10.7.17

Giving In

Título: Cedendo
Autora: serafina19
Resumo: Aquela noite era sobre aceitar algo que jamais aconteceria novamente. Por um tempo, Oliver ficou bem com essa ideia. Esta história faz companhia a One Night.
Classificação: R



Ele sabia que aquilo era errado. Era uma linha que ele não deveria cruzar. Mas não era como se ela estivesse se afastando, o que o surpreendeu quando notou que tudo havia mudado.

Afinal, a única razão para ele ter ido até lá foi porque não queria beber em casa. Ele estava feliz por seus amigos, mas era outra lembrança de que havia desistido, de que não importa o quanto tivesse tentado, o homem que supostamente tinha tudo... não tinha.

Não era nenhuma surpresa que Chloe estivesse na Watchtower, pois ela praticamente morava ali. Isso era outra coisa que ele queria consertar, mas sua confiança não estava tão alta assim. Apenas algumas semanas atrás, sua mentalidade era bem diferente. Diabos, sua mentalidade sobre ela era completamente diferente.

Quando uma pessoa fazia o que ela havia feito para salvar sua vida, as coisas inevitavelmente mudavam. Neste caso, o permitiu vê-la sob uma nova luz. Claro, era algo que provavelmente estava acontecendo há meses, mas ele não sentiu até segurar as mãos dela naquela cafeteria e agradecê-la pelo que havia feito.
 
Dali, ele deixou algumas semanas passarem, tentando garantir que não era só uma fase porque isso não era algo que podia se dar ao luxo de fazer. Mas a parte engraçada sobre uma pessoa se tornando uma inesperada companhia de bebida era que os planos tendiam a voar pela janela.
 
Suas intenções, no entanto, não haviam mudado em nada.
 
Porque ela o conhecia. Conhecia cada um de seus piores segredos. E ele gostava de pensar que conhecia a maioria dos dela, e sabia que sua nuvem de mistérios não havia desaparecido por completo. Claro, havia diminuído, mas ainda trazia a dor das pessoas que havia perdido.
 
E a lista não era pequena.
 
Por sorte, Chloe parecia estar lentamente voltando para eles como amiga e colega, mas a ideia de construir um tipo diferente de relacionamento com ela era outra história. De jeito nenhum ele poderia forçar alguma coisa, pois ela significava muito pra ele e para o time.
 
Novamente, aquela noite, não havia sido planejada. Ela estava ali quando ele entrou, e depois de alguns drinques, ela se mostrou frustrada e decidiu se juntar a ele. Eles conversaram no sofá, e ele sendo... quem ele era, não pôde deixar de se sentar perto dela. E, por mais estranho que pudesse parecer, ela fez o mesmo. Pareceu ser inconsciente, então ele não fez comentários. Mas ao mesmo tempo, estando tão perto dela, não podia deixar de imaginar porque Chloe tinha uma sorte tão ruim quando se tratava de homens.
 
Esperta, sarcástica... sensual. Aquele era o sonho, não era? Claro, ela não era perfeita, mas quem era? Mesmo em seus piores atos, ela teve as melhores intenções e faria o possível para proteger a pessoas com quem se importava. Diabos, se ela conseguiu fazer o que fez por Oliver, ele imaginava do que ela seria capaz por alguém que amasse.

Depois de meia hora e mais duas bebidas, ele percebeu que seu pensamento estava ficando um pouco... sombrio. Uma coisa era certa, ele não podia ficar sentado com ela e continuar mantendo a compostura. Então ele se levantou, enchendo seu copo antes de se aproximar do console, recorrendo a uma conversa segura e confiável. Trabalho.

Àquela altura, ela havia bebido um pouco, então sua atualização, ou falta dela, foi mais bem humorada que o usual. Isso era esperado, porque se ela tinha uma pista, de jeito nenhum ela faria uma pausa. Honestamente, se algo o pegava de surpresa, era ela fazendo uma pausa.

Talvez ela esteja encarando a situação Clark/Lois com dificuldade também, ele pensou, sabendo muito bem que não deveria falar aquilo em voz alta. Chloe insistia que seus sentimentos por Clark haviam desaparecido, e Oliver acreditava nela, mas a amizade dos dois ainda não estava nos melhores termos. E sabendo que Clark havia voltado a seu lado humano por causa de Lois, apesar dos pedidos anteriores de Chloe, não deveria ser fácil pra ela.

Mas Oliver não podia condenar Clark por isso sem parecer um hipócrita. Oliver também a havia deixado, algo que ele estava tentando consertar a cada dia. O que parecia estar funcionando naquela noite, porque nunca a vira tão relaxada. Talvez fosse a bebida, mas Oliver gostava de pensar que era mais do que isso.

De fato, ele não havia notado o quão rápido haviam voltado para uma conversa mais casual. Ela propôs que brindassem às suas vidas malucas, e ele concordou, e simultaneamente deixaram o líquido descer por suas gargantas.

Aquilo era quase bom demais, então ele voltou para o sofá e encheu seu copo. Ela o seguiu e, pra variar, os dois pareciam genuinamente relaxados, esquecendo suas vidas difíceis e o que mais tivesse acontecido naquela noite enquanto seus joelhos se tocavam. Eles mudaram os assuntos, e aquilo era o mais parecido com normalidade que sentiam em muito tempo.

Porém, tudo mudou quando estenderam a mão para pegar a garrafa ao mesmo tempo. Seus dedos se tocaram, estourando a bolha que os cercava, relembrando-o da realidade de tudo. Exceto que nenhum dos dois se moveu.

Isso não se deu à necessidade por álcool. A garrafa estava quase vazia, e eles podiam ter dito algo ou se afastado. Ele continuou esperando que Chloe se afastasse, mas ao invés, ela continuou olhando para a mão dele, esperando que ele fizesse alguma coisa.

Parecia como um tipo de teste, um que ele tinha a sensação que não importa o que fizesse, falharia. Mas ele não foi totalmente cauteloso, decidindo correr os dedos pelos dela na garrafa. Isso fez com que ela encontrasse seu olhar. Foi necessária toda sua força para não beijá-la naquele momento, porque sabia que olhava pra ela com algo bem longe de inocência. Sem mencionar que ele sabia estar perdendo a sutileza perto dela, então aquilo não vinha completamente do nada.

Certo?

Porque havia algo nos olhos dela, uma curiosidade tentando descobrir o que ele estava pensando. Aquele era só o jeito que Chloe era, não que seu ceticismo não tivesse méritos, mas ele queria falar tudo o que estava pensando. Porém, sabia que isso não era uma opção.

Outra coisa era, porém, porque o jeito que ela estava olhando pra ele mudou, e quando suas mãos deixaram a garrafa, estava claro que o álcool não era mais necessário. A partida de xadrez ainda estava ali, os dois fazendo movimentos sutis, mas foi Chloe quem fez o movimento final antes de deixar algumas palavras escaparem.

Que diabos eram palavras interessantes para dizer antes de uma linha ser cruzada, mas combinavam com o que ela estava pensando. O quanto ela se sentia ignorada, o jeito como ela não levava aquilo a sério. Oliver podia honestamente explodir a mente dela dizendo apenas algumas palavras, mas ele também queria aquilo. Um noite dela o deixando se aproximar. Inevitavelmente, ela ia querer esquecer tudo, insistir que ninguém poderia saber, e então voltar a se isolar. Era egoísmo que Oliver se permitisse concordar com aquilo, mas ao menos ele saberia como era estar com ela.

Além do mais, não era como se houvesse algum autocontrole sobrando, e ela parecia estar na mesma página. Como suas posições no sofá não facilitava o acesso, ele os levantou, permitindo que se virassem, um encarando o outro, seus corpos se tocando.

Houve um segundo quando pensou em se afastar, mas ela intensificou o beijo, e se não estivesse claro quem estava no controle antes, estava agora. Ela segurou sua camisa, fechando a menor distância que permitiu que seus quadris colidissem. Aquilo era só o que ele precisava para agir, suas mãos foram para a calça dela, sabendo que não ia querer lidar com a peça depois, e a roupa foi descartada sem que seus lábios se separassem.

Não era como se não tivesse prática em desempenhar várias tarefas ao mesmo tempo.

Ainda assim, aquilo era diferente, havia um senso de desespero com o qual ele não estava acostumado. Não nela, mas nele. Não era a primeira vez que se sentia assim, mas nunca com aquela intensidade. Depois que ela tirou a calça, ele voltou a se concentrar, praticamente enterrando os dedos em suas costas, assegurando que ela não se afastasse.

Ele pareceu pegá-la de surpresa inicialmente, mas isso só foi registrado quando já era tarde demais. Depois de parar o beijo, ele moveu os lábios para sugar a pele de seu pescoço, orgulhoso dos pequenos sons que ela tentava suprimir com pouco sucesso.

Quando ela balançou a cabeça levemente, ele pôde dizer que ela estava pensando de novo, e esse era um caminho perigoso. Então ele a beijou de novo, mostrando o quanto queria aquilo, mas mesmo que estivesse indo rápido demais, não ia forçar as coisas.

Novamente, ela o surpreendeu. Ela passou os dedos por dentro de sua camisa, mais do que disposta em correr as unhas por seu peito. Era difícil segurar suas reações, mas ela usou a distração para tirar sua camisa e admirar a visão em sua frente.

Aquilo não era novidade, mas ele estaria mentindo se o jeito que ela o olhava não importasse. Todo aquele tempo, ele pensou que ela o considerava apenas mais um dos rapazes, mas tinha quase certeza de que ela não olhava para Bart daquele jeito.

Ele tirou esse pensamento logo da mente, levando-os de volta ao sofá. Com algumas das roupas descartadas, tudo ficava muito mais fácil. Mas enquanto se posicionava acima dela, ele encontrou seu olhar e congelou.

Ela era realmente bonita, mesmo que se recusasse a acreditar. Porém, ele tinha toda a intenção de mostrar a ela o que pensava de seu corpo, encontrando áreas que a fizessem gemer. Conforme as últimas peças de roupa eram descartadas, alguns desejos eram aguçados enquanto tocavam a pele um do outro; era quase como um sonho, mas ele sabia que era real. Tudo era real.

E ele estava desfrutando de cada minuto.

Isso apenas se intensificou quando olhou para cima e finalmente a viu, toda ela. Claro, ela estava olhando pra ele, analisando-o. Era quase como se ele a estivesse checando, garantindo que aquilo era o que ele queria. Daquela vez, ele tinha certeza de que seus olhos respondiam melhor do que sua voz jamais poderia.

Mas não demorou muito antes de clarear a garganta, pois para ele não era assim. Bem, era, porque ele queria aquilo, a queria, mas não era pelas razões usuais. Aquilo não seria sem significado para ele, mesmo que fosse apenas uma noite. Porém, ele não podia se segurar por muito tempo, então a penetrou, lentamente, e droga, era muito bom.

"Droga, Chloe", ele disse, incapaz de manter o silêncio.
 
Ele não achava que ela soubesse, mas dizer o nome dela quase fez seu corpo tremer, e não da maneira esperada. Era seguro dizer que aquela não era a reação que ele tinha em mente.
 
Levantando a cabeça, ele olhou pra ela de um jeito diferente, com palavras muito diferentes. "Você... está bem?"
 
Ela estava pensando, o que fez com que ele se preparasse para o pior. Mesmo com uma decente quantidade de álcool em seus sistemas, ele não ia duvidar de que ela era esperta o suficiente para saber que aquilo não era uma boa ideia.
 
Depois de piscar algumas vezes, ele pensou em deixá-la se afastar, mas então ela disse, "Sim, é só que... faz um tempo."
 
Honestamente, fazia um tempo para ele também. Ela não acreditaria nele se ele lhe dissesse isso, mas isso porque o contexto era a chave naquele momento. Não era o ato em si, mas a parceria envolvida. O fato é que, de muitas maneiras, ela era sua parceira. Novamente, ele não podia dizer aquilo, especialmente com ela tendo parecido chocada pouco antes.
 
Mas então ela estendeu a mão, segurou seu cabelo e o beijou, com mais intensidade do que antes. Ali, ele sentiu um estranho senso de alívio e desejo tomarem conta e não teve mais dúvidas do que ela queria. Mas isso não afastou sua teoria de que ela se arrependeria quando a manhã chegasse. Isso o machucava, mas não o fez se afastar. Não naquele momento.
 
Mesmo que Oliver estivesse brincando com o que havia sobrado de si mesmo, não se importava. Ele não teria dúvidas, não passaria essa mensagem a Chloe, mesmo que ela soubesse a verdade. A verdade é que ele se encontrava intrigado por ela, atraído pelo que ela era quando se permitia relaxar. Honestamente, ele estava atraído por ela. O fato de ela ainda conseguir olhar pra ele e encontrar algo que valesse a pena salvar era apenas um bônus, porque era exatamente o que ele não achava merecer.
 
Mas ela ainda estava ali, deixando-o cruzar aquela linha com ela. E era fantástico. Ele queria fazer aquilo de novo, ouvi-la dizer seu nome daquele jeito e fazê-la se sentir bem. Mais do que isso, ele queria o depois, a sensação de passar os braços ao redor dela e mantê-la perto. Acordar numa cama, sem estar sozinho, não com uma conquista sem nome, mas com alguém que ele respeitava.
 
Alguém por quem pudesse se apaixonar.
 
Quando ela olhou para ele novamente, quis parar tudo e ficar naquele momento. Eles mereciam aquilo depois de tudo que haviam passado, não mereciam? Era um pensamento esperançoso considerar que ela gostaria de estar com ele além daquela noite, mas naquele momento Oliver sabia que aquilo não poderia ser algo de uma noite só. Mesmo que ela lutasse contra, ele tinha toda intenção de encontrar um jeito de mudar seu pensamento. De lutar por ela, garantir que ela soubesse o quanto importava para ele.
 
Afinal, foi ela quem o relembrou de como lutar pelas pessoas que ele amava.
 
 
~Fim~
 
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PRÓXIMA HISTÓRIA: Too Late
 
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6 comentários:

  1. Adorei o ponto de vista do Oliver obrigada por postar tão rápido.

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    Respostas
    1. Também gosto, sempre porque ele já estava apaixonado por ela... <3 Em breve posto a próxima história...

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  2. Qualquer que seja a versão, para mim Oliver entrou nessa de olhos bem abertos, nunca foi só amigos com benefícios...

    Claro que adorei!!

    GIL

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