fosse significar nada pra ele, mas ela merecia a verdade, não importa quanto difícil fosse ver a expressão no rosto dela agora.
"Eu nunca pedi para conhecer sua vida", foi a resposta silenciosa que ela deu, os nervos ainda tensos. Não era como se ela lesse tabloides; a única razão para saber sobre Oliver antes do artigo foi porque ele facilitava muito a vida dos tabloides.
"Bem, quando se está na minha posição, você percebe que não existe 'ser cuidadoso'." Sentando-se, ele tentou encontrar os olhos dela mais uma vez, mas ao invés ela se afastou ainda mais dele. Ele queria pará-la, mas sabia que se ela partisse, ele podia compreender sua decisão. "Eu adoraria me desculpar, mas não posso." Nem ele se arrependia, porque foi essa pesquisa que o convenceu a ir atrás dela para escrever o artigo. Se ele não tivesse feito talvez... talvez não tivesse chegado a conhecê-la como agora.
Engolindo seco, Chloe disse. "Eu não gosto, mas entendo." Era difícil admitir, mas ela se colocou no lugar dele, e não podia culpá-lo por tentar encontrar alguém em quem pudesse confiar. "Eu só... existem coisas que eu prefiro que as pessoas não saibam sobre mim."
As pessoas olhavam pra ela de um jeito diferente assim que descobriam sobre seus pais. Havia muitos sentimentos, nenhum dos quais Chloe queria ver ou ouvir. Pena e condolências não mudavam a verdade, nem a ajudariam agora. Ao invés, só lhe trazia lembranças indesejáveis.
Ela percebeu a mão dele aproximando-se, mas Oliver logo a recolheu. "Eu pensei em nunca te contar isso, mas não seria justo com você." Finalmente olhando de volta pra ele, ela percebeu que ele estava de costas pra ela. Ele tinha até lhe dado mais espaço. "Eu entendo como é ter seu mundo virado de cabeça para baixo em uma noite. Eu não desejaria isso a ninguém."
Foi essa resposta que fez Chloe perceber porque ele tinha tocado no assunto. Ele sabia o tempo todo, mas contou agora porque entendeu que ela estivesse pronta para ouvir. Sem mencionar o fato de que ele entendia completamente cada centímetro daquela dor. Mesmo que esse arranjo tivesse despertado sua percepção para o Oliver Queen em questão, a única coisa que Chloe sabia sobre ele com certeza era que ele tinha crescido sozinho. O mundo estava ao alcance de seus dedos, mas à noite, era só ele, querendo trocar o mundo por algo que a maioria das crianças não dava valor.
"Eu era adolescente quando aconteceu, e minha mãe... bem, ela ainda está viva." Ela soltou o aperto no colchão e se moveu na direção dele, enquanto Oliver parecia congelar onde estava. "Eu encontrei um jeito de superar os anos estranhos com a companhia de Lois. Não é como se eu tivesse crescido sem meus pais."
"Ainda assim... não deve ser fácil."
"Quem disse que a vida é?" Chloe bufou enquanto colocava a mão no braço dele, resultando com ele olhando pra ela por sobre o ombro. "O melhor que podemos fazer é trabalhar duro para fazer o melhor possível diante do que aconteceu, certo?"
"Certo." Virando o corpo de volta, Oliver passou um braço ao redor dos ombros dela, os dois encostando a cabeça um no outro antes da cabeça dela cair novamente em seu ombro.
"Então quando você me ofereceu o artigo, realmente não tinha nada a ver com isto?" Chloe perguntou, gesticulando entre seus corpos nus.
"Eu posso entender como é difícil acreditar nisso vindo de mim", Oliver admitiu, embora isso tivesse de alguma forma sido um fator. Ela manteve o encontro deles em segredo, significando que pra ela era só negócio, que ela não viria com um monte de baboseiras. Mas quando soube sobre a infância dela, Oliver percebeu que tinham mais em comum do que ele imaginava. "Eu queria alguém que tivesse a chance de me compreender. Alguém que pudesse ser construtiva embora crítica, alguém que pudesse enxergar a verdade."
Baseado no que ele tinha visto, Oliver suspeitava que se alguém pudesse entender, que se ele tivesse a chance da verdade ser publicada... a mensagem teria que passar por ela. Ele achou que ela fosse aceitar? Não. Mas tinha toda a intenção de descobrir por si mesmo depois de entrar em contato com sua prima, porque ele não tinha outra forma de entrar em contato com Chloe. Ou pelo menos, não até o destino intervir no melhor momento possível.
"E?"
"Foi uma das melhores decisões que eu já tomei." Embora não tivesse sido muito uma decisão, e sim uma esperança... uma que se realizou pra variar.
Chloe queria sorrir, mas algo passou a fazer muito mais sentido agora. "Então os vários cheques..."
"Deduzi que você tinha pagamentos a fazer", Oliver respondeu, rápido em finalizar o pensamento dela. Não era normal Oliver distribuir cheques assim. Uma pessoa de menor valor poderia fingir não gastá-los, capitalizar dizendo ser generosidade, mas com Chloe, ele sabia que levaria algum tempo para ela reconsiderar que ele tinha boa intenção. "Quando você finalmente o depositou, eu..." Oliver não conseguia expressar o alívio que sentiu. "Quando você não pode fazer nada para ajudar sua família, você tenta o melhor para permitir que alguém ajude a dela."
"Você sabia", ela disse, sua cabeça descendo até o travesseiro que ela pensou em abandonar. Mas ela não se focou nisso no entanto, enquanto outro 'presente' dele voltava a sua mente. "E as flores?"
Oliver sorriu culpadamente antes de responder. "Na época, eu deduzi que se não podia ajudar, então pelo menos podia ser menos egoísta e oferecer a chance de um segundo round." Dando de ombros, ele lhe deu um sorriso rápido. "Não era como se eu fosse me opor a ideia de te ver nua novamente."
Chloe balançou a cabeça, uma pequena risada lhe escapando. "Eu não acredito que mudei de ideia."
"Claro que não acredita", Oliver respondeu sarcasticamente, movendo o corpo sobre o dela. "Me diz de novo que eu sou adequado nesta área."
"Uau", Chloe disse, sobrancelhas erguidas, "ego ferido é um saco."
"Não quando é uma mentira", ele retornou.
Chloe estalou a língua, empurrando o corpo pra cima momentaneamente para sussurrar, "É?"
Descendo a cabeça, Oliver olhou dentro dos olhos dela. "Vou fazer você se arrepender disso."
Enquanto as mãos de Oliver a envolviam, pronto para provar que tinha razão, Chloe não pôde deixar de rir de novo. "Por alguma razão, eu duvido."
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ONZE
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Adorei a conversa de travesseiro, e a maneira como a Chloe se comportou depois da confissão do Oliver, pensei que ela ia sair correndo e não olhar nunca mais para trás!! Rsrs
ResponderExcluirE o Oliver, oh garoto esperto, desde do início já estava passos a frente... =D
Ótimo capítulo, Sofia!
GIL