Resumo: Aparentemente, a única coisa que unia Chloe Sullivan e Oliver Queen era uma história. Mas por trás das portas fechadas era um relacionamento acidental que sem nenhuma intenção acabou mudando tudo.
Autora: serafina19
Classificação: NC-17
Enquanto começava a se mexer, Chloe imediatamente sentiu que a cama em que estava deitada parecia muito familiar para ser a do quarto de hóspedes. Mesmo antes de abrir os olhos, sabia que estava na cama de Oliver, mas desta vez, estava sozinha. O outro lado ainda estava arrumado e o travesseiro gelado, então com isso, ela conseguia juntar as peças do que tinha acontecido na noite anterior.
Chloe nem se lembrava de ter adormecido, mas o fato de que tinham somente conversando a noite toda, e ter ficado confortável fazendo isso era maravilhoso. Conforme as histórias voltavam à sua mente, Chloe sorriu, pronta para encarar o dia. Então afastou os lençóis, sabendo que estava com as roupas do dia anterior, mas parecia que Oliver tinha lhe comprado roupas novas ao ver a sacola a alguns passos da cama.
Normalmente, ela lhe daria um sermão por causa disso, mas ele sempre escolhia bem os momentos em que fazia compras, já que a única outra vez que ele tentou fazer isso foi quando ela não tinha roupas com ela... tirando o casaco e a lingerie. Havia também o fato de que ele considerava as pequenas coisas para ajudar Chloe a aceitar o gesto. Por exemplo, ele sempre incluía o recibo na bolsa, então Chloe sabia que a compra não tinha sido cara.
E havia o fato de que era só uma blusa branca de manga longa, o que estava ótimo porque Chloe podia sobreviver com sua calça mais uma manhã. Depois de passar a blusa sobre a cabeça, ela foi até a janela para olhar entre as cortinas e sentir o clima. Com base no vento, tinha claramente esfriado depois da conversa, por isso a escolha de mangas longas, mas ela parou por um segundo, tomando o momento para apreciar a beleza da vista em sua frente. Era algo que Chloe não havia tido muito tempo para notar antes, mas era provavelmente porque ela sabia que esta vista custava bastante e ela estava sempre preocupada com outra pessoa.
Voltando-se, Chloe percebeu a falta de decoração no quarto. Tinha os objetos básicos, as necessidades do quarto, mas não parecia uma casa, apenas um espaço. Aproximando-se da cômoda, ela percebeu uma única foto ali, o único toque pessoal. Era uma foto antiga de Oliver e seus pais. Havia uma marca de dobra no meio e mesmo o portarretrato não conseguia esconder as bordas imperfeitas.
Olhando por sobre o ombro, Chloe visualizou um jovem Oliver segurando a foto nas mãos, perguntando-se porque com ele, porque com eles. A queda do avião havia sido um desastre, mas Chloe sabia melhor que ninguém que aquela palavra não tinha um efeito melhor em um garoto confuso.
Chloe também era uma criança quando aconteceu, mas ela sentiu por Oliver enquanto assistia a cobertura na televisão. Foi um evento em que ela agradeceu por não ter sido com seus pais, mas agora era algo que tinham em comum. Não era a experiência ideal para compartilhar, mas permitia a Chloe ver Oliver e não só Oliver Queen.
Porque desde aquela cobertura, o mundo inteiro vira Oliver Queen, o mito e a lenda, crescendo. No entanto, nestes poucos meses, Chloe se perguntou se eles alguma vez teriam visto o homem crescer, porque na noite anterior, ela viu um lado diferente dele.
Ele lhe deu o que ela precisava, incluindo as coisas que ela não achou que precisasse. E nenhuma vez tentou forçá-la a dizer mais, chegando ao ponto de deixá-la adormecer em sua cama, enquanto ele dormia... em outro lugar. Isso não gritava playboy. Nem de longe.
Colocando a foto de volta, Chloe não pôde deixar de imaginar... o quão errado estariam sobre ele? O quão errado ela estava sobre ele? Porque ela falou sério na noite anterior. De alguma forma ele tinha mudado de uma distração para um confidente e ele nunca questionou a mudança. Pelo contrário, ele parecia ter gostado.
O que isso significava?
Era uma pergunta que Chloe tinha feito a si mesma, mas era uma resposta que ela não estava disposta a explorar ainda, especialmente assim que percebeu que horas eram. Era bem mais tarde do que costumava ficar ali, então pegou a bolsa e foi para a área principal, onde Oliver estava mais uma vez sentado em sua mesa.
"Bom dia", ela disse atrás dele.
Oliver soltou a caneta e empurrou a cadeira para trás. "Ei", ele disse, seu rosto se iluminando mais uma vez assim que se virou. Ele estava feliz em vê-la usando a blusa que tinha comprado e o rosto dela parecia mais tranquilo esta manhã. Era claro que ela estava cansada porque minutos depois de se recostar na cadeira ela tinha apagado.
Mas antes disso, eles tinham trocado algumas histórias leves, quase fazendo-os esquecer a razão pela qual Chloe tinha aparecido ali. Isso funcionou bem para ele, porque seu sorriso era uma vista muito melhor, e incluía o que ela estava lhe dando agora. O sono a tinha feito bem, e Oliver percebeu que fez o certo ao carregá-la do terraço para sua cama. Havia uma parte dele que quis se deitar ao lado dela, mas ele concluiu que espaço era o melhor no momento.
No entanto, Chloe podia ver que ele não tinha dormido bem, as olheiras eram aparentes, mesmo enquanto sorria pra ela. "Não me diga que eu te forcei a trabalhar a noite toda."
"O sofá é enganosamente confortável", Oliver respondeu, não antecipando a testa franzida dela em resposta. "Eu não quis acordar você ou Hal, e não tem problema pra mim."
"Hal está aqui?"
Dando risada enquanto gesticulava com a mão na direção da cozinha. "Ele sempre abandona a jaqueta na cadeira. O homem é um grande fã de lanches de madrugada."
Chloe também deu risada, mas logo apertou a alça da bolsa. "É melhor eu ir, deixar vocês conversarem."
"Na verdade", Oliver disse, segurando a mão dela. "Acho que Hal vai dormir por mais algumas horas. Enquanto isso, talvez eu possa te convencer a tomar café?"
"Hum, claro."
"Panquecas? Torradas? Ovos?"
Tudo soava maravilhoso, mas Chloe sabia que era melhor o mais simples. "Honestamente só uma torrada. Não quero ser mais inconveniente que o necessário."
"Ovos então." Quando ela ia protestar, Oliver ergueu um dedo para impedi-la. "Eles levam cinco minutos pra fazer e eu não ofereceria se não quisesse fazer."
Chloe assentiu, deduzindo que ele não ia deixá-la vencer desta vez. Não ia reclamar considerando que não conseguia se lembrar da última vez que teve um café da manhã que não consistisse em um muffin ou bagel.
Ela se sentou e o observou, rapidamente percebendo que ele era natural na cozinha. Havia uma fluidez em seu movimentos, um ritmo até. No entanto, seus movimentos ficaram mais lentos, o olhar em seu rosto também começou a mudar. "O quê?"
"Eu tenho... uma pergunta estranha pra fazer." Depois de um suspiro, Oliver decidiu que era melhor tirar isso do seu peito. "O cara... foi por isso que você resolveu começar isto? Porque se for... eu nunca te tomei como alguém que joga tudo para o alto por causa de um cara."
Era tão triste, já que o pensamento que surgiu em sua mente foi Qual das vezes? No fim, ela decidiu que era justo ser sincera. "Versão resumida... a noite em que nos conhecemos, não foi meu melhor momento, então eu... te usei para superar minha frustração. Depois de descobrir sobre o noivado deles, eu achei que seria bom continuar, então foi por isso que mudei de ideia."
"É provavelmente o que você não quer ouvir", Chloe acrescentou enquanto descia a cabeça. "Mas é a verdade."
Oliver apertou os lábios enquanto ia até o gabinete pegar um prato. "Não se sinta muito mal, isso foi o que deveria ser."
Chloe percebeu o uso do verbo no passado, mas ela não via muita razão em questionar. Porque ele estava certo. Era assim, mas agora... Chloe não estava fugindo. Embora antes tivesse fugido, agora ela estava ali, esperando ovos mexidos do homem que nunca imaginou que soubesse como ferver uma água. E lá estava ela com um garfo, pronta pra comer.
Estava incrível, e Chloe não pensava isso só porque não tomava café da manhã há muito tempo. "Como na terra você sabe cozinhar tão bem e ainda assim tem evitado fazer café há tanto tempo?"
"Pra começar... eu como. E obrigado."
Chloe balançou a cabeça. Depois de outra mordida, ela olhou novamente para cima. "Só pra constar, o café estava até bom. Há esperança pra você afinal."
"Anotado", Oliver disse com um sorriso, pegando o garfo que tinha deixado perto do fogão e antes que Chloe soubesse o que estava acontecendo, ele roubou um pouco de sua comida.
"Ei!" Chloe exclamou, movendo o garfo para cobrir o ovo e evitar outro ataque de Oliver, o que o levou a erguer as mãos em defesa depois de tomar sua mordida.
"Eu parei, juro."
Aproximando o prato de si mesma, Chloe deu um risinho. "Acho bom."
Oliver deu risada enquanto se afastava, feliz em ver que ela estava gostando. Até onde sabia, ela vivia de café e muffin. Recostando-se contra o balcão, ele olhou pra cima a tempo de ver seu amigo entrar na cozinha, o sorriso aberto enquanto pegava a jaqueta.
"Bom dia para os dois", Hal disse, percebendo os pequenos detalhes. O café na máquina, a blusa diferente de Chloe, e mais importante, Chloe calmamente tomando café da manhã depois de uma noite tranquila na casa de Oliver. Sim, os dois estavam ferrados.
"Ei, Hal."
"Chloe, linda como sempre", Hal se aproximou de Chloe, pegando sua mão para beijar gentilmente, quase com o único propósito de ver a cara feia de seu amigo assim que se virou na direção dele para encher sua xícara.
Chloe ficou levemente surpresa pela ação, mas também percebeu a reação de Oliver, então ela riu enquanto voltava ao café. "E você é oportunista como sempre. Com que frequência você tem paradas em Metrópolis?"
"Menos do que você imagina", Hal disse. "É só que você está aqui quando eu tenho as paradas."
Foi só uma resposta brincalhona, mas o comentário fez Chloe afastar o prato. Ainda havia ovos no prato, mas isso a relembrou que era hora de ir embora. "Bem, tenha um voo seguro", ela disse a Hal, levantando-se da cadeira, apesar do iminente protesto de Oliver. Sorrindo pra ele, ela acrescentou. "Te vejo depois."
Oliver se levantou silenciosamente enquanto ela pegava a bolsa e deixava a cozinha. De novo, seus sapatos ecoaram enquanto se afastava, fazendo sua mão se apertar em um pedaço particular de papel em seu bolso, debatendo se deveria ou não entregar a ela. Eventualmente ele percebeu que ele queria mostrar a ela que confiava nela tanto quanto ela confiou nele.
"Chloe, espera", ele chamou da cozinha, uma ação que pegou Hal de surpresa já que seu amigo quase passou por cima dele, mas Oliver nem se importou. Vendo Chloe parada na frente do elevador, ele continuou se aproximando dela. Quando mal havia um centímetro entre eles, a mão dele saiu do bolso. "Pega isso."
Olhando para o pedaço de papel amarelo, Chloe o pegou incerta, abrindo para revelar uma sequência de números. Ela ia perguntar o que era, mas quando olhou de volta para o elevador percebeu. "Isto é... o código para entrar, não é?"
Oliver assentiu. "No caso de eu não estar aqui e você precisar de um refúgio, você pode vir sempre que quiser."
"Oliver", Chloe disse, balançando a cabeça. "Isso é uma coisa importante, e eu... eu não posso aceitar."
"Eu confio em você, Chloe." Uma frase que era realmente bom dizer em voz alta, mas também uma frase que foi mais fácil de dizer do que ele imaginou. "Por favor... pegue."
Ela engoliu seco, percebendo que tinha ganho mais do que esperava indo pra lá. Quando decidiu ir para a casa de Oliver tudo que queria era um teto diferente para olhar, mas ao invés, tinha de alguma forma ganho sua confiança... tudo porque ele lhe ouviu.
Ficando na ponta dos pés, Chloe segurou o pescoço dele para ficar mais fácil beijá-lo. Ele aprofundou quase imediatamente, os braços envolvendo suas costas, mas os dois sabiam que não podiam começar nada agora, então lentamente se afastaram.
"Obrigada", Chloe sussurrou antes de entrar no elevador.
Oliver fechou o portão, seus olhos nunca deixando os dela até a porta se fechar. Virando-se, Oliver viu Hal parado do outro lado da sala. "O quê?" foi a única palavra trocada antes de Hal balançar a cabeça e voltar para a cozinha. Oliver logo atrás. "Você claramente tem algo a dizer, então fala logo."
Hal bufou enquanto terminava de tomar o café. "Você a conhece há o que... alguns meses? Chloe tem razão, o código é uma coisa importante."
"Seu objetivo?"
Depois de colocar a caneca na pia, Hal olhou dentro dos olhos de Oliver. "Olha cara, ela é um grande progresso em relação a maioria das mulheres que eu vejo por aqui, mas como você sabe que ela não está só tentando uma segunda história? Pelo que eu sei, vocês são praticamente o roteiro de uma comédia romântica."
Por um tempo, foi algo que cruzou a mente de Oliver, mas desapareceu logo depois. Se ele a tivesse julgado errado, então que fosse, mas ele não achava que fosse esse o caso. "Se isso for verdade, vou viver com as consequências. Mas ela nunca mentiu pra mim... não sobre as coisas importantes."
"Espero que você esteja certo, Oliver."
Ele sabia que estava, mas não teve a chance de expressar isso pois seu telefone começou a tocar. Atravessando a sala, ele o atendeu.
Hal o seguiu, perguntando-se se era Chloe novamente, mas ele percebeu o amigo arregalar os olhos. "O quê?" Correndo os dedos pelo cabelo em frustração, ele rapidamente acrescentou. "Não diga nada. Deixe-me conversar com ela antes de liberarmos uma declaração, ouviu?"
Depois disso, ele desligou o telefone, levando Hal a perguntar, "Oliver, o que foi?"
Chloe estava quase convencida de que o mundo havia enlouquecido naquela manhã. O tempo todo em que ficou na fila do café na Metro, ouviu um burburinho ao seu redor. Mesmo os baristas que a conheciam há anos estavam lhe olhando de um modo engraçado.
Convencida de que talvez precisasse dormir mais do que tinha imaginado, ela foi direto para casa, feliz pela curta distância entre a cafeteria quando o burburinho ao seu redor não parou. No entanto, não houve muita paz em seu apartamento, já que em seu sofá, sua prima esperava por ela. Chloe vinha antecipando este encontro, mas desejou que Lois tivesse esperado pelo menos até o jantar para lhe dar um sermão.
"Lois, antes de você começar-"
"Você está perdoada por perder a própria festa de aniversário", Lois respondeu, levantando-se e atravessando a sala para abraçar Chloe. "Sabe, você poderia ter me dito que tinha outros planos, mas há coisas mais importantes agora." Afastando-se, Lois olhou por sobre o ombro para garantir que as cortinas estivessem bem fechadas. "Clark está vindo com comida chinesa e café suficiente pelo menos para o dia de hoje."
Chloe se sentiu paralisar observando Lois, que parecia estar agindo de modo estranho também. Embora estivesse feliz pelo fácil perdão, por mais que Chloe nunca tenha sido uma pessoa de aniversários, apesar dos esforços de sua prima em mudar sua mente, ela também sabia que tinha alguma coisa acontecendo. "Do que você está falando?"
No entanto, Lois não ouviu Chloe, focando-se em como sua prima deveria estar se sentindo agora. Tentando aliviar o clima, Lois sorriu. "Eu sei que não é o que você quer ouvir, mas eu realmente estou orgulhosa de você, prima." Isso não deveria ter sido muita surpresa. "Quer dizer, eu gostaria que você tivesse me contado primeiro, mas eu entendo e você sabe que Clark e eu estamos do seu lado. Eu até disse aos repórteres para enfiarem a curiosidade na bunda."
"Repórteres?"
Essa única palavra permitiu que tudo fizesse sentido. Os sussurros, o apartamento escuro, a reação de Lois.
Foi neste momento que Lois percebeu. "Oh meu Deus... você não sabia."
Fazia apenas alguns minutos, mas Chloe sentiu que o nó estava em seu estômago há horas. Enquanto ligava o telefone, Chloe ainda desejava que não fosse verdade, mas com base no número de ligações perdidas, soube que ter esperança era perda de tempo. O único lado bom era que ela tinha milagrosamente conseguido voltar para casa sem ser bombardeada por fotógrafos. Do jeito que estava, havia mais fotos dela circulando do que ela jamais quis ver. Depois de uma rápida busca na internet, Chloe percebeu que estava na capa de quase todos os tabloides nacionais.
As primeiras fotos eram dela entrando no prédio de Oliver, a última era da noite anterior, e a manchete Feliz Aniversário Senhorita Sullivan! doeu mais do que queria admitir. Não foi por isso que ela quis estar com ele na noite anterior, pelo contrário. No mínimo ela estava correndo de seu aniversário e a foto estava totalmente fora de contexto.
A história foi confirmada por uma loja que queria quinze minutos de fama, dizendo que ele tinha comprado roupas femininas em algumas ocasiões, mas as últimas tinham sido do mesmo tamanho. Eles a tinham fotografado usando as roupas, mas nem isso estava contextualizado.
Havia uma única foto dela e Oliver juntos no terraço na noite anterior. Estava a uma certa distância, já que não eram muitos os prédios que tinham uma boa vista de seu terraço, mas parece que o paparazzi tinha mais recursos do que ela imaginou.
Então ela se afundou no sofá, sabendo que este era seu pesadelo e que só ia piorar.
"A história saiu há uns dez minutos", Lois disse enquanto olhava para sua prima. "Mas eles queriam uma declaração minha, e foi como eu fiquei sabendo antes."
"Isso não pode estar acontecendo." Jogando o telefone do outro lado da sala, Chloe afundou o rosto nas mãos. "Nem existe história."
"Odeio te dizer isso, prima", Lois respondeu, a mão em seu ombro. "Mas eu trabalhei nesse negócio. Isso é manchete."
Levantando a cabeça, Chloe percebeu que não podia ficar sentada agora. Mesmo que não pudesse ir a lugar algum, andar de um lado para o outro era melhor do que deixar a sensação crescer. "Não estamos nos vendo, é só casual."
"Certo", Lois disse zombando, sabendo que sua prima não era desse tipo. Mas conforme o tempo passava e Chloe nem tentou justificar, Lois se levantou rapidamente. "Oh, meu Deus, você está falando sério."
Balançando a cabeça, Chloe aumentou o ritmo para olhar pela cortina. "Se eu fosse mentir, eu diria que estamos namorando." Uma hora atrás, ela estava olhando pela cortina dele, perguntando-se onde tinham chegado, mas na maior parte do tempo, Chloe tinha esquecido que ele era famoso. Quando ela estava com ele, era como se não houvesse mais ninguém e mesmo não tendo pedido nada um do outro, eles pareciam dar o que o outro precisava.
A resposta foi compreensível para Lois, mas tinha uma coisa que a estava incomodando. "Por que você não me contou?"
Havia uma parte de Chloe que sabia que tinha que esperar por essa pergunta, e havia uma resposta racional, mas não estava relacionada a pergunta que fez em seguida. "Por que você e Clark se esgueiraram por aí antes de me contar?"
Lois parou por alguns segundos, seus olhos arregalando. "Você sabia sobre mim e Clark antes de eu te contar?"
Dali, Chloe explicou a verdade sobre a noite em questão, algo que preencheu muitas lacunas para Lois, já que ela não fazia ideia do que tinha deixado Chloe entristecida naquele dia. "Por que você não disse nada?"
Chloe revirou os olhos. "Porque eu teria que te contar o que fiz em seguida." Talvez tivesse ficado tudo bem, Lois poderia ter lhe parabenizado ou mesmo contado a ela sobre Clark, mas Chloe decidiu pra variar ter um pequeno segredo. Todo aquele tempo atrás, ela nunca imaginou que Oliver fosse insistir que ela escrevesse um artigo sobre sua empresa e de jeito nenhum ela podia ter adivinhado que aceitaria um arranjo com ele. E mais importante, Chloe nunca esperou conhecê-lo. Era pra ser uma noite só, mas ao invés, parecia que o contrário estava ocorrendo.
"Desde aquela noite?"
"Não, nem de perto." Chloe deu de ombros enquanto ia na direção do café que tinha abandonado, sabendo que não satisfaria o que ela estivesse sentindo. "Uns dois meses, talvez?" Ao perceber isso, Chloe se perguntou se tinha realmente esperado fazer isso sem atrair a atenção da mídia. Afinal, era o fardo dele, sua reputação e expectativa.
Incapaz de tolerar o silêncio, Lois disse, "Eu ainda acho que você deveria ter dito que sabia sobre nós." Mesmo com a vida os surpreendendo aquela noite, ela sabia que Clark e ela se sentiram culpados o suficiente após saber sobre o agravamento da situação da mãe de Chloe. Agora sabendo que tinha sido um motivo não intencional para o que Chloe estava fazendo agora, doía ainda mais. No entanto, Lois conhecia sua prima, então ela sabia que Chloe não concordaria com algo assim facilmente. "Eu sei que não nos desculpamos o suficiente pelo que aconteceu, mas você sabe quem Oliver Queen é... você deveria saber que isso ia acontecer."
"Eu sei que parece loucura", Chloe respondeu, sabendo que o lado protetor de sua prima estava aparecendo, "mas não o conhecemos." Passando por Lois para pegar o telefone, Chloe olhou pra ele, perguntando-se como ele estava lidando com tudo agora. Ele provavelmente passou pela mesma experiência algumas vezes antes, mas normalmente as outras mulheres queriam estar na capa. Enquanto estava parada ali, ela pegou o pequeno pedaço de papel que ele havia lhe dado. Dando um risinho ao papel antes de olhar de novo para o histórico de ligações para ver quantas ligações perdidas dele ela tinha. Chloe podia ao menos tomar algum conforto no fato de que ele estava tentando resolver a história.
Guardando o papel no bolso, Chloe acrescentou. "Meu artigo nem começa a arranhar a superfície do caráter dele. Gostamos de pensar que sabemos quem ele é, mas não fazemos ideia."
Mesmo agora, Chloe ainda não o conhecia realmente, mas o que ela sabia era que ele lhe dera um senso de esperança, e depois de tantos dias sem uma história, sem poder pagar suas contas, isso significava muito mais do que era possível expressar em voz alta. "Ele salvou Rylan, Lois, só porque ele podia. Ele... realmente se importa com a empresa e..."
"Você o respeita, não é?" Lois terminou assim que a voz da prima falhou, mas ela sabia que Chloe não tinha lhe ouvido. Ela conhecia aquele tom de voz e conhecia aquela convicção em qualquer lugar. A última sendo encorajadora de ouvir, mas a primeira significava que o negócio casual que tinham era mais complicado do que mesmo Chloe estava disposta a admitir.
Ouvindo a batida na porta, Chloe deduziu que era Clark, mas quando ela ia se mexer, o telefone tocou. Ela abriu a boca, mas Lois gesticulou para Chloe atender a ligação. "Eu atendo a porta. Não tenha pressa, prima."
Chloe murmurou Obrigada enquanto atendia a ligação. "Ei."
"Você viu?"
A expressão dela entristeceu ao ouvir a voz dele na linha, um pouco mais cansado do que deveria. "Lois me disse."
"Chloe, eu sinto tanto."
Inicialmente, Chloe estava tentada a se desculpar de volta. Era culpa sua ter ido até ele na noite anterior, foi ela quem não considerou se esconder das câmeras que provavelmente rodeavam a casa de Oliver. Mas ela aceitou as desculpas dele, sabendo que era melhor. "Eu sabia dos riscos quando aceitei a oferta. Pelo menos as fotos não são reveladoras."
Pra ele isso era desnecessário dizer. A foto do terraço era só dos dois parados um ao lado do outro, olhando para o horizonte. Houve alguns outros incidentes que teriam rendido ao fotógrafo mais dinheiro se eles tivessem sido vistos, o que deixou Oliver ainda mais agradecido. Chloe tinha insistido que ela ainda não estava indo embora, e embora essa situação não desse a ela muitas opções, uma foto errada poderia significar que ela não atendesse sua ligação.
Enquanto olhava para a foto desfocada, Oliver balançou a cabeça. Era um momento tão inocente, e ainda assim, tinha acabado com o segredo do arranjo deles. Oliver sempre deduziu que o fim estivesse perto, mas agora havia o olho do público. Não era pra ser uma coisa complicada, mas quanto mais pensava, deduzia que as coisas já tinham se complicado e a tão chamada linha final não era um lugar que queria mais cruzar.
No entanto, essa escolha teria que ser dela. "Embora seja verdade", Oliver disse, "meu relações-públicas precisa de uma declaração."
A boca de Chloe abriu, chocada que ele estivesse de fato consultando-a sobre isso. "Só... diga que somos amigos." Não era o que ela queria quando começaram isso, mas também não estava muito longe da verdade. Ela... gostava de conversar com ele, gostava de estar com ele. O resto, bem, o resto não era da conta de ninguém.
Isso não impediu Oliver de ficar um pouco surpreso. Não havia muitas alternativas, mas ele deduziu que se alguém ia terminar isso, Chloe encontraria um jeito. Ele queria perguntar se ela tinha certeza, mas teve a sensação que já sabia a resposta.
Com um peso fora de seus ombros, Oliver conseguiu finalmente se sentar. "Bem, neste caso, vou ter que te pedir um favor."
"O que é?"
"É que... haverá um baile de caridade da Queen Industries no mês que vem. Você pode ir com Clark Kent se quiser... ele sempre recebe um convite, mas nunca vai." Oliver imaginava que o filho da senadora já deveria ter recebido seu convite, mas ele mandaria outro se fosse preciso. "Você só precisa estar lá. Se encenarmos direitinho há uma grande chance dessa história ser esquecida mais rápido."
Olhando na direção da prima e melhor amiga, que estava ouvindo a conversa, Chloe suspirou. "Você dará algumas declarações a Lois no evento?"
"Com certeza." Na mente de Oliver, era o mínimo que podia fazer.
Chloe sorriu para Lois antes de responder. "Então conte com nós duas. Vou deixar que Clark pense sobre sua participação."
"Então... amigos." A palavra funcionava, mas algo ainda não caía bem para Oliver.
Ele não era o único, também soou estranho para Chloe ouvir a palavra, mesmo que ela mesma tenha falado momentos antes. Ainda assim, ela respondeu, "Sim."
Desligando o telefone, Chloe jogou-o de lado, sua cabeça um pouco mais leve agora que tinha conversado com ele. Havia algo que ela sempre apreciava nele, porque mesmo em momentos assim, ele tinha esse efeito calmante.
Era um fato que Lois reconhecia, enquanto mordia a língua para se impedir de falar que sua prima já estava perdida e que as chances de eles serem amigos eram as mesmas de porcos voarem. Porém, ela conseguiu manter o questionamento ao mínimo. "Amigos?"
Chloe suspirou. "Lois... Clark, há um total de três pessoas que vão saber a verdade e eu preciso manter assim."
Lois ergueu as sobrancelhas. "Quem mais sabe?"
"O amigo de Oliver, Hal." Vendo que Lois ia reclamar de novo, Chloe rapidamente justificou que ele saber não era o plano. "Ele fica na casa de Oliver quando está na cidade, então não tinha como ele não descobrir."
"Certo, mas você garantiu que eu vou conseguir as declarações."
Sorrindo, Chloe assentiu. "Claro, Lois." Olhando na direção de Clark, Chloe reconheceu o misto de preocupação e frustração no rosto dele, então ela se sentou, sabendo que tinha algumas explicações a dar.
Hal não pôde deixar de dar risada enquanto observava seu amigo desligar o telefone. "Amigos? É o que você vai dizer?"
Oliver assentiu, ainda incerto se gostava do som da palavra, mas era melhor do que Chloe o tirando de sua vida completamente. "É um bom plano na verdade." Assim, eles podiam estender o arranjo deles com o mínimo de suspeitas e se esconderem atrás do título. Não era algo que não tivesse feito antes.
Hal foi rápido em discordar. "Ou você pode admitir que de fato gosta desta garota." Estava claro no rosto de Oliver, mas também em suas ações. Quando notícias assim saíam, Hal via seu amigo dar uma declaração em nome deles, mas desta vez, ele de fato considerou a opinião de Chloe. Só isso já falava bem alto, mas Hal também deduziu que o comentário não teria resposta. Oliver era sempre bom em viver em negação.
"Isso vindo do cara que me acusou de confiar demais há alguns minutos."
Balançando a cabeça, Hal parou na frente de seu amigo, pronto para recapitular como ele facilmente poderia chegar a esta conclusão. "Você firmou esse arranjo sem exclusividade, ainda assim ela é a única mulher que vejo neste apartamento. E você está tentando mantê-la por perto, o que até você tem que admitir que é uma novidade."
Oliver abriu a boca para dizer alguma coisa, mas pensou melhor. Começando a ligar para seu relações-públicas mais uma vez, ele passou por seu amigo. "É um fator de conveniência, nada mais."
"Continue falando isso", Hal respondeu imediatamente, seu corpo no mesmo lugar, apesar do fato de Oliver continuar andando. "Porque eu não estou convencido... e acho que você também não." Houve uma leve pausa em seus passos, mas não demorou muito para Oliver continuar andando.
Isso funcionou bem para Hal porque ele tinha um voo para pegar, mas ele xingou entredentes, sabendo que isso não poderia ter acontecido num momento pior. Olhando para seu relógio, ele decidiu que havia uma pequena tarefa a fazer antes de ir embora.
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Chloe nem se lembrava de ter adormecido, mas o fato de que tinham somente conversando a noite toda, e ter ficado confortável fazendo isso era maravilhoso. Conforme as histórias voltavam à sua mente, Chloe sorriu, pronta para encarar o dia. Então afastou os lençóis, sabendo que estava com as roupas do dia anterior, mas parecia que Oliver tinha lhe comprado roupas novas ao ver a sacola a alguns passos da cama.
Normalmente, ela lhe daria um sermão por causa disso, mas ele sempre escolhia bem os momentos em que fazia compras, já que a única outra vez que ele tentou fazer isso foi quando ela não tinha roupas com ela... tirando o casaco e a lingerie. Havia também o fato de que ele considerava as pequenas coisas para ajudar Chloe a aceitar o gesto. Por exemplo, ele sempre incluía o recibo na bolsa, então Chloe sabia que a compra não tinha sido cara.
E havia o fato de que era só uma blusa branca de manga longa, o que estava ótimo porque Chloe podia sobreviver com sua calça mais uma manhã. Depois de passar a blusa sobre a cabeça, ela foi até a janela para olhar entre as cortinas e sentir o clima. Com base no vento, tinha claramente esfriado depois da conversa, por isso a escolha de mangas longas, mas ela parou por um segundo, tomando o momento para apreciar a beleza da vista em sua frente. Era algo que Chloe não havia tido muito tempo para notar antes, mas era provavelmente porque ela sabia que esta vista custava bastante e ela estava sempre preocupada com outra pessoa.
Voltando-se, Chloe percebeu a falta de decoração no quarto. Tinha os objetos básicos, as necessidades do quarto, mas não parecia uma casa, apenas um espaço. Aproximando-se da cômoda, ela percebeu uma única foto ali, o único toque pessoal. Era uma foto antiga de Oliver e seus pais. Havia uma marca de dobra no meio e mesmo o portarretrato não conseguia esconder as bordas imperfeitas.
Olhando por sobre o ombro, Chloe visualizou um jovem Oliver segurando a foto nas mãos, perguntando-se porque com ele, porque com eles. A queda do avião havia sido um desastre, mas Chloe sabia melhor que ninguém que aquela palavra não tinha um efeito melhor em um garoto confuso.
Chloe também era uma criança quando aconteceu, mas ela sentiu por Oliver enquanto assistia a cobertura na televisão. Foi um evento em que ela agradeceu por não ter sido com seus pais, mas agora era algo que tinham em comum. Não era a experiência ideal para compartilhar, mas permitia a Chloe ver Oliver e não só Oliver Queen.
Porque desde aquela cobertura, o mundo inteiro vira Oliver Queen, o mito e a lenda, crescendo. No entanto, nestes poucos meses, Chloe se perguntou se eles alguma vez teriam visto o homem crescer, porque na noite anterior, ela viu um lado diferente dele.
Ele lhe deu o que ela precisava, incluindo as coisas que ela não achou que precisasse. E nenhuma vez tentou forçá-la a dizer mais, chegando ao ponto de deixá-la adormecer em sua cama, enquanto ele dormia... em outro lugar. Isso não gritava playboy. Nem de longe.
Colocando a foto de volta, Chloe não pôde deixar de imaginar... o quão errado estariam sobre ele? O quão errado ela estava sobre ele? Porque ela falou sério na noite anterior. De alguma forma ele tinha mudado de uma distração para um confidente e ele nunca questionou a mudança. Pelo contrário, ele parecia ter gostado.
O que isso significava?
Era uma pergunta que Chloe tinha feito a si mesma, mas era uma resposta que ela não estava disposta a explorar ainda, especialmente assim que percebeu que horas eram. Era bem mais tarde do que costumava ficar ali, então pegou a bolsa e foi para a área principal, onde Oliver estava mais uma vez sentado em sua mesa.
"Bom dia", ela disse atrás dele.
Oliver soltou a caneta e empurrou a cadeira para trás. "Ei", ele disse, seu rosto se iluminando mais uma vez assim que se virou. Ele estava feliz em vê-la usando a blusa que tinha comprado e o rosto dela parecia mais tranquilo esta manhã. Era claro que ela estava cansada porque minutos depois de se recostar na cadeira ela tinha apagado.
Mas antes disso, eles tinham trocado algumas histórias leves, quase fazendo-os esquecer a razão pela qual Chloe tinha aparecido ali. Isso funcionou bem para ele, porque seu sorriso era uma vista muito melhor, e incluía o que ela estava lhe dando agora. O sono a tinha feito bem, e Oliver percebeu que fez o certo ao carregá-la do terraço para sua cama. Havia uma parte dele que quis se deitar ao lado dela, mas ele concluiu que espaço era o melhor no momento.
No entanto, Chloe podia ver que ele não tinha dormido bem, as olheiras eram aparentes, mesmo enquanto sorria pra ela. "Não me diga que eu te forcei a trabalhar a noite toda."
"O sofá é enganosamente confortável", Oliver respondeu, não antecipando a testa franzida dela em resposta. "Eu não quis acordar você ou Hal, e não tem problema pra mim."
"Hal está aqui?"
Dando risada enquanto gesticulava com a mão na direção da cozinha. "Ele sempre abandona a jaqueta na cadeira. O homem é um grande fã de lanches de madrugada."
Chloe também deu risada, mas logo apertou a alça da bolsa. "É melhor eu ir, deixar vocês conversarem."
"Na verdade", Oliver disse, segurando a mão dela. "Acho que Hal vai dormir por mais algumas horas. Enquanto isso, talvez eu possa te convencer a tomar café?"
"Hum, claro."
"Panquecas? Torradas? Ovos?"
Tudo soava maravilhoso, mas Chloe sabia que era melhor o mais simples. "Honestamente só uma torrada. Não quero ser mais inconveniente que o necessário."
"Ovos então." Quando ela ia protestar, Oliver ergueu um dedo para impedi-la. "Eles levam cinco minutos pra fazer e eu não ofereceria se não quisesse fazer."
Chloe assentiu, deduzindo que ele não ia deixá-la vencer desta vez. Não ia reclamar considerando que não conseguia se lembrar da última vez que teve um café da manhã que não consistisse em um muffin ou bagel.
Ela se sentou e o observou, rapidamente percebendo que ele era natural na cozinha. Havia uma fluidez em seu movimentos, um ritmo até. No entanto, seus movimentos ficaram mais lentos, o olhar em seu rosto também começou a mudar. "O quê?"
"Eu tenho... uma pergunta estranha pra fazer." Depois de um suspiro, Oliver decidiu que era melhor tirar isso do seu peito. "O cara... foi por isso que você resolveu começar isto? Porque se for... eu nunca te tomei como alguém que joga tudo para o alto por causa de um cara."
Era tão triste, já que o pensamento que surgiu em sua mente foi Qual das vezes? No fim, ela decidiu que era justo ser sincera. "Versão resumida... a noite em que nos conhecemos, não foi meu melhor momento, então eu... te usei para superar minha frustração. Depois de descobrir sobre o noivado deles, eu achei que seria bom continuar, então foi por isso que mudei de ideia."
"É provavelmente o que você não quer ouvir", Chloe acrescentou enquanto descia a cabeça. "Mas é a verdade."
Oliver apertou os lábios enquanto ia até o gabinete pegar um prato. "Não se sinta muito mal, isso foi o que deveria ser."
Chloe percebeu o uso do verbo no passado, mas ela não via muita razão em questionar. Porque ele estava certo. Era assim, mas agora... Chloe não estava fugindo. Embora antes tivesse fugido, agora ela estava ali, esperando ovos mexidos do homem que nunca imaginou que soubesse como ferver uma água. E lá estava ela com um garfo, pronta pra comer.
Estava incrível, e Chloe não pensava isso só porque não tomava café da manhã há muito tempo. "Como na terra você sabe cozinhar tão bem e ainda assim tem evitado fazer café há tanto tempo?"
"Pra começar... eu como. E obrigado."
Chloe balançou a cabeça. Depois de outra mordida, ela olhou novamente para cima. "Só pra constar, o café estava até bom. Há esperança pra você afinal."
"Anotado", Oliver disse com um sorriso, pegando o garfo que tinha deixado perto do fogão e antes que Chloe soubesse o que estava acontecendo, ele roubou um pouco de sua comida.
"Ei!" Chloe exclamou, movendo o garfo para cobrir o ovo e evitar outro ataque de Oliver, o que o levou a erguer as mãos em defesa depois de tomar sua mordida.
"Eu parei, juro."
Aproximando o prato de si mesma, Chloe deu um risinho. "Acho bom."
Oliver deu risada enquanto se afastava, feliz em ver que ela estava gostando. Até onde sabia, ela vivia de café e muffin. Recostando-se contra o balcão, ele olhou pra cima a tempo de ver seu amigo entrar na cozinha, o sorriso aberto enquanto pegava a jaqueta.
"Bom dia para os dois", Hal disse, percebendo os pequenos detalhes. O café na máquina, a blusa diferente de Chloe, e mais importante, Chloe calmamente tomando café da manhã depois de uma noite tranquila na casa de Oliver. Sim, os dois estavam ferrados.
"Ei, Hal."
"Chloe, linda como sempre", Hal se aproximou de Chloe, pegando sua mão para beijar gentilmente, quase com o único propósito de ver a cara feia de seu amigo assim que se virou na direção dele para encher sua xícara.
Chloe ficou levemente surpresa pela ação, mas também percebeu a reação de Oliver, então ela riu enquanto voltava ao café. "E você é oportunista como sempre. Com que frequência você tem paradas em Metrópolis?"
"Menos do que você imagina", Hal disse. "É só que você está aqui quando eu tenho as paradas."
Foi só uma resposta brincalhona, mas o comentário fez Chloe afastar o prato. Ainda havia ovos no prato, mas isso a relembrou que era hora de ir embora. "Bem, tenha um voo seguro", ela disse a Hal, levantando-se da cadeira, apesar do iminente protesto de Oliver. Sorrindo pra ele, ela acrescentou. "Te vejo depois."
Oliver se levantou silenciosamente enquanto ela pegava a bolsa e deixava a cozinha. De novo, seus sapatos ecoaram enquanto se afastava, fazendo sua mão se apertar em um pedaço particular de papel em seu bolso, debatendo se deveria ou não entregar a ela. Eventualmente ele percebeu que ele queria mostrar a ela que confiava nela tanto quanto ela confiou nele.
"Chloe, espera", ele chamou da cozinha, uma ação que pegou Hal de surpresa já que seu amigo quase passou por cima dele, mas Oliver nem se importou. Vendo Chloe parada na frente do elevador, ele continuou se aproximando dela. Quando mal havia um centímetro entre eles, a mão dele saiu do bolso. "Pega isso."
Olhando para o pedaço de papel amarelo, Chloe o pegou incerta, abrindo para revelar uma sequência de números. Ela ia perguntar o que era, mas quando olhou de volta para o elevador percebeu. "Isto é... o código para entrar, não é?"
Oliver assentiu. "No caso de eu não estar aqui e você precisar de um refúgio, você pode vir sempre que quiser."
"Oliver", Chloe disse, balançando a cabeça. "Isso é uma coisa importante, e eu... eu não posso aceitar."
"Eu confio em você, Chloe." Uma frase que era realmente bom dizer em voz alta, mas também uma frase que foi mais fácil de dizer do que ele imaginou. "Por favor... pegue."
Ela engoliu seco, percebendo que tinha ganho mais do que esperava indo pra lá. Quando decidiu ir para a casa de Oliver tudo que queria era um teto diferente para olhar, mas ao invés, tinha de alguma forma ganho sua confiança... tudo porque ele lhe ouviu.
Ficando na ponta dos pés, Chloe segurou o pescoço dele para ficar mais fácil beijá-lo. Ele aprofundou quase imediatamente, os braços envolvendo suas costas, mas os dois sabiam que não podiam começar nada agora, então lentamente se afastaram.
"Obrigada", Chloe sussurrou antes de entrar no elevador.
Oliver fechou o portão, seus olhos nunca deixando os dela até a porta se fechar. Virando-se, Oliver viu Hal parado do outro lado da sala. "O quê?" foi a única palavra trocada antes de Hal balançar a cabeça e voltar para a cozinha. Oliver logo atrás. "Você claramente tem algo a dizer, então fala logo."
Hal bufou enquanto terminava de tomar o café. "Você a conhece há o que... alguns meses? Chloe tem razão, o código é uma coisa importante."
"Seu objetivo?"
Depois de colocar a caneca na pia, Hal olhou dentro dos olhos de Oliver. "Olha cara, ela é um grande progresso em relação a maioria das mulheres que eu vejo por aqui, mas como você sabe que ela não está só tentando uma segunda história? Pelo que eu sei, vocês são praticamente o roteiro de uma comédia romântica."
Por um tempo, foi algo que cruzou a mente de Oliver, mas desapareceu logo depois. Se ele a tivesse julgado errado, então que fosse, mas ele não achava que fosse esse o caso. "Se isso for verdade, vou viver com as consequências. Mas ela nunca mentiu pra mim... não sobre as coisas importantes."
"Espero que você esteja certo, Oliver."
Ele sabia que estava, mas não teve a chance de expressar isso pois seu telefone começou a tocar. Atravessando a sala, ele o atendeu.
Hal o seguiu, perguntando-se se era Chloe novamente, mas ele percebeu o amigo arregalar os olhos. "O quê?" Correndo os dedos pelo cabelo em frustração, ele rapidamente acrescentou. "Não diga nada. Deixe-me conversar com ela antes de liberarmos uma declaração, ouviu?"
Depois disso, ele desligou o telefone, levando Hal a perguntar, "Oliver, o que foi?"
~0~
Chloe estava quase convencida de que o mundo havia enlouquecido naquela manhã. O tempo todo em que ficou na fila do café na Metro, ouviu um burburinho ao seu redor. Mesmo os baristas que a conheciam há anos estavam lhe olhando de um modo engraçado.
Convencida de que talvez precisasse dormir mais do que tinha imaginado, ela foi direto para casa, feliz pela curta distância entre a cafeteria quando o burburinho ao seu redor não parou. No entanto, não houve muita paz em seu apartamento, já que em seu sofá, sua prima esperava por ela. Chloe vinha antecipando este encontro, mas desejou que Lois tivesse esperado pelo menos até o jantar para lhe dar um sermão.
"Lois, antes de você começar-"
"Você está perdoada por perder a própria festa de aniversário", Lois respondeu, levantando-se e atravessando a sala para abraçar Chloe. "Sabe, você poderia ter me dito que tinha outros planos, mas há coisas mais importantes agora." Afastando-se, Lois olhou por sobre o ombro para garantir que as cortinas estivessem bem fechadas. "Clark está vindo com comida chinesa e café suficiente pelo menos para o dia de hoje."
Chloe se sentiu paralisar observando Lois, que parecia estar agindo de modo estranho também. Embora estivesse feliz pelo fácil perdão, por mais que Chloe nunca tenha sido uma pessoa de aniversários, apesar dos esforços de sua prima em mudar sua mente, ela também sabia que tinha alguma coisa acontecendo. "Do que você está falando?"
No entanto, Lois não ouviu Chloe, focando-se em como sua prima deveria estar se sentindo agora. Tentando aliviar o clima, Lois sorriu. "Eu sei que não é o que você quer ouvir, mas eu realmente estou orgulhosa de você, prima." Isso não deveria ter sido muita surpresa. "Quer dizer, eu gostaria que você tivesse me contado primeiro, mas eu entendo e você sabe que Clark e eu estamos do seu lado. Eu até disse aos repórteres para enfiarem a curiosidade na bunda."
"Repórteres?"
Essa única palavra permitiu que tudo fizesse sentido. Os sussurros, o apartamento escuro, a reação de Lois.
Foi neste momento que Lois percebeu. "Oh meu Deus... você não sabia."
Fazia apenas alguns minutos, mas Chloe sentiu que o nó estava em seu estômago há horas. Enquanto ligava o telefone, Chloe ainda desejava que não fosse verdade, mas com base no número de ligações perdidas, soube que ter esperança era perda de tempo. O único lado bom era que ela tinha milagrosamente conseguido voltar para casa sem ser bombardeada por fotógrafos. Do jeito que estava, havia mais fotos dela circulando do que ela jamais quis ver. Depois de uma rápida busca na internet, Chloe percebeu que estava na capa de quase todos os tabloides nacionais.
As primeiras fotos eram dela entrando no prédio de Oliver, a última era da noite anterior, e a manchete Feliz Aniversário Senhorita Sullivan! doeu mais do que queria admitir. Não foi por isso que ela quis estar com ele na noite anterior, pelo contrário. No mínimo ela estava correndo de seu aniversário e a foto estava totalmente fora de contexto.
A história foi confirmada por uma loja que queria quinze minutos de fama, dizendo que ele tinha comprado roupas femininas em algumas ocasiões, mas as últimas tinham sido do mesmo tamanho. Eles a tinham fotografado usando as roupas, mas nem isso estava contextualizado.
Havia uma única foto dela e Oliver juntos no terraço na noite anterior. Estava a uma certa distância, já que não eram muitos os prédios que tinham uma boa vista de seu terraço, mas parece que o paparazzi tinha mais recursos do que ela imaginou.
Então ela se afundou no sofá, sabendo que este era seu pesadelo e que só ia piorar.
"A história saiu há uns dez minutos", Lois disse enquanto olhava para sua prima. "Mas eles queriam uma declaração minha, e foi como eu fiquei sabendo antes."
"Isso não pode estar acontecendo." Jogando o telefone do outro lado da sala, Chloe afundou o rosto nas mãos. "Nem existe história."
"Odeio te dizer isso, prima", Lois respondeu, a mão em seu ombro. "Mas eu trabalhei nesse negócio. Isso é manchete."
Levantando a cabeça, Chloe percebeu que não podia ficar sentada agora. Mesmo que não pudesse ir a lugar algum, andar de um lado para o outro era melhor do que deixar a sensação crescer. "Não estamos nos vendo, é só casual."
"Certo", Lois disse zombando, sabendo que sua prima não era desse tipo. Mas conforme o tempo passava e Chloe nem tentou justificar, Lois se levantou rapidamente. "Oh, meu Deus, você está falando sério."
Balançando a cabeça, Chloe aumentou o ritmo para olhar pela cortina. "Se eu fosse mentir, eu diria que estamos namorando." Uma hora atrás, ela estava olhando pela cortina dele, perguntando-se onde tinham chegado, mas na maior parte do tempo, Chloe tinha esquecido que ele era famoso. Quando ela estava com ele, era como se não houvesse mais ninguém e mesmo não tendo pedido nada um do outro, eles pareciam dar o que o outro precisava.
A resposta foi compreensível para Lois, mas tinha uma coisa que a estava incomodando. "Por que você não me contou?"
Havia uma parte de Chloe que sabia que tinha que esperar por essa pergunta, e havia uma resposta racional, mas não estava relacionada a pergunta que fez em seguida. "Por que você e Clark se esgueiraram por aí antes de me contar?"
Lois parou por alguns segundos, seus olhos arregalando. "Você sabia sobre mim e Clark antes de eu te contar?"
Dali, Chloe explicou a verdade sobre a noite em questão, algo que preencheu muitas lacunas para Lois, já que ela não fazia ideia do que tinha deixado Chloe entristecida naquele dia. "Por que você não disse nada?"
Chloe revirou os olhos. "Porque eu teria que te contar o que fiz em seguida." Talvez tivesse ficado tudo bem, Lois poderia ter lhe parabenizado ou mesmo contado a ela sobre Clark, mas Chloe decidiu pra variar ter um pequeno segredo. Todo aquele tempo atrás, ela nunca imaginou que Oliver fosse insistir que ela escrevesse um artigo sobre sua empresa e de jeito nenhum ela podia ter adivinhado que aceitaria um arranjo com ele. E mais importante, Chloe nunca esperou conhecê-lo. Era pra ser uma noite só, mas ao invés, parecia que o contrário estava ocorrendo.
"Desde aquela noite?"
"Não, nem de perto." Chloe deu de ombros enquanto ia na direção do café que tinha abandonado, sabendo que não satisfaria o que ela estivesse sentindo. "Uns dois meses, talvez?" Ao perceber isso, Chloe se perguntou se tinha realmente esperado fazer isso sem atrair a atenção da mídia. Afinal, era o fardo dele, sua reputação e expectativa.
Incapaz de tolerar o silêncio, Lois disse, "Eu ainda acho que você deveria ter dito que sabia sobre nós." Mesmo com a vida os surpreendendo aquela noite, ela sabia que Clark e ela se sentiram culpados o suficiente após saber sobre o agravamento da situação da mãe de Chloe. Agora sabendo que tinha sido um motivo não intencional para o que Chloe estava fazendo agora, doía ainda mais. No entanto, Lois conhecia sua prima, então ela sabia que Chloe não concordaria com algo assim facilmente. "Eu sei que não nos desculpamos o suficiente pelo que aconteceu, mas você sabe quem Oliver Queen é... você deveria saber que isso ia acontecer."
"Eu sei que parece loucura", Chloe respondeu, sabendo que o lado protetor de sua prima estava aparecendo, "mas não o conhecemos." Passando por Lois para pegar o telefone, Chloe olhou pra ele, perguntando-se como ele estava lidando com tudo agora. Ele provavelmente passou pela mesma experiência algumas vezes antes, mas normalmente as outras mulheres queriam estar na capa. Enquanto estava parada ali, ela pegou o pequeno pedaço de papel que ele havia lhe dado. Dando um risinho ao papel antes de olhar de novo para o histórico de ligações para ver quantas ligações perdidas dele ela tinha. Chloe podia ao menos tomar algum conforto no fato de que ele estava tentando resolver a história.
Guardando o papel no bolso, Chloe acrescentou. "Meu artigo nem começa a arranhar a superfície do caráter dele. Gostamos de pensar que sabemos quem ele é, mas não fazemos ideia."
Mesmo agora, Chloe ainda não o conhecia realmente, mas o que ela sabia era que ele lhe dera um senso de esperança, e depois de tantos dias sem uma história, sem poder pagar suas contas, isso significava muito mais do que era possível expressar em voz alta. "Ele salvou Rylan, Lois, só porque ele podia. Ele... realmente se importa com a empresa e..."
"Você o respeita, não é?" Lois terminou assim que a voz da prima falhou, mas ela sabia que Chloe não tinha lhe ouvido. Ela conhecia aquele tom de voz e conhecia aquela convicção em qualquer lugar. A última sendo encorajadora de ouvir, mas a primeira significava que o negócio casual que tinham era mais complicado do que mesmo Chloe estava disposta a admitir.
Ouvindo a batida na porta, Chloe deduziu que era Clark, mas quando ela ia se mexer, o telefone tocou. Ela abriu a boca, mas Lois gesticulou para Chloe atender a ligação. "Eu atendo a porta. Não tenha pressa, prima."
Chloe murmurou Obrigada enquanto atendia a ligação. "Ei."
"Você viu?"
A expressão dela entristeceu ao ouvir a voz dele na linha, um pouco mais cansado do que deveria. "Lois me disse."
"Chloe, eu sinto tanto."
Inicialmente, Chloe estava tentada a se desculpar de volta. Era culpa sua ter ido até ele na noite anterior, foi ela quem não considerou se esconder das câmeras que provavelmente rodeavam a casa de Oliver. Mas ela aceitou as desculpas dele, sabendo que era melhor. "Eu sabia dos riscos quando aceitei a oferta. Pelo menos as fotos não são reveladoras."
Pra ele isso era desnecessário dizer. A foto do terraço era só dos dois parados um ao lado do outro, olhando para o horizonte. Houve alguns outros incidentes que teriam rendido ao fotógrafo mais dinheiro se eles tivessem sido vistos, o que deixou Oliver ainda mais agradecido. Chloe tinha insistido que ela ainda não estava indo embora, e embora essa situação não desse a ela muitas opções, uma foto errada poderia significar que ela não atendesse sua ligação.
Enquanto olhava para a foto desfocada, Oliver balançou a cabeça. Era um momento tão inocente, e ainda assim, tinha acabado com o segredo do arranjo deles. Oliver sempre deduziu que o fim estivesse perto, mas agora havia o olho do público. Não era pra ser uma coisa complicada, mas quanto mais pensava, deduzia que as coisas já tinham se complicado e a tão chamada linha final não era um lugar que queria mais cruzar.
No entanto, essa escolha teria que ser dela. "Embora seja verdade", Oliver disse, "meu relações-públicas precisa de uma declaração."
A boca de Chloe abriu, chocada que ele estivesse de fato consultando-a sobre isso. "Só... diga que somos amigos." Não era o que ela queria quando começaram isso, mas também não estava muito longe da verdade. Ela... gostava de conversar com ele, gostava de estar com ele. O resto, bem, o resto não era da conta de ninguém.
Isso não impediu Oliver de ficar um pouco surpreso. Não havia muitas alternativas, mas ele deduziu que se alguém ia terminar isso, Chloe encontraria um jeito. Ele queria perguntar se ela tinha certeza, mas teve a sensação que já sabia a resposta.
Com um peso fora de seus ombros, Oliver conseguiu finalmente se sentar. "Bem, neste caso, vou ter que te pedir um favor."
"O que é?"
"É que... haverá um baile de caridade da Queen Industries no mês que vem. Você pode ir com Clark Kent se quiser... ele sempre recebe um convite, mas nunca vai." Oliver imaginava que o filho da senadora já deveria ter recebido seu convite, mas ele mandaria outro se fosse preciso. "Você só precisa estar lá. Se encenarmos direitinho há uma grande chance dessa história ser esquecida mais rápido."
Olhando na direção da prima e melhor amiga, que estava ouvindo a conversa, Chloe suspirou. "Você dará algumas declarações a Lois no evento?"
"Com certeza." Na mente de Oliver, era o mínimo que podia fazer.
Chloe sorriu para Lois antes de responder. "Então conte com nós duas. Vou deixar que Clark pense sobre sua participação."
"Então... amigos." A palavra funcionava, mas algo ainda não caía bem para Oliver.
Ele não era o único, também soou estranho para Chloe ouvir a palavra, mesmo que ela mesma tenha falado momentos antes. Ainda assim, ela respondeu, "Sim."
Desligando o telefone, Chloe jogou-o de lado, sua cabeça um pouco mais leve agora que tinha conversado com ele. Havia algo que ela sempre apreciava nele, porque mesmo em momentos assim, ele tinha esse efeito calmante.
Era um fato que Lois reconhecia, enquanto mordia a língua para se impedir de falar que sua prima já estava perdida e que as chances de eles serem amigos eram as mesmas de porcos voarem. Porém, ela conseguiu manter o questionamento ao mínimo. "Amigos?"
Chloe suspirou. "Lois... Clark, há um total de três pessoas que vão saber a verdade e eu preciso manter assim."
Lois ergueu as sobrancelhas. "Quem mais sabe?"
"O amigo de Oliver, Hal." Vendo que Lois ia reclamar de novo, Chloe rapidamente justificou que ele saber não era o plano. "Ele fica na casa de Oliver quando está na cidade, então não tinha como ele não descobrir."
"Certo, mas você garantiu que eu vou conseguir as declarações."
Sorrindo, Chloe assentiu. "Claro, Lois." Olhando na direção de Clark, Chloe reconheceu o misto de preocupação e frustração no rosto dele, então ela se sentou, sabendo que tinha algumas explicações a dar.
~0~
Hal não pôde deixar de dar risada enquanto observava seu amigo desligar o telefone. "Amigos? É o que você vai dizer?"
Oliver assentiu, ainda incerto se gostava do som da palavra, mas era melhor do que Chloe o tirando de sua vida completamente. "É um bom plano na verdade." Assim, eles podiam estender o arranjo deles com o mínimo de suspeitas e se esconderem atrás do título. Não era algo que não tivesse feito antes.
Hal foi rápido em discordar. "Ou você pode admitir que de fato gosta desta garota." Estava claro no rosto de Oliver, mas também em suas ações. Quando notícias assim saíam, Hal via seu amigo dar uma declaração em nome deles, mas desta vez, ele de fato considerou a opinião de Chloe. Só isso já falava bem alto, mas Hal também deduziu que o comentário não teria resposta. Oliver era sempre bom em viver em negação.
"Isso vindo do cara que me acusou de confiar demais há alguns minutos."
Balançando a cabeça, Hal parou na frente de seu amigo, pronto para recapitular como ele facilmente poderia chegar a esta conclusão. "Você firmou esse arranjo sem exclusividade, ainda assim ela é a única mulher que vejo neste apartamento. E você está tentando mantê-la por perto, o que até você tem que admitir que é uma novidade."
Oliver abriu a boca para dizer alguma coisa, mas pensou melhor. Começando a ligar para seu relações-públicas mais uma vez, ele passou por seu amigo. "É um fator de conveniência, nada mais."
"Continue falando isso", Hal respondeu imediatamente, seu corpo no mesmo lugar, apesar do fato de Oliver continuar andando. "Porque eu não estou convencido... e acho que você também não." Houve uma leve pausa em seus passos, mas não demorou muito para Oliver continuar andando.
Isso funcionou bem para Hal porque ele tinha um voo para pegar, mas ele xingou entredentes, sabendo que isso não poderia ter acontecido num momento pior. Olhando para seu relógio, ele decidiu que havia uma pequena tarefa a fazer antes de ir embora.
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TREZE
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E ficando cada vez melhor!!!! =DD
ResponderExcluirTem como não concordar com o Hal? O cara foia voz da razão neste capítulo, e ele está certo, porque percebendo ou não Oliver e Chloe estão completamente ferrados, e da melhor forma possível... rsrsrs
E no fim sua, conclusão faz todo sentido!!!
GIL
Concordo, GIL, e o próximo capítulo é uma verdadeira delícia em se tratando de sentimentos. Já postado!!!!! :D
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