6.7.16

The Longer You Run (24/29)

TítuloQuanto Mais Você Corre
Resumo: Aparentemente, a única coisa que unia Chloe Sullivan e Oliver Queen era uma história. Mas por trás das portas fechadas era um relacionamento acidental que sem nenhuma intenção acabou mudando tudo.
Autoraserafina19
Classificação: NC-17
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Desligando o telefone, Hal não pôde deixar de gargalhar. A vida sempre encontrava um jeito de trabalhar de formas misteriosas, e se o telefonema não fosse uma prova disso, nada mais era.

Entrando no elevador, ele olhou para os números em sua lista de contatos. Ele compartilhava muitos números com Oliver, mas havia um muito valioso agora, e embora Oliver tivesse muito medo de ligar pra ela, Hal não tinha.

Quando começou a tocar, Hal desejou que não fosse para a caixa de mensagens, e não se desapontou quando Chloe atendeu no segundo toque. "Hal, oi. Quanto tempo."

Não era necessário dizer, mas ele não ia responder. "Achei que fosse justo desejar que você quebre a perna no programa da Dinah semana que vem."

"Como você sabe sobre isso?"

"Nós nos conhecemos", Hal respondeu, mais do que disposto em preencher a lacuna. "Claro, ela é uma amiga da minha ex, mas AC e eu costumávamos surfar juntos antes dele se mudar para o Kansas. Ele me mantém informado."

Chloe assentiu enquanto parava de andar. Ela nunca considerou quanto o mundo era pequeno e não IA ignorar o ponto que Hal estava tentando fazê-la entender. "Só você?"

Fazia alguns dias desde que ela tinha pensado nele, e estava genuinamente tentando seguir em frente. Aceitar a entrevista com Dinah Lance deveria ser o começo de uma nova fase em sua vida, mas ela não pensou que seria fácil conectar sua vida de volta a Oliver.

Hal sorriu ao perceber a pergunta direta. "Eu não sei. Mas você pode perguntar a ele." Ele deduziu que se não conseguia convencer Oliver a ligar pra ela, talvez Chloe tomasse a iniciativa.

Porém, ele não seria tão sortudo. "Eu posso, mas ele tem coisas mais importantes para resolver agora. Obrigada pela ligação, Hal."

"Claro, Chloe." Hal respondeu com um suspiro enquanto parava na frente do escritório de Oliver, desejando que houvesse uma chance de seu amigo ouvir o nome dela. Ele queria ver a expressão de Oliver.

Ele entendia porque Oliver estava quieto ultimamente, já que sua empresa significava muito pra ele, e Chloe jamais o perdoaria se ele fugisse da crise, mas o tempo estava se esgotando. Era Chloe quem inspirava Oliver e Hal não queria que nenhum deles perdesse os bons momentos que poderiam ter.

Percebendo que não havia muita razão em ficar parado do lado de fora do escritório para sempre, Hal bateu na porta antes de abri-la. Todos os sinais apontavam para Oliver estar alheio a sua conversa, mas Hal sabia que tinha lhe dado muito tempo para redefinir seu foco.

Apontando para a pilha de papeis na mesa de Oliver, Hal decidiu quebrar o silêncio. "Eu acho que essa pilha aumentou desde a última vez que eu te vi."

Era bem possível, mas a parte difícil tinha terminado. O sorriso de Oliver aumentou enquanto se recostava contra a cadeira. "Encontraram ele."

Ver o sorriso fez Hal perceber que o foco no trabalho era genuíno, que ele não tinha ouvido o que Hal disse quando entrou, mas era algo que Hal não ia reclamar. "São... notícias incríveis."

Oliver soltou a caneta, permitindo-se relaxar pela primeira vez desde que recebeu a ligação naquela manhã. A traição ainda doía, mas ele não se concentraria nisso enquanto tivesse uma empresa para salvar. "Não vamos conseguir todo o dinheiro de volta, mas a empresa vai sobreviver intacta. Isso é o que importa."

O sorriso que ele mantinha era pequeno, mas falava alto. Fazia muito tempo desde que Oliver tinha se permitido sorrir na presença de Hal, e era por isso que doía ser o responsável pelo iminente sumiço. "Se é este o caso, então eu recomendo que você acompanhe os podcasts da Canário Chama. Pelo que eu sei por AC, ela vai receber uma ótima convidada." Claro, a expressão sumiu e Oliver empurrou a cadeira, então Hal suspirou antes de acrescentar, "O que você já sabia."

Oliver assentiu e permaneceu sentado. "Dinah me ligou ontem à noite." Não era uma ligação que ele esperava, mas por mais estranho que parecesse, ela tinha ligado para informar sobre a entrevista, para agradecê-lo por indicá-la como substituta para o programa de terça. Ele ficou tentado a perguntar mais, mas ao invés, tudo que disse a Dinah foi que não era preciso agradecer, que Chloe merecia isso.

"Eu sei que já disse tudo sobre esse assunto, e sinta-se livre para não responder, mas você me disse que ela sabe se virar sozinha. Então, você a deixou?" Hal levantou as mãos em defesa, desejando que Oliver soubesse que isso não significava que ele queria começar uma discussão. "Tudo que estou dizendo é... você poderia ao menos ligar para parabenizá-la, porque suas tentativas de tirá-la da sua vida claramente não estão funcionando."

Infelizmente para os dois, Oliver não podia dar a Hal a resposta que ele queria. "Você terminou?" Ele quis ligar pra ela, mas toda vez que pegava o telefone, tudo que podia ver era o rosto dela quando lhe disse adeus. Além do mais, ainda doía que ela não tivesse ligado pra ele desde que se falaram pela última vez em Star City. Se ela quisesse falar com ele, ela ligaria.

"Quase", Hal respondeu, desejando ter outra pergunta para Oliver, mas ele podia pelo menos tentar cumprir sua palavra. Afinal, essa razão nunca impediu Hal antes. "Você pode avisar a Leah que não posso ir esta noite? Tenho uma mudança de último minuto na minha agenda e tenho um voo em três horas."

"Claro."

Hal deu um risinho, virando-se para ir embora, mas parando na porta. "Você também não deveria ir, sabe", ele acrescentou, ouvindo seu amigo suspirar secamente atrás dele. Hal levantou um dedo para impedir suas palavras. "Agora eu terminei."

Oliver ainda estava tentado a ter a última palavra, mas ao invés, deixou seu amigo ir embora. Infelizmente, com sua vida, as coisas não eram assim tão fáceis. As manchetes correriam independente disso, e com aquela noite, ele podia seguir em frente e ajudar Chloe a conseguir a independência que ela tanto precisava de sua vida.

Mas antes que pudesse fazer isso, Oliver precisava saber que ela ficaria bem. E por mais que não quisesse falar com ele, Oliver sabia que ele seria a única pessoa na cidade capaz de ajudá-lo.

~0~

Matt parou na porta de seu escritório. Era seu escritório, mas quando olhou para o outro homem, sentiu como se fosse ele o dono do lugar. Aquela expressão provavelmente era uma questão de sobrevivência naquele mundo, mas era maravilhoso ver quanto podia ser ditadora nas pequenas coisas.

Como o fato de ele estar olhando pela janela, a boca levemente franzida. A maioria das pessoas não percebia, mas Matt já esteve naquela situação mais vezes do que queria admitir. Talvez por isso ele estivesse ali.

Clareando a garganta, Matt anunciou sua presença. "Sabe, quando minha assistente disse que você estava no meu escritório, achei que ela estivesse brincando." Afinal, os escritórios não estariam abertos antes de uma semana, ainda assim por alguma razão, Oliver Queen decidiu que era a melhor hora para visitá-lo.

"Foi você quem me ligou", Oliver pontuou, virando-se de frente para o outro homem.

"Quase três semanas atrás." Matt fechou a porta do escritório, colocando suas coisas sobre a mesa antes de olhar pra cima. "Quando não tive retorno, achei que você não queria conversar."

"Como ela está?"

Matt deu de ombros. "Tão bem quanto alguém pode estar depois de perder um dos pais." Baseado em sua experiência pessoal, ela parecia estar lidando bem melhor do que ele. "Eu não tenho falado com ela diretamente, mas baseado na reação de Clark, as coisas estão melhorando."

Sorrindo, Matt se recostou contra sua mesa, observando que sua companhia permanecia na janela. "Claro, você sabe que eu poderia ter dito isso tudo pelo telefone."

"Talvez, mas eu queria ouvir diretamente de você", Oliver disse, abaixando a cabeça enquanto ia para a porta. "Então guarde tudo que você pensa que precisa dizer." Embora tivesse sido Oliver a abordar o assunto, ele tinha ouvido o suficiente de Hal e Lois.

Ouvindo a agitação na voz de Oliver, Matt deu risada. "Eu tenho guardado até agora, mas não posso mais fazer isso." Não era a reação que Oliver queria, mas Matt não ia evitar a conversa que eles precisavam ter. "Acho que você não entende o que está prestes a perder."

Oliver bufou. "Acho que eu faço uma boa ideia."

"Bem, eu conheço esse olhar." Oliver pode ter dito a verdade, mas isso não ia ajudar nos dias que estavam por vir. Ele olhou para onde Oliver estava parado antes, vendo o pôr-do-sol, as cores que iluminavam o céu. "Você pode enganar muita gente, mas não alguém que sabe como é se apaixonar por Chloe Sullivan."

"Somos apenas amigos."

A resposta confirmou as suspeitas de Matt, Oliver tentando recuar, mas o tiro saiu pela culatra. "Sr. Queen, eu acho que você não sabe o que significa ser amigo dela." Ele esperou um pouco de hostilidade do outro homem, e sua expressão não o desapontou, mas o que Oliver não percebeu é que confundiu o ponto de vista de Matt. "Faça a si mesmo um favor e olhe para os tabloides quando eles reportaram que Chloe e eu estávamos namorando. Ela nunca olhou pra mim daquele jeito, não importa quanto eu quisesse que ela olhasse."

Oliver observou o risinho no rosto do outro homem, seus sentimentos por Chloe pareciam mais fáceis de se ver. "E que tal agora?"

"Agora?" Matt ficou tentado a dar risada, mas não o fez quando percebeu que Oliver falava sério. Ele de fato considerava Matt competição, o que era uma loucura, mas parece que Oliver realmente não sabia o quanto significava para Chloe. "Agora eu estou me perguntando porque você está desistindo dela tão facilmente."

Ele observou Oliver abrir a boca, mas Matt falou novamente. "Não me entenda mal, eu entendo. Você quer ser um cara legal, dar a ela o espaço necessário, mas aceite o conselho de alguém que perdeu a chance." Apesar da aceitação de um em relação ao outro, ainda doía ver Chloe seguir em frente, mas estar em seu escritório com Oliver só confirmava que ela tinha encontrado a pessoa por quem esperava, mesmo que nenhum dos dois quisesse enxergar. "Não espere até ser tarde demais para mudar as coisas, mesmo que saia pela culatra. Ficar imaginando possibilidades não me fez nenhum favor."

Oliver assentiu, tomando as palavras em consideração, mas não ajudou a convencê-lo que as coisas eram melhores do que ele as via. "Ok."

"É isso?" Matt cruzou os braços, pois não acreditava que o cara que tinha lutado com unhas e dentes por sua empresa, estava desistindo da mulher mais maravilhosa que já tinha conhecido. Infelizmente, Oliver parecia não dar nenhum sinal de ser o lutador que Chloe uma vez descreveu. "Certo. Você pode pelo menos me dizer que os rumores não são verdadeiros?"

Oliver não podia fazer isso, então deu de ombros casualmente antes de dizer, "Não se pode ficar escondido para sempre."

Matt balançou a cabeça, esperando outra razão, mas não se surpreendeu com o que ouviu. "Você está cometendo um grande erro."

"Sem querer ofender, mas acho que a janela já se fechou."

"Se você pensa assim... então você realmente não a conhece tão bem quanto eu pensei", Matt disse baixinho. "Mas dessa vez quem perde é você."

"Obrigado por sua honestidade", Oliver disse, estendendo a mão para a maçaneta para deixar o escritório do editor.

Matt ouviu o girar da maçaneta, e por mais que quisesse que aquele fosse o fim da conversa, ele não podia desistir com essa facilidade. "Se honestidade é o que você queria, eu posso te dizer que uma tempestade está por vir. A dor causada por si mesmo não será nada comparada a quando Lois e Clark descobrirem." Ele viu a mão de Oliver soltar a maçaneta, então Matt desejou que ele fosse lhe dar ouvidos. "Mas esta nem é a pior parte."

Ainda olhando para a porta, Oliver conseguiu processar tudo que Matt disse, e diferente dele, não estava preocupado. "Chloe é forte o suficiente para passar por isso."

"Normalmente ela é", Matt respondeu, falando por experiência pessoal. "Mas você sabe que conhecer você foi como ela superou Jimmy."

Oliver virou a cabeça, querendo sorrir com as lembranças, mas elas não eram favoráveis como antes. "Eu tenho fé que ela tem alguém em sua vida que a fará feliz novamente."

E lá estava de novo, a negação a que Oliver desesperadamente se agarrava, desejando que fosse aliviar a dor, mas Matt foi rápido em balançar a cabeça para informá-lo do contrário. "Acredite em mim, eu adoraria estar no seu lugar, mas depois de seis anos, eu finalmente aceitei o que somos. Como eu disse, tem alguém na vida dela que a relembra de quem ela é, mas não sou eu."

"O que te faz ter certeza de que sou eu?" Ele se virou de novo, mais para a satisfação de Matt. Oliver provavelmente deveria partir, mas a convicção de Matt em seu papel na vida de Chloe o surpreendeu. Alguém que mal os tinha visto juntos, alguém que tinha tudo a ganhar com seus erros... quase parecia uma cilada.

Mas não era, e Matt tinha toda intenção de deixar isso claro. "Você conheceu a mãe de Chloe. Eu poderia não saber nada sobre você e isso já seria suficiente... mas além disso você foi a primeira pessoa que ela procurou depois da morte da mãe." Ele olhou para o chão, eventualmente fechando os olhos. "Acho que até você sabe o que isso significa."

Oliver suspirou com a lembrança. "Foi só uma distração." Ele observou Matt olhar novamente para cima, como se estivesse pronto a afirmar outro ponto, mas Oliver sabia que era sua vez. "Embora Chloe tenha vindo me ver, ela partiu o mais rápido que conseguiu quando o assunto se virou para os problemas dela. Ela disse adeus e desde então, não tenho notícias." Ele suspirou de novo antes de acrescentar, "Mensagem recebida até onde eu saiba."

Matt refletiu sobre as palavras, não esperando a imagem que se formava em sua frente, mas isso não mudava o fato de que a distância era mais inimiga do que Chloe e Oliver estavam dispostos a admitir. "Sr. Queen, se me permite perguntar... por que o senhor voltou para Star City?" Ele apontou na direção do céu. "Esta é a cidade de seus pais, sempre será a cidade de Robert e Laura, que a alma deles descanse em paz."

"E?"

Matt se afastou da mesa, dando a volta para parar atrás da cadeira. "Eu voltei para Star City para criar uma marca em um lugar onde eu não fosse definido pelo nome da minha mãe. Alguns chamam de jeito mais fácil, mas eu gosto de pensar que significa que eu tenho mais a provar."

"Eu não estou entendendo onde você quer chegar."

"Não foi a razão pela qual o senhor foi para Metrópolis? Não foi a razão para querer Chloe para o artigo?" Ele observou os olhos de Oliver arregalarem, dando a Matt a resposta que ele precisava. "Você estava tendo sucesso, reconhecimento positivo pela primeira vez em Deus sabe quanto tempo, e então você fugiu porque exatamente? Um sonho de longo tempo que provavelmente mudou na frente dos seus olhos?"

Oliver assentiu inconscientemente. "Você não estava brincando quando disse que tinha algumas perguntas."

A resposta não verbal não satisfez Matt nem um pouco. "Eu quero saber o que fez valer a pena jogar fora o que você tinha em Metrópolis, porque há uma diferença entre viver no topo do mundo e ter tudo, Sr. Queen. Eu normalmente não sou um homem de apostas, mas você parecia muito mais feliz com ela naquele terraço do que desde que voltou a Star City."

Oliver desdenhou a derrota, sem saber o que mais poderia dizer. Os argumentos que ele tinha dado estavam se tornando obsoletos, mas as razões para ele permanecer distante ainda eram fortes. "Eu estava, mas há apenas uma quantidade de telefonemas não atendidos e mensagens não respondidas que eu estou disposto a aceitar."

Desejando que isso fosse tudo, Oliver tentou partir de novo, mas ele ouviu o outro homem levantar, eventualmente aproximando-se para entregar-lhe um cartão de negócios. "Eu posso não concordar com o que você está fazendo, mas pegue isto." Matt ainda desejava que Oliver fizesse a coisa certa, mas se ele não fizesse, Matt queria que Oliver soubesse que havia uma pessoa pelo menos que entendia a decisão que ele estava tomando. "Se algum dia precisar conversar."

"Obrigado", Oliver respondeu, pegando o cartão, sabendo que o gesto de Matt era arriscado, mas apreciado.

"Apenas pense com calma, é tudo que eu peço", foram as palavras finais de Matt para Oliver enquanto ele finalmente deixava seu escritório. Ele voltou a sua mesa, pronto para recomeçar depois de tudo que aconteceu nos últimos meses. Porque ele tinha feito sua parte, tinha dito seus argumentos para os dois lados. De onde estava, tudo que ele podia fazer era esperar para ver se em breve os estaria parabenizando ou recolhendo os pedaços.

~0~

Olhando para o telefone, Chloe se sentou no sofá. Ela não sabia ao certo porque tinha o número de Hal, mas sabia porque ele tinha ligado. Ele não era sutil em seu ponto de vista.

Era só mais um exemplo? Um jeito dele dizer sinto muito por sua perda? Ela sabia que Oliver não poderia estar lá por ela, mas havia uma chance de este ser outro caso dela conseguir alguma coisa graças a suas conexões ao invés de seus méritos?

No mínimo, ela deduziu que essa conquista veio graças a uma recomendação de AC, mas nunca em seus mais selvagens sonhos ela imaginou que Oliver pudesse estar conectado. Ela pensou no jeito arrogante que ele costumava ligar pra ela, para dizer qualquer coisa, desde um obrigado até a oferta do arranjo. Agora, a única coisa que ela tinha era o silêncio que ela achou que queria.

O fato não ajudava a diminuir sua preocupação de que Oliver tivesse arranjado a entrevista, mas isso relembrava o que Hal tinha dito.

Eu não sei. Mas você mesma pode perguntar a ele.

Se havia algum esquema, Hal saberia, ele contaria a verdade. Mas ele sabia que ela queria ligar pra ele quando recebeu a ligação de Dinah. Ele sabia que ela queria ligar pra ele... ponto final. No entanto, mesmo com uma razão para ligar pra ele, aqueles dígitos ainda a aterrorizavam.

Chloe se levantou, pronta para pensar em outra coisa, e para sua sorte, sua prima apareceu na porta. Ela não ouviu a porta sendo aberta, mas sorriu antes de cumprimentá-la. "Lois."

"Clark me ligou", Lois disse, tentando descobrir o humor de sua prima. O telefone abandonado sobre a mesa não era um bom sinal. "Ele disse que você deixou a fazenda esta manhã sem avisar."

"Tem coisas que eu preciso resolver na cidade."

Lois deu risada enquanto lia nas entrelinhas. "Código para o casamento de Jimmy é amanhã."

"Não completamente." Isso era verdade, mas Chloe tinha ficado tempo suficiente na fazenda e precisava de seu próprio espaço. Ela apreciava o que Lois e Clark estavam tentando fazer, mas não podia esperar seguir em frente se não podia nem ir para casa.

"Bem, eu não vou embora." Lois cruzou os braços, prevendo que sua prima lutaria, mas Lois viu Chloe ir muito longe para deixar Jimmy afetá-la novamente. "Você precisa de companhia esta noite e eu vou garantir que não tenhamos uma noite triste."

Por mais que Chloe quisesse insistir que estava bem, ela sabia que era uma batalha perdida, então aceitou a companhia. "Ok, mas vamos ficar em Metrópolis."

Os olhos de Lois se iluminaram, e antes que Chloe pudesse dizer outra palavra, sua prima a estava arrastando para o closet. Algo lhe dizia que ela estava cometendo um grande erro.

~0~

"Assim não é muito melhor?" Lois saiu do táxi, respirando fundo enquanto sua prima a acompanhava na calçada. "Respirar um pouco de ar puro, viver um pouco."

Chloe deu risada enquanto passava a bolsa sobre o ombro. Não a surpreendeu que Lois achasse que a sexta-feira estaria perdida se não saíssem, mas a real mensagem não passou despercebida por Chloe. "Sutil."

Lois apenas deu de ombros. "Ei, é verdade."

Não querendo discutir, Chloe seguiu Lois para dentro do prédio, pois ela tinha razão. Provavelmente não doeria sair, e mesmo que houvesse lembranças dele no Ace of Clubs, havia muito menos e Chloe tinha fé de que ela conseguiria deixar tudo para trás.

Primeiro seria o elevador, onde Chloe parou no canto oposto ao que ele lhe deu o primeiro beijo, seu leve desconforto claramente percebido por Lois, mas ela não disse nada. Continuando, Chloe saiu do elevador primeiro, pronta para começar sua noite, especialmente depois de ver que Ian estava trabalhando naquela noite.

Porém, um único passo depois, Chloe olhou para todos os lados, percebendo que os olhos do atendente não eram os únicos sobre ela. Seu coração acelerou, Chloe não conseguia lembrar quando foi a última vez que teve esse tipo de reação. Depois de Oliver partir, tinha acalmado, tinha quase desaparecido.

Então o que estava acontecendo?

Virando-se para Lois, Chloe percebeu a prima tentando disfarçar, levando-a a olhar para o telefone que a prima agarrava. "Dá o telefone."

"Prima", Lois implorou sem sucesso, sabendo que qualquer progresso que tinham feito desabaria depois de uma única manchete e uma foto.

"Se você não me der, eu vejo no meu."

Vendo que não havia como impedi-la, Lois lhe deu o telefone, sabendo o que ela veria. Sua prima provavelmente estava sendo vista como a outra ou uma possível distração... ou talvez até coisa pior. As únicas palavras que Lois teve tempo de ler foram as da manchete, O garoto de ouro de Star City sossegou?, mas as fotos diziam muito sem a necessidade de ler o artigo.

Parte dela queria matar Oliver, mas ela tinha a triste sensação de que a última coisa que ele queria era envolver Chloe nas manchetes. Ele provavelmente decidiu que já tinha passado tempo suficiente, mas as estúpidas baratas dos tabloides decidiram mencionar Chloe desnecessariamente.

"Lois, eu preciso ir embora."

Lois nem teve tempo de piscar antes de seu telefone colidir com o peito. Chloe tentou dar a volta até o elevador, então Lois tentou segurar sua mão para pará-la, mas sua prima facilmente se desvencilhou. "Chloe", ela disse, numa péssima tentativa.

Chloe balançou a cabeça sozinha no elevador. "Sinta-se a vontade para passar em casa amanhã, mas agora tem uma coisa que eu preciso fazer." Vendo Lois assentir, Chloe ficou agradecida pela compreensão de sua prima.

Desta vez, ela parou no meio do elevador, não querendo sentir o metal frio contra sua pele. Era algo insignificante, Chloe sabia disso, mas antes que Oliver levasse sua namorada até Metrópolis, ela queria tirar todas suas roupas que ainda estavam na Torre do Relógio.

Por mais que quisesse seguir em frente, Chloe se agarrou a esperança que achou que existia. Agora, parecia tudo errado... estúpido.

O único consolo era não estar longe do prédio, então a caminhada seria curta. Porém, a subida de elevador até a cobertura foi muito mais longa enquanto via mais fotos no celular.

O nome dela era Leah Torren. Uma modelo. Claro.

Mas não uma modelo qualquer. Graduada em uma universidade da Ivy League, faculdade de negócios, claro. Isso era o que provavelmente lhe permitia lançar uma linha de roupas em seu nome e não junto com outra pessoa. Aparentemente, modelar pagou as dívidas até apenas alguns meses depois de se formar, um momento que era compartilhado com um braço familiar.

Olhando para cima, Chloe tentou sentir o silêncio enquanto entrava. Aquela era apenas a segunda vez que ela usava o código para entrar na casa desde que ele partiu. Na primeira, ela ficou apenas cinco minutos, não gostando do vazio e do silêncio.

Era a casa de um solteiro, com todas as características, mas havia algo reconfortante nisso. Não tinha nada a ver com o fato de que eles provavelmente haviam transado em todas as coberturas possíveis e móveis, nem o fato de que ele viveu ali. Era só... calmante.

Impressionante considerando toda loucura que tinha acontecido ali. O arranjo todo foi uma loucura, sem mencionar a noite que ela tinha ido até lá apenas num casaco e lingerie. Ela não tinha percebido antes de deixar sua casa naquela noite, mas de alguma forma, aquela noite foi a mais satisfatória de sua vida.

Ela quase o deixou sem fala... ele. O cara que tinha tudo, o cara que tinha experimentado tudo, o cara que tinha experimentado um grande triunfo horas antes. Ela o tinha feito se sentir melhor.

Então, claro, houve a varanda, onde ele garantiu a ela que tudo estava bem, a noite antes de tudo mudar oficialmente, mas lá no fundo, as coisas vinham mudando há tempos. Os dois ignoraram, os dois não queriam ouvir porque nenhum deles queria compromisso. Mas também não queriam brigar, e nada solidificou isso mais do que o dia antes do baile de gala da QI.

Como sempre, Chloe queria um lugar onde pudesse relaxar e de algum jeito, ela tornou isso uma desculpa para sua necessidade de ficar ali. Ele estava no telefone quando ela chegou, embora estivesse em casa uma hora mais cedo que ela esperava. Mas ela tinha simplesmente passado por ele, subido as escadas e ido para o quarto principal.

Depois de tirar a roupa, ela entrou na banheira, a água quente permitindo-lhe relaxar, até ter um momento para respirar. O que ela não antecipou foi o telefonema de Oliver terminar pouco depois de sua chegada.

~0~

Ela estava na água, relaxando as costas contra a banheira, a cabeça deitada quando o sentiu olhando para ela. Ele não se movia, então provavelmente ficou apenas parado na porta, mas Chloe não abriu os olhos ou virou a cabeça. Aquele... era o momento dela, ou pelo menos, foi o que ela pensou quando deduziu que ele sairia e continuaria seu trabalho.

Mas ao invés, ela ouviu a leve batida no azulejo. Ela sentiu seu sorriso aumentar, uma piadinha surgindo, mas Oliver tinha outra coisa em mente.

Sentindo as mãos dele descerem por seu pescoço, ele começou a massagear sua pele, seus dedos habilidosos determinados a desfazer os nós. Não demorou muito até seus pensamentos saírem voando, sua cabeça caindo para a frente e um suave gemido escapando enquanto ele continuava.

"Tudo bem?" ele disse mesmo assim, querendo ter certeza que ela o queria ali. Ele não antecipou vê-la naquele dia, já que deduziu que ela tinha muita coisa na cabeça com a aproximação do baile. Mas então, ela tinha ido até lá de propósito porque achou que ele não estivesse ali.

"Mmm", foi tudo que ela conseguiu dizer naquela espécie de paraíso. Porque ele não parou o que tinha começado, pois ele desceu as mãos até seus ombros. Quando ela estava começando a se acostumar, suas palavras e voz voltaram. "Vai se juntar a mim?"

Oliver parou momentaneamente, incerto se tinha ouvido corretamente, então Chloe virou a cabeça por sobre o ombro. "O que?", ela sussurrou ao ver a surpresa no rosto dele. "Acho que seu trabalho pode esperar até amanhã, certo?"

Isso pareceu ser toda a motivação que ele precisava, pois Oliver começou a tirar a roupa, levando Chloe a se mover para frente dentro da banheira.

~0~

Eles ficaram lá por uma hora. Nenhum diálogo ou toque provocante. Só eles, desfrutando a companhia um do outro. Sua pele estava enrugada e ele a ajudou a se secar com pouca hesitação. Seus esforços foram recompensados, pois a limpeza de suas peles sumiria depois de Chloe se virar e beijá-lo.

Chloe olhava para a banheira agora, brilhando de limpa, e tudo que ela podia pensar era nas pequenas coisas que Oliver fazia para deixá-la feliz. O jeito que ele sorria pra ela, o jeito simples que ele animava seu espírito...

Mas por quanto tempo ela planejava se enganar? Quando Chloe voltou do banheiro, ela percebeu que aquela noite tinha tudo que ela precisava agora. Virando-se, ela bufou, sabendo que o quarto principal não seria uma visão melhor, um gosto amargo em sua boca se formou quando ela percebeu que talvez fosse tarde demais para consertar as coisas.

Leah e Oliver eram amigos há muito tempo e havia rumores sobre um novo casal poderoso. Talvez por isso ele tenha voltado para Star City, porque Clark estava certo, ela esperava que ele encontrasse outra pessoa. Independente de suas razões na época, Chloe sabia que tinha que estar lá agora, já que não podia arriscar que Oliver voltasse e percebesse que Chloe não tinha ido buscar suas roupas.

Inclinando-se, Chloe abriu sua gaveta, mas ao ver as roupas ali, ela caiu de joelhos, seus dedos agarrando a lateral das gavetas.

Ela tinha uma gaveta e a usava. Diabos, ela a tinha enchido.

Mas não poderia continuar assim, Chloe não podia apostar nisso. Com os olhos fechados, Chloe guardou tudo que conseguiu na bolsa e deixou o quarto antes que as lembranças tomassem sua mente. No entanto, sem sucesso, porque de jeito nenhum ela podia passar por aquele lugar e não pensar nele.

Desabando no sofá, Chloe soltou a bolsa e olhou ao redor, permitindo-se sorrir, mesmo que de um jeito amargo. Doía, mas Chloe sabia que não se sentiria melhor se voltasse para seu apartamento. Lois inevitavelmente estaria lá e Chloe não queria conversar. Não quando pensar em tudo doía demais.

Parecia insano ficar ali, passar uma noite no sofá, mas Chloe podia ao menos confiar no fato de que Oliver não ia aparecer ali naquela noite. Àquela altura, ela estava pronta para a noite terminar, e com alguma sorte, aquela noite seria sua verdadeira despedida.

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VINTE E CINCO

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5 comentários:

  1. Essa fic é muito intensa!Sofro!Não sei como vocês conseguem hahahahahhaha

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    Respostas
    1. Amamos o sofrimento? rs...

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    2. Amamos hahahaha

      Eles são complicados demais nessa versão, Chloe então. Como disse, sofro, to sofrendo. Kkkk

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  2. Oh, Oliver o que você fez? Tadinha da Chloe!! =(

    E sério, quero chaveirinho de Hal e Matt...

    GIL

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